quarta-feira, 31 de março de 2010

PRÉ-JOGO – HORA DE ESPANTAR O PAPÃO!

Está na hora dessa nuvem carregada ir para longe do Palmeiras. Cada dia surge um fato novo que abala as estruturas alviverdes e só dão munição pra imprensinha barata. Sonho com o dia em que teremos sossego e contrataremos profissionais de verdade para dirigir certos departamentos. Mas vamos ao que interessa...

Hoje é o dia de espantar o Papão – tanto o do Pará quanto o da incerteza – e continuarmos sonhando com o título da Copa do Brasil. Para isso, o Verdão precisa vencer o Paysandu – eu sei que pode perder por 1x0, mas aqui é Palmeiras! Não quero pensar em derrota. Aliás, um resultado adverso, pode deflagrar uma crise de verdade e será difícil aplacar a ira dos torcedores. O jogo será às 21h50, depois da novela que não me interessa saber o nome, no Palestra Itália. O vencedor avança para as oitavas-de-final da competição. E esse será o Palmeiras.

Zago relacionou 18 atletas para a partida, porém não poderá contar com os meias Cleiton Xavier e Lincoln, e o atacante Ewerthon. Todos estão no Departamento Médico (que, aliás... bom, deixa pra lá). A novidade ficou por conta do jovem atacante vindo do Flamengo, Bruno Paulo. Confira a relação:

Goleiros: Marcos e Deola
Laterais: Eduardo, Pablo Armero e Gabriel Silva
Zagueiros: Danilo, Léo e Maurício Ramos
Volantes: Pierre, Edinho, Márcio Araújo e Souza
Meias: Diego Souza, Ivo e Joãozinho
Atacantes: Robert, Vinícius e Bruno Paulo

A provável escalação para a partida, de acordo com treinos da semana, será: Marcos, Márcio Araújo (na lateral direita), Danilo, Léo, Eduardo, Pierre, Edinho, Ivo, Diego Souza, Vinícius e Robert.

Bom, espero que dê certo, apesar de não ter ficado satisfeita com essa formação. Acho que a dupla de volantes que rende melhor é composta por Pierre e Márcio Araújo. Além disso, temos 2 laterais ambidestros no elenco (mesmo que um deles seja o Eduardo – o outro é Gabriel Silva) e deveríamos aproveitar essa peculiaridade para tornar o time mais dinâmico. Enfim, só nos resta torcer para que tudo dê certo.

Ah, Palmeiras! Precisamos de alívio e alegrias. Comece, hoje, a espantar essa fase tenebrosa que assombra o Palestra!

sábado, 27 de março de 2010

VENDE-SE FUSCA AZUL E RECEITA PARA O JANTAR DE SÁBADO

Já que não podemos falar de futebol porque nosso time não deixa, afinal, não pratica essa modalidade esportiva faz algum tempo, o Passione Verde apresenta uma oportunidade de tirar o fôlego:

Vende-se um Fusca azul calcinha, ano 73, em péssimas condições. Preço a combinar. Ficou interessado? Minha nossa, enfim, entre em contato com o Passione Verde pelo email passioneverde.vendefuscaazul@gmail.com


Dados do veículo:

Ano: 1973
Fabricante: Volkswagen
Cor: Azul calcinha
Combustível: Gasolina
Estado: Uma bosta, mas está melhor do que nosso time
Quilometragem: Censurado





E para você que não pretende trocar de carro tão cedo, o Passione Verde, que agora é um blog multi-funções, oferece uma receita saborosa para deixar seu final de semana ainda mais agradável:

MEXIDO À GREGA

     Ingredientes

• 2 ovos inteiros
• 50 g de queijo prato picado
• 50 g de queijo provolone picado
• Orégano a gosto
• Sal a gosto
• 50 g de lombinho canadense em cubos
• Azeitona a gosto

     Modo de Preparo

1. Quebre os dois ovos num prato, e mexa
2. Logo depois misture os demais ingredientes
3. Em uma frigideira, em fogo baixo, coloque azeite e em seguida coloque os ingredientes e mexa
4. Até os queijos derreterem

Serve 15 milhões de palhaços. Bom apetite!

sexta-feira, 26 de março de 2010

A FESTINHA DAS COMADRES/ PRÉ-JOGO - PALMEIRAS X MIRASSOL

Com certeza você já participou daquelas festas insuportáveis de família em que não há como fugir das fofocas das comadres – por comadres, leia-se: tias e afins. Todo mundo já passou por isso, é comum em qualquer lugar do mundo, várias mulheres (homens também participam, mas em número inferior) colocando todo tipo de fofoca em dia. Disso surgem histórias de fazer arrepiar os cabelos. De repente você descobre que, segundo aquela sua tia, sua irmã não te deu o primeiro pedaço de bolo porque está apaixonada pelo seu namorado, seu primo casado é gay, sua prima (que na verdade é virgem) estaria grávida, o seu tio tem batido na sua tia, enfim, todo tipo de coisa absurda, sendo que a maioria não passa de suposição.



Então você ouve aquela lenda de que isso é coisa de mulher, que por natureza é fofoqueira. E se não tem um convívio mais intenso com homens, principalmente torcedores fanáticos de algum time de futebol, como eu tive desde criança, vai achar que é isso mesmo. Mas eu te digo, nem o falecido Clodovil, nem o programa do Leão Lobo, nem a festinha das comadres da sua família são capazes de insistir tanto em explicar problemas por meio de fofocas infundadas. Podem até fofocar no mesmo nível, mas na hora de procurar origens de problemas, sua tia precisaria é aprender umas lições. E para provar, nada melhor do que a situação atual do Palmeiras. É até engraçado porque reclamamos tanto da imprensa esportiva, sempre inventando fofocas sem fonte e fundamento, que foi criada a chamada “mídia palestrina”. Mas até aqueles que se intitulam “mídia palestrina” tem praticado, cada vez mais intensa e copiosamente, a enjoativa festa das comadres.


Desde o fim de semana passado, em que todo mundo esperava a consolidação de uma recuperação do Palmeiras, mas o time perdeu para a Ponte Preta e já começou a mostrar que, realmente, o Campeonato Paulista 2010 já era, a coisa tem se intensificado. Primeiro, a história de que Diego e Danilo teriam brigado loucamente e Marcos, ao tentar separar, tomou partido do Danilo, o que criou um racha entre ele e Diego. Depois, que Marcos e Diego não se toleram mais, cada um apontando os defeitos do outro. Isso aumentou depois do evento em que Marcos deixou o mesmo treino em que gritou com os companheiros, dentre eles Diego. Aí surgiram histórias escabrosas até que, santo Deus, aparece-me o boato de que Cleiton e Diego pararam de jogar depois que Lincoln chegou porque eles querem ser os únicos importantes do time, que eles estão rachados com Marcos, que há dois grupos divididos no time e eles jogam meio que contra o outro... E os culpados são, claro, apenas Cleiton e Diego, os podres do time. Para melhorar, isso já saiu na grande imprensa e o pessoal comprou a idéia, após Zago poupar Danilo, que jogou todas as partidas do Palmeiras no ano, do jogo desse sábado, surge o boato de que a diretoria do Palmeiras está preocupada com um possível boicote ao técnico, liderado por Danilo, que teria o mesmo empresário de Muricy Ramalho. Ah, com perdão do linguajar, eu digo: AI MEU CU!


