terça-feira, 3 de março de 2009

Sobre um certo jogo na Libertadores

Achei que o time de 2008 tinha acabado, mas não, continuou, foi ele que andou em campo hoje. Foi ele que perdeu na corrida quase todas as jogadas, foi ele, o mesmo time, que afunilava o jogo e que não chutava a gol. Foi desde o zagueiro estatelado no chão pedindo pro atacante adversário “anda, faz!”, ao meio campo sem criatividade e até o atacante que se esconde da bola. Foi temeroso. Foi vergonhoso. Falta de brio. Falta de fôlego. Não, não era Potosí, não era Quito, nem La Paz era, mas mesmo assim a bola parecia correr a anos luz da zaga palmeirense.


Não, não era o Jéci que estava em campo, e também não era Evandro armando o jogo e nem Max concluindo. Eram estrelas, todas cobiçadas, invejadas, todas elas, sem exceção, elogiadas em demasia pela torcida e pelos adversários.

A estrela da zaga viu a bola correr pelo canto do olho quando morto, esticado estava no chão. E viu mais de uma vez. Viu os anos e o ego segurar suas valorosas e elogiosas pernas que não alcançaram nem a sombra adversária.


A estrela do meio apagou. Simplesmente. Não jogou. Se escondeu, se omitiu. Nem marcou, nem armou. Foi uma estrela nula.


Já a estrela maior, a do ataque, quase reluziu. Fez um gol. De resto... Uma estrela apagada como as outras, enfiada no meio de batalhões de chilenos, escondida, com medo da bola e dos pés vizinhos. Um medo de um time badalado, um time que precisava decidir, precisava de novo só dele e sim, de novo, mais uma vez, repetidamente incompetente. Poderia ter sido diferente. Que essa frase fique apenas no jogo de hoje, que fique no jogo de antes, contra a LDU, mas que não fique perdida na cabeça do torcedor no final de abril vendo o time tão badalado, tão festejado, precocemente dar adeus a um sonho.


Em 2008 não lutamos o suficiente para conseguir a vaga e em 2009 estamos tratando com o mesmo desdém a chance tão pouco comemorada.   

2 comentários:

  1. Por motivos que vocês sabem bem, não sei se vou conseguir ver outro jogo inteiro do palmeiras tão cedo, depois daquele contra o são caetano da semana passada. Enfim, talvez seja bom pra mim ¬¬', o pouco que vi e 'ouvi' foi de doer. você está escrevendo cada vez melhor dona idola, e sabe, costumo pensar que geralmente lutamos muito mais por algo quando nos sentimos ameaçados. Pra mim parece aquela coisa de se achar superior, ou coisa que o valha, e esquecer de que essa superioridade precisa ser mantida. O Palmeiras chega, ganha várias, faz gols, fica por cima, alegra o torcedor, inveja os outros times, e ai aquele bando de cabeça de vento (só podem ser isso, pq capacidade ja mostraram que tem)começam a achar que só sua presença basta, não precisa esforço (E ai o que acontece? qualquer bambi um pouco mais esperto aparece primeiro pega o titulo que o palmeiras ta jogando fora como se não quisesse e nem precisasse). Lamentável, mas chego a pensar que talvez eu prefirisse um time que fica mal o campeonato inteiro e surpreende no final não sendo rebaixado, a um time q mostra que pode ser líder e tropeça nas próprias pernas orgulhosas, dispensa a vitória e promete melhorar no proximo ano. Não acredito mais que possa ser fase ruim, pra mim é descaso mesmo.

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  2. É... O texto está ótimo e o comentário ídem.

    Realmente foi uma decepção.
    Tomara q seja apenas isso, excesso de ansiedade, um pouco de vaidade, medo, falta de raça, um mau dia, um pouco de azar (bola na trave). Porque dá para corrigir, ainda mais o time tendo uma baixa média de idade.
    Mas percebo um problema mais sério. A defesa. Lenta, insegura, ineficaz. Edmilson perdeu na velocidade pro Tuta. Isso é sério. Como ex-corredor, posso dizer q não dá para corrigir isso, com essa idade. Tomamos tantos gols (3 ldu, 2 lusa, 3 SC, 3 Colo-Colo). Como lembrou meu primo, isso é média de time rebaixado. E com 3 zagueiros. Algo precisa ser feito nesse setor. Para sermos campeoes paulistas, o que comemorarei muito se acontecer.

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