domingo, 31 de janeiro de 2010

PROCURA-SE COMPETÊNCIA

Uma palavra define o que o Palmeiras precisa: competência. Uma outra palavra define o que o Palmeiras tem: incompetência. Ela está em todos os lugares, desde o pior jogador em campo até o mais renomado dirigente. É como um surto de um vírus contagioso e mortal. Não somos competentes em campo porque não temos competência para contratar, para recuperar os lesionados e parece que agora não sabemos nem mais como vender um jogador. O jogo de hoje é uma gota no nosso mar de incompetência.

Depois de três anos, o Palmeiras conseguiu perder para o Asilo da Marginal sem número. E foi um feito incrível. E para que isso acontecesse, precisou da ajuda de muitas pessoas e pasme, gente de dentro do clube. Quem? Diretoria, comissão técnica, departamento de fisiologia e jogadores. O maior culpado vem de cima. Hoje temos um elenco medíocre. Vou parar de falar “deles” como “nós”, porque não fui eu que fiz isso, não foi você, foram eles, Sr. Luiz Gonzaga Belluzzo, Sr. Gilberto Cipullo, Sr. Antônio Cecílio, Sr. Savério Orlandi e mais uma dúzia de incompetentes.

Quando as coisas estão ruins, você começa a prestar atenção em pequenos detalhes. Por que Maurício Ramos não joga? O que acontece para um jogador nunca se recuperar de uma lesão teoricamente simples? Por que em outros times o cara se machuca e volta antes do tempo e aqui volta depois do previsto? Por que raios um time vende um jogador antes de um clássico, sem ter quem por pra jogar, tira esse cara do time e horas antes da partida anuncia que a venda foi desfeita? Por que, pela milésima vez, um time que tem um campeonato na mão não consegue nem ir para a Libertadores? Por que ninguém ainda percebeu que a Traffic está tirando o corpo fora do Palmeiras? E por que confiar numa diretoria que mete os pés pelas mãos toda hora?

Essa da diretoria é fácil. Nós temos medo dos antecessores voltarem, então vemos salvadores onde não existem. Quando criticamos esses que aí estão não é porque queremos Mustafá de volta, é porque queremos o Palmeiras, grande, de volta. Temos direito de querer dirigentes decentes, esforçados e competentes. Temos o direito de reclamar. Temos o total direto de não gostar do que estamos vendo. Isso tudo é porque estamos em janeiro, no final dele. Faltam 11 meses para acabar um ano que promete ser horrível. Ou essa gente cala a minha boca e contrata jogador, ou então meu amigo, vamos depender da sorte.

Enquanto isso eu te pergunto: quem joga o próximo jogo? Eu tenho até medo de pensar. Não temos laterais, zagueiros, meias e atacantes. E não é que não temos em campo, nós não temos elenco. E então escola de samba, vai reclamar do Diego Souza? Enfia o rabinho entre as pernas porque tendo ele jogando ainda estamos no lucro. Uma hora ele vai embora, como todos vão, a diferença é que não vem ninguém. Daí eu quero ver protesto contra o melhor jogador time. Todos juntos, todos incompetentes.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

PALMEIRAS VENCE MONTE AZUL E É LÍDER

Calma, não se empolgue com o título do post. O jogo de hoje foi algo fora do comum até para time ruim. Foi absurdamente fraco. No judô, o lutador recebe desconto na pontuação por falta de combatividade, mas no futebol o pouco combativo, às vezes, ganha. Sejamos honestos com nós mesmos: ganhamos hoje porque o time do Monte Azul é terrível. O nosso é só um pouco menos terrível. Somos dependentes de um jogador mais uma vez. Ou vai às compras ou a coisa vai ficar ainda mais feia.

Foram apenas quatro jogos no ano, mas os últimos três foram tão ruins que eu poderia ter desenvolvido uma úlcera. Normal para um começo de temporada, acontece com a maioria dos times e toda aquela conversa que você já ouviu duzentas vezes só nessa semana. O que não é normal é o fato de não ter zagueiro para jogar, não ter atacante, nem meia decente no banco. O público de Ribeirão Preto foi corajoso em pagar ingresso para ver esse futebol abismal apresentado hoje. E dentro da quase sempre má condição do Estádio Santa Cruz, o gramado não foi a pior coisa do jogo. Tinham 22 “zé-manés” em cima dele que eram piores.

Se eu falar que o Palmeiras tentou fazer gol eu estarei mentindo. Fez num pênalti, que apesar de ser pênalti, juiz nenhum dá. E o Monte Azul é tão ruim que o goleiro conseguiu se machucar na cobrança de Cleiton Xavier, com insuportável paradinha. Isso, essa bosta, foi o primeiro tempo. E se você acha que o segundo foi “menos pior”, está enganado. Apesar dos pesares, na primeira etapa a rede ainda balançou.

Deus, como o Palmeiras tentou perder o jogo. E como o Monte Azul tentou levar goleada. Tiveram até jogador expulso. E o que fizemos? Vocês eu não sei, eu li a bula de um antiácido. As únicas coisas que me chamaram a atenção foram as saídas por contusão de Gabriel Silva e Cleiton Xavier. Espero, e rezo, para que não seja nada grave e parece não ser, porque o que está ruim, meu amigo, pode sim piorar. O jogo acabou e agradeci aos céus. Agora imagine se o clássico será um grande jogo? O Palmeiras faz uma exibição digna de A2 e o todo poderoso gambá empata com o Mirassol, em casa. O gordo ainda saiu de campo com uma distensão no ânus, mas deve jogar domingo também.