Aí eu penso algumas coisas. Primeiro que Diego, Cleiton e Danilo têm apresentado um futebol muito aquém do que podem oferecer já faz um bom tempo. Aliás, todos sempre foram instáveis, sendo que tiveram ótimos momentos e pensamos que sempre seria assim – ignorando o histórico dos jogadores. Não foi a vinda de Zago, não foi a saída de Muricy, nem a chegada de Lincoln que fez o futebol desses caras diminuir, isso é óbvio. Engraçado que quando Muricy caiu a fofoca é de que havia complô contra o ex-treinador. E eu teria outros tantos argumentos, dentre eles o mais forte, de que praticamente todos os jogadores do Palmeiras têm deixado a desejar, inclusive os ídolos Marcos e Pierre, todos eles têm apresentado um rendimento de ruim à beira do ridículo, com exceção a alguns jogos em que, mesmo assim, a maioria cometeu erros primários – vide os escanteios de Cleiton Xavier, os erros de Marcos, Danilo e Pierre (lembra do primeiro gol do Santos?), a ineficiência de Diego, isso pra falar nos jogadores considerados por muitos, inclusive eu, como os “mais fortes” e melhores do time. O que só mostra que o problema é mais embaixo e, todo mundo sabe, há muita e muita coisa na parte técnica e administrativa a ser resolvida. Não gosto, nunca gostei, jamais irei gostar desse tipo de fofoca. Mas não sou ingênua e sei que muita coisa desse tipo acontece por aí. Porém, quando o problema técnico e administrativo é mais que evidente, não sei por que não encarar e ficar procurando motivos mais fáceis. Ah, é muito mais fácil querer a cabeça de Danilo, Diego e Cleiton do que encarar que todo mundo tem errado e que a mudança (se vir) não será tão rápida - prova disso é que poucos desses têm a coragem de pedir a cabeça de homens mais enraizados, como Marcos, Pierre, Belluzzo...


No ano passado houve um incidente do qual me lembro muito bem. Quando o time do Palmeiras conseguiu o que muitos vinham dizendo que aconteceria numa hora ou outra, ou seja, começar a cair no Campeonato Brasileiro, o representante de um blog palestrino fez um post indignado falando de uma fofoca corrente no período, de que o motivo era a inveja dos jogadores em relação ao salário de Love. Lembro-me muito bem, também, de que muitos dentre nós “caíram matando” no autor desse texto. Houve texto contra, houve quem falou com a assessoria de imprensa, foi quase um massacre verbal e, assumo, participai das críticas. Critiquei mesmo, com todo respeito ao palmeirense que fez aquilo, como vou fazer agora com pessoas que também respeito muito – e chego a admirar, e ter como exemplo para escrever nesse blog. Poxa vida, que hipocrisia, os próprios “massacradores” de meses atrás fazendo exatamente a mesma coisa. Só posso me sentir triste ao ver que, realmente, não estamos nos diferenciando muito daquela imprensa que tanto costumamos criticar. Se forem essas fofocas verdades, o que duvido, então que ao menos não sejam publicadas como verdadeiros boatos sem fundamento, ao maior estilo Lance de trabalhar. Todo mundo erra, e eu espero que esses eventos sejam isolados. Vamos encarar, por favor, as limitações de um time que, embora tenha se acertado bem durante bastantes jogos no meio do ano passado, sempre teve e continua tendo graves limitações – muito evidentes em momentos de apuros, como o atual.


E neste sábado tem jogo. Nesse clima. Desse jeito. As possibilidades de classificação são praticamente nulas. Não lamento tanto, porque todos já imaginávamos que seria assim ao ver o quadro que se formava em Janeiro. Estamos pagando por erros cometidos ao começar o ano (para não dizer “há anos”, o que seria correto), ano que promete ser difícil demais. O que nos resta é “esquecer” Brasileiro 2009 e Paulista 2010 – esquecer no sentido de aceitar que já era e encarar o que vem pela frente, por mais que ainda exista a decepção, sem jamais esquecer os erros que nos levaram a essa situação. O que nos resta é esperar por uma possível, porém difícil e demorada, recuperação e superação desse time. E torcer muito, sem atrapalhar (porque é isso o que esses boatos fazem), para que ainda exista solução para a Copa do Brasil, a Sulamericana (que agora possivelmente terá vaga para a Libertadores, já que um campeonato com tantos times de grande expressão parece não importar se não houver relação com a Libertadores da América) e o Brasileiro... Afinal, não deixaremos de ser palmeirenses. Então o que nos resta é esperar por mudanças e cobrar por elas de forma inteligente. Peço a quem vai ao jogo deste sábado, que apóie, não pelos jogadores e diretoria, mas pelo Palmeiras, por nós. Esse jogo não vale nada, mas vale muito.


O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Palmeiras x Mirassol, neste sábado, 27/03?


Créditos da foto: Folha Imagem.

quarta-feira, 24 de março de 2010

MAIS DO MESMO... DE NOVO

São 3 meses, 19 jogos, com 9 vitórias, 5 empates e 5 derrotas, num total de 36 gols marcados, média de 1,9 por jogo, e 29 gols sofridos, média de 1,53 por partida. O aproveitamento geral é de 56,1%. O Palmeiras passou três partidas no ano sem marcar e quatro sem levar gol, sendo que dessas quatro, duas foram contra o Flamengo/PI e uma contra o Monte Azul. Com Antonio Carlos no comando foram 9 jogos, 5 vitórias, 1 empate e 3 derrotas, com 18 gols marcados. Desses 18, 4 foram contra o Flamengo/PI no Palestra Itália, e 14 gols sofridos. Aproveitamento de 59,3%. Sem contar os jogos da Copa do Brasil, a campanha de 2010 é ainda mais pífia. No Paulistão, foram 16 jogos, 6 vitórias, 5 empates e 5 derrotas, com 29 gols marcados e ridículos 28 gols sofridos, média de 1,75 por partida. Aproveitamento de 47,9%.

Ao contrário do que parece pelos números num primeiro momento, o Palmeiras é sim um time equilibrado. Marca tanto quanto toma e perde tanto quanto vence. O Rio Branco, antepenúltimo colocado com 12 pontos, só venceu duas vezes no campeonato. E foi o mesmo Rio Branco, fraquíssimo, que empatou com o Palmeiras por 2 x 2. Na média, a equipe de Americana marca 1 por jogo. Hoje fez o dobro da média.

Não vamos nem comparar com o Santos, o líder, com uma grande campanha principalmente devido ao número de gols marcados, a propósito, chupa Santos, mas sim com o vice-líder, Santo André. A regular equipe do ABC, que ainda nem fez seu 16º jogo, tem um aproveitamento de 73,3%, uma média de 2,5 gols marcados por partida e 1,33 tomados. Este é o Santo André. Notou a diferença?

Não preciso nem falar do jogo de hoje, o empate, ridículo, com o mais ridículo ainda time do Rio Branco, é mais do mesmo. É exatamente isso que podemos esperar desse time pela campanha na temporada de 2010. Já não é grande coisa ter uma média de gols marcados de 1,8 gols por partida, mas é o suficiente para uma equipe que insistentemente é lembrada por ter um ataque fraco. Com essa média de gols um time decente vence a maioria das partidas. O problema é na outra média, a de gols tomados. Time que leva gol todo jogo, aliás, mais do que 1, não tem futuro. Ou melhor, tem sim: na série B.

Não é nenhum discurso apocalíptico, é fato. O Paulistão acabou. Um campeonato estadual é um campeonato fraco. Um campeonato nacional é num nível muito maior e é extremamente mais maçante. Se continuar com essa defesa ridícula, levando quase 2 gols por jogo e marcados praticamente o mesmo número, vai se ferrar no Brasileirão, não precisa ser gênio pra notar, mas tem que ser cego pra não ver.

