quarta-feira, 29 de setembro de 2010

VERDÃO JOGA MUITO E VENCE TERCEIRA CONSECUTIVA EM NOITE DE MARCOS ASSUNÇÃO


O homem estava inspirado hoje. Contou com a ajuda da chuva e do goleiro frangueiro do Inter? Contou. Mas não importa, ele foi certeiro. O nome dele: Marcos Assunção. Não é a primeira e ainda bem, não será a última vez que o pé calibrado do volante veterano nos dará a vitória, mas dois gols é bem difícil que aconteça novamente. O mais importante, não foi somente graças a Assunção que a terceira vitória consecutiva veio, e sim ao belíssimo jogo que toda a equipe fez. Com vontade, muita determinação e até momentos de técnica, a Arena Barueri viu um jogo onde um dos times mandou em 80% do tempo. E esse era o Palmeiras. Jogando dessa forma, dá gosto de ver!

São Paulo é assim: às vezes não chove e o clima parece de deserto nos centros urbanos; às vezes chove demais. Estamos na segunda opção. Por esse e por outros motivos o público não foi tão bom nesta noite. E que sorte demos de ter um gramado desses a disposição. Agüentou cada pingo de chuva que caiu durante a partida. O Palmeiras, que vinha de uma bela vitória contra o Flamengo fora de casa, pegou o Internacional, que no domingo despachou os favelados quase no último minuto de jogo. De diferente na nossa escalação, só Maurício Ramos, que voltou à equipe depois de cumprir suspensão.

Com a bola rolando, um jogo um disputado, muito concentrado no meio-campo e com poucas finalizações na primeira metade da etapa inicial. Até que a equipe visitante tomou coragem para investir no ataque, mas Deola fez uma lindíssima defesa em cabeçada de Edu. Não muito mais do que isso. As ações a partir daí tiveram um único dono, o Palmeiras. Valdivia estava endiabrado. Driblava, passava, roubava bolas, corria, apertava... E o time correspondia com a vontade do chileno. Todos, sem exceção, correram e apertaram na marcação em praticamente todo o jogo. E que ótima partida fez o menino Gabriel Silva, finalmente melhorando, e muito, seu desempenho. Foi ele que sofreu uma falta, longe da área, mas ainda assim uma falta. Aliás, a falta. Maurício Noriega durante a transmissão bem disse: “o homem é um fenômeno”. Renan duvidou disso e não colocou barreira. Resultado? Cobrança perfeita de Marcos Assunção no canto esquerdo.

O Verdão não conseguiu ampliar no primeiro tempo, mas não se deixou pressionar depois de abrir o placar, pelo contrário, cresceu ainda mais no jogo. Na volta do intervalo, Palmeiras sem mudanças e o Inter substituiu Damião por Alecsandro, o que não mudou nada para os colorados.  Já o Palmeiras não desperdiçou a chance, aos 13 minutos, em falta muito parecida com a do primeiro gol. E ele, novamente, marcou. 2x0 para o verdão. O goleiro do Inter pode ter ajudado nessa, mas a verdade é que Marcos Assunção bate falta como poucos. Depois disso o time do Inter teve algumas chances, mas o Palmeiras não deixou de ser dono do jogo e poderia até ter aumentado o placar. Logo após o segundo gol, Valdívia serviu Kléber, livre, que perdeu uma ótima oportunidade. Aliás, aos 39 minutos o Gladiador fez bela jogada, driblando os marcadores, mas o goleiro Renan parou o que seria um lindo gol.


E foi assim, com uma bela exibição, que chegamos a terceira vitória seguida. Longe do Pacaembu, por sinal. Nenhum dos jogadores foi mal hoje, uns brilharam menos do que os outros, mas se falharam em algo, compensaram em outro sentido. Vítor mais uma vez mostrou evolução e Gabriel Silva finalmente parece o menino que jogava na base palmeirense. Danilo foi seguro, Deola fechou o gol, Edinho protegeu a zaga, Marcos Assunção foi preciso, Kléber lutou e quase quebrou a coluna de Sorondo com dribles e por muito pouco não fez um golaço, Valdivia foi um monstro. Só faltou um gol do Mago. Quanta diferença em relação ao time de alguns jogos atrás! Agora o próximo compromisso será no sábado, o clássico contra o Santos da bichinha topetuda, na Vila Belmiro. Fora de campo, o Palmeiras continua uma bagunça, talvez ainda maior do que já era, mas dentro parece que finalmente começa a se acertar.


Créditos da imagem: uol

sábado, 25 de setembro de 2010

VERDÃO DESPACHA O FLAMENGO E VENCE SEGUNDA SEGUIDA FORA DE CASA

Foto: Marco Antonio Rezende/UOL 
Hoje o post saíra mais tarde por conta de alguns compromissos, mas logo mais será postada nossa análise do jogo. Por enquanto, fiquem com a foto da vitória do Verdão, fora de casa, contra o Flamengo por 3 x 1, com direito a dois gols do Gladiador.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PALMEIRAS FAZ O SIMPLES E BATE O LATERNA FORA DE CASA

Não foi um grande jogo nem um grande resultado, mas quando a instabilidade do time fica cada vez mais evidente, não há nada melhor do que somar pontos. E mais uma vez a vitória veio fora de casa. Enquanto no Pacaembu o time não engrena, fora da capital o Palmeiras tem arrancado pontos do anfitrião. A vítima de hoje foi o Grêmio “Cigano” Prudente, atual laterninha do Brasileirão. Jogo sonolento, com alguns sustos, mas vencemos. Quando a fase está ruim, melhor nem reclamar, mesmo que não jogue bem.

