domingo, 14 de março de 2010

EM JOGO HISTÓRICO, VERDÃO VIRA E MANDA UM “CHUPA” NA VILA

Hoje foi para lavar a alma! Depois das manjubas golearem o poderoso Naviraiense, no meio de semana, muito se falou sobre um favoritismo exagerado da “brilhante” equipe santista. O Palmeiras, por outro lado, tinha conseguido uma vitória suada contra o Sertãozinho e vinha numa draga de meses. Todos esperando um show do fantástico “circo” do Santos. E, de repente, o pesadelo virou realidade. Não só saíram na frente, como abriram dois de vantagem no placar. Foi quando houve uma reviravolta histórica. Talvez um marco para a reação desse desacreditado time. Superamos provocações, firulas, desvantagem, e vencemos com raça, garra, vontade, o que nunca pode faltar no Palmeiras.

Quem são os santistas? São raras criaturas pré-históricas que figuram inertes durante muito tempo de sua existência, mas é só o time começar a ganhar que eles aparecem do nada. E não só aparecem como também enchem o saco. A frescurinha toda começou quando a molecada resolveu mostrar serviço. E daí veio o Robinho, aquele lazarento que deve ter algum tipo de affair com o técnico da Seleção Brasileira. O fogo dos semi-extintos só aumentou. Venceram um time que daqui uma semana mais ninguém vai lembrar o nome, nem os jogadores que jogam lá, e vieram com banca pra cima do Palmeiras.

Quem são os palmeirenses? São criaturas ranzinzas que não admitem a inércia do time no cenário do futebol. Mas ao contrário das sereias, o palmeirense cobra, briga, esculacha, mas não abandona o time, não importa a fase, vai no estádio nem que seja só pra xingar, mas vai. E na atual situação teve fé num time desacreditado. Desacreditado, mas ainda Palmeiras. Eles lá se esqueceram disso. Esqueceram que por trás dessa fase negra, dessa bagunça política, existe uma camisa vitoriosa e com um peso enorme. Resultado: mexeram com o time errado e tomaram no lugar que são-paulino gosta de tomar.

Prepare-se para um desastre e extravase com uma vitória sensacional. Esse foi o jogo de hoje. Com a estréia de Ewerthon, já no time titular, o Palmeiras mal ofereceu perigo ao Santos, quando Pará cortou Eduardo na lateral da área e bateu por cobertura, marcando o gol santista. Já era péssimo sair perdendo. E ficou pior. Mesmo com mais posse de bola o Palmeiras não criava situações de gol. Aproveitando-se da fragilidade na marcação e de uma saída errada de bola, o Santos atacou em velocidade e marcou o segundo. O que fazer? Acreditar nos desacreditados, um em especial.

Robert é um capítulo à parte na história do jogo. Um jogador de mediano para ruim, com pouca movimentação, limitada qualidade técnica, que além de tudo tinha sido execrado na última partida por atrapalhar Danilo, que faria o gol da virada. Mas apesar dos pesares, mesmo com toda a limitação, Robert não foge dos jogos importantes. Tira força de onde não tem e faz o que ninguém espera que ele faça. Os dois gols na vitória contra o São Paulo foram pouco perto do que ele fez hoje. Foi nele que a reação começou e, com ele, culminou na vitória.

Falta em Diego Souza pela lateral-direta do ataque. Cleiton Xavier cobrou e Robert antecipou-se à zaga e ao goleiro, que saiu caçando borboleta, testando firme para diminuir a vantagem santista. Faltava pouco para acabar o primeiro tempo e menos ainda para a brincadeirinha das garotas da Vila perdurar. Armero, criticadíssimo (com razão), recebeu lindo toque de calcanhar de Diego Souza, avançou pela esquerda e cruzou rasteiro para Robert desviar para o gol e empatar a partida. Rebatendo a dancinha das meninas do litoral paulista, os jogadores do Verdão foram dançar para a torcida em menopausa, com destaque especial para a performance hilária do colombiano.

Volta do intervalo com alteração no Palmeiras. Saiu Eduardo, muito mal, e entrou Márcio Araújo. O volante fez às vezes de lateral-direito e recebeu ajuda de Pierre na marcação pelo lado durante toda a segunda etapa. Uma alteração que ajudou muito no resultado final da partida. Com o reinício de jogo, o Verdão mostrou que estava melhor do que no primeiro tempo. Mais organizado e objetivo, o time soube aproveitar a oportunidade para finalmente virar o placar. Edu Dracena fez uma falta de rugby em Diego Souza no meio campo. Cleiton cobrou, Danilo desviou para o meio da área e Léo cabeceou na trave, no rebote o camisa 7, livre, cabeceou sem dificuldade para o fundo do gol. Mais dancinha, agora da virada.

