sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

E AGORA, O QUE PENSAR?

O dia seguinte é sempre assim, tem que parar de remoer as coisas ruins que passaram e pensar no que há agora. Ao menos eu sou assim. Se há algo que aprendi nessa vida, é que não adianta pensar que ficar chorando vai resolver algum problema. Pois bem, queridos palmeirenses, palestrinos, palmeiristas, porcos, seja lá como gostam de ser chamados: A diretoria resolveu não assumir muitos de seus erros, bem ou mal Muricy já se foi, Toninho Descartes também. E agora temos, além de Antonio Carlos Zago,Seraphim Del Grande, um novo/velho integrante da diretoria de futebol que também fez parte da “era Parmalat”. Segundo constam os boatos, parece que vem mais gente “dessa turma” por aí, mas disso não sabemos com certeza.


E é aí que eu fico sem saber o que pensar. Cippullo, que já se mostrou uma grande decepção para (quase) todos nós, Del Grande já é conhecido, mas a vinda de Zago e os, mesmo que falsos boatos de vinda de outros ex-jogadores dos primeiros anos da parceria com a Parmalat me fazem sentir que fantasmas de uma época tão incrível estão nos rondando. E no que isso vai dar? Será que vai dar certo, ou vão manchar nomes de um passado que hoje, principalmente por estarmos em um momento sombrio, é uma das nossas maiores alegrias naqueles momentos em que resolvemos pensar no passado?


“Era Parmalat”. É o termo que usam para um momento muito bom para nós, sobretudo os primeiros anos. Alguns porque passaram tantos anos sofrendo, e tiveram tantas alegrias. Outros, como eu, porque são suas lembranças mais antigas de Palmeiras. Tive uma infância muito ruim, mas se há algo que me lembro com alegria, como outras crianças se lembram de um vídeo game ou algum outro brinquedo que eu nunca tive, é de como eu ficava feliz ao ver os primeiros anos do “Palmeiras da Parmalat”. Eu não entendia nada, não sabia do que se tratava a parceria, me lembro bem de algo que hoje é até engraçado. Eu achava que o leite da Parmalat era produto do Palmeiras, que “vendia leite e outras coisas”, além de ser o “meu time de futebol”. Então foi a única época da minha vida em que eu deixei que minha mãe incluísse leite no meu café da manhã, porque pensava que estava ajudando o Palmeiras com o dinheiro do leite da Parmalat que bebia todos os dias. E meus pais se sentiam bem, porque eu odeio leite, mas preciso beber por motivos de saúde.


E foi assim. Eu que nasci no fim dos anos 80, era palmeirense sofredora por insistência do meu pai, tive no Palmeiras dos tempos em que Zago era nosso jogador, uma das poucas grandes alegrias da minha infância. E não foi apenas para mim, pergunte a qualquer palmeirense que tenha seus 20 e alguns anos como era ser uma criança e ver tudo aquilo. Era melhor que pensar que estava conseguindo pegar brigadeiros escondidos em festa de aniversário, quando na verdade tinha alguém gravando você fazendo isso. Era melhor do que qualquer um daqueles brinquedos, melhor que os desenhos animados, os filmes, as brincadeiras das quais dizemos sentir tanta falta. Era muito melhor do que quando tinha parque de diversões na cidade - se você também tiver crescido no interior, vai me entender bem. Isso porque não tinha nada mais empolgante do que ver o Palmeiras com aqueles tantos jogadores, do que ver todos aqueles títulos, aquelas taças. Quanta saudade...


Hoje, ao ver tantas notícias, vídeos, fotos, enfim, tanta coisa sendo dita sobre Antonio Carlos Zago, vi coisas que relembravam sua passagem pelo Palmeiras, tive um misto de momento nostalgia/momento esperança/momento de medo. E agora, não sei o que pensar. Sei que o cara já passou pelos nossos rivais, que teve aquela situação ligada ao racismo – que é algo que não consigo tolerar, que me desculpem os defensores, confesso que no mínimo fico desconfiada -, mas ele realmente foi um ídolo da minha infância. Eu, que quando criança sempre gostava dos laterais, zagueiros, volantes... Claro que no tempo em que Zago estava no Palmeiras eu tinha até o camisa 9 como ídolo, porque esse cara foi o único camisa 9 a quem me rendi, mas eu nunca fui de gostar tanto dos caras do ataque, no máximo os meias. Então o Zago era especial, bom jogador, o tipo de cara que a Littlle Renata adorava e até achava bonito (que foi? Eu tinha 6, 7 anos!), ficou marcado junto com Evair, Zinho, Roberto Carlos, Cesar Sampaio, Edmundo, Rivaldo, tantos outros... Até coloquei essa foto no post porque me lembrei de que chorei para ter o mesmo visual, mas não funcionou com minha mãe, acredita que ela achou feio demais?


Eu não sou do tipo que gosta de tentar resolver problemas apelando para coisas do passado. Claro que experiências adquiridas no passado são muito válidas, mas às vezes tentar resolver as coisas com pessoas que marcaram momentos bons pode ser algo letal. Talvez dê certo, e eu clamo para que isso aconteça. Apesar da decepção com a diretoria, de decepção com alguns jogadores, de achar que essa mudança talvez tenha sido besteira, eu não sou do tipo que torce contra o Palmeiras. Se esses caras que estão aí, esses diretores, os jogadores, junto com o Antonio Carlos fizerem algo bom, é lógico que ficarei feliz. Mas, por outro lado tem o medo. O medo de não dar certo, de ver que o Palmeiras está apenas apelando para o passado de forma errada, tentando usar pessoas e formulas que um dia deram certo, mas não são as soluções para o hoje. E agora, palmeirense, o que pensar?

2 comentários:

  1. Eu, sinceramente, prefiro esperar pra ver. Ficar especulando da no mesmo que deu ano passado. NADA.
    Infelizmente, com o Palmeiras não tem mais isso de sonhar com títulos... Só vendo acontecer, mesmo. :/

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  2. Existe um velho ditado, de tempos imemoriais, que se encaixa perfeitamente no momento de nosso amado Palestra: DE BOAS INTENCÕES O INFERNO ESTÁ CHEIO!Está é a realidade do Palmeiras hoje: Pessoas certas nos lugares errados! O Beluzzo(honesto, inteligente e integro) é incompetente, inconsequente,e inapto para cuidar do futebol. Ele é bom nos bastidores,cuidando das receitas, brigando por patrocinadores,alavancando projetos, cuidando da infra-estrutura, porém, é prepotente e centralizador no comando do futebol (como um certo antecessor que é bom nem citarmos o nome), e toma decisões movido pela paixão e emoção. ISSO NÃO É BOM.Beluzzo na realidade é uma grande decepção para boa parte da torcida palmeirense, que como eu,acompanhou sua trajetória e promessas desde o tempo do "muda palmeiras", e agora percebe que foi enganado. Esperávamos profissionalismo, e não passionalismo!

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