A camisa verde-limão finalmente teve uma grande utilidade. Foi ela quem iluminou a “boate” de Presidente Prudente, também conhecida como Prudentão. Com as luzes mais capengas que as duas equipes, o breu que se instalou no gramado pelo menos escondeu um pouco do futebol feio exibido. Mais uma vez sem criação, o Palmeiras não conseguia criar grandes jogadas e nem os 200 volantes davam segurança na defesa, ainda mais com Rivaldo em campo. Reclamar dessa lástima já virou rotina. Quem não reclamou do perna-de-pau foi o Prudente, que se aproveitou das cagadas do camisa 11 para se aventurar no ataque. Vítor, que vem melhorando, embora não tanto, também não fez um primeiro tempo inspirado. Assistindo o jogo, pensei: “Vítor ou Rivaldo, quem acertará um cruzamento primeiro?”. Sabe que ainda não sei?

Como já era de se imaginar, não saiu coelho desse mato na primeira etapa. E na volta do intervalo quem saiu (amém) foi Rivaldo para a entrada de Gabriel Silva. O garoto nem fez um bom jogo, mas só de não ter aquela ameba na lateral já é um grande ganho, é como jogar com 11 jogadores. Assim sendo, desde o início do segundo tempo o Palmeiras foi melhor. Nada que realmente se encha os olhos, mas passou a tomar as ações do jogo. Estava claro que uma hora ou outra acabaríamos chegando ao gol. E assim aconteceu. Vítor não acertou um cruzamento, mas lançou bela bola para Edinho entrando pela direita. O volante, no jeito Edinho de ser, cruzou meio desajeitado, mas no lugar certo. O estreante Dinei, o atacante Sem-Queixo, não chegou. Na sobra, Marcio Araújo bem que tentou, mas não conseguiu errar. Gol do camisa 8, que não é tão ruim quanto alguns dizem e pensam, e nem é tão bom quanto Felipão quer.

Sendo o Palmeiras, nada pode ser muito fácil, não é mesmo? Por isso o Grêmio Prudente apertou, enquanto perdíamos chances, não tantas, mas algumas, de matar o jogo. Susto mesmo só no final, quando o jogador adversário marcou o gol de empate, corretamente anulado. E foi assim que terminou essa partida modorrenta no calor prudentino. O “menos pior” venceu. Ruim mesmo foi a arbitragem de Heber Roberto Lopez, que inverteu faltas, marcou coisas que não existiam, ignorou uma agressão em Pierre e para a nossa sorte, em minha opinião, deixou de marcar um pênalti para o Prudente ainda no primeiro tempo quando o mesmo Pierre tirou cruzamento com a mão.

Jogando bem ou não, conseguimos os 3 pontos. Mais do que a vitória, o importante neste momento foi a sensação de alívio que veio com o resultado. Nisso que o Palmeiras se resume ultimamente: entre alívio e desespero. Felicidade mesmo é algo raro. Agora jogaremos mais uma fora, contra o Flamengo no Engenhão. Para enfrentar o Bangu III teremos a volta de Valdivia, que pode (e deve) iniciar a partida como titular. Desfalque apenas de Maurício Ramos, que levou o terceiro amarelo, além de Ewerthon que ficará bom tempo de molho pela contusão no clássico. Que esse Palmeiras eficiente continue a funcionar fora de casa, que a ineficiência logo seja contornada no Pacaembu.

Créditos da foto: Celio Messias/Lance Press.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A ARRANCADA HERÓICA – UMA HISTÓRIA QUE NÃO DEVE SER ESQUECIDA


Cresci ouvindo meu pai contando “causos” e fatos sobre o Palestra Itália. Desde pequena aprendi tudo sobre esse glorioso clube, desde sua criação. Talvez eu fosse a única criança de 4 anos que soubesse quem eram Luigi Cervo, Vicenzo Ragognetti, Luigi Emanuele Marzo e Ezequiel Simone. A não ser que outros pais também ensinassem essas coisas aos filhos pequenos, como se fosse uma aula de música. Aliás, eu ficava sempre maravilhada, mesmo que, às vezes, não entendesse nada. Mas só de ouvir meu genitor falando com tanto amor e respeito, já me sentia admirada e hipnotizada.

Minha primeira grande lembrança é de uma comemoração de meu pai e meu avô pelo título Paulista conquistado em 1934, o primeiro e único tri de nossa história. Não sabia bem o que fazer, mas pulei junto, gritei, sempre com as mãozinhas pra cima e de punhos cerrados. Depois nos abraçamos, meu pai me pegou no colo, me jogou pra cima e disse: somos tri campeões! Eu nem sabia o que isso significava, mas fiquei muito feliz com o sorriso dele.

Não me lembro de minha mãe, mas ela gostava do Palestra. Papai me contou que quando soube da gravidez, ela disse: “essa garotinha será uma palestrina de primeira, pode ter certeza”. Meu pai ficou amuado, pois queria um menino, mas mamãe o acalmou: “eu sei que é uma menina e não adianta fazer essa cara. Mas ela terá tanto amor quanto você pelo Palestra”. Soube que quando ele me viu pela primeira vez, não conseguiu segurar e emoção e me enrolou num manta do Palestra, feita pela minha avó.

Aos 6 anos, pedi que ele me levasse pra ver o Palestra jogar. Ouvia as conversas longas e emocionadas que meu avô e ele mantinham e queria sentir a mesma coisa. Mas ele disse não, que estádio não era lugar para meninas. Fiquei brava, chorei de raiva. Mas estava decidida. No dia seguinte, perguntei pra ele novamente. Papai me olhou, riu e depois disse: vá tirar as roupas do seu primo agora. Mas ele não mudou de idéia.

Continuei a ouvir os jogos pelo rádio, não perdia nenhum. Tentava imaginar como eram o campo, as redes do gol, a bola, as chuteiras e camisas dos jogadores. Mas toda vez que tinha jogo, me amaldiçoava por ser mulher. Chorava em silêncio, quietinha no meu canto e esperava meu pai chegar para me contar como foi ver de perto. Como eu adorava aqueles relatos! De certo modo, me sentia lá também.