O posicionamento do sistema defensivo do Palmeiras é ridículo. Já era ridículo com o Muricy, continua com o Antonio Carlos. Os volantes estão totalmente perdidos, marcam errado, a saída de bola é bisonha, as laterais não marcam, não há aproximação, a defesa é lenta e mal colocada e a recuperação é horrorosa. Não adianta cobrar Robert, Ewerthon, Diego, Cleiton, que por mais que esse time por vezes tenha dificuldade em fazer gols, faz. Fez dois hoje – não fez mais por detalhe. Dois gols, o suficiente pra uma equipe derrotar um adversário grotesco como o Rio Branco.

Faço das palavras do Lincoln, na saída de campo, as minhas: não merece ir às semifinais, simplesmente não merece. Essa oscilação tem que ter fim, e para logo. Para ontem. A água começou a bater na bunda, já não dá mais para tapar o sol com a peneira. Resta treinar incessantemente e tentar, por Deus, conseguir um padrão de jogo, porque depois não tem volta. Tem que contratar, tem que treinar, tem que jogar bola. É tão difícil assim?

Créditos da foto: Uol Esportes.

PRÉ-JOGO - RIO BRANCO X PALMEIRAS

Depois da derrota do último sábado, as chances de classificação para as semifinais do Paulistão ficaram muito pequenas, para não dizer nulas. Sem essa pretensão em mente, o Palmeiras entra a campo contra o Rio Branco de Americana com o propósito de começar a finalmente acertar o time para a sequência de temporada, principalmente visando às próximas fases da Copa do Brasil. O jogo será em Araraquara à 19h30, na reformada Fonte Luminosa. A última vez que o Palmeiras jogou na cidade foi em 96, quando venceu a Ferroviária por 5 x 1.

Para a partida de hoje, Antônio Carlos já terá (finalmente) o lateral-esquerdo Gabriel Silva voltando de contusão e Lincoln que foi poupado e nem no banco ficou no último sábado. O meia, aliás, pode começar a partida como titular.

No histórico de confrontos o Verdão tem boa vantagem. Foram 28 jogos, com 16 vitórias, 9 empates e 3 derrotas com 52 gols marcados e 34 sofridos. O primeiro jogo entre as duas equipes foi um amistoso disputado em Americana, cujo Palestra Itália venceu por 3 x 1, em 1931. A última partida entre Palmeiras e Rio Branco aconteceu em 2007. Na ocasião o Verdão venceu por 2 x 1, gols de Valdivia e Osmar. Foi o primeiro gol do Mago com a camisa do Palmeiras.

Como a classificação é praticamente um milagre, só nos resta torcer para essa equipe encontrar entrosamento e padrão de jogo logo, além de terminar esse campeonato com o mínimo de dignidade, coisa que não teve quase durante toda a competição.

O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Rio Branco x Palmeiras, nesta quarta, 24/03?

segunda-feira, 22 de março de 2010

VALEU A PENA

Sábado, 13:30, Piracicaba. E eu ainda sem decidir se iria ao jogo ou não. Estava no ônibus, começando as 2 horas de viagem até São Paulo, onde passaria a noite para, bem de manhã, fazer uma prova. Passei a semana toda tentando decidir se iria ou não ao jogo, afinal, são poucas as chances que tenho de ver o Palmeiras de perto, de ir ao Palestra. Queria muito, apesar da sensação de que deveria ficar descansando, ou até estudando, para a prova difícil e importante de domingo. Isso sem falar na correria, chegaria atrasada, talvez não conseguisse encontrar ninguém. Por outro lado, a paixão. Paixão é aquela coisa desgraçada que te faz realizar atos irracionais, estupidamente ridículos, e ainda se sentir bem e feliz porque, no fim das contas, você fez o correto, fez o que deveria, tendo a certeza de que nem tudo na vida deve ser movido pela razão. Sim, eu não deixaria de ir ao jogo. Jamais.



E foi então que começou a correria. Em 3:30 horas eu teria que ir de Piracicaba ao Terminal do Tietê, de ônibus (2:15, com trânsito mais ou menos), pegar o metrô e ir até a estação Praça da Árvore (meia hora de metrô, mais o tempo de comprar bilhetes e esperar), andar mais ou menos 1 km em lugar desconhecido procurando o hostel em que me hospedaria (15 minutos), acertar as coisas, tirar da mochila tudo aquilo que não posso levar ao estádio (no mínimo mais 15 minutos), voltar ao metrô e ir até a barra funda ( 15 minutos de caminhada mais 30 de metrô), caminhar até o Palestra (10 minutos), comprar ingresso (ai meu deus, todo mundo deixa o ingresso pra comprar na hora). Mas peraí, somando tudo, correndo e sem imprevisto levaria mais de 4 horas. Perderia todo o primeiro tempo. Resolução? Dentre outras coisas, é para isso que temos amigos, sempre nos ajudam a resolver o que não podemos fazer sozinhos. Enquanto resolvia o assunto do ingresso por SMS com a Mayara, em Minas, que por sua vez resolvia o assunto com o Rodrigo, esse sim no Palestra, consegui também uma forma de chegar logo ao estádio: Letícia, uma amiga que foi fazer a mesma prova, mas hospedada na casa de um amigo, me fez a bondade de levar em sua mochila 2 livros, 1 pasta com documentos, desodorante, sabonete, pasta de dente, creme para cabelo, hidratante, carregador de celular, pente, enfim, tudo aquilo que eu não poderia levar ao Palestra. Dessa forma, eu não precisaria ir até o albergue e economizaria 1 hora do pouco tempo que tinha. Usei e abusei da boa vontade de todos, mas os 3 compreenderam e ajudaram com aparente prazer, 3 palmeirenses como eu.



Ao chegar na Barra Funda, às 16:40, o dilema dos dilemas: tive que ficar parada, esperando a macacada passar em 2 ônibus, gritando feito loucos, ofendendo até minha avó. Eita nóis, são virgens, mas sabem ser ridículos tal qual outros virgens, aqueles, virgens da América. Foi então que eu, que não sou Forrest Gump, tampouco Armero Bolt, na verdade corro menos que o Diego Souza naqueles dias em que ele parece ter 2 kg de areia em cada chuteira, tive que correr. Deve ter sido uma cena linda, correndo desesperada, suada, com todo meu belo condicionamento físico, em meio a mais outros 20 palmeirenses tão loucos quanto eu. Cheguei a Matarazzo praticamente derretida, Rodrigo me esperando com o ingresso na mão, pisamos na arquibancada e a bola rolou, como se tivéssemos um cronômetro.



Não vou falar muito do jogo. Se você não o viu na hora, provavelmente já cansou de ver e ler sobre. Mas algumas considerações devem ser feitas. A marcação, como há um bom tempo, está ridícula, o que é revoltante porque temos caras capazes de marcar bem. Diego e Cleiton, que se movimentam bastante invertendo o posicionamento, não têm sido quase nada efetivos. Penso que Diego precisa ficar mais tempo próximo do ataque, enquanto Cleiton no meio indo buscar jogada, ou criando algo de bom. Isso exploraria as melhores qualidades dos dois bons jogadores, embora oscilantes. E eles se aproximam pouco, o que é ruim, já que são os mais entrosados e habilidosos do time. Quando se aproximam, algo bom geralmente acontece. O Palmeiras tem cobrado escanteios e faltas ridículas, deveriam ficar um dia inteiro treinando. Outra coisa é a falta de objetividade, falta arriscar logo a gol, falta entrosamento de Ewerthon com o time, falta (atenção ou capacidade?) de Armero e Robert para acompanhar jogadas, principalmente de Cleiton e Diego. Aliás, Robert não deveria sair tanto da área e é deprimente quando seu principal atacante tem um sério problema em finalizar. Por fim, embora haja mais problemas, aquela jogadinha de alguém pela esquerda (geralmente Armero ou um dos meias) conduzir a bola até o meio, depois virar o jogo para alguém na direita (geralmente Márcio Araújo ou algum dos meias), que corre até a linha de fundo e cruza, repetiu-se tantas vezes que eu pensei estar em meio a um ataque de dejá “vus”. Legal, interessante, deu pra notar que estão tentando parar de “cozinhar” a bola entre zagueiros e volantes, sem coragem de criar algo, mas isso matou a criatividade também. Acho legal buscar jogadas ensaiadas e fugir desse lenga lenga sem criação, mas é bom inovar e surpreender. O Palmeiras insistiu demais no cruzamento, como o próprio zago falou na coletiva, mas não se pode restringir um time a apenas uma jogada.



