... Show de horrores, que fique bem claro. No ano passado nós falávamos do Obina, de como é possível um jogador grosso acabar com uma partida. Em 2009, o atacante do acarajé botou os “100 anos, ‘100’ Libertadores” no bolso, este ano foi a vez de Robert fazer o mesmo com o badalado Santos. Mas verdade seja dita, uma coisa não mudou e nunca mudará: jogador grosso sempre será grosso, por mais boa vontade que tenha, e geralmente tem. Hoje só não estamos mais azedos porque Lincoln, que nem jogou (ou joga) tudo isso, marcou o gol da vitória. Uma maneira estranha, digna de “Palmeiras 2010”, de começar o campeonato mais difícil do país. “Dos males o menor” e/ou “pelo menos ganhou” viraram lemas das nossas vitórias. Complicado.
A fase já é uma beleza, com frio e chuva então... Pouco mais de 6.000 malucos foram ao Palestra Itália se molhar e congelar a bunda no concreto. Uma missão nada agradável, ainda mais depois de uma eliminação como aquela de quarta-feira. Mas eles foram lá, os nossos corajosos representantes. O frio da arquibancada era o mesmo dentro de campo. Sem Danilo, suspenso por 11 jogos pela patacoada na primeira partida contra o Atlético-PR, sem Diego Souza (e sem comentários), além de um bom centroavante, isso sim, que faz falta desde muito tempo.
Ainda com todos os problemas começamos com algo de bom. Vítor, vindo do Goiás, finalmente estreou. Iniciou a partida muito acionado, mas diminuiu muito a participação ao longo do jogo, também por estar fora de ritmo e porque o time não ajuda. Com os mesmos problemas de sempre chegávamos perto do gol e não concluíamos bem (ou nem concluíamos) e ainda tomávamos contra-ataques. Zago, pelo amor de Deus, Edinho de zagueiro não dá! Ele é um volante raçudo e, às vezes, até decente, mas na zaga é uma lástima. Pelo menos Léo estava seguro na marcação e Marcos atento.
No segundo tempo começou o espetáculo. Robert, um dos únicos poupados da eliminação na Copa do Brasil, tomou os holofotes pra si e não de uma boa maneira. O cara é esforçado, ele marca gol, às vezes até nos salva de catástrofes ainda piores do que as que temos vivido, mas é fraco. É como se fala: se você é feio, tem que andar com gente mais feia que você porque daí ficará até bonitinho. Isso acontece com o camisa 20. Contrataram atacantes tão ruins que Robert até parece bom. Parece. “Nem tudo que reluz é ouro”. Eu tenho pena dele, é um jogador esforçado, mas tenho mais pena de nós.
Antes do centroavante chamar a atenção, Ewerthon deu uma cabeçada bisonha. O gol, digamos, estava num ângulo completamente diferente daquele cabeção. Veja só, o que falta no Palmeiras? GPS. Se ele soubesse a direção correta do gol talvez acertasse. Então Robert apareceu. Quando o time acerta os passes, toca de primeira, pensa rápido, alguém vai lá e estraga. Lincoln deu uma linda bola para Ewerthon que falou para Robert, “faz, meu filho”, e ele fez... Uma puta de uma cagada. Mas não acabou. O ex-PCC invadiu a área e quando ia marcar o gol sofreu pênalti, com direito a expulsão, correta, do infrator. Era a hora de Robert se redimir. Que nada, ele cobrou e a versão colombiana de Felipe defendeu. Vaias para o autor da proeza e para o “técnico”, carinhosamente tendo seu nome do meio, “burro”, lembrado dentre os gritos.
Daí a motivação, que já era enorme, caiu por terra. O time baiano, com um jogador a menos, parecia mais inteiro na partida. Até que Antonio Carlos “Burro” Zago resolveu tirar o algoz santista, finalmente. Dizem, veja bem, apenas dizem, que entrou um tal de Paulo Traffic Henrique. Eu, sinceramente, só vi o Robert sair. E melhorou, viu. Com muito esforço e nenhuma organização, como de praxe, chegamos ao tão esperado e desprezado (ê Robert) gol. Lincoln recebeu na entrada da área e bateu rasteiro, no contra-pé de Viáfara. O meia foi comemorar com a torcida e mostrou “raça” ao bater no braço. A verdade é que o camisa 99 (não, isso não é Futebol Americano) não fez um grande jogo e nem vem tendo grandes atuações, mas diferentemente de um certo camisa 10, ele não se esconde. Estabanado, fominha e seja lá mais o que for, ele chama a responsabilidade.
E foi assim que o Palmeiras venceu o primeiro jogo do Brasileirão 2010. Era pra ter vencido fácil, muito fácil, mesmo jogando um futebol no máximo regular, mas é o Palmeiras, vencer fácil é algo que não se vê há muito tempo. Para encerrar o post mando os meus parabéns para a diretoria, em especial ao líder da máfia, digo, o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, também conhecido como a “véia Quaker”, que já não bastasse contratar tão bem e empurrar a sujeira pra debaixo do tapete, ainda incentiva a equipe de uma forma, digamos, estranha. Continuem assim, diretores, que logo você chegam lá, e vai se saber aonde fica esse “lá”. Vivemos, palmeirense, numa constante e interminável TPM. Nem quando ganha tá bom.
Créditos da foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
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