Por Sergio Bellangero e Marcel Castro
Esse texto é feito a quatro mãos. Antes que o meu companheiro de escrita diga, eu mesmo faço: Quem desacreditou na Alemanha que levante a mão! Pronto, estou teclando com uma só!
Está certo, eu bem disse em meu último post que nesse confronto a Alemanha deveria passar, mas não passaria das quartas. Vi um Uruguai muito bem montado, mas se a Alemanha tiver a mesma disciplina tática de hoje e, principalmente, a atuação de Özil, sim, o melhor em campo sem ter feito um golzinho sequer, vai ficar difícil para o time sul-americano. Alias, qualquer um dos 5, ou dos 7 restantes... Mesmo o poderoso e tradicional Brasil terá dificuldade.
O primeiro gol Alemão foi ao estilo do que eu previa, e meu parceiro nem tanto: um tiro de meta que atravessou todo campo e, na força física, se jogando na bola, Klose abriu o placar. Meu parceiro que escreve o texto comigo, está espantado: Diz ele que nem na várzea se toma um gol assim... É só notar, por exemplo, no lance, a má posição dos zagueiros ingleses e o buraco em frente da área do English Team.
Mas, a partir daí, como num passe de mágica, o futebol de “apenas” força e correria virou futebol de toque de bola, um-dois, “não está mais comigo”... E logo veio o segundo gol. Um golaço. A Inglaterra, também na base da camisa, mas “jogando como sempre e perdendo como sempre”, fez o seu gol no chuveirinho. Como mais poderia ser?
Com Gerrard mal posicionado e jogando muito pouco, Wayne Rooney e o resto da seleção mostrando o que não se joga nem no XV de Jaú, todo mundo mal distribuído, jogando mal e com lentidão, apenas o criticado Lampard (com razão, aliás) jogando algo, fica difícil. E é de se perguntar qual a função do técnico Fábio Capello e qual era o clima dentro da concentração inglesa durante a copa. Antes dos ingleses se animarem marcando 1 gol, poderiam ter levado 4 ou 5. Será que, como diz o Kaiser, o problema é a falta de títulos e de camisa? Ou é o que diz este analista, que os times europeus normalmente tem cartaz demais, para o que jogam de verdade?
Aí veio o Larrionda, que é um bom juiz, e seu erro catastrófico! Será que ele acha que o Uruguai, em uma eventual final, vai se dar melhor contra a Alemanha? Bem, a bola entrou quase meio metro, mais precisamente 33 cm. Era o segundo gol da Inglaterra, o gol de empate. O gol que não entrou em 66 e foi dado, agora, mesmo tendo entrado, e muito, não aconteceu “de direito”. Irônica e tardia justiça. O cúmulo do absurdo, assim como, há alguns anos, os ingleses manipularam as imagens e ângulos do lance de 1966 para provar que o juiz não errou. Absurdo por absurdo, os ingleses ontem sentiram na pele, novamente, como é ser prejudicado pela arbitragem, coisa que os alemães e os palestrinos já conhecem faz tempo.
No segundo tempo a Alemanha mostrou a que veio, apesar de alguns sustos, como a falta batida por Lampard que explodiu no travessão, e a vontade inglesa inicial.
Mas, atenção, pretendentes ao título: ao jogar contra a Alemanha, saiam na frente. Caso contrário, a força defensiva Alemã é muito boa e o contra-ataque é um espetáculo, uma aula, um show, com dois ótimos meias e dois volantes que podem jogar como meias! E foi assim, pelos pés do jovem Özil, com seus poucos 21 anos, que a vitória tranquila da Alemanha foi construída. No terceiro gol ele não tocou na bola, mas chamou quatro defensores ingleses para a marcação, deixando livre o espaço para o gol feito por Müller, em passe de Schweinsteiger, o volante hábil, segundo melhor em campo. No quarto gol, Özil ganhou na corrida, levantou a cabeça, entrou na área e, como se estivesse treinando, esperou a passagem de Müller que, de novo, estufou as redes dos britânicos. Contra-ataques que devem ter durado uns 15 – 20 segundos da saída de bola ao gol! Impressionante! E mais eficaz e germânico impossível!
E assim, lá se vai mais um que sempre é favorito (ao menos para os ingleses) e sempre cai cedo. Será que dessa vez, com a Espanha, outro “favorito” que nunca confirma favoritismo, será diferente?
Dessa forma, fica mais um que sempre chega com desconfiança e, se deixarem, levanta a taça. Aliás, não se sabe por que, diga-se, além de jogar bem, a Alemanha sempre chega longe, sempre. Alguém aí se lembra quando foi a última vez que a Alemanha ficou fora do grupo dos 8 melhores? Em 1938. Faz tempo, muito tempo. Até o Brasil já deu sua pixotada vergonhosa em 1966, embora naquela copa fosse necessário que o Brasil caísse fora, como em 1978.
God, save the Queen! Não salvou! (Ninguém salvaria a Inglaterra). Quem se salvará dessa Alemanha de hoje? Vai que é tua, Argentina! E depois, quem sabe, o Brasil!
Crédito da foto: UOL.
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