Em meados de 1940, comecei a perceber algumas coisas estranhas nas notícias dos jornais e nas conversas inflamadas de meu pai e avô. Estavam tentando pegar o nosso estádio! O Palestra teria que mudar de nome. Quando li aquilo chorei muito, amassei o jornal e corri pela casa procurando consolo. Não aceitava a idéia de chamar o meu amado clube por outro nome. Meu pai me disse que tudo era culpa da guerra e não conseguiu falar mais nada. Mas entendi tudo olhando aqueles olhos marejados. Comecei a imaginar canhões apontados para o campo e os jogadores enfileirados. Fiquei desesperada.

Em 1942, não houve como remediar a situação. O Palestra Itália virou Palestra de São Paulo. Quando papai me disse, tentei ser forte e consolá-lo, pois estava realmente triste. Eu disse que não importava o nome, continuaria sendo o nosso clube tão amado. Mas o que me revoltou mesmo foi a atitude de um tal São Paulo Futebol Clube, clube recém saído das fraldas, que tentou se aproveitar do Decreto-Lei do Getúlio para tomar posse  do nosso patrimônio, comprado com recursos próprios. Perguntei ao meu pai como isso era possível e ele apenas disse que certos clubes não tinham honra, muito menos escrúpulo. E como se não bastasse, o novo nome do Palestra não foi aceito. Papai gritava pela casa: “mas Palestra tem origem grega! Infames!” E eu repetia de forma veemente cada palavra. Até que no dia 14 de setembro de 1942, o Palestra de São Paulo virou Sociedade Esportiva Palmeiras. Olhei a notícia no jornal, meu pai ao lado bufando de ódio, mas de repente, sua expressão mudou, ficou mais leve. Então ele virou para mim e disse: “minha filha, o Palestra Itália continuará sempre no Palmeiras, jamais se esqueça disso. E o Oberdan continuará jogando de azul”. Chorei com ele durante um longo tempo e perguntei se algum dia eu iria ver a camisa e as defesas de nossa Muralha. Ele não me respondeu.

A semana passou rapidamente, mas jamais imaginaria que o dia mais feliz de minha vida estava tão próximo. Estávamos todos ansiosos porque o Palestra, agora Palmeiras, disputaria o título do Paulista contra o time invejoso. A atmosfera era toda diferente pelas circunstâncias, e isso nos deixava ainda mais apreensivos. E no dia derradeiro, 20 de setembro de 1942, papai acordou sorridente e depois de almoçarmos a macarronada da vovó, ele olhou para mim e disse: “Chegou o seu dia. Você verá a Arrancada Heróica”. Naquela hora, minhas pernas tremeram, meu coração disparou, abri e fechei a boca várias vezes sem saber o que dizer, e meus olhos brilharam tanto que pareciam duas estrelas. Eu veria o Palestra-Palmeiras! Finalmente, meu maior sonho seria realizado! Quando o choque passou, comecei a chorar e pulei no pescoço de papai. Ele me abraçou como nunca fizera antes.

E lá estávamos no Pacaembu. Que lindo dia, que sensação maravilhosa. Antes de entrarmos, papai colocou as mãos sobre meus ombros e disse: “essa é a segunda casa do Palestra”. Fiquei estupefata quando entrei e vi todos aqueles torcedores. Tentei fotografar mentalmente cada lugar, cada pedacinho do estádio. Muitas pessoas me olhavam e eu apenas sorria. Papai estava radiante. Esse também era o sonho da vida dele, apesar de nunca tê-lo admitido. 

O Palmeiras estava prestes a entrar em campo. Eu não conseguia ver porque havia muita gente atrapalhando minha visão. Observando meu desespero, papai me pegou rapidamente e colocou-me nos ombros. E eu pude ver o meu goleiro, os meus jogadores, a bandeira nacional. Essa é a imagem mais linda que tenho em minha mente até hoje. Que momento mágico! O estádio explodiu em aplausos diante de cena tão emocionante. Mas notei que os semblantes dos jogadores estavam enérgicos, duros, demonstrando ódio. E foi assim que jogaram a partida, dando tudo de si, suando sangue!

O eterno Palestra abriu o placar aos 20 minutos, com Cláudio, mas pouco tempo depois o time sem caráter empatou com Waldemar de Brito. Ainda antes do apito ser ouvido, Del Nero colocou o Palmeiras na frente novamente, e assim terminou o primeiro tempo. Na segunda etapa, logo aos 14 minutos, Echevarrieta faz 3x1 e o Pacaembu entoava uma só canção, “Palestra, Palmeiras!” Isso fez meu coração bater ainda mais forte. Nossa origem não seria esquecida jamais. E aos 19 minutos, não mais aguentando jogar contra um time verdadeiramente honrado, os inimigos fugiram de campo, após a marcação de um pênalti a favor do Palestra. Todos vaiaram aqueles covardes. A humilhação ficaria na história para todo sempre.

A goleada seria maior, mas nada mancharia aquele episódio, o resultado já era suficiente para que ninguém esquecesse esse dia. Chorei quando vi as lágrimas deixadas no campo pelo Oberdan. Eu vi, eu sei que vi. Exultei com a conquista de mais um título. Perdi a voz gritando “Aqui é Palmeiras!”. Foi o dia mais feliz da minha vida. O dia em que o Palestra morria líder e o Palmeiras nascia campeão!