Somos heróis, amigo palmeirense, somos heróis. Sobrevivemos a esse jogo tenebroso. Se você conseguiu assistir até o fim, meus parabéns. Agora nos resta esperar a recuperação de Marcos, Léo e Diego Souza, principalmente, diria eu, do nosso 7. Caio Junior dependia de Valdivia. Luxemburgo dependia de Kléber. Muricy depende de Diego Souza. Os jogadores mudam, os técnicos mudam, mas o Palmeiras continua dependente de um único jogador. Continua porque não tinha e não tem elenco. Quando é que esses caras vão contratar, vão se dar conta que pra ganhar um campeonato tem que ter banco? E hoje não tivemos nem time titular. Paciência tem limite e a minha já acabou há muito tempo.

Créditos da foto: Futura Press.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

PRÉ-JOGO - Ê, INTERIOR BÃO!

Ah, o estado de São Paulo! O gigante coração econômico do país tem uma população de mais de 40 milhões de habitantes divididos em 645 municípios, desigualmente, é claro. A terra dos bandeirantes também é detentora do maior PIB do Brasil, simplesmente 1/3 de toda a riqueza que o país produz sai de São Paulo. Números que impressionam pela abundância. Mas, enquanto o estado cresce como uma produção de coelhos, algumas cidades continuam escondidas, quase até do mapa. Esse é o caso de Monte Azul Paulista. Responda com sinceridade: antes de olhar a tabela do Paulistão desse ano, você já tinha ouvido falar dessa cidade?


Já pensou em sair de casa para assistir um jogo e encontrar todos os seus amigos, vizinhos, parentes e até o cara da feira no estádio? Se você é de Monte Azul Paulista e vai ver um time grande jogar, olha, você corre sério risco de observar esse fenômeno acontecer. São apenas 20 mil habitantes para lotar o Ninho do Azulão (viva a criatividade), com capacidade para 15 mil torcedores. Falamos de um estado tão inchado que quase não cabe dentro do próprio país e de uma cidade que de tão pequena quase cabe dentro do próprio estádio. Realmente inspirador.


Monte Azul Paulista está a 420 km da capital e localiza-se na região metropolitana de Ribeirão Preto, no norte de São Paulo. A cidade sofre forte influência da cultura italiana e o dialeto local é o “caipirês”. Esse é o tipo de informação que você encontrará sobre essa “belezura” de o município por aí. Mas, além disso, Monte Azul também tem um time de futebol e ele está na primeira divisão paulista! Enquanto Guarulhos, São Bernardo do Campo, Osasco, São José dos Campos, Sorocaba, São José do Rio Preto e até Piracicaba, por que não, não possuem um time na primeira divisão, a pequenina Monte Azul tem. Esse é um belo de um “chupa” pra quem tira sarro da cidade.


O Atlético Monte Azul conquistou pela primeira vez em sua “gloriosa” história de 90 anos a vaga para a disputa do maior estadual do Brasil em 2009. Como se não bastasse, ainda fez a melhor campanha da história da série A2. Mais um “chupa”. Mas é em 2010 que Monte Azul Paulista deixa de ser apenas mais uma “cidade azul” do estado e entra em rota de colisão com os grandes times paulistas. O Azulão estreou na série A1 contra o Corinthians, cuja semelhança é não ter passaporte, e arrancou um empate com o time da fazendinha sem luz. Tudo muito previsível.


Agora é a nossa vez de encarar o todo poderoso... Monte Azul. O jogo será, infelizmente, em Ribeirão Preto, porque o pomposo Ninho do Azulão foi vetado pela Federação Paulista. Promessa de casa cheia de porco para melar a festa do pássaro azul. Isso não significa que não teremos emoções fortes. À díspar da fragilidade do recém-chegado à elite paulista, o forte Palmeiras com tantos títulos, craques, ídolos, hoje se encontra sem zagueiro para entrar em campo. Pois é, triste, porém verdade.


Nossa diretoria (zzzzzzzz) trabalha atrás de reforços com a mesma velocidade e competência com que o Jô Soares faz regime. Resultado: coitado do Muriçoca! Torcedor ter pena de uma criatura chamada técnico de futebol, raça que nasceu para ser chamada de burra, é o cúmulo. Mas eu tenho. Muricy Ramalho deve cogitar colocar até a senhora sua mãe em campo por falta de zagueiro. Como se não bastasse, São Marcos e Diego Souza também estão vetados para a partida. Se eu estou com medo do time do craque Rafael Chorão? Não. Eu estou com medo é do Palmeiras. Já passou da hora de presidente falar menos e fazer mais. Antes que a vaca pegue o caminho da roça.


Promoção


O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Monte Azul x Palmeiras, nesta quarta, 27/01?


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Palmeiras dá bobeira e empata com Ituano. Mas o mundo, e o Palmeiras, não acabaram

24 de janeiro de 1915. Foi a data em que o Palestra Itália fez seu primeiro jogo, conquistando seu primeiro título, a Taça Savóia. Aconteceu em Sorocaba, o Palestra fez 2x0 no Savoia, com gols de Bianco (o que o futuro tornaria irônico, era um jogador emprestado pelo Corinthians para compor o elenco Palestrino nesse jogo) e Alegretti. Foi um bom começo, para aquele que seria o Campeão do Século: Primeiro jogo, primeira vitória, primeira taça, tudo isso tirando a invencibilidade do Savoia.


24 de janeiro de 2010. Exatos 95 anos depois, o Palmeiras encara o Ituano em casa, pela terceira rodada do Campeonato Paulista 2010. Poderia, e deveria ser uma vitória empolgante e a liderança do campeonato. Mas não foi. O Palmeiras começou bem, embora com algumas falhas irritantes, principalmente de passes e desarmes, o que podemos atribuir mais à ajuda da união entre chuva e gramado mal drenado, do que a falha de jogadores – embora não possamos ignorar a existência de falhas. Tentar rolar a bola era quase impossível, visto que ela poderia parar em uma poça. Tentar lançar Diego Souza em contra ataque era difícil, visto que ele poderia escorregar. Tentar desarmar jogada adversária também era complicado, qualquer escorregada poderia garantir uma falta daquelas. Tudo isso eles tentaram, mas conseguir não estava tão fácil.