Ah, duas coisas que chamaram minha atenção: 1 – da série “coisas que você dificilmente verá na vida”, Armero salvando o Palmeiras duas vezes, acertando bicudas quando o adversário pressionava. 2 – da série “agora entendo”, Diego correndo loucamente na linha de fundo, para a bola não sair e não dar tiro de meta para a Ponte. Agora entendi o que ele quer dizer quando fala em “correr atrás da bola como se ela fosse um prato de comida”, faça isso mais vezes meu filho!



E foi isso. Gols ridículos. E a ponte conseguiu o que queria: o tempo quase todo na retranca até surgir oportunidade de matar o jogo. Confesso que já tinha jogado a minha toalha do Paulista 2010 há algum tempo, embora no fundo sempre haja a esperança sem sentido característica do torcedor. Desse modo, espero que o Palmeiras se acerte na Copa do Brasil e para o Brasileiro. Continuo achando que, embora ainda tenha muito a melhorar, apesar da derrota o time está melhor do que em jogos como contra o Sertãozinho (o Palmeiras venceu jogando mal pra caramba), Santo André... Em todo caso, se essa diretoria não começar a agir direito, continuarei pensando que o maior problema não vem da culpa de jogadores.



Naquela noite, enquanto procurava a Letícia para pegar minhas coisas e, enfim, me hospedar, imaginei que todas aquelas pessoas que me pararam na rua para comentar o jogo, pensaram que eu estava triste, ou com raiva. Porém, caminhando numa chuva daquelas “estilo São Paulo de ser”, eu não conseguia conter um sorriso tímido esboçado no rosto. Há mais de uma década eu nutri uma esperança, a esperança de realizar algo que foi um sonho na infância. Com o tempo fui vendo o Marcos envelhecer, perto de aposentar, e imaginava que acabaria passando a vida sem vê-lo defender um de seus pênaltis. Pensava que quando velha, ao falar de meu grande ídolo do futebol, eu não poderia relatar minha presença em algo que tanto o caracteriza. E agora não tenho mais esse medo. Vitórias e derrotas, para times bons ou piada pronta como o da Ponte Preta, irão ocorrer muitas e muitas vezes, como já ocorreram. E eu estarei aqui para ver. Mas o Marcos vai passar, e será logo. Naquele início de noite, com o Palmeiras perdendo e o jogo bem perto de acabar, Rodrigo me disse “Pênalti. Vamos embora”. Mas nem deu tempo de eu decidir se pedia a ele para ficar, ou se o acompanhava, já que estava me sentindo obrigada a fazer a vontade de alguém que me ajudou tanto a estar lá. Não deu tempo, já que em seguida ele completou “Não. Vamos ficar e ver o Marcos defender. Ao menos uma coisa de boa veremos hoje”. Esperamos, convictos, e ele não decepcionou. Aliás, que defesa segura. Foi um momento mágico, com o qual sonhei por grande parte da infância e toda a adolescência. Marcos defendendo um pênalti no Palestra, e eu no meio da torcida, feliz. Para muita gente isso não significa absolutamente nada, mas eu quase chorei, e eu jamais esquecerei o sorriso feliz do Rodrigo, que deve entender tudo o que eu senti. Valeu a pena a correria, o risco, me perder ao voltar, a chuva que tomei, passar o domingo todo com tênis molhado e fedido, ver o jogo todo mesmo que o Palmeiras tenha perdido e me feito sofrer. Valeu a pena ter seguido minha intuição de que eu deveria ir, de que aconteceria algo muito importante e eu me arrependeria se não fosse. Mesmo em momentos ruins, há sempre pelo menos um motivo para sorrir. Eu tenho o meu e agradeço aos que me ajudaram a fazer essa viagem chata, difícil, realizada por uma prova que foi um desastre, valer a pena.



Termino com um recado para você, palmeirense desesperado e ainda de cabeça quente. Aqui é Palmeiras, meu filho. Todo mundo perde no esporte, mas nós não somos uma Ponte Preta que nunca ganhou nada, muito pelo contrário, e vamos continuar ganhando. Vitórias e derrotas passam, o que fica é a lembrança que você guardou de cada momento inesquecível. Aprenda a guardar as coisas boas também. E aprenda a ser apaixonado, a fazer loucuras, sem que para isso necessite ir às ultimas conseqüências. Se uma paixão não é capaz de te fazer bem e de te divertir até mesmo nas adversidades comuns da vida, não vale a pena estar apaixonado.


domingo, 21 de março de 2010

FRUSTRAÇÃO

O jogo de hoje não foi nada do que esperávamos depois das últimas três vitórias, especialmente a do último domingo, contra o Santos na Vila Belmiro. A classificação se tornou algo impossível, ou seja, nos resta focar na Copa do Brasil porque Paulistão já era. O sentimento de frustração só não foi ainda maior porque Marcos defendeu um pênalti no último minuto. A verdade é que o time nem jogou tão mal assim, mas faltou muita objetividade e sobraram espaços. Outros pontos que continuam pesando para a não-reação definitiva dessa equipe passa pela dificuldade na saída de bola, além das inúmeras falhas defensivas.

Há muito tempo o Palmeiras é extremamente vulnerável defensivamente, e quando digo “há muito tempo” não digo “ontem”, “mês passado” ou “seis meses atrás”, digo “muitos anos”. Hoje, se não bastasse isso, contamos com um posicionamento equivocado e com Antonio Carlos numa tarde/noite infeliz. Não há muito o que se cobrar, ele ainda é um técnico jovem e inexperiente. Paciência, porque o trabalho será longo e desgastante até esse time finalmente adquirir alguma consistência.

Pedimos desculpas, mas por questões de viagem e dores de cabeça nosso pós-jogo completo sairá apenas na segunda. Até lá!

Créditos da foto: Lance Press.

sábado, 20 de março de 2010

PRÉ-JOGO - Com a “macaca”, Verdão encara a Ponte Preta

Neste sábado o Palmeiras entra em campo em busca da quarta vitória consecutiva, coisa que não aconteceu há mais de 5 meses. Para isso terá que bater a Ponte Preta, que também vem de uma vitória pelo mesmo placar que o Palmeiras, 4 x 3 sobre o Bragantino. Embora reconhecidamente seja um dos times mais fortes do interior paulista, a “macaca” nos traz boas lembranças, mais especificamente do nosso último título, o Paulistão de 2008. Impossível esquecer. E as equipes se enfrentam no mesmo palco da decisão do estadual de 2 anos atrás. Se o resultado fosse o mesmo...

O time campineiro é um dos mais tradicionais do interior do estado. O clássico da cidade, com o Guarani, é um dos jogos mais importantes do Brasil. São quase 110 anos de história. Apenas disso a Ponte Preta continua “virgem”, quer dizer, conquistou ano passado o Campeonato do Interior, que não vale bosta nenhuma, mas a Federação e os clubes pequenos fingem que vale, então vamos fingir também. Em sua longa existência, a Ponte já figurou por muito tempo na elite do futebol brasileiro e disputou 6 finais do Paulistão, a última delas em 2008, aquela final e aquela goleada.