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O momento pode não ser o melhor, mas jamais podemos nos esquecer dessa data tão marcante. Hoje é o dia do Palmeiras, dia do clube que possui um passado ilibado e pode se orgulhar disso. A história não pode ser esquecida. Os momentos mágicos devem ser contados e recontados. Não olvide de seu orgulho, palestrino. Aliás, não olvide de seu orgulho palestrino!

domingo, 19 de setembro de 2010

PALMEIRAS SEM VERGONHA PERDE VERGONHOSAMENTE PARA O ANTI-TIME

Minha vontade é começar este texto repetindo, novamente, a palavra vergonha. E isso não seria exagero algum de minha parte. E eu não estou falando apenas do episódio de hoje, mas de todo um histórico que vem aumentando seus capítulos há um bom tempo, o que piorou desde o fatídico fim de 2009. Tenho vergonha de alguns (alguns?) jogadores que atualmente vestem a nossa camisa, mas isso não é nada perto da vergonha que tenho da atual diretoria, na qual eu confesso que acreditei, mas mostrou-se omissa e incapaz.

Do jogo contra as madames, nesta tarde, posso dizer que foi ruim, daqueles em que você pensa “poxa, eu devia ter ido para aquela festa chata que me convidaram”. Não foi um show de horrores como os dois clássicos “trash” que o Palmeiras fez contra o Vasco, neste ano – e alguns que o timinho das bichas também tem feito –, mas também não foi nada bom. Um primeiro tempo cheio de erros, “pegado”, com faltas duras (e por vezes mal punidas), poucas chances de gol. Sério, o Mano Menezes não tinha jogo melhor pra ver hoje?

No primeiro tempo ainda tivemos a expulsão de Felipão. Sobre isso, tenho a dizer que ele poderia evitar, mas que o árbitro também foi rigoroso como não é de hábito com outros. O técnico diz que falou ao Tadeu para avisá-lo de que a barreira numa cobrança de falta do Palmeiras estava errada (e realmente estava), que até o filho dele de cinco anos sabe contar onze metros. O repórter da Band disse que as palavras de Felipão afirmavam que seu filho de cinco anos apitava melhor que o árbitro. Em todo caso, como disse o próprio repórter da Bandida, foi rigoroso demais tendo em vista o que se ouve na beira de um gramado, sem punição tão dura. Alguns dizem que Felipão e Kléber podiam evitar certas punições por reclamação, eu concordo em partes, porque com o Palmeiras nada pode, com os outros tudo pode, ninguém faz nada e é ridículo ficar de cabeça baixa diante disso. Está claro o tratamento desigual em relação ao Kléber, evidente a rigidez maior com Felipão, porém, eles não são os responsáveis por resolver a situação, e reclamando só pioram as coisas. Mas o que fazer se quem deve reclamar parece não ver nada?

No segundo tempo o jogo só piorou. Para nós. Não que o super time da soberana tenha feito uma grande segunda etapa, mas fizeram o suficiente, e o Palmeiras também, para a vitória delas. Sem querer me alongar, não estou com muita vontade de falar nisso, gols de Lucas (quem?) aos 9 minutos, de Fernandão aos 31. Alguma pressão delas, pouca atitude nossa. O Palmeiras já tem um ataque patético, sem o nosso Gladiador é risível, Valdívia não está em sua melhor forma e, mesmo que fosse o caso, dificilmente resolveria tudo sozinho. Quando sai um de seus ótimos passes, que servem os atacantes para o gol, não há quem resolva. E a nossa defesa? Às vezes tão sólida e tão ruim, no mesmo jogo, é uma irregularidade assustadora.

Hoje o Palmeiras entrou em campo com uma camisa linda, saudosa, carregando a bandeira de nosso país, fazendo menção ao que aconteceu há 62 anos, quando elas se aproveitaram de uma medida ridícula do governo nacional para tentar tirar o que é nosso. Na ocasião o Palestra foi forte, tornou-se Palmeiras, continuou campeão. E as vitórias do “novo” Palmeiras começaram no dia 20 de setembro de 1942, logo após mudar o nome, contra o adversário que se tornou então inimigo. Afinal, não é fácil ser ameaçado de perder seu patrimônio, ter que trocar de nome, e ainda contar com a apunhalada nas costas de quem você, anos atrás, ajudou a não falir.

Confesso que a alegria de saber que os jogadores entrariam em campo com aquela camisa igualou-se à frustração de ver que ela foi tirada antes mesmo do hino. Depois, ao decorrer do jogo, refleti que esse time realmente não merecia passar tanto tempo com aquele manto, seria uma vergonha ainda maior. Já não merecem o escudo que carregam no peito. Mas talvez eu esteja certa em pensar que, embora a decepção, vergonha e raiva pelo resultado de hoje, vitórias e derrotas existem, mas aquela camisa, aquele breve ritual da bandeira brasileira carregada pelo então Palmeiras, sempre Palestra, foi algo importante para nos lembrar, em dia tão ruim, quem é o verdadeiro campeão e quem é o covarde que apunhalou e depois fugiu. Há coisas que jamais devemos esquecer...

Eu temo pelo Palmeiras. Por mais que saiba da força e da história, por mais que a própria lembrança da Arrancada Heróica me faça pensar que quando tudo estiver perdido, o Palmeiras encontrará sempre uma forma de se levantar e vingar aqueles que o tentaram derrubar, confesso que temo. Temo porque a História nem sempre se repete, pelo contrário, geralmente surpreende os mais seguros. Temo porque tenho visto muita falta de vergonha e competência, de um time tão medíocre, de uma diretoria patética que de alta só tem o nariz empinado. Está na hora de os jogadores entenderem que é preciso sempre aquela determinação de alguns jogos, é preciso o Felipão falar menos e fazer mais, mas é preciso, principalmente, que Arena e eleições não façam com que o futebol seja visto como algo banal. O que estão fazendo? Cadê aquele Belluzzo que dizia “vamos de jegue, se preciso, mas venceremos esses caras”, o Belluzzo que batia na mesa e dizia que não venderia jogador, que pressionava arbitragem? Está dormindo ou acha que a Arena vai fazer algum sentido com o Palmeiras jogando esse futebol de segunda divisão? São coisas importantes, claro, mas precisam aprender a dar real valor ao que faz o restante existir. E nós precisamos aprender a não esperar tanto de quem, muitas vezes, mal pode dar o mínimo. Está difícil, a torcida da qual tanto reclamam tem sido a única coisa boa neste ano, mas paciência também acaba.

