segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

NÚMEROS E FATOS DE JANEIRO


A estréia do Palmeiras na temporada animou muita gente. Goleamos um time medíocre, mas mostramos entrosamento e vontade. Mas os demais jogos mostraram o óbvio: não temos elenco. Aliás, mal temos um time titular.

Foram 5 jogos em janeiro: 2 vitórias, 2 empates e 1 derrota. De 15 pontos disputados, conseguimos 8, ou seja, 53,33% de aproveitamento.

Alguns jogos foram diretamente afetados pela arbitragem. Mas isso está longe de ser nosso maior problema. O Palmeiras tropeçou em suas próprias limitações. Não temos banco. Faltam atacantes, até mesmo titulares, faltam meias que consigam substituir Cleiton e Diego à altura, faltam zagueiros. Jogar no improviso não é o sonho de ninguém. Muito menos para nós, torcedores. E também não adianta achar que os garotos da base resolverão todos os nossos problemas.

Mas vamos falar dos jogos do último mês, mesmo que não haja tantos pontos positivos para análise. Porém, tentemos fazer um exercício mental. Isso poderá nos aliviar um pouco. Ou não. As estatísticas foram retiradas dos Indicadores Footstats do 3VV.

Posse de bola e passes

Em todos os 5 jogos, o Palmeiras teve supremacia com relação à posse de bola. A média ficou em 66,54%. A maior índice ocorreu contra o Mogi, 72,9%, seguido pelo clássico, com 68,1%. Mas se mantemos a bola por tanto tempo, por que não conseguimos obter êxito?

Se olharmos em qual setor do campo a posse de bola se concentra, talvez consigamos explicar, mesmo que não seja a única causa. Vejamos jogo a jogo:

Palmeiras x Mogi: tivemos predominância de posse no meio (quando digo meio, estou incluindo as laterais também) e no ataque, mas com equilíbrio, com destaque para as jogadas pelos lados do campo. Os principais “passistas” do time foram Cleiton e Márcio Araújo, seguidos por Armero, Pierre e Figueroa.

Barueri x Palmeiras: mais uma vez tivemos supremacia no meio, porém o equilíbrio não foi mantido. As jogadas pela direita prevaleceram e a bola não ficou com aqueles que deveriam. Os maiores passadores foram Márcio Araújo, Sacconni e Figueroa. Cleiton e Diego tiveram uma participação apenas discreta.

Palmeiras x Ituano: posse de bola maior na faixa direita do campo, seguida de perto pelo lado oposto. A prevalência no ataque foi mais tímida, apesar das infinitas chances de Robert na partida. Os maiores passadores do jogo foram Figueroa e Armero, seguidos um pouco de longe por Cleiton, Márcio Araújo e Pierre.

Monte Azul x Palmeiras: jogadas pela direita representaram mais de 40% e Figueroa figurou como o maior passador da partida. No entanto, nenhum cruzamento certo saiu de seus pés. Aliás, esse número geral foi irrisório. Os demais passistas da partida foram Márcio Araújo (que novidade!), Sacconi e Armero. Diego não jogou e Cleiton teve uma participação bastante apagada.

Corinthians x Palmeiras: houve um equilíbrio maior na divisão de jogadas pelas laterais do campo, mas o maior passador foi quem? Márcio Araújo, que bateu o recorde dessa vez, seguido de perto por Edinho e Pierre, e de longe por Figueroa e Cleiton (mais longe ainda).

Já deu para perceber que a bola fica “cozinhando” demais com os jogadores errados, o que pra mim significa que muitos não estão chamando a responsabilidade. Mas também pode indicar falhas de posicionamento.

Quais outros quesitos interessantes podemos analisar?


Perda de Posse

Precisamos melhorar, e muito, nesse aspecto. São aqueles erros que nos fazem arrancar os cabelos, como quando o jogador ‘dorme’ e perde a bola pro adversário. É claro que erros são normais, mas é preciso atenção, pois alguns deles custam caro, resultando, até mesmo, em gol para a outra equipe. Vejam o gráfico.
 











Finalizações

Quando um time arrisca muito, a tendência natural é uma divisão (nem sempre equilibrada) de finalizações certas e erradas. O problema é quando o time é tímido nesse aspecto. O Palmeiras tem estatísticas medianas quanto a finalizações. Maior que a dos adversários sim, porém, sabemos que é preciso melhorar.

Pelo gráfico, percebe-se que o número de finalizações certas foi maior quando Diego esteve em campo. Nosso pior desempenho, de forma geral, ocorreu contra Barueri e Gambás – 15 finalizações –, seguido de perto pelo jogo contra o Monte Azul – 16.

E quais foram os maiores finalizadores, por rodada?

Finalizações certas – 44,44%
R1: Diego (4) e Cleiton (3)
R2: Diego (3)
R3: Robert (7)
R4: Cleiton, Robert e Eduardo (1)
R5: Danilo (2)

Finalizações erradas 55,56%
R1: Cleiton, Robert e Deyvid (4)
R2: Diego (2)
R3: Diego (5)
R4: Cleiton e João Arthur (3)
R5: Pierre e Cleiton (2)

Estranho um zagueiro aparecer como maior finalizador, não é? E só para ilustrar a situação do jogo contra os gambás, os outros que acertaram nas finalizações foram: Figueroa, Pierre, Edinho, Cleiton e William, com 1 cada. Pena que finalização certa não significa gol. Robert nem apareceu na partida.

Olhando de maneira mais atenciosa, percebemos como Diego faz falta. Ele é aquele em que todos confiam e que, na maioria das vezes, chama a responsabilidade. O número de finalizações diminui em torno de 42% quando ele não joga – ou quando não está bem. E quando a dupla dinâmica está inspirada, podemos ter a certeza de um bom jogo, pelo menos da intermediária para frente.












Cruzamentos

Sabemos que Muricy adora um cruzamento, ou melhor, chuveirinho na área. Gosto quando o time sabe o que está fazendo e não fica simplesmente alçando bola na área. Infelizmente, parece que o Palmeiras está meio mecânico nesse aspecto, como podemos observar no gráfico. Temos uma média de 26 cruzamentos por partida, porém a média de acerto é de 29%, apenas.

E dentro da margem de acerto, quem são nossas principais peças?

R1: Cleiton (4)
R2: Deyvid e Cleiton (2)
R3: Figueroa e Cleiton (3)
R4: Gabriel Silva e Cleiton (1)
R5: Figueroa (2)

E quanto aos cruzamentos errados?

R1: Figueroa (8), Cleiton (5)
R2: Armero (6), Cleiton (5)
R3: Figueroa e Armero (4)
R4: Deyvid (6), Figueroa (4)
R5: Figueroa (8), Wendel (7)












Desarmes

Finalmente, um quesito em que a linha azul fica bem acima da linha vermelha (gráfico). Não é de hoje que Pierre, nosso cão de guarda, é o principal destaque nos desarmes.

Em 5 jogos, foram 109 desarmes certos, sendo Pierre responsável por, aproximadamente, 18% deles, e Márcio Araújo por quase 15%. Quando o posicionamento no meio de campo ficar “perfeito”, acredito que esses números aumentarão.












Enfim, esse foi um extrato simplificado do mês de janeiro. É preciso melhorar exponencialmente se quisermos esse título. Erros de posicionamento, marcação e “falta de libido” no ataque não poderão persistir, ou ficaremos sempre torcendo para que o time apenas não perca. Precisamos de reforços, sim! Precisamos ter elenco, pois em breve começará a Copa do Brasil, o desgaste será maior e a cobrança também. Diretoria, mexa-se!

Crédito da foto: AE

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