No histórico de confrontos, temos boa vantagem. São 110 jogos, 28 empates e 24 derrotas, com 192 gols marcados e 113 sofridos. A primeira partida da história foi disputada em Campinas, num amistoso em 1935. Na ocasião o Palestra Itália goleou a equipe pontepretana por 4 x 1. Já a última delas foi no ano passado, também com final feliz. Enquanto o time principal se preparava para enfrentar o Real Potosí na altitude boliviana pelo jogo de volta da pré-Libertadores, Lenny fazia a festa no Moises Lucarelli. Foram 3 gols do atacante e a partida terminou em 3 x 2. O Verdão não perde para a Ponte desde 2007, quando foi derrotado em Campinas por 2 x 1. No Palestra o tabu é maior. A última derrota ocorreu pelo Brasileirão de 2001, por 2 x 0.

Para tentar a vitória no Palestra, a Sérgio Guedes faz mistério na escalação da equipe. Assim como o Palmeiras, a Ponte jogou no meio de semana pela Copa do Brasil em duelo paulista contra a Portuguesa. A Lusa arrancou o empate por 1 x 1 no Moises Lucarelli. Os principais destaques da equipe são: o goleiro Eduardo Martini, que fez um excelente Brasileirão pelo Avaí, o meia-atacante Fabiano Gadelha e o jovem atacante Danilo Neco, além do ex-gambá e Noroeste, Otacílio Neto e o folclórico Finazzi.

O Verdão terá a volta de Marcos ao gol. Antonio Carlos poderá contar com quase todo o elenco a sua disposição, inclusive Maurício Ramos, que foi relacionado para a partida e pode ficar no banco. A baixa fica por conta do lateral-direito Eduardo, que vinha atuando de titular nas últimas partidas. Zago provavelmente deva escalar Marcio Araújo na posição. Graças às últimas vitórias, esta tarde de sábado deve ter Palestra Itália perto da lotação. Que venha mais uma e, quem sabe, com uma boa exibição para selar a paz entre torcida e time, já que, além do bem-estar, o mais importante nesse momento é conquistar os 3 pontos e continuar sonhando com a classificação, ainda muito difícil, porém, ainda possível.

O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Palmeiras x Ponte Preta, neste sábado, 20/03?

quinta-feira, 18 de março de 2010

PALMEIRAS VENCE EM BELÉM, MAS FARÁ JOGO DE VOLTA

Não foi uma grande exibição, nem o melhor resultado. Mas a partida de hoje selou a terceira vitória consecutiva do time, a única sequência no ano, o que demonstra, espero eu, uma evolução técnica e emocional na equipe. Com jogadores poupados, pelo menos na maior parte do tempo, e com Marcos fazendo recuperação em São Paulo, o Palmeiras foi ao Pará enfrentar o Paysandu, outrora figurante das principais divisões nacionais, no Mangueirão lotado. Fez o suficiente para garantir uma vitória, embora tenha andado nos extremos entre o empate e classificação direta durante quase todo o segundo tempo. O resultado não elimina o jogo de volta, mas dá uma paz que há muito tempo o palmeirense não conseguia ter.

A capital paraense já não é mais a mesma no cenário do futebol. Não muito tempo atrás, Remo e Paysandu passeavam entre as duas primeiras divisões nacionais, principalmente nosso adversário de hoje, mas a coisa mudou. O que sobrou do futebol local foi o belíssimo Mangueirão. Usando a força da torcida para empurrar a equipe, o Papão da Curusu, como é chamado, tinha como plano de jogo pressionar o Verdão no primeiro terço do primeiro tempo. Já o Palmeiras, tinha como objetivo cadenciar a partida e se aproveitar da velocidade do ataque para levar perigo. Antonio Carlos preferiu poupar Cleiton Xavier, Robert e Pierre, dando chances a Lincoln, Márcio Araújo e Lenny no time titular. Além de Deola, substituto de Marcos.

Ao contrário do plano do Paysandu, foi o Palmeiras que começou melhor a partida. O alviverde manteve o domínio do jogo durante bom tempo até que, num contra-ataque fulminante, Ewerthon deu belo passe para Lincoln que, sozinho, apareceu em velocidade e driblou o goleiro, marcando seu primeiro gol com a camisa do Palmeiras. Mas, novamente, o Verdão caiu num erro antigo: recuar após abrir a contagem no marcador. Recuou tanto que levou sufoco. E o sufoco foi tanto que acabou levando o empate. Erro na saída de bola (de novo), a jogada prosseguiu nas costas de Eduardo, mais uma vez muito mal, e acabou com bela finalização de Bruno Rangel. A partir daí a primeira etapa seguiu disputada, com ambas as equipes chegando com perigo ao ataque.

O segundo tempo voltou sem alterações. E mais uma vez o Palmeiras começou melhor. Não deu nem tempo do Paysandu se arrumar em campo que veio um bombardeio alviverde para cima de Alexandre Fávaro. Foi então que Eduardo cruzou pela direita, Lenny desviou e a bola sobrou para Ewerthon marcar, também, seu primeiro gol com a camisa do Verdão. Na comemoração, mais “Armeration”. Como na primeira etapa, a equipe recuou e permitiu a reação do time paraense. Eduardo foi substituído por Pierre e, mais uma vez, Márcio Araújo ficou como lateral direito. Ao contrário do esperado, o camisa 5 não entrou muito bem na partida. Novamente o nosso guerreiro, de quem não se discute a qualidade, esteve extremamente displicente na saída de bola e quase complicou a equipe com isso.

Então começou um jogo de extremos. Enquanto Deola, justificando a fama dos goleiros palestrinos, fechava o gol, na frente o Palmeiras perdia chances claras de aumentar o placar. Cleiton Xavier e Robert entraram na partida, para saídas de Lenny e Ewerthon. O camisa 20, iluminado no domingo, perdeu a chance mais clara de gol na segunda etapa, o que poderia ter evitado o jogo de volta. Mas depois do que fez contra as meninas da Vila, Robert têm créditos. As equipes ainda se estranharam no final da partida, mas nada de mais sério aconteceu.

Agora o Palmeiras joga no sábado contra a Ponte Preta no Palestra. Antonio Carlos deve contar com força máxima para o duelo. Com as chances de classificação ainda baixas, só a vitória interessa. A adição de Ewerthon e Lincoln no elenco ajudaram a equipe a ficar mais forte, e os dois já se mostram entrosados com o time. Os principais defeitos hoje são: a saída de bola e a lateral direita. Incrível, quando um melhora, o outro estraga. Mas faz parte de um time em formação, embora esse “em formação” seja constate no Palmeiras. Que os jogadores descansem para sábado e que possamos manter essa sequência de vitórias, porque, cá entre nós, merecemos um pouquinho de tranquilidade.

Créditos da foto: Lance Press.

domingo, 14 de março de 2010

EM JOGO HISTÓRICO, VERDÃO VIRA E MANDA UM “CHUPA” NA VILA

Hoje foi para lavar a alma! Depois das manjubas golearem o poderoso Naviraiense, no meio de semana, muito se falou sobre um favoritismo exagerado da “brilhante” equipe santista. O Palmeiras, por outro lado, tinha conseguido uma vitória suada contra o Sertãozinho e vinha numa draga de meses. Todos esperando um show do fantástico “circo” do Santos. E, de repente, o pesadelo virou realidade. Não só saíram na frente, como abriram dois de vantagem no placar. Foi quando houve uma reviravolta histórica. Talvez um marco para a reação desse desacreditado time. Superamos provocações, firulas, desvantagem, e vencemos com raça, garra, vontade, o que nunca pode faltar no Palmeiras.