Créditos a imagem: uol

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

EM DIA DE FESTA NO OLÍMPICO, QUEM COMEMOROU FOI O PALMEIRAS


Não é só o Palmeiras que perde em dia festivo. Hoje o tricolor gaúcho completou 107 anos, mas foram os palmeirenses que comemoraram, e na casa do adversário. É, quando menos esperamos, o Palmeiras nos surpreende.

Jogar no Olímpico não é fácil, mas Felipão fez com que os jogadores se sentissem em casa. O time começou marcando bem, diminuindo os espaços do Grêmio, que tentava atacar. Mas quem marcou primeiro foi o Palmeiras. Ewerthon foi derrubado na entrada da área e o juiz apitou. Era tudo que o queríamos ouvir. Marcos Assunção ajeitou a bola e chutou, com muito capricho, por cima da barreira, no canto direito do goleiro Victor. Verdão na frente, com apenas 14 minutos de bola rolando.

Depois do gol, o tricolor começou a arriscar mais, o que aumentou os espaços do Palmeiras, que teve boas chances de ampliar nos contra-golpes. Numa delas, Tinga saiu em velocidade, pela esquerda, e tocou para Ewerthon, que entrou na área e chutou cruzado, rasteiro. O goleiro fez boa defesa. Enquanto isso, o narrador do PFC estava na dúvida se o cabeçudo era o Tadeu. Aliás, esse citado indivíduo é um completo retardado. Trocou os nomes de todos os jogadores e parecia estar vendo outro jogo. Enfim, ainda sobre os lances de perigo, o Grêmio chegou assustando logo em seguida, com uma cabeçada de André Lima. Deola fez grande defesa e mandou a bola pra escanteio. E nenhum outro lance relevante aconteceu no primeiro tempo.

Todos estavam na expectativa da entrada do Valdivia na segunda etapa, mas isso não ocorreu no intervalo. Felipão preferiu manter o mesmo time, mas eu poderia listar 1 milhão de motivos pra ele tirar o Rivaldo. Infelizmente, esse ser jogou até o apito final. Ainda tento entender por que esse cara joga no Palmeiras, por que não fica pendurado, por que não faz uma falta violenta e é expulso, por que não quebra as pernas. Mistério. O fato é que o Palmeiras marcou o segundo gol logo aos 2 minutos. Marcos Assunção cruzou com maestria na jaca do Ewerthon, que se adiantou ao zagueiro e estufou a rede.

Após ampliar o placar, o Palmeiras recuou consideravelmente, tentando jogar apenas nos contra-ataques, que foram infrutíferos na maioria das vezes. Rivaldo foi um dos jogadores que atrapalharam, e muito, as oportunidades alviverdes, além de Edinho, que parecia estar dormindo. E quando todos pensavam que Rivaldo deixaria o campo para a entrada do Valdivia, eis que Felipão resolve tirar Ewerthon. Isso pode, Arnaldo? Infelizmente, nosso querido camisa 10 não entrou bem, fazendo um jogo bem abaixo do esperado.

 O Grêmio tentava chegar ao gol de todas as formas e teve até uma bola na trave, para desespero dos mais de 40 mil torcedores. De tanto insistir, aos 46 minutos, Jonas aproveitou a confusão na área e marcou. Mas não havia tempo para mais nada. A vitória era do Verdão.

Não poderia deixar de comentar sobre o Kléber, que recebeu o terceiro amarelo e está fora da partida contra os bambis. Sei que os árbitros têm um critério diferente para o camisa 30, mas não custa ele se calar um pouco durante os jogos. Levar cartão por causa de carrinhos, cotoveladas e similares é uma coisa, outra é levar por reclamação, sabendo que a equipe precisa dele. Pega leve, Gladiador! Outro que está fora do próximo jogo é Edinho.

Com os resultados da noite, o Palmeiras ocupa a décima colocação no campeonato, com 29 pontos. Será que agora o time vai embalar? Por mais que a paixão nos impila a dizer “SIM”, é difícil prever como um time tão bipolar vai se comportar, mas esperamos que o Verdão se recupere e volte a sempre alegrar nossos dias futebolísticos. E parabéns pelo seu aniversário, Grêmio, mas a festa foi nossa!

Crédito da foto: UOL.

domingo, 12 de setembro de 2010

COVARDE E DESORGANIZADO, PALMEIRAS EMPATA COM VASCO NO PACAEMBU

Se segura, palmeirense, porque a água começou a bater na bunda. A zona de rebaixamento está logo ali, cada vez mais perto, cada vez mais real. Com o futebol que vem jogando, ela está perto também de se tornar merecida. Ao Palmeiras não basta ser ruim fora, tem que ser pior em casa. Ineficiente, covarde, desorganizado, estabanado, displicente e desqualificado. Nisso se resume a equipe que vem entrando em campo e passando vergonha. A hora de errar já acabou faz tempo. Quero ver atitude com a bola rolando, no microfone pouco me interessa. O time do ano passado era dependente de Cleiton Xavier e Diego Souza, esse não consegue depender nem de Valdivia e Kléber. Mas calma, como diria a minha avó, do chão não passa.

