sábado, 6 de junho de 2009

NÚMEROS E FATOS - Brasileirão 2009 - Análise até a R4

Estamos a 12 dias de um jogo decisivo na Libertadores, contra o Nacional, no Uruguai. O Palmeiras não vem correspondendo como gostaríamos e não vence há 5 jogos, sendo 3 deles pelo Brasileirão. Afinal, qual é o problema com a equipe? Para tentar responder a essa pergunta, vamos recorrer a números e fatos concretos, nada de teorias mirabolantes ou algo do tipo. Talvez assim, consigamos chegar a alguma conclusão plausível. A análise se refere apenas aos jogos do Campeonato Brasileiro.


*Nos gráficos com as estatísticas separadas de 1º e 2º tempos, não temos os números contra o SP. Todas as informações foram tiradas do site 3VV – Indicadores Footstats.


Lançamentos

Estamos carentes de jogadores que tenham habilidade para fazer lançamentos decentes. O que temos visto são os zagueiros e volantes tentando fazer a ligação ao ataque, quase sempre de forma infrutífera. Pierre é um monstro na marcação, mas não tem a qualidade exigida para esse tipo de função. Cleiton Xavier e Diego Souza, bem como os laterais deveriam ser os principais responsáveis desse quesito. O número de lançamentos errados, considerando até a 4ª rodada, está em torno de 64%. Através dos gráficos abaixo, não se percebe a evolução da equipe neste sentido. Mas também não podemos ser imediatistas. O time ainda não possui um padrão, muda a cada partida, então fica complicado exigir demais. Porém, ao mesmo tempo, tenho a impressão de que a equipe não faz um treinamento conveniente nesse sentido (e em outros também, explicitados abaixo). Por incrível que pareça, os acertos superaram os erros apenas no jogo contra o Internacional, pela 2ª rodada. Erramos mais contra o SPFW, 39 vezes. Podemos ver também que o time costuma errar mais no 2º tempo das partidas.




Cruzamentos

Se os lançamentos estão abaixo do nível desejado, imaginem os cruzamentos. Os números são de arrepiar qualquer palmeirense mais otimista. E essa inabilidade tem nos prejudicado muito, pois de que adianta termos jogadores na pequena área se a bola não chega com precisão? Temos dois jogadores que conseguem cruzar de forma mais satisfatória: Cleiton Xavier e Marquinhos (sim, ele mesmo!). Infelizmente, nossos laterais (e aqueles de improviso) praticamente não acertam. No total de 115 cruzamentos, 90 deles foram errados, resultando num índice superior a 78%. Então, qual é o problema? Como o amigo Manuel sempre diz, precisamos trazer alguém qualificado para treinar os fundamentos com os jogadores de cada função. Portanto, tragam o Arce!

Acertamos mais contra o Inter, em relação aos outros jogos, mas também cometemos mais erros. Foram 9 acertos de um total de 37 cruzamentos. Observa-se também que o índice de acertos é maior no 2º tempo das partidas.




Finalizações

Último jogo: Barueri finalizou 15 vezes, sendo 6 certas. O Palmeiras finalizou apenas 6 vezes, sendo 2 certas. Como explicar esses números se temos Diego Souza e Cleiton Xavier que já mostraram talento para chutar ao gol? Além, é claro, dos atacantes que concluem as jogadas, normalmente, dentro da pequena área. O problema é que nosso time não arrisca! E não podemos nos esquecer que as jogadas pela esquerda, desde as contusões de Willians, quase não funcionam mais. Os quesitos citados acima também influenciam bastante nesse baixo número apresentado. Fundamentalmente, podemos destacar 4 motivos para essa ineficiência: não arriscamos com frequência, cruzamentos ineficientes, passes errados e o rebote, que quase não pegamos.

Nesse último jogo, a bola estava escorregadia e não aproveitamos para chutar. Até agora, foram apenas 51 finalizações, sendo 16 certas. Um aproveitamento pouco superior a 31%. Aqui também podemos ver que o número de acertos é maior no 2º tempo.




Desarmes

Até que enfim um quesito em que temos superioridade. Só ficamos atrás no jogo contra o Inter (32 x 31 desarmes certos). Até a 4ª rodada, foram 150 no total, com 125 certos, significando um aproveitamento de quase 87%. Mas apesar desses números favoráveis, não podemos nos esquecer de um detalhe muito relevante: a não continuidade da jogada após o desarme. Esse poderia ser o diferencial desse time, se após os desarmes houvesse jogadas eficazes, com acerto nos lançamentos e cruzamentos, além de jogadas rápidas, como no início do ano.

Só para compararmos melhor, na primeira rodada, o Palmeiras acertou 31 desarmes contra 19 do Coxa. Contra os bambis, acertamos 34 contra 16 delas. E contra o Barueri, 29 acertos contra 16.




Passes

Outro indicador que nos favorece consideravelmente e mostra que temos um alto índice de passes em toda partida, totalizando 1358, sendo 1179 certos (cerca de 87%). Isso nos leva a pensar em alguns pontos: o time prima pela troca de passes para adentrar a área adversária, procurando abrir espaços em tabelas pelo meio ou pelos flancos, mas também pode significar falta de objetividade, concentrando passes ineficientes do meio para trás, quando não há opção de ligação ao ataque. Então eu pergunto: o que predomina no Palmeiras?

O time que chegou mais próximo de nós em termos de passes foi o São Paulo, 282 contra 274. No último jogo, o Barueri somou 154 passes, enquanto o Palmeiras, 284. Mas eles foram mais precisos que nós, com 88% de acertos. Precisamos aliar eficiência e eficácia para transformarmos esse grande volume de passes em jogadas mais objetivas, que propiciem chances declaradas de gol.




Posse de Bola

Em todas as partidas até aqui, tivemos mais posse de bola que os adversários, mas isso não foi transformado em finalizações e chances claras de gol. Contra o Inter, por exemplo, tivemos 62,5% de posse de bola, nossa maior marca dentre as 4 partidas, concentrando-se predominantemente no meio de campo. O que foi dito acima serve aqui também: eficiência e eficácia devem andar unidas. Objetividade e rapidez, não olvidando da ousadia, quando for o momento. Temos jogadores diferenciados que podem decidir qualquer partida, mas a equipe toda precisa trabalhar nos fundamentos para que tenhamos sucesso. Vamos treinar esse time, profexô!

Um comentário:

  1. bom, muito bom! Concordo que é olhando para esses fundamentos especificos que encontramos vários dos problemas que não deixam a equipe deslanchar...

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