Quem são os santistas? São raras criaturas pré-históricas que figuram inertes durante muito tempo de sua existência, mas é só o time começar a ganhar que eles aparecem do nada. E não só aparecem como também enchem o saco. A frescurinha toda começou quando a molecada resolveu mostrar serviço. E daí veio o Robinho, aquele lazarento que deve ter algum tipo de affair com o técnico da Seleção Brasileira. O fogo dos semi-extintos só aumentou. Venceram um time que daqui uma semana mais ninguém vai lembrar o nome, nem os jogadores que jogam lá, e vieram com banca pra cima do Palmeiras.

Quem são os palmeirenses? São criaturas ranzinzas que não admitem a inércia do time no cenário do futebol. Mas ao contrário das sereias, o palmeirense cobra, briga, esculacha, mas não abandona o time, não importa a fase, vai no estádio nem que seja só pra xingar, mas vai. E na atual situação teve fé num time desacreditado. Desacreditado, mas ainda Palmeiras. Eles lá se esqueceram disso. Esqueceram que por trás dessa fase negra, dessa bagunça política, existe uma camisa vitoriosa e com um peso enorme. Resultado: mexeram com o time errado e tomaram no lugar que são-paulino gosta de tomar.

Prepare-se para um desastre e extravase com uma vitória sensacional. Esse foi o jogo de hoje. Com a estréia de Ewerthon, já no time titular, o Palmeiras mal ofereceu perigo ao Santos, quando Pará cortou Eduardo na lateral da área e bateu por cobertura, marcando o gol santista. Já era péssimo sair perdendo. E ficou pior. Mesmo com mais posse de bola o Palmeiras não criava situações de gol. Aproveitando-se da fragilidade na marcação e de uma saída errada de bola, o Santos atacou em velocidade e marcou o segundo. O que fazer? Acreditar nos desacreditados, um em especial.

Robert é um capítulo à parte na história do jogo. Um jogador de mediano para ruim, com pouca movimentação, limitada qualidade técnica, que além de tudo tinha sido execrado na última partida por atrapalhar Danilo, que faria o gol da virada. Mas apesar dos pesares, mesmo com toda a limitação, Robert não foge dos jogos importantes. Tira força de onde não tem e faz o que ninguém espera que ele faça. Os dois gols na vitória contra o São Paulo foram pouco perto do que ele fez hoje. Foi nele que a reação começou e, com ele, culminou na vitória.

Falta em Diego Souza pela lateral-direta do ataque. Cleiton Xavier cobrou e Robert antecipou-se à zaga e ao goleiro, que saiu caçando borboleta, testando firme para diminuir a vantagem santista. Faltava pouco para acabar o primeiro tempo e menos ainda para a brincadeirinha das garotas da Vila perdurar. Armero, criticadíssimo (com razão), recebeu lindo toque de calcanhar de Diego Souza, avançou pela esquerda e cruzou rasteiro para Robert desviar para o gol e empatar a partida. Rebatendo a dancinha das meninas do litoral paulista, os jogadores do Verdão foram dançar para a torcida em menopausa, com destaque especial para a performance hilária do colombiano.

Volta do intervalo com alteração no Palmeiras. Saiu Eduardo, muito mal, e entrou Márcio Araújo. O volante fez às vezes de lateral-direito e recebeu ajuda de Pierre na marcação pelo lado durante toda a segunda etapa. Uma alteração que ajudou muito no resultado final da partida. Com o reinício de jogo, o Verdão mostrou que estava melhor do que no primeiro tempo. Mais organizado e objetivo, o time soube aproveitar a oportunidade para finalmente virar o placar. Edu Dracena fez uma falta de rugby em Diego Souza no meio campo. Cleiton cobrou, Danilo desviou para o meio da área e Léo cabeceou na trave, no rebote o camisa 7, livre, cabeceou sem dificuldade para o fundo do gol. Mais dancinha, agora da virada.

A oportunidade do quarto gol apareceu, duas vezes com Robert. Na primeira, o camisa 20 demorou para finalizar e foi bloqueado pelo zagueiro. Na segunda, ele cabeceou entre a zaga santista e a bola passou lambendo a trave. Ewerthon saiu da partida para a entrada do outro estreante, Lincoln. Então, o Santos reagiu no jogo e foi pra cima com as mudanças de Dorival Junior. A que mais surtiu efeito foi a de Madson. O anão entrou e empatou a partida ao receber, em posição legal, na área e bater cruzado no gol de Marcos. Visando provocar o nosso time, o duende santista imitou um porco na comemoração. Repito: mexeram com o time errado.

Então, veio o ato final. Mas antes, um presente para os palmeirenses. Depois de perder a bola, Gaymar deu uma entrada violenta em Pierre e recebeu o cartão vermelho direto. Um castigo e tanto para a bonequinha que passou o jogo todo provocando e se jogando. E Robert encerrou a jornada palestrina no litoral. Em saída errada da defesa santista, Lincoln dividiu e roubou a bola, que sobrou para Robert, de longe, perceber o goleiro Felipe adiantado e fuzilar para o gol. Um golaço! E ainda com direito a pescaria e pedalada na comemoração. Antes do fim da partida, Léo foi expulso pelo segundo cartão amarelo. O Santos pressionou, tentou, mas a vitória tinha dono.

Com o apito final uma linda comemoração dos jogadores, em especial de Marcos e Diego Souza, batendo no peito, todos eufóricos com a vitória. Antônio Carlos, que mexeu bem demais, chamou todo mundo para comemorar e agradecer a torcida. Um jogaço que por muito tempo ficará em nossa memória. E um resultado que deixa o Palmeiras ainda vivo na briga pela classificação, embora ainda seja muito difícil. Mas por que não acreditar? Para encerrar, vamos relembrar que a torcida geriátrica gritou no final do jogo contra o fortíssimo Naviraiense: “ô porcada, pode esperar, a sua hora vai chegar!”. E chegou mesmo! Chupa viúvas do Pelé, chupa Robinho, chupa Neymar, chupa Paulo Henrique, chupa Madson, chupa André (quem?), chupa todo mundo desse time de merda! Aqui é Palmeiras, porra! E parabéns para nossos jogadores, contestados ou não, especialmente para Robert, carrasco das sardinhas! Bora Palmeiras, que ainda dá!

Créditos da foto: Lance Press.

PRÉ-JOGO - DOMINGO EU VOU À PRAIA


Chegou o domingo e com ele o clássico entre Palmeiras e o time de nossos avós, bisavós e tataravós, o Santos Futebol Clube, ou simplesmente “peixe”. E domingo de estréia, provavelmente. Lincoln e Ewerthon podem e devem estrear com a camisa do Verdão no clássico da Vila Belmiro. Lá para as bandas da Baixada Santista, muito otimismo e até certa soberba da molecada. Já na Academia de Futebol, pés no chão e a certeza de um jogo difícil e definitivo. Se for derrotado, o Palmeiras dá adeus a qualquer possibilidade real de classificação, mas se vencer ganha força e permanece vivo na difícil luta pela vaga às semifinais.



No ano passado foram 5 confrontos, com 3 vitórias e 2 derrotas. No último deles, pelo Brasileirão, vencemos por 3 x 1 de virada na Vila. Na história os sardinhas são fregueses. Foram 292 jogos, com 125 vitórias, 76 empates e 91 derrotas, com 520 gols marcados e 432 sofridos. Que a história se repita, e que o Palmeiras encontre um pouco de paz para os próximos e decisivos jogos.