Público ruim para um time ruim, correto? Sim. Poucos torcedores foram apoiar e sofrer neste domingo no Pacaembu. A fase do time ajuda. Já são quatro rodadas sem vitória e a última apresentação da equipe em casa foi vexatória. Sem Marcos, ainda fora por contusão, e com Valdivia mais uma vez no banco, o Palmeiras foi a campo com uma equipe, em teoria, ofensiva. Mas não adianta 3 atacantes serem servidos por 3 volantes e 2 laterais horrorosos. Vítor do Goiás era um ótimo jogador. Vítor do Palmeiras é péssimo. Assim como Rivaldo, o protegido de Felipão, que é lento, burro e inútil. Assim sendo, passada a pequena pressão inicial, o Vasco começou a dominar a partida. Deola fez grande defesa em chute de Nunes. E o Verdão? De “ão” não teve nada. Os melhores lances, que foram poucos, aconteciam quando Ewerthon arrancava em velocidade e cruzava para ninguém. Culpa do atacante? Não. Se joga com três atacantes, um cruza e nenhum chega, sem esquecer da sobra nula no meio campo, a culpa não pode ser de quem pelo menos tentou algo.

O Vasco não aproveitou o melhor momento no jogo e acabou a primeira etapa sem confirmar a superioridade, embora pequena, graças à ruindade também da equipe carioca. Horríveis 45 minutos. Quem não dormiu ou se matou no intervalo, viu Valdivia voltar do vestiário com a camisa 100 e pronto para jogar. Saiu Luan, que errou tudo e ainda assim não conseguiu ser pior que o tal do Rivaldo. Aliás, o Rivaldo original devia processar essa cópia fajuta por usar seu nome e seu número. E eu deveria processar dirigente que contrata e técnico que escala uma porcaria dessas. Mas com a entrada do Mago, o jogo mudou em princípio. O time melhorou em qualidade e em efetividade, tanto que quase chegou ao gol em linda jogada entre o chileno e Ewerthon, que finalizou pra fora. E foi o melhor lance do Palmeiras no jogo. O Vasco voltou a ter mais oportunidades, principalmente por conta de erros individuais ridículos dos palmeirenses. Tinga, que tem qualidade, mas já se acha muito melhor do que é, fez uma partida horrorosa. Além de passes errados e mau posicionamento, ainda deu chutes horrendos. Parecia ter esquecido o pé no vestiário. Bom, melhor esquecer no vestiário do que em Goiânia. Esse é o caso de Vítor, péssimo em todos os sentidos.

Continuamos tentando com a disposição de um velho de 80 anos e a qualidade de uma banda de axé. Aos 25 minutos, decretei: não sai gol. Não saiu. Não sairia com dois times tão ruins. Valdivia entrou e melhorou o jogo, mas Kléber, por exemplo, que falou mais do que deveria durante a semana, esqueceu a raça ao lado do pé de Tinga no vestiário. Preferiu se jogar ao tentar marcar o gol. Assim como os outros jogadores, que tinham medo de chutar. Tadeu, judiação, apanhou da bola durante o pouco tempo que ficou em campo. Danilo, que praticamente jogou por ele, por Maurício Ramos e por Rivaldo, quase fez pênalti. E assim, no finalzinho, o Palmeiras perdeu a chance de vencer com o preciosismo completamente fora de hora de Vítor e com o teatro do Gladiador.

O 0x0, merecidíssimo, foi um chute no saco das duas equipes. Mas foi no do Palmeiras que mais doeu, que perdeu a chance de vencer em casa, mais uma vez, e ainda vê se aproximar perigosamente da zona do rebaixamento, tendo em vista dois jogos dificílimos pela frente. É, parabéns jogadores e comissão técnica. Parabéns diretoria caloteira. Espero que estejam todos satisfeitos com o trabalho desempenhado. Para alguns jogadores o limite chegou, para outros ele já acabou faz tempo. Chega de ser turrão, Felipão! Fabrício foi mal num único jogo e perdeu o lugar no time. Rivaldo vem jogando mal desde que nasceu e continua intocável. Por quê? Por que, meu Deus, complicar o que já é difícil? Outra coisa, com esse meio campo de merda, Valdivia é titular até sem perna. Não será a condição física que atrapalhará o jogador mais talentoso do time em ajudar durante essa draga de fase. Falar só não adianta. Já passou da hora de fazer. E fazer direito.

Créditos da foto: Terra.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

PALMEIRAS E VITÓRIA “PERDEM” NA BAHIA

Na verdade fomos nós que perdemos... Tempo. Mais um jogo ruim do Palmeiras, que quando parece que vai, é porque não vai. E mais um jogo ruim no Brasileirão. Um time sem criatividade e padrão tático, contra um adversário que sobrevive de restos das outras equipes. Por isso o 1 x 1 foi justo. De um lado um técnico covarde e turrão na escalação, do outro uma mula retranqueira nas substituições. Isso não deveria ser considerado empate, e sim derrota para ambas as equipes.

Por falar em perder tempo, melhor economizar o meu ao falar do gramado do Barradão. Um lixo, não por acaso em um estádio que foi construído sobre um aterro sanitário, ou seja, nada mais justo. E por falar em lixo... Um time com dificuldades, que vence um jogo por 2 x 0 e consegue tomar a virada em casa, não pode se dar ao luxo de jogar com um a menos. Mas o Palmeiras, leia-se Felipão, repetiu o erro. Rivaldo começou jogando, enquanto Fabrício foi sacado. Entenda a matemática: 1 goleiro + 2 zagueiros + 5 volantes + 2 atacantes + Rivaldo = 10 jogadores. Pra piorar, Valdivia foi sacado da equipe por “deficiência técnica”. U-hum.

Um time que entra em campo dessa forma, só pode querer perder, ou no mínimo não vencer. Foi aproveitando disso, e da cagada de Maurício Ramos na marcação, que o Vitória abriu o placar com Elkeson. Então o Palmeiras quis jogar bola. Mas, como diria a sabedoria popular, querer não é poder. Não adianta querer fazer algo com alguns jogadores que não sabem nem andar direito. Kléber sozinho não pode levar esse time nas costas. E ainda um jogador como Marcos Assunção, que apesar da idade ainda tem alguma qualidade técnica, esbanjou displicência e errou de tudo um pouco, até na bola parada. E claro que não foi possível empatar.