Mesmo assim, o Palmeiras dominava o jogo. Sacconi já esteve melhor, é um jogador que oscila muito e parece que cansa fácil. Mas quando está bem ajuda muito, principalmente porque libera Cleiton e Diego. Cleiton fez um jogo que oscilou entre aparições e desaparições, passes bem servidos para gol, o que é sua especialidade, e erros bobos em determinados momentos. Figueroa já esteve melhor. Nunca foi muito bom na marcação, mas nos últimos jogos têm errado muito os passes, cruzamentos, escanteios... Robert é um ótimo reserva e isso fica claro agora que podemos vê-lo jogar como titular. Não vou negar que gosto do cara, mas para titular precisamos de algo mais. Perdeu muitas bolas, se atrapalhou em vários momentos, com um pouco mais de qualidade poderia tranquilamente ter feito pelo menos mais dois gols. Aliás, o Palmeiras tem perdido gols demais. Isso, a meu ver, indica duas coisas: uma delas é que a pontaria precisa ser acertada, perder gols é normal em time que cria oportunidades, mas tem bobeada que não se pode aceitar. A segunda é que algo está funcionando bem, sim, porque prefiro time que perde muitos gols, mas faz 10 em 3 jogos, do que time que passa o jogo inteiro com duas ou três chances de gol e não faz merda nenhuma, ou com 300 chances desperdiçadas – coisa que chegou a acontecer há pouco tempo. Minha preocupação está mais com os gols que não deixamos o adversário perder.


E foi assim que, não ignorando falhas que precisam ser consertadas, o Ituano dava um sustinho ou outro de vez em quando, nada que realmente preocupasse, e o Palmeiras dominava o jogo, criava chances de gol. E enquanto a bola insistia em bater na trave, Asneiro lutava com a bola e os jogadores de verdade lutavam contra o gramado. Cleiton Xavier lançou Diego Souza em contra ataque rápido que resultou em um belo gol, aos 31 do primeiro tempo. Em termos de placar, o primeiro tempo foi só isso.


Segundo tempo sem nenhuma alteração de jogadores. Porém, já começamos mal. No primeiro minuto, em uma bobeada ridícula que envolveu pelo menos 4 jogadores do Palmeiras, Juninho Paulista marca para o Ituano. Danilo não conseguiu desarmar, Gualberto furou duas vezes, Juninho chutou a gol e bateu em Sacconi que tentou tirar a bola e jogou novamente nos pés de Juninho que, dentro da área chutou para o gol, surpreendendo Marcos. Foi uma bobeada tão geral que deixa clara a necessidade de acerto na defesa. Mas não foi apenas isso, o “melhor” ainda estava por vir.


Enquanto Armero esperava por sua aparição de gala, o Palmeiras tentava tirar o placar do empate. E o fez. O gol veio aos 11 minutos, Cleiton Xavier resolveu novamente aparecer para decidir e, em bela jogada pela esquerda conseguiu fugir da marcação e cruzar na cabeça de Robert, que dessa vez foi certeiro. Porém, 6 minutos depois, o péssimo árbitro – que por vezes ignorou ou inverteu faltas, e confundiu até tiro de meta com escanteio -, expulsou Gualberto, jogador praticamente estreante, de apenas 19 anos, vindo da base. Eu vi o garoto indo na bola, mas acabou fazendo falta que não era nem pra amarelo, principalmente a julgar pelo critério do mesmo árbitro em faltas do Ituano no Palmeiras. Com um a menos, o nosso grande problema ficou evidente: falta de banco. Gualberto estava substituindo Léo, lesionado. Edinho, que poderia improvisar na zaga, ainda não pode jogar por questões burocráticas. Sendo assim, o Palmeiras não tinha um zagueiro no banco, tinha um zagueiro expulso, e apenas o Danilo para segurar o barraco. Sorte nossa que foi o Ituano, tão ruim que se não fossem nossas bobeadas teria levado goleada, porque se fosse um time bom de verdade nós estaríamos amargando uma derrota ainda mais vergonhosa que esse empate ridículo.


“Se não fossem nossas bobeadas”... Pois é. Mesmo com um a menos, o jogo continuou como se o Palmeiras estivesse com 11, o Ituano com postura de time que joga com 10. Nossos jogadores já se mostravam cansados no ataque, é certo, mas continuavam pressionando. Por isso, Muricy mexeu no time sem fazer alterações, não que tivesse grande opção de banco para suprir a falta de um zagueiro, mas parecia que não iria precisar mesmo, de uma forma ou de outra o Palmeiras parecia que iria segurar a vitória... E foi assim que Cleiton, novamente, rolou a bola com açúcar, já dentro da área, para Sacconi marcar o seu aos 24 minutos. 3x1 estava ótimo, foi o suficiente até para o nosso treinador desistir de colocar Wendel, que já estava pronto na beira do gramado, e substituir Sacconi pelo estreante Joãozinho, garoto da base, que entrou mostrando personalidade e chamando jogo para si. Quem fosse embora do estádio nesse momento, não acreditaria no que veio depois.


O Ituano até que estava pressionando, o Palmeiras bobeava errando uns passes absurdos perto da área deles, mas ninguém esperava que, aos 35 do segundo tempo, acontecesse algo que revi umas 100 vezes e ainda não entendi. Juninho Paulista, livre, tentou um passe dentro da área, Armero e Danilo próximos, era só tirar, mas aquele que veste a camisa 6 do Palmeiras resolveu por um pouco de emoção no jogo, chutou a bola em Danilo que até tentou desviar, mas ela parou dentro do gol de uma forma tão ridícula, mas tão ridícula que eu prefiro continuar sem entender. Como se isso não fosse suficiente, aos 40 minutos, após cruzamento na área do Ituano, Figueroa e Danilo se embolam com Marcos. O Santo saiu, tentando dividida com o jogador do Ituano, acabou trombando com Figueroa que estava tentando a mesma coisa. Nessa jogada de “vamos deixar o cara livre pra cruzar e cair todo mundo pra cima do cara que vai receber a bola”, a bola caiu nos pés de outro, e o gol livre para o zagueiro Rodrigão marcar o terceiro deles. Os 22 torcedores que consegui contar lá na torcida do Ituano ficaram felizes. Nós fomos embora amargando um empate que, para ser boazinha, vou chamar de ridículo.