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terça-feira, 9 de março de 2010

NO SUFOCO E NA RAÇA, VERDÃO VIRA E VENCE SERTÃOZINHO

Incrível como tudo é estranho se tratando de Palmeiras. Tão estranho quanto um jogo em plena segunda-feira. Se fosse na Premier League, com o bagunçadíssimo calendário inglês, mas não, em pleno Paulistão. Por conta da chuva e de outras coisas escusas que não vale a pena entrar no mérito, a partida que seria sábado passou para hoje à noite na Arena Barueri. Pouca torcida e muita pressão. As chances de classificação, antes mesmo do início da rodada, já eram diminutas. E continuam, apesar da vitória. Mas vale a pena torcer por jogos dignos, com o que esse time pode render, mesmo sem brilho, mas com vontade e entrega. Juro que isso não é pedir muito.

O Palmeiras pegou o ônibus para Barueri em pleno dia mundial da preguiça para concluir a 13ª rodada do Paulistão, com dois desfalques e dois retornos contra o lanterninha Sertãozinho. Cleiton Xavier, que ainda era dúvida horas antes da partida, vestiu a camisa e entrou em campo. Diego Souza, expulso contra o Santo André, e Edinho, suspenso por três cartões, desfalcaram a equipe. Em compensação tivemos a volta do zagueiro Léo, que cumpriu suspensão contra a equipe do ABC, e de Márcio Araújo que ficara alguns jogos fora por contusão. O time com uniforme cor de Ki-suco de uva tinha como desfalque o goleiro, expulso contra o Mogi Mirim na rodada anterior. E parecia que seria fácil. Mas no Palmeiras, nada que parece é.

A partida começou tranquila, com a marcação acertada na meia, bom posicionamento dos laterais e com Lenny correndo o campo todo. E ficou ainda mais tranquila quando Pierre deu belo passe para o camisa 19 se livrar do zagueiro na entrada da área e bater rasteiro para o gol. A vantagem no placar, a facilidade de manter a posse de bola e a fragilidade do adversário não foram suficientes. Nós temos que sofrer, é como um carma. E foi nas costas de Eduardo que o Sertãozinho empatou a partida no final do primeiro tempo, com Mendes chutando no ângulo direito de Marcos. Castigo pela falta de produtividade.

Na volta do intervalo, sem mudanças em ambas as equipes e uma ideia na cabeça do palmeirense: ganhar de uma vez esse jogo. Ideias são somente ideias; imaginação. A mesma imaginação que ajudou o juiz Raphael Claus inventar um pênalti de Marcos em Thiago Silvy. Sem nada a ver com a história, Ricardo Lopes bateu e virou a partida para o time do interior. Pronto, voltamos ao inferno. Os passes errados, que já eram recorrentes, só aumentaram. As chances de gol eram raras e quando vinham eram desperdiçadas. Cruzamentos mal feitos, rebatidas erradas, posicionamento confuso, etc. E na arquibancada a pior parte da noite. Torcedores começaram a xingar Antonio Carlos e gritar “time sem vergonha”, “time medíocre”, entre outras coisas, faltando mais de 15 minutos de partida. Uma lástima, principalmente devido ao empenho da equipe em campo.

Sem ligar para os gritos inoportunos da arquibancada, o Palmeiras continuou tentando. William, Ivo e Daniel entraram, enquanto Sacconi, Wendel e Lenny saíram. Era o Palmeiras em cima e o Sertãozinho acuado, segurando o resultado. E de tanto insistir o empate saiu. O relógio marcava 40 do segundo tempo quando Léo cruzou pela direita e Cleiton Xavier antecipou Robert (graças a Deus) e a zaga, para testar firme para o fundo do gol. Nem comemoração teve. O camisa 10 pegou a bola e colocou com rapidez no centro de campo para reinício de jogo. O lema no Palmeiras, com ou sem problemas de elenco, é: não desista jamais... Mesmo que Robert jogue no seu time. O cronômetro correndo para o final da partida, o Verdão pressionando em busca da virada, de repente a bola sobra livre, limpa, açucarada na área, era só fazer. Danilo mata, se prepara para chutar e... Robert!!!! O “zagueirão” atrapalhou a conclusão do camisa 23 e causou o gol mais perdido do jogo. Mas espera aí! Ele joga no Palmeiras!? Filho da p...

Robert tentou, com toda a força de sua alma, estragar nossa noite de tela-quente, mas por motivos que nem Deus consegue explicar, ele não conseguiu. Últimos segundos de jogo, enquanto a torcida mandava o camisa 20 tomar naquele lugar onde o sol não chega, Eduardo lançou para o ataque, a zaga do Sertãozinho bateu cabeça, Robert estava perto, tão perto que deu arrepios, mas foi Cleiton Xavier que matou a bola e bateu no canto esquerdo do goleiro Gilberto para virar a partida e decretar a vitória. Ufa! Perder para o time de uniforme de ki-suco seria demais para o meu gosto. Foi na raça, na vontade, na superação, mas também foi no sufoco. E foi assim porque o time jogou mal mais uma vez. Antonio Carlos agora terá sua primeira semana cheia de trabalho para tentar acertar melhor essa equipe há tempos desajustada, preparando-se para o perigoso clássico contra o Santos na Vila. O Palmeiras ficará concentrado em Itu, treinando para a partida de domingo. Com trabalho e empenho, manteremos pelo menos a dignidade. Se dermos sorte podemos até sonhar um pouquinho com as semifinais. Só o amanhã dirá.

Créditos da foto: Lance Press.

segunda-feira, 8 de março de 2010

PRÉ-JOGO - PALMEIRAS X SERTÃOZINHO

Segunda-feira, dia mundial do tédio. E é nesse dia que Palmeiras e Sertãozinho entram em campo para disputar partida válida pela 13ª rodada do Paulistão 2010. Por conta das fortes “chuvas” o jogo foi transferido de sábado para hoje, às 21h na Arena Barueri.


A fase anda “braba” para as duas equipes. Enquanto o Sertãozinho figura na lanterna da competição, a má fase do Palmeiras persiste há tempos. Desde a derrota para o Santo André na última quarta, o clima está ainda mais pesado na Academia. Hoje entraremos em campo com as chances de classificação reduzidíssimas e com desfalques, além da nuvem negra pairando sob jogadores e torcida. Edinho, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e Diego Souza, estupidamente expulso na última partida, desfalcam a equipe. Cleiton Xavier, que mais uma vez em “boa” hora se contundiu, deve ser outro desfalque, ainda não confirmado.

A última partida entre as equipes foi disputada também, curiosamente, na Arena Barueri. O jogo válido pela 1ª rodada do Paulistão de 2008, terminou com vitória por 3 x 1 com 2 gols de Alex Mineiro e 1 de William. Pela fase, dia, horário e local, a expectativa é de pouco público. Que pelo ganhe do “poderoso” Sertãozinho...

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Créditos da foto: GE.com

quinta-feira, 4 de março de 2010

O SILÊNCIO DOS INOCENTES

Há dias em que é melhor não dizer nada. Por respeito à instituição Palmeiras, de 95 anos de história de títulos e glórias, este é o momento de se calar. Refletir. Nada do que for dito será proveitoso, o Palmeiras já foi massacrado demais hoje, por outros e por seus representantes, não vamos fazer isso também. É o motivo do nosso silêncio.

Créditos da foto: Lance Press.

quarta-feira, 3 de março de 2010

PRÉ-JOGO - PALMEIRAS X SANTO ANDRÉ

O ABC Paulista gosta de ter um time para encher o saco dos grandes da capital. No início dos anos 2000 foi o São Caetano, que chegou até numa final de Libertadores e tem um estádio, coisa que time por aí não conseguiu nem em 100 anos. Com o encolhimento do “Azulão”, a região da Grande São Paulo apresentou outro intruso, o Santo André. Fundado há bem mais tempo que o vizinho do ABC, a equipe é conhecida como “Ramalhão” por conta de João Ramalho, português do fundador da vila de Santo André da Borda do Campo, que séculos depois se tornaria parte do município de São Bernardo e, finalmente emancipada, para Santo André na década de 10.

