Mais um belíssimo clássico das Copas pela frente. Depois de Alemanha x Inglaterra, agora será a vez de Brasil e Holanda se enfrentarem. A seleção de Dunga pegou o adversário mais frágil das oitavas e não fez uma partida nem de longe brilhante, embora tenha se mantido eficiente e competitiva. Já os holandeses pegaram uma “zebra”, mas que ao contrário dos chilenos tinha uma defesa bem postada e um artilheiro, e fez bem o resultado sem muito esforço. Os dois fizeram o necessário, nem mais nem menos, e agora medirão forças na sexta-feira. O toque de bola laranja contra a efetividade amarela, quem leva?
A primeira característica da seleção de Marcelo Bielsa: coragem. E a segunda, pela ordem: burrice. Tão corajosos quanto burros, os chilenos partiram para os mesmos erros de sempre quando enfrentaram o Brasil. No começo do jogo partiram pra cima, pressionaram, dominaram e nada aconteceu. Muito toque, pouca efetividade. Mesmo problema espanhol, mas a diferença técnica entre as duas seleções é absurda. Depois da pressão inicial, deixaram o time de Dunga ficar mais com a bola e deram zilhões de escanteios. Com uma defesa daquelas e com a competência brasileira na bola parada, era pedir pra tomar gol. E tomou. Pra não dizer que Juan subiu sozinho para cabecear, vale lembrar que ele estava rodeado de camisas amarelinhas. Aí acabou qualquer chance da zebra chilena dar as caras em Johanesburgo.
Com a defesa que tem, fazer um gol contra uma equipe de sistema defensivo frágil e ataque pouco eficiente, é tudo que o Brasil pode querer. Os comandados de Dunga nem precisaram fazer força pra chegar ao segundo gol com Luis Fabiano, dessa vez sem precisar usar os braços pra ludibriar a arbitragem. Bielsa, que deixou Valdivia no banco, colocou nosso Mago já na volta do intervalo esperando por um milagre. O Chile tentou, teve brio, mas se esqueceu que continuava ruim. Não diminuiu o placar, pouco chutou e ainda levou mais um gol, dessa vez de Robinho. Méritos totais para Ramirez. O jogo continuou no mesmo ritmo até o final, com pouquíssimas chances para ambas as equipes. Ou seja: chato, muito chato. A partida mais sem emoção das oitavas de final.
No duelo anterior, das 11h, a Holanda enfrentou a Eslováquia, responsável pela eliminação precoce da Itália, campeã em 2006. Aliás, os italianos foram eliminados mais pela própria incompetência do que pela competência alheia. A novidade foi Arjen Robben, tido como grande nome da seleção holandesa, que sofreu uma contusão durante a preparação para a Copa. Diferentemente de outros jogadores que se contundiram antes da competição e não renderam, como Ribéry, Rooney e Fernando Torres, Robben voltou com tudo. Participou do gol holandês na vitória sobre Camarões e fez o seu contra os eslovacos. Depois de receber lindo lançamento de Sneijder, o carequinha cortou para o meio e bateu rasteiro no canto do ótimo goleiro Mucha.
A Holanda segurou o jogo como quis, embora as duas equipes tenham exigido muito trabalho dos goleiros, e chegou ao segundo gol com seu camisa 10. Kuyt fez ótima jogada pela esquerda e apenas rolou para Sneijder no centro da área marcar. No final da partida, a brigadora Eslováquia chegou ao seu golzinho num pênalti duvidoso em sua última jogada de ataque. Vittec, um dos artilheiros da Copa com 4 gols, marcou e se despediu da competição de forma positiva. Não dava para os eslovacos, assim como para os chilenos. Duas presas fáceis para duas favoritas. Favoritismo que agora será posto à prova. Ao contrário do que muita gente pensa, a Holanda não é só Robben. Sneijder, um belíssimo meia clássico, Van Persie e Kuyt também são destaques nessa equipe. Além de tudo, é um time certinho sem um grande ponto fraco. É verdade que a Laranja Mecânica não é a mesma de antigamente, mas nem o Brasil chega perto do que já foi. A histeria coletiva não deixa o brasileiro ver isso. Que bicho mordeu esse povo que ficou barulhento e soberbo? O Brasil sempre foi campeão com humildade e bom futebol. Pode voltar a ser campeão sim, pelo conjunto e eficiência, já que nenhuma seleção está muito acima das outras, mas vem perdendo aos poucos as duas características que me orgulhavam tanto.
Créditos das fotos: Uol.
Vanessa, otimo texto.
ResponderExcluirApenas acho que o bicho holandes, não é tao feio, quanto voce esta achando.
Quanto a sanidade do povo brasileiro, somos humildes demais a muito tempo por tempo demais. E Isso as vezes faz mal. Perdemos copas assim,ou por falta de confiança pois nos achavamos viralatas e comemoramos o titulo de sabado na quinta, em 1950 fato extremamente paradoxal .Acomida da festa apodreceu no dia do jogo, nem doada foi. Isso quem contou, foi um dos melhores goleiros que o brasil ,teve , o injustiçado Barbosa
Em 1958 tudo mudou.Nos temos o melhor futebol sim e é justo achar que podemos ganhar Outra coisa: poderiamos ter ganho 4 copas extras em 1978, 1982, alem da ultima, as duas ultimas se fossemos um pouquinho mais inteligentes... sem falar na copa da convulsao...
abraço
Marcel