Voltei pra casa em um bom humor imaginável. Pensava no absurdo de não ter um zagueiro no banco, de não ter ninguém melhor para substituir Robert jogando mal, de ter Asneiro como titular do meu time. Pensava nas promessas de não sei quantos reforços, mesmo sem Libertadores, promessas não cumpridas até então. Eu aguardo, tenho paciência, mas não há como não me preocupar diante de uma necessidade urgente. Logo teremos jogos mais difíceis, e como será? Ouvia também as reclamações de outros torcedores, de gente falando que o negócio é gostar de futebol e não do clube, pessoas mais desiludidas que eu falando até em rebaixamento, ou então em “quando é que o Palmeiras vai ganhar alguma coisa?”. E enquanto amargava tudo isso, pensei nele.


Muitos não gostam de Oberdan por ele apoiar a “turma do Mumu”, mas eu prefiro pensar nele como o goleiro que tanto nos defendeu, e que chorou quando o Palestra foi sufocado por conseqüências ridículas de uma guerra imbecil, do que naquele homem velho e desgostoso, que fica do lado de quem lhe deu um pouco da atenção que precisava. Chegando ao Palestra ontem, olhei para os lados. Esperava encontrar um amigo, o Marcel, que não sabia bem em que lugar iria nos encontrar. Foi então que o vi, na calçada, aquele senhor. Parei, meu coração disparou, Vanessa também ficou ali parada comigo, sem reação. Quem tem a oportunidade de estar sempre por lá talvez não entenda o que sentimos, mas segurar a mão heroína de Oberdan foi algo que eu sequer sonhava, e que me fez valer o dia, a viagem, o cansaço...


Há exatos 95 anos começava isso que é a nossa paixão, o nosso vício, nossa insanidade, ou seja lá como você prefere chamar. É, já se passaram 95 anos, dentro deles tantas e tantas histórias. O Palestra, de forma dolorosa, tornou-se Palmeiras, Oberdan estava lá. Foram tantos títulos, vitórias grandiosas que nos renderam o maior deles, de maior Campeão do Século XX. Mas durante esse tempo, também houve derrotas tristes, empates vergonhosos com Ituanos da vida. E o Palmeiras continuou. Às vezes, passando por anos de glórias, depois anos de amargor, mas nunca deixou de ser o grande campeão. A vida é assim, a história é assim, não é uma via de mão única, seguindo sempre a mesma direção. Com o Palmeiras, não seria diferente. Não é sempre que as coisas dão certo, mas isso não significa o fim.


Olhar para o passado, pensar em Oberdan, em tantas histórias desses últimos 95 anos. Tudo isso me fez pensar em como, por tantas vezes, muitos torcedores ignoram tudo o que passou. Temos passado por anos difíceis, por muito tempo o Palmeiras formou times de fazer vergonha e dor, agora tem um time do “quase”, falta sempre alguma coisa ali, outra coisa lá, “quase dava para ser campeão”. E isso nos dói, nos aperta o coração, ansiamos tanto por esse algo mais que até entendo certas reações desesperadas. Mas se a história existe para alguma coisa, é pra mostrar que as coisas nem sempre acontecem como prevíamos, é para mostrar que a vida acontece de forma diferente do que imaginamos. Quem diria, hoje, que o primeiro gol do Palmeiras foi marcado por um jogador emprestado por cortesia pelo Corinthians? Será que, em 1942, Oberdan não se desesperou ao ver o Palestra correndo o risco de perder tudo? Quantas e quantas vezes, na década de 80, meu pai não amargou no fim de um jogo, sonhando em quando o Palmeiras iria reagir? Será que ele, que cresceu vendo a academia, iria imaginar o sofrimento que viria pela frente? E eu, que nasci nos anos 80, que em 92 aos 5 aninhos de idade quase desisti do Palmeiras, imaginava o que iria perder se tivesse desistido?


Não é a primeira vez que ficamos no quase, e sofremos a perda de um título que estava nas mãos, não é a primeira vez que faltam jogadores no banco, não é a primeira vez que o torcedor precisa se preocupar. Mas, se nesses momentos ruins não houvesse quem acreditasse e fizesse algo para mudar, bem como quem confiasse e tivesse a paciência de esperar aqueles que fizeram algo, hoje não existiria nada. Não teríamos o Marcos no gol, nem jogadores que, às vezes, mal valorizamos, mas todo torcedor queria em seu time um Pierre, Cleiton, Diego... Não teríamos nada, talvez nem o Palmeiras, ou então o Palmeiras não teria “nós”, seus torcedores.


Então, torcedor, preocupe-se sim, claro, a coisa não está tão bem quanto esperávamos e não sabemos quando vai melhorar. Mas não se desespere desse jeito, não diga que o Palmeiras é pequeno, que nunca ganha nada, que vamos acabar. Olhe para a história, olhe para trás, veja o Palestra, veja o Palmeiras, pense na Academia, mas não se esqueça que o Campeão do Século XX também passou pelos anos 1980. Desistir não é a melhor forma de resolver os problemas. E eu voltei para casa, 3 horas de viagem, pensando somente em voltar a ver o Palmeiras, jamais em desistir. Afinal, foi apenas um jogo e é o início de uma temporada. Há pela frente tantas histórias que desconheço, algumas tristes como não quero e outras mais felizes que as que desejo. Não há como saber, mas eu estarei lá para ver e viver o que vier.