Santo André fica a 18 km da capital paulista e tem uma população estimada em 673 mil habitantes. Nas décadas de 70 e 80 foi conhecida, como todo o ABC, como pólo metalúrgico do estado. Com o passar do tempo foi perdendo fábricas por conta da concorrência fiscal de cidades do interior. Hoje a cidade tem umas das maiores taxas de desenvolvimento humano do estado e conta com 20% de sua população composta por migrantes, em sua maior parte do Nordeste, Minas e Paraná.

Nu futebol a cidade conseguiu projeção nos anos 2000, mesmo que antes tenha participado da primeira divisão, em 1984. Em 2004 a equipe cruzou nosso caminho na Copa do Brasil. Azar... O nosso. O confronto terminou empatado, mas como a equipe do ABC fez mais gols em nosso mando, ficou com a vaga. Naquela noite infeliz, era só a bola ser lançada à área que saia gol. Depois de eliminar clube como o nosso Palmeiras e o Atlético-MG, o Ramalhão chegou à final e derrotou o Flamengo em pleno Maracanã. Foi o início da fama de “vice” de Abel Braga, que no ano seguinte perderia a mesma competição com o Fluminense para o também pequeno Paulista de Jundiaí.

Embora a derrota de 2004 esteja bastante viva em nossa memória, o histórico de confrontos mostra uma boa vantagem para o Verdão. São 37 jogos, com 18 vitórias, 13 empates e 6 derrotas; com 54 gols marcados e 31 sofridos. O primeiro da história dos clubes foi em 1974, em Santo André. A partida terminou em 4 x 0 para o Palmeiras, com dois gols do Divino, um de Leivinha e outro de Edu. Já a última partida não trás boas lembranças. Um vergonhoso 2 x 0 para a equipe do ABC que nos deixou longe de um título que esteve tão perto. No Palestra, o último confronto nos rendeu 3 pontos graças a Diego Souza, autor do único gol da vitória por 1 x 0.

Hoje a partida será no Palestra Itália, e é crucial. Se o Palmeiras ainda pretende se classificar para as semifinais, o que está cada vez mais difícil, tem a obrigação de ganhar nesta noite. Trata-se de um confronto direto e, se perdermos, praticamente damos adeus ao Paulistão. A boa notícia é a volta de Pierre, que não jogou a última partida por conta de suspensão pelo terceiro cartão amarelo. A derrota vexatória no último domingo baixou os ânimos que a chegada de Antonio Carlos, vencendo de cara um clássico, havia trazido. Mas, ainda não há nada perdido. Só nos resta torcer e apoiar essa equipe, que para nossa infelicidade, se continuar com problemas de composição de elenco, ainda nos dará muita dor de cabeça na sequência da temporada. Hoje não quero saber de aspirina. Hoje eu quero vitória.

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segunda-feira, 1 de março de 2010

PALMEIRAS PERDE NO POLO AQUÁTICO PARA O EX-LANTERNA

Vou lhe contar uma novidade: o Palmeiras não precisa de um camisa 9. Sabia disso? Pois é, isso é a mais pura verdade. E tem mais: se o atacante não dá conta, é obrigação do técnico arrumar uma solução que não existe. Se perdemos hoje foi culpa da chuva, do campo, e só. E também foi azar, afinal, aquela poça parou a bola, atrapalhou o Souza e saiu o gol. Temos um timaço que tem total condição de brigar por qualquer título no planeta. Podemos repor qualquer posição a qualquer hora. Se o que temos de melhor não joga, o que temos de pior resolve. Você consegue acreditar nisso? Então me avise como, porque eu quero aprender.

São Paulo está assim: invernico e chuva a qualquer hora. Para gramados ruins, a quantidade de água que está caindo é o suficiente para fazê-lo virar um açude. Como a drenagem não agüentou, foi exatamente isso o que aconteceu. Muitas poças, gramado extremamente pesado e um esporte que apenas lembra futebol. Foi com esse campo que Palmeiras e Rio Claro jogaram. Obviamente o jogo foi ruim desde o início. Com a chuva constante, inclusive durante partida, a situação só piorou. Sem Pierre, suspenso, e Marcio Araújo lesionado, Edinho e Souza formaram a dupla de volantes. Problema nem tanto por Edinho, que por mais que falte técnica é um jogador que sempre mostra vigor, um pouco mais por Souza, que começou tão bem no time principal e agora cada vez que entra parece pior, mas principalmente pela falta que o nosso guerreiro faz.

No primeiro tempo, poucas chances para os dois lados. Quando surgiam, as do Rio Claro paravam em Marcos. E as do Palmeiras paravam em Robert. Para não cometer qualquer tipo de injustiça, Lenny também enfiou o pé na jaca. Nossa melhor chance foi com Souza, que chutou forte de fora da área e a bola explodiu no travessão. No rebote Cleiton Xavier, em impedimento, cabeceou para fora. E quem não faz... A mesma bola com o mesmo jogador, dessa vez negativamente. Ela parou na poça dentro da área, conseguiu enganar o ruivo, mas não enganou o atacante do Rio Claro, que chutou forte no canto inferior de Marcos para abrir o placar.

No segundo tempo, mesmos times, mesmo campo encharcado e mesmo futebol medonho. Logo no comecinho veio um bombardeio do Rio Claro, defesa de Marcos e bola na trave quase na sequência. Léo e Danilo estavam terríveis na noite de hoje. E o Palmeiras tentou da maneira que sabe, ou melhor, que não sabe. Não tinha jogo pelas laterais, não somente hoje, já que se trata de um problema que vem desde muito tempo. Pelo meio a bola parava nas poças. Os jogares do time do interior perceberam isso logo, mas os nossos, tão bem remunerados, não. Continuavam insistindo em carregar a bola onde não era possível nem andar direito. Se a jogada passasse dessa linha imposta pela natureza, rebatia em Robert e ia para a lateral ou linha de fundo.

O velho desespero voltou. Chuveirinho. Numa situação de chuva e gramado quase impraticável, é o melhor que se pode fazer. Mas nem disso fomos capazes. As faltas, todas mal cobradas. Escanteios, idem. Até as jogadas convencionais, pelas alas, não resultavam em nada. Mal chegavam na área e quando chegavam eram isoladas pelos nossos próprios jogadores, um em especial. Cleiton Xavier e Diego Souza, indiscutivelmente nossos melhores jogadores, não jogaram absolutamente nada. E quando eles não jogam, quando não temos qualidades pelas pontas, quando não temos alguém para fazer gol ou quando nem podemos modificar bem o time com o que temos no banco, o resultado é óbvio: derrota. Mesmo que ela seja para o fraquíssimo Rio Claro.

E foi exatamente isso. Fomos derrotados pelo time que possivelmente é o pior do campeonato e voltamos à realidade. Não uma realidade fria e dura como a de hoje. Vamos ganhar jogos, podemos jogar bem uma vez ou outra, e talvez, se contarmos com sorte e raça, podemos até nos classificar, mesmo com a situação complicada na tabela. Mas o time não será sempre páreo para os mais fortes e por vezes, nem para os mais fracos, porque não temos elenco. Porque com o que temos não dá para fazer milagre. Não se pode exigir que um técnico que recém começou a carreira faça de um carro popular uma Mercedes Benz. Nem Alex Ferguson faria. Sem jogador não há time. Sem elenco não há título. O problema está aí, escancarado. Agora eu quero a solução.

Créditos da foto: Futura Press.