Depois de 7 rodadas, finalmente o Brasileirão para e a Copa do Mundo ganha total destaque para os torcedores. O maior evento esportivo do planeta, ao lado das Olimpíadas, dará aos times brasileiros a oportunidade de ter uma espécie de “pré-temporada de luxo” que todos, sem exceção, reclamam não ter no início de cada ano. Oportunidade de treinar, melhorar o condicionamento físico e se estruturar para a sequência da temporada. Mas nós, palmeirenses, teremos mais uma vantagem: as nossas férias. Férias do Palmeiras. Digam o que quiserem, mas nós merecemos e precisamos dar um tempo nessa relação caótica que temos. Hoje, última rodada antes da pausa, o Palmeiras foi à Porto Alegre, abriu o placar e se sujeitou ao empate. Aliás, se sujeitou a mais do que isso, e teria conseguido se não fosse a falta de capacidade de finalização do Internacional. Aos otimistas, a saudade. Aos pessimistas, o alívio. Aos realistas, um misto dos dois.
Não moramos na Europa, mas o frio no Sul e Sudeste do Brasil vem pegando pesado nesse finzinho de outono. Na capital gaúcha, a temperatura estava quase tão baixa quanto o moral das duas equipes. O Inter, sem técnico, na zona da degola e vindo de derrota. Já o Palmeiras, sem técnico, sem elenco e agora também sem patrocínio, além da ausência de Marcos, que pode ter 70 anos e sempre fará falta. Para nos confortar durante esse “furacão”, a contração de Kléber foi anunciada durante a semana passada. O Gladiador se apresenta na quarta-feira e já deixa o torcedor pelo menos um pouco mais feliz. Hoje ainda não tínhamos o camisa 30, mas conseguimos fazer algo que não vínhamos fazendo há incríveis 3 jogos: um mísero golzinho. E foi um belo gol. Logo aos 14 minutos de partida, enquanto as duas equipes tentavam ainda se encontrar em campo, Vítor arrancou da defesa, passou para Márcio Araújo que fez um lindo lançamento para Ewerthon, na esquerda da grande área. O ex-PCC aproveitou o cabeção que tem e ajeitou bonito para Lincoln chegar batendo e abrir o placar. E pronto. Foi talvez o único momento de lucidez dessa equipe durante os 90 minutos.
Depois de levar o gol, o Inter começou a pressionar atrás do empate. E o Palmeiras, como já era de se esperar, encolheu-se à espera dele. A bola rondava perigosamente nossa área e quando Deola não defendia, tínhamos Alecsandro, o irmão dela, a maior representante da cultura são-paulina no país, para tirar o perigo de perto. O camisa 9 colorado é esforçado, é cagado e é ruim, praticamente um Robert com grife. Mesmo com tanta pressão a equipe gaúcha não conseguiu igualar o marcador. Bom para nós, que pelo menos fomos para o intervalo com a cabeça um pouco mais leve. E Parraga também, já que a cabeça dele de tão leve chega a ser vazia.
Voltamos para o gramado com os mesmos 10 jogadores do primeiro tempo. Sim, 10. Já que Cleiton Xavier nem se prestou a entrar em campo. Como de costume, começamos melhor e quase Ewerthon marcou o segundo gol, Lauro espalmou. E então voltamos à rotina de pressão do time da casa. Era claro que uma hora o empate viria se continuássemos recuados e enfiando contra-ataque atrás de contra-ataque no rabo. E foi o que aconteceu. Para a sorte da torcida colorada e azar nosso, Alecsandro deixou a equipe para a entrada de Taison. O camisa 7 botou fogo na partida e começou a jogada que terminaria no fundo das redes de Deola. Após duas tentativas da entrada da área, Giuliano acertou e igualou o marcador. Reação do Palmeiras? Não, mais pressão. O Inter tentou, tentou, tentou, mas não é só o Palmeiras que têm problemas para finalizar as jogadas e sofre com desorganização. O volume de jogo deles não foi suficiente para vencer a nossa inércia. Final de jogo e empate, o terceiro em sete rodadas.
Mais uma vez, Vítor foi pouco ofensivo e centralizou muito a marcação defensiva. Outra repetição foi a lambança nas alterações. Parraga, que não é técnico e nunca será, mesmo tendo um banco fraco, ignorou a morosidade e a falta de condicionamento físico de alguns jogadores e só foi alterar a equipe aos 46 da segunda etapa, com a única esperança de ganhar tempo e segurar o empate. Não bastasse isso, Cleiton Xavier foi mais uma vez inútil. Estamos falando de um jogador que carrega a 10 do Palmeiras nas costas e que precisa pelo menos ter mais respeito e botar o pezinho de vidro para dividir as jogadas. Esse time agora recebe férias até o dia 17, quando volta a treinar na Academia de Futebol. Com o tão pouco que fizeram nesses 6 meses de 2010, time, comissão técnica e diretoria deveriam ficar concentrados e ralando pelo menos 12 horas por dia, sem folga. Nós não ganhamos nada para ver essa catástrofe entrar em campo, aliás, ainda pagamos pra isso. Só quem merece férias somos nós, e férias deles. Que pelo menos quando voltarmos a jogar, em meados de julho, tenhamos um técnico para treinar bem e não atrapalhar, além de algumas contrações para que o Palmeiras seja, no mínimo, um time digno. Dignidade não é um favor, é uma obrigação.
Créditos da foto: Uol Esportes.
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