Crédito da foto: Lancenet


sábado, 23 de janeiro de 2010

DA CIDADE DOS EXAGEROS, UM TIME MODESTO

A cidade não é  grande, mas é conhecida pelo adjetivo. Itu, com seus pouco mais de 157 mil habitantes, é um dos municípios mais famosos do interior paulista. Graças ao apelido de “cidade dos exageros” e, também, por conta das referências históricas. Já o seu representante no futebol paulista não carrega o mesmo adjetivo. Fundado em 1947 com o nome de Associação Atlética Sorocabana, o Ituano, hoje Ituano Futebol Clube, sempre foi um time modesto que vez ou outra encheu o saco dos grandes de São Paulo.

Itu completará seus 400 anos de fundação no dia 2 de fevereiro. A prefeitura promete grande festa para comemorar a data tão importante na história do município que, muito antes de ser conhecido pelo futebol, era famoso pelos barões de café. E Itu também é conhecida como “Berço da República”, já que lá foi realizada a Primeira Convenção Republicana em meados do século XIX. A importância da cidade para a história do Estado e do País é indiscutível. A importância do clube da cidade para a história do Estado e do País é... Quase nula.

O Ituano, conhecido como Galo, ostenta acomodações modestas, um estádio - Novelli Jr - que à noite vira “boate”, e tem como ídolo Juninho Paulista. O meia “anão” começou sua carreira lá, antes de “embichar” e plantar raízes no Jardim Leonor. Juninho passou pelo Vasco, chegou à seleção brasileira, onde conquistou a Copa do Mundo de 2002, e passou muito tempo no futebol europeu, defendendo times como o Middlesbrough e o Atlético de Madrid. Em 2005 teve uma passagem apagada pelo Palmeiras, que durou até o final de 2006. Depois de se aventurar por Flamengo e Sydney (Austrália), o meia parou de jogar por um tempo, até decidir tirar as chuteiras do armário e defender o Ituano no Paulistão. Não dá para chamá-lo de “grande reforço”, mesmo.

Enquanto Juninho alçava vôos mais altos, o Ituano se estabelecia no futebol paulista. Entre idas e vinda na série A2 do estadual, o clube interiorano se aproveitou do “inchado” Rio-São Paulo de 2002 - que excluiu várias equipes, incluindo os grandes, da disputa do Campeonato Paulista -, e abocanhou o título estadual. Claro, sem os grandes, que depois disputaram o Super Paulistão. Ridículo, mas é verdade. O Ituano também chegou à 2ª divisão do Brasileirão, mas não conseguiu se manter por muito tempo. Ultimamente não figura nem na série C.

Mesmo não sendo grande coisa, hora ou outra o Ituano enche o saco dos grandes. E o nosso nem se fale. No primeiro confronto da história, em 58, vitória do Galo caipira venceu por 1 x 0. Ultimamente o clube “rubro-negro” deu para complicar nossa vida. Não os vencemos desde 2006. Nos últimos três confrontos, foram duas derrotas por 1 x 0 e um   empate de 1 x 1 no Paulistão do ano passado. Já nos números gerais, o Ituano não assusta. Foram 20 jogos, 12 vitórias do Palmeiras, 3 empates e 5 derrotas, 36 gols marcados e 17 sofridos.

Para enfrentar o Ituano neste domingo, Muricy terá todo o elenco à disposição. O grande problema será o cansaço. Depois do empate contra o Barueri/Prudentino na quinta, pouco tempo sobrou para treinar. Descansar, conversar e tentar manter a concentração para a terceira rodada do Paulistão. O time deve ser o mesmo do último jogo, apesar da atuação contestada. Há previsão de bom público para acompanhar o Palmeiras quebrando o pequeno tabu que o time de Itu criou nas ultimas três partidas. Hora do Verdão mostrar o que é ser “grande” para o “pequeno” Ituano. E o pós-jogo de amanhã sairá tarde, provavelmente na segunda-feira, isso porque todos os integrantes do Passione Verde irão ao jogo, faça chuva ou faça sol, estaremos lá!

Promoção

O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Palmeiras x Ituano, neste domingo, 24/01?

VERDINHO BRIGA PELA VAGA, MAS PERDE NOS PÊNALTIS

Não deu, uma pena. Esse time poderia, sem dúvida alguma, ter se classificado para a final de segunda-feira, mas a sorte não esteve ao nosso lado. Sorte, a única justificativa plausível nessa altura. Não se pode crucificar um menino talentoso como o Ramos, que perdeu o pênalti e fez uma partida apagada. Se não fosse nosso camisa 10 dificilmente teríamos chegado aonde chegamos. Gilsinho, também apagado, é outro. Empolgou a torcida e hoje não fez uma boa partida. Meninos de raça, mas ainda meninos. O mais importante já foi feito: uma base decente, diferente dos outros anos. Resta aproveitar.

O clássico paulista na Copinha levou os torcedores de São Carlos a lotar o estádio. A maioria palmeirense, como era de se esperar. O jogo tinha tudo para ser equilibrado, e no final das contas foi mesmo, mas o foi o Santos quem começou melhor a partida. Numa falta sem necessidade do capitão Maiko, Alan Patrick, que inclusive já jogou no time de cima, bateu com perfeição sem chances para Borges. Depois de tomar gol, o Verdinho se encontrou na partida. Durante quase todo o primeiro tempo, dominou a maioria das ações defensivas e obrigou o goleiro do time do litoral a fazer grandes defesas. Destaques para Christian e Bruno “Sheldon” Turco.