Então Felipão tentou corrigir a péssima escalação, voltando do intervalo com Valdivia e Tadeu. Não por Tadeu, que pode fazer 5 gols e continuará sendo perna-de-pau, mas pelo único jogador, além de Kléber, que pode fazer algo diferente nesse elenco tão pobre. O Mago pode não estar na melhor forma física e técnica, que mesmo sem uma perna é melhor do que qualquer meia que estava jogando. Logo que começou o segundo tempo, o chileno já fez ótimas jogadas que esbarraram, quase sempre, na falta de qualidade e inteligência de alguns companheiros. Mas a mudança surtiu efeito. Valdvia rolou para Edinho chutar de fora da área. O chute foi esquisito, bem defensável, mas lá eles têm o tal de Viáfara. O goleirão amigo rebateu a bola nos pés de Tadeu, que mesmo que quisesse não conseguiria errar o alvo. Empate merecido porque o outro não merecia estar vencendo.

Rivaldo, que estava morto em campo, aliás, desde que resolveu jogar futebol, saiu para a entrada de Vítor. Enquanto isso Deola e Maurício Ramos tentavam entregar o ouro na defesa. Vítor, improvisado, não entrou bem, algo que se tornou costumeiro. E o Palmeiras, visivelmente mal fisicamente, não conseguiu e nem tentou a virada. E nada mais vale a pena dizer sobre essa partida.

Felipão é, e sempre será, o Felipão. Mas não adianta fingir que está tudo bem. Errou novamente na escalação e não consegue dar padrão tático a essa equipe. A desculpa de que falta um elenco mais qualificado é válida até certo ponto. Times como o Vasco, nosso adversário de domingo, são acertados taticamente mesmo com elencos até inferiores ao nosso. Barrar o craque do time, o cara que pode fazer algo diferente mesmo quando joga mal, não é a maneira mais inteligente de tentar consertar as coisas. E insistir em jogadores fracos e num esquema sem mobilidade, não é equívoco, é burrice. Acorda, Sr. Scolari, a zona de rebaixamento está logo ali. E empatar com o Vitória, independente das condições e do local do jogo, não é ganhar 1 ponto e sim perder 2. Se não ajuda, pelo menos não atrapalha.

P.s.: essa foto foi escolhida por ser a única coisa válida de se ver nesse jogo, para as mulheres, já que os homens não devem ter visto nada de interessante.

Créditos da foto: Terra.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

HÁ 45 ANOS, E PELA PRIMEIRA VEZ, ELA VIU O PALMEIRAS EM CAMPO


Todos os anos, no dia 7 de setembro, acontecia um ritual. A família Simonini acordava cedo, o pai ostentava com orgulho sua vestimenta militar e iam todos para a avenida assistir ao desfile da Independência. Mas, em 1965, isso não aconteceu como previsto.

A notícia se espalhou como um raio por Minas Gerais e inflamou os ânimos de muita gente. Todos sabiam que o Palmeiras era o melhor time do Brasil, mas ninguém poderia admitir que inaugurasse o Estádio Magalhães Pinto, o “Mineirão”, ainda mais representando a seleção brasileira. Era ultrajante. Por que não o Atlético ou o Cruzeiro? Ou até mesmo um time misto?

Mas havia uma pessoa encantada com essa situação. Alguém que o Palmeiras escolheu no meio de uma família de atleticanos e cruzeirenses. O pai nunca conseguiu entender o porquê da escolha, muito menos porque ela nunca gostou dos times de Minas. Desde pequena, a caçula da família Simonini criou um vínculo de paixão pelo time alviverde e ninguém conseguiu demovê-la desse sentimento. E quando Cecília soube que o Palmeiras seria o Brasil, e na sua terra, não conseguiu conter a emoção e o entusiasmo. Ela tinha que estar lá.

O pai não gostou nada da história. Não deixaria sua filha de 15 anos ir ao estádio ver um jogo de futebol, ainda mais num dia tão importante. Mas ela implorou, chorou, esbravejou, tentou amaciar as duras fibras daquele oficial condecorado. Nada parecia atingir aquele homem, até que a mãe interferiu e disse que iria ao jogo com ela. Durante alguns segundos, não havia cor no rosto de Alberto, mas não houve tempo para se restabelecer.  Lourdes simplesmente disse: “se quiser ir conosco, ficarei feliz”.

Como explicar a emoção de uma palmeirense que, pela primeira vez na vida, veria seu time em campo? Não seria com o uniforme tradicional, mas a fibra palestrina estaria lá, nada mais importava. Cecília estava tão eufórica que não dormiu. O pai ainda tinha o dever militar a cumprir, mas a “ovelha verde” não foi, não conseguiria ficar sentada assistindo às comemorações, não hoje. E, para ela, parecia que havia se passado uma eternidade quando os pais voltaram. Mas os ingressos já estavam reservados.

A menina foi de camisa verde. Quando percebeu que não era a única a ostentar a cor, se emocionou. Olhava para os “companheiros” e sorria, e todos se entendiam. Era incrível.

Ela sabia o nome dos jogadores. Conhecia todos, pois jogavam sempre em sua mente. Como conter as lágrimas vendo Valdir de Moraes, Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina, Ferrari, Dudu, Divino, Julinho, Rinaldo, Tupãzinho e Servílio? Como tirar os olhos de Filpo Nuñes, o primeiro estrangeiro a dirigir a seleção brasileira? E que time no Brasil tinha no banco nomes como Picasso, Procópio, Santo, Zequinha, Germano, Ademar Pantera, Dario e Gildo? Nem Alberto conseguiu manter a pose diante de tão belo espetáculo. Aplaudiu, torceu e marejou os olhos. Ficar impassível àquele turbilhão de emoções era impossível. Nada apagaria aquela vitória linda sobre a seleção Uruguaia, detentora de 2 títulos mundiais, de forma tão consistente e magnífica. Como um time poderia envergar de forma tão imponente aquele uniforme? Quem tinha a resposta era a pequena garota, que virou para o pai e disse: “Pai, o Palmeiras sabe ser brasileiro”.