A oportunidade do quarto gol apareceu, duas vezes com Robert. Na primeira, o camisa 20 demorou para finalizar e foi bloqueado pelo zagueiro. Na segunda, ele cabeceou entre a zaga santista e a bola passou lambendo a trave. Ewerthon saiu da partida para a entrada do outro estreante, Lincoln. Então, o Santos reagiu no jogo e foi pra cima com as mudanças de Dorival Junior. A que mais surtiu efeito foi a de Madson. O anão entrou e empatou a partida ao receber, em posição legal, na área e bater cruzado no gol de Marcos. Visando provocar o nosso time, o duende santista imitou um porco na comemoração. Repito: mexeram com o time errado.

Então, veio o ato final. Mas antes, um presente para os palmeirenses. Depois de perder a bola, Gaymar deu uma entrada violenta em Pierre e recebeu o cartão vermelho direto. Um castigo e tanto para a bonequinha que passou o jogo todo provocando e se jogando. E Robert encerrou a jornada palestrina no litoral. Em saída errada da defesa santista, Lincoln dividiu e roubou a bola, que sobrou para Robert, de longe, perceber o goleiro Felipe adiantado e fuzilar para o gol. Um golaço! E ainda com direito a pescaria e pedalada na comemoração. Antes do fim da partida, Léo foi expulso pelo segundo cartão amarelo. O Santos pressionou, tentou, mas a vitória tinha dono.

Com o apito final uma linda comemoração dos jogadores, em especial de Marcos e Diego Souza, batendo no peito, todos eufóricos com a vitória. Antônio Carlos, que mexeu bem demais, chamou todo mundo para comemorar e agradecer a torcida. Um jogaço que por muito tempo ficará em nossa memória. E um resultado que deixa o Palmeiras ainda vivo na briga pela classificação, embora ainda seja muito difícil. Mas por que não acreditar? Para encerrar, vamos relembrar que a torcida geriátrica gritou no final do jogo contra o fortíssimo Naviraiense: “ô porcada, pode esperar, a sua hora vai chegar!”. E chegou mesmo! Chupa viúvas do Pelé, chupa Robinho, chupa Neymar, chupa Paulo Henrique, chupa Madson, chupa André (quem?), chupa todo mundo desse time de merda! Aqui é Palmeiras, porra! E parabéns para nossos jogadores, contestados ou não, especialmente para Robert, carrasco das sardinhas! Bora Palmeiras, que ainda dá!

Créditos da foto: Lance Press.

6 comentários:

  1. Sumemo! Só queria mandar um chupa também pro Edu Dracena, pra ele não ficar triste. Ah, e para todo o pessoal do Santos que falou, falou, falou que o curintia tirou o foco da vitória do santos colocando culpa na arbitragem, mas estão fazendo o mesmo hoje. Aliás, vamos agradecê-los também, provocar com dancinha e imitando porco é bem o que o Palmeiras precisa, infelizmente (ou não) esses jogadores acordam quando se sentem humilhados. É difícil, mas acho que esse jogo deu uma ajuda, vou acreditar. E as sardinhas que nos esperem se o Palmeiras conseguir a classificação. São fregueses históricos e, ao contrário do que ficam dizendo, zebra é quando eles estão por cima, zebra seria se eles conseguissem vencer o Palmeiras, até o pelé tinha dificuldade.

    ResponderExcluir
  2. O tipo de jogo que entra pra história. Eu tive que ouvir a semana inteira gente falando sobre o favoritismo do Santos, sobre a 'certa' derrota do Palmeiras que de certa não teve nada.
    Prova de que é time, tem raça, tem garra e tem torcida. Sempre ali, porque ouvir os gritos de 'Olê Porco' faz a minha pele arrepiar.
    É amor demais em um coração verde, palpitante e feliz ao extremo. <3

    E olêeee porcooo *-*

    ResponderExcluir
  3. Mais um exemplo que o Palmeiras tem time. Que eles sabem buscar futebol e vontade. Tomara que o time realmente saia do marasmo agora!

    ResponderExcluir
  4. Um grande jogo! Cheio de birras e com qualidade... As meninas da vila choraram muito ontem... Belo texto! Agora AVANTI PALESTRA!!!

    ResponderExcluir
  5. ADOOOOOOOOREI O JOGO !
    AMEEI A DANCA DO ARMEERO, HAHA

    ResponderExcluir
  6. Foi um jogo e tanto. Emoção do início ao fim. Frustração, desespero, raiva...coragem, esperança, felicidade! Foi um domingo com muitas sensações e, no final, aquele gostinho agradável da vitória, da vingança.

    Meninos da Vila, dancem mesmo! Façam pouco caso de seus adversários! Mas agora espero que tenham ciência de que o Palmeiras não é um Naviraiense. Aqui é tradição, respeito e honra! Esses garotinhos estão se achando e por tão pouco.

    Chupa, seus moleques! Fregueses!!! Não enchem nem o aquário e estão dizendo que vão ter mais torcida que o Palmeiras no Pará. São uns palhaços mesmo!

    E a dancinha do Armero, Diego e cia...sem comentários! Toda vez que vejo, caio na risada hahahaha.

    ResponderExcluir