No segundo tempo, uma mudança: a entrada de Francinei para a saída do horrível centroavante Miguel, possivelmente o jogador mais fraco desse elenco. O camisa 9 perdeu um gol incrível no primeiro tempo, nada surpreendente se tratando de sua “técnica apurada”. A entrada de Francinei mudou a equipe. O Palmeiras continuava superior e o Santos se aproveitando dos contra ataques. Dominar o jogo não é o bastante no futebol. A velha frase “quem não marca, leva” é verdadeira. Renan Mota deu um belo chute de fora da área, mais uma vez sem chances para Borges. Não foi o fim. O Verdinho reagiu e conseguiu finalmente marcar com Patrick, que entrou no lugar de Afonso.

Quando parecíamos muito vivos para buscar o empate, um balde de água fria abateu a equipe. Falha na saída de bola com Borges e Gabriel Silva, Tiago quase foi derrubado pelo atabalhoado Wellington, mas conseguiu marcar. Os 3 x 1 aos 37 minutos pareciam ter acabado com a partida. Mas não, o Verdinho teve forças para reagir. E a reação começou com Gabriel Silva, aparecendo de surpresa na área e batendo forte, diminuindo a diferença no placar. Dois minutos depois, aos 44, aconteceu o que para muitos já era impossível. Francinei fez grande jogada pela esquerda e chutou a meia altura na área para Patrick empatar o jogo. Emocionante. O juiz, que deu pouco de acréscimo, ainda participou uma cena ridícula, roubando a bola do menino Gilsinho e acabando a partida.

Os pênaltis. Eles já  nos deram Libertadores, já nos tiraram outra, e foram eles que nos impediram de chegar à final da Copinha. Tudo ia bem pras duas equipes até Borges pegar o chute de Tiago. Sim, ele pegou, mas por uma infelicidade imensa a bola tomou o rumo das redes. Em seguida, foi a vez de Ramos, nosso camisa 10, em minha opinião o melhor jogador do Palmeiras nessa Copa São Paulo, ao lado de Gabriel Silva. Ele bateu a meia altura, fraco, e o goleiro Rafael pegou. Renato cobrou para o Santos, fechando as penalidades. O time da Vila Belmiro pega a bicharada na final, dia 25 no Pacaembu.

Com certeza é uma frustração. Acreditávamos muito nesses meninos. Agora, com cautela, o que importa é aproveitar a boa safra. Gabriel Silva, Gilsinho, Ramos, Bruno Turco, Luis Felipe, Afonso, Francinei, Patrick, bons meninos com futuro, uns mais promissores do que outros, mas igualmente merecedores de pelo menos uma chance para treinar com a equipe principal. Muricy, que sempre revelou bons jogadores, terá a calma para lapidar essa molecada e lançá-los na hora certa. Sorte para eles e para nós. Parabéns Verdinho, valeu pela luta!

Créditos da foto: Agência Lance.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

COMEÇOU...

Já ouviu aquela frase: “mudam-se as moscas, mas a bosta é sempre a mesma”? Pois é. O ano passou, os jogadores mudaram, até o Barueri mudou de cidade, mas a arbitragem continua num nível de “filha da putisse” intolerável. Com a bola rolando, um futebol fraco, problemas com falta de jogadores (bons) à disposição no banco, mais problemas ainda com aqueles em campo, em especial um colombiano corredor, ou seja, você não verá aqui nada que você já não tenha visto antes. Haja saco.

Todo começo de ano é igual. A velha desculpa de falta de condição física. Desculpa, porém, que nós sabemos ter seu fundo de verdade. O que se esquecem de mencionar, é que isso acontece com todos os times. O Palmeiras, pesado, pegou o Barueri igualmente pesado. Até aí tudo na mesma. Mas o “peso” do time LTDA não influenciou no rendimento da equipe no início dos dois tempos. Enquanto o nosso time, que não é empresa, começou a partida numa “soneca” só. Destaque para a nossa Av. Pablo Armero, com alto fluxo de jogadores indo e voltando com a maior calma do mundo. E foi lá que o Palmeiras deu início à sua complicação no jogo. A jogada se desenvolveu por um buraco na lateral e Éder, ex-bambis, deu um bonito passe para o infernal Flavinho abrir o placar.

O suficiente para o Palmeiras acordar, mas não o bastante para melhorar o futebol da equipe. Ainda assim conseguimos o empate. Deyvid Saconni arriscou de longe, a bola desviou e matou o goleiro Márcio, aquele mesmo, ex-Paulista e Grêmio. Além disso, o de sempre. Um jogador pega bola, é derrubado na área, o juiz olha a camisa e o manda se levantar. Diego Souza, por duas vezes, e Sacconi, em minha opinião sofreram pênaltis não assinalados (grande surpresa) pela arbitragem. Pênaltis que o comentarista da Sportv, Sr. Maurício Noriega, que ganha muito pra falar besteira, não viu.

Na volta do intervalo, nada de mudanças. Aliás, foi a mesma coisa do início do primeiro tempo: o Palmeiras se esforçando para levar um gol. Antes que isso acontecesse teve bola na trave do Barueri com Tadeu, e uma nossa também, de Robert. Eis que Paulo César de Oliveira resolve chamar a atenção para si. Primeiro um pênalti de Danilo, indiscutível e inútil. Tadeu bateu, a bola explodiu na trave e na volta Marcelo Oliveira tocou para o mesmo Tadeu, em posição claríssima de impedimento, fazer o gol. Revolta dos nossos jogadores que partiram pra cima do juizão e do bandeira, obviamente nada adiantou.

Tivemos que correr atrás do empate novamente. Tentamos de todas as maneiras, mas não havia jeito de chegar ao gol. Muricy mudou, até de maneira confusa. Saíram Figueroa e Av. Pablo Armero, para a entrada de Eduardo e Daniel “Fraquinho”. A mudança positiva não foi a entrada desses jogadores, mas sim os deslocamento de Márcio Araújo para a lateral direita. O volante improvisado fez com que o Palmeiras criasse chances de empatar. E foi em cima dele que surgiu a falta que resultou no gol de empate. Cleiton Xavier bateu com categoria para Diego Souza cabecear sem grande dificuldade e igualar o marcador. Faltavam alguns minutos, mas não passou disso. Fim de jogo e muita reclamação, principalmente de Muricy e Diego, que não pouparam as orelhas “sujas” do homem do apito.