Foi a primeira vez que ela assistiu a uma partida do Palmeiras, e mesmo assim era uma palmeirense ardorosa. Viu o seu time fazer 3x0 na seleção uruguaia, um show de bola, inesquecível, inimaginável. Filpo fez 5 substituições no segundo tempo e o time continuou avassalador. Isso sim era time de verdade.

Cecília estava em êxtase, mas não poderia sequer imaginar o que ainda aconteceria. Seu pai não perdeu a chance de vê-la ainda mais feliz. Não estava uniformizado, mas isso não era necessário, todos o conheciam. Ele a levou para conhecer seus heróis. E pela primeira vez viu o que significava realizar o sonho de sua filha. Não havia dinheiro no mundo que pudesse substituir aquele momento mágico. E apenas naquele instante ele notou que Cecília era diferente, nunca tinha visto tanta paixão por algo que nunca vira na vida. Então ela virou pra ele e apenas disse: “sou palmeirense, e isso já diz tudo”.

Crédito da foto: Série L! Grandes Clubes – Edição Especial 2005

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

VIRADA VEXATÓRIA CONTRA O CRUZEIRO DEIXA O PALMEIRAS EM 12º LUGAR

Durante horas fiquei pensando em como poderia escrever sobre esse jogo frustrante e, até o momento, não sei como fazê-lo. A princípio, só tenho uma coisa a dizer: futebol é decidido em 2 tempos, Palmeiras.

Nem o palmeirense mais pessimista imaginaria o resultado da partida, após assistir ao primeiro tempo. O Cruzeiro não achou muito espaço, seus principais jogadores foram bem marcados e o Santo estava lá para guardar as redes. Mesmo jogando no 3-6-1, o Palmeiras conseguiu fazer 2 gols na primeira etapa, deixando-nos com a sensação de goleada iminente.

O primeiro deles saiu após cobrança de falta batida por Marcos Assunção, aos 35 minutos. Após confusão na área, o juiz deu pênalti de Wellington Paulista em Fabrício, e Kléber não perdeu a chance. Logo depois, aos 38, o Palmeiras ampliou o marcador com uma cabeçada certeira de Maurício Ramos, após escanteio batido por Assunção. Aliás, o camisa 28 teve ótimas chances em cobranças de falta, mas dessa vez a bola não estufou a rede. Na maioria delas, Fábio fez a defesa sem dificuldade.

Mas, se alguém viu só o primeiro, ou só o segundo tempo, pode ter certeza de que se assustaria caso visse a outra metade, parecia outro jogo. Foi outro jogo. O Palmeiras eficiente do primeiro tempo foi relaxando na marcação, perdeu Marcos com dores no joelho e, não por culpa de Deola, que isso fique claro, tornou-se um time covarde e sem poder de reação. Não havia necessidade de aumentar o placar, era só manter o resultado, o que não parece ser difícil para um time com 3 zagueiros e 50 volantes. É verdade que Cuca mudou seu time, colocando Farias no lugar de Gil e Roger Chinelinho, para nos atrapalhar a vida, substituindo Wellington Paulista. Mas também é verdade que o Palmeiras conseguiu se perder, e perder, sem a necessidade do Cruzeiro mostrar um futebol brilhante.

Como resultado, o coitado do Deola, ainda sem ter a oportunidade de mostrar serviço, levou um gol ridículo já aos 17 minutos. Maurício Ramos fez uma beleza de passe ao tentar afastar a bola, que foi parar nos pés de Roger. Ele chutou e confesso que nem sei em quem a bola desviou para entrar no lado contrário ao que Deola caiu para defender. Que beleza! Não bastando, três minutos depois, em outra bobeira da nossa defesa, Roger deu um passe que deixou Montillo na área pra marcar o segundo do Cruzeiro. E se o Palmeiras conseguiu se perder quando estava levando vantagem, imagine o que aconteceu depois... A única coisa que posso dizer é que foi vergonhoso.

Sem marcar, não conseguindo segurar a bola, muito menos criar ou reverter o resultado, o Palmeiras deixou o Cruzeiro jogar, por vezes ouvindo a torcida celeste gritar “olé”. Felipão mudou o time, o que não significou grande coisa. Tinga entrou no lugar de Valdívia, visivelmente revoltado, e Ewerthon deu lugar a Rivaldo (tarde demais). E para não dizer que o Palmeiras não conseguia fazer nada, fez sim, deixou Thiago Ribeiro livre para rolar a bola para Farías, impedido, marcar o terceiro gol aos 40 minutos. Se antes já estava vergonhoso, depois disso foi vexatório. Até tivemos algumas chances, inclusive de faltas já no fim do jogo, mas nada deu certo e a tarde, que parecia ser de alegria, terminou com um gosto amargo na boca.

E agora, o que dizer? O que esperar? Já se tornou chavão, mas esse time parece mesmo bipolar. Ou será que não? Ou será “apenas” resultado de contratações atrasadas? Além de ainda necessitarmos de alguns jogadores, o que evidencia um elenco incompleto, contamos com os contratempos de um time “montado” em agosto. E se Kléber não vai resolver sozinho, além dos problemas com arbitragem o tratando de forma diferente, se Valdívia não está em sua melhor forma, se Felipão ainda não acertou o time, se Fabrício não tira tudo, eu não quero nem imaginar pelo que estaríamos passando sem eles. Força ao nosso elenco e comissão técnica, que coloquem logo as cabeças e os pés no lugar, precisamos de reação que dure mais de um ou dois jogos. Derrotas acontecem, mas o que aconteceu hoje é inaceitável.

Créditos da imagem: lancenet