E é isso, a mesma sacanagem de sempre. O juiz não viu? Viu sim. O Palmeiras merecia resultado diferente? Não, não merecia. Mas um erro não justifica o outro. Não quando o erro de “um” prejudica o “outro”. Depois da palhaçada, cartão de visitas da arbitragem para 2010, o Verdão volta a campo no domingo contra o Ituano no Palestra Itália. O jogo será à 17h. Enquanto isso, pouco treino e muita conversa, já que não sobrará tempo para Muricy botar o time para treinar como gostaria e deveria. Ah, esse nome você já conhece bem, mas não custa lembrar: Paulo César de Olivera. Olho nele, embora não adiante muita coisa.

Créditos da foto: Agência Lance. 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

VERDINHO VENCE A LUSINHA E ESTÁ NAS SEMIFINAIS

Poderia ter sido mais fácil, mas nós gostamos de emoções fortes. Aliás, “nós” eu não sei, mas a nossa zaga... A torcida compareceu, o time cooperou, teve golaço, teve emoção e teve classificação. O Verdinho mais forte dos últimos anos chegou às semifinais e terá uma pedreira pela frente: o clássico contra o Santos, vulgo time de vovô. Eles parecem prontos para esse desafio. E você, está preparado?

Mais uma vez, a palmeirense São Carlos recepcionou a molecada alviverde na Copinha. Tudo pronto para um belo jogo no interior paulista. Com a bola rolando, as previsões se confirmaram e foi realmente um jogão. O Palmeiras começou muito bem, principalmente pelo lado esquerdo com Gabriel Silva e Ramos, hoje como titular. Já a Portuguesa quase não teve chances no ataque na primeira metade da partida. Tanto que, não muito tempo depois do apito do árbitro, o Verdinho abriu o placar com Wellington, aproveitando-se de cobrança de falta fechada de Ramos pela direita. Com a desvantagem no placar, a Lusa cresceu na partida e passou a aproveitar a velocidade dos atacantes para oferecer mais perigo. Uma falta na meia-lua assustou. A bola explodiu na trave de Borges.

O Palmeiras voltou a dominar a partida e chegou ao segundo gol, novamente pelo alto. Primeiro Gilsinho, depois de jogada de Christian, mandou uma bomba de fora da área e exigiu grande defesa do goleiro Tom, da Lusa. E mais uma vez dos pés de Ramos, pela direita, um zagueiro marcou para o Verdinho. Agora Maiko, depois de rebote do goleiro. Com a vantagem confortável no marcador, o Verdinho diminuiu o ritmo e começou a tocar a bola atrás. A falta de ímpeto fez com que a Lusinha chegasse com mais freqüência e, no final do primeiro tempo, depois de bobeira da zaga, a Lusa diminuiu o placar.

Os dois times voltaram do intervalo sem alterações. O Verdinho, assim como no início da primeira etapa, chegava com propriedade no ataque. E então o camisa 10 apareceu novamente. Um pouco sumido no jogo, mesmo depois de participação nos dois gols, Ramos pegou uma bomba de fora da área e fez um golaço! Foi o quarto dele na Copinha, o mais bonito deles. Parecia que o jogo estava resolvido. Só parecia. Foi quando a zaga, que fez sua parte lá na frente, resolveu aparecer negativamente. Dentro da grande área, Wellington e Maiko fizeram uma besteira incrível. Seria cômico se não fosse trágico. O capitão conseguiu chutar a bola em cima do atacante da Lusa que, ao contrário dos adversários, não bobeou e colocou o time do Canindé de novo no jogo.

Depois do segundo gol da Portuguesa, veio mais pressão. Na frente, os atacantes continuavam perdendo chances de matar a partida. O técnico Juninho colocou Patrick e Francinei, tirando os cansados Afonso e Ramos, tentando se aproveitar dos contra-ataques. Mas era a Lusa que levava mais perigo. Felizmente, além de competência, tivemos sorte. O tempo passou, eles desperdiçaram as oportunidades e, já nos acréscimos, Francinei fez bela jogada individual e levou uma rasteira na grande área,acabando com o jogo. Pênalti cobrado por Luis Felipe no cantinho direito, raspando a trave. E já não dava mais para a Lusa reagir.

A vitória colocou o Verdinho na reta do Santos, que venceu hoje o Paulista de Jundiaí por 2 x 1. A equipe da Vila Belmiro, diferente dos nossos meninos, já perdeu na primeira fase e não está invicta. Do outro lado da chave, um confronto de outro time verde contra uma equipe “alegre”. As meninas do Jardim Leonor bateram o Cruzeiro e enfrentarão o Juventude de Caxias do Sul, que já eliminou os gambazinhos da competição. Os gaúchos passaram pelo time do Zico, o CFZ de Brasília, ontem no estádio do Nacional, na capital paulista. O nosso Verdinho joga sábado e se tudo correr bem, no aniversário de São Paulo, segunda-feira dia 25, também entra em campo em busca do título inédito da Copa São Paulo de Juniores. Força molecada!

Créditos da foto: Futura Press.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PRÉ-JOGO - GRÊMIO RECREATIVO… PRUDENTINO?

Já ouviu falar de um clube que muda de uma cidade para outra? Provavelmente sim, se tratando de NBA. Até 2002, as “abelhas” do Hornets eram da cidade de Charlotte, na Carolina do Norte, mas desde então o clube se situa em New Orleans. Outro caso, também conhecido na poderosa liga americana de basquete, é o do Lakers. Sim, Los Angeles Lakers, embora não tenha sido sempre assim. Um ano depois da fundação em Detroit, os Lakers criaram sede em Minneapolis, Minnesota, onde ficaram até 1960. A mudança à Califórnia deveu-se ao baixo faturamento de bilheteria. Mas a bola do jovem Grêmio Barueri não é laranja, e a língua não é o inglês. O que falou alto na decisão surpreendente, pra não dizer bizarra, da direção da equipe em mudar de cidade foi o poder, o comando, ou como queira, o dinheiro mesmo.


A cidade de Barueri faz parte da região metropolitana de São Paulo. É a 9ª mais rica do país. Recentemente o município, que fica a apenas 26 km da capital, resolveu investir em esportes. Com isso, o Grêmio Barueri, criando em 89, entrou em ascensão definitiva no cenário do futebol paulista e também no nacional. Em 2008 teve sua maior conquista: a vaga para disputa da série A do Brasileirão. A jovem equipe também era admirada por um patrimônio que talvez clube brasileiro nenhum possua no mesmo nível: sua ainda inacabada Arena. Mesmo sem a conclusão do projeto, que fica cada vez mais bonito, a Arena Barueri chama atenção pelo gramado perfeito, ótimas acomodações, vestiários de padrão internacional e mais uma centena de atributos que a maioria absoluta dos estádios nacionais nem passam perto de ter.


Isso é um clube de futebol, certo? Errado. A prefeitura da cidade, que investiu o rico dinheirinho do contribuinte para proporcionar a elogiada estrutura à equipe, queria que administração do Barueri passasse a ser compatível com a de um clube, não só de futebol, já que a estrutura era usada para a prática de outros esportes. Mas a direção bateu o pé. Nada de associados e de eleições diretas. O grupo que comandava o futebol transformou o clube em empresa: Grêmio Barueri Futebol LTDA. Obviamente, a atitude um tanto quanto suspeita deixou a secretaria de esportes do município em alerta. Muitas discutições, inúmeras exigências e nenhum acordo levaram a uma atitude drástica da direção: tirá-lo da cidade.


Eis que surge Presidente Prudente na história do Grêmio Barueri. A cidade tem mais de 200 mil habitantes, 587 km distante da capital, com quase 100% da população alfabetizada, uma das melhores cidades para se viver no país. Presidente Prudente possui o estádio de maior capacidade de público do interior paulista, que vira e mexe recebe clássicos da capital: o Eduardo José Farah, mais conhecido como Prudentão. Sejamos honestos: aquilo é um clássico “elefante branco”, já que a cidade não tem um time, ou pelo menos um que não seja de várzea. Já vi time sem estádio (e sem Libertadores), mas estádio sem time é um desperdício. Juntando a fome com a vontade de comer, o Grêmio Barueri arrumou as malas e caiu no colo de Presidente Prudente.


Outra mudança deve acontecer. Como ocorrido por 100 milhões de vezes com o Paulista de Jundiaí, outrora conhecido como Etti ou apenas Jundiaí, a equipe “divorciada” deve adotar o nome da nova casa e passar a se chamar Grêmio Recreativo Prudentino. Enquanto isso, aquela beleza de estádio nas cercanias da capital ficará em posse da prefeitura da cidade. A Arena não será usada somente pela nova equipe da cidade, o Sport Club Barueri, que começará a sua jornada na série B2 do Paulistão, mas também para uso de Palmeiras e São Paulo que reformarão seus estádios.


Resumindo essa enrolação toda: nosso adversário de quinta-feira tem dirigentes que não estão nem um pouco afim de largar o osso, não querem sequer pensar na possibilidade de parar de mamar nas tetas do futebol do clube, o que significa que o Grêmio Barueri (futuro Prudentino) é um clube 100% brasileiro. O desafio agora é manter-se na série A do Brasileirão e ver o que acontece no Paulista. Já que, falando de bola rolando, a equipe perdeu vários jogadores, incluindo aquele que eu considero o melhor deles, o meia-atacante Tiago Humberto, que agora está no Inter de Porto Alegre. O técnico Vinícius Eutrópio terá trabalho para arrumar a casa. Na estréia do estadual, a equipe suou para arrancar um empate no finzinho do jogo contra o “grande” Sertãozinho. E se depender do passado, a vida deles contra o Verdão será pra lá de complicada.


No total foram apenas 5 jogos, com 3 vitórias nossas e 2 empates, 11 gols marcados e apenas 4 sofridos. O primeiro confronto da história foi em janeiro de 2007 no Palestra Itália, válido pelo Paulistão. Na época, o time treinado por Caio Junior, só conseguiu um empate por 1 x 1 com o caçula da primeira divisão paulista, gol de Christiano. O último confronto também foi no Palestra Itália, pela 23ª rodada do Brasileirão de 2009, mas a nossa sorte foi outra. Vitória apertada por 2 x 1, gols de Diego Souza e Vagner Filho da Puta Love. Nesta quinta-feira, o nosso grande desafio será o de superar o calor da cidade do oeste paulista. O Barueri deve estrear alguns reforços, entre eles, o rodado centroavante Tadeu, que já passou por times como Juventude, Grêmio e Figueirense.


Já o Verdão vem empolgado com a estréia de goleada contra o Mogi Mirim, 5 x 1, no Palestra, com grandes atuações de Diego Souza e Cleiton Xavier. Ainda em começo de temporada, Muricy pede tempo para que o time comece a desenvolver um melhor futebol, já que a parte física prejudica bastante. O que deve ajudar é o fato da equipe ter mudado muito pouco desde o final do ano, o que já deu sinais claros de entrosamento no primeiro jogo. O Palmeiras não deverá ter novidades, apenas especula-se que Deyvid Sacconi possa começar como titular, ao invés de William. O jogo será nesta quinta, dia 21, em Presidente Prudente, às 21h. Que venha o Barueri, digo, o Prudentino, ou seja lá o que for!



Promoção


O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Grêmio Barueri (ou Prudentino) x Palmeiras, nesta quinta, 21/01?