quarta-feira, 9 de junho de 2010

PITACOS E PALPITES - GRUPOS A, B, C e D



Grupo A – África do Sul, México, Uruguai e França
Por Renata

Entre as consideradas “grandes” seleções da Copa do Mundo, há uma que divide opiniões em seu país. Muitos sentem falta dos ídolos de um passado recente e, embora existam novos bons jogadores, a expectativa não é de glória. A torcida torce o nariz para a equipe formada e teme as decisões (e inovações) do ex-zagueiro, hoje técnico, que embora tenha alcançado grandes objetivos, não conquistou a confiança, ou respeito, de muitos. E por mais que pareça, não falo da seleção Brasileira, e sim dos Bleus – “Les Bleus” é como os franceses chamam sua seleção de futebol. Se mesmo com a fácil classificação o Brasileiro está desconfiado, imagine como está o povo que faz biquinho para falar “Coupe Du Mundo”, diante de uma seleção que tem passado vexame. A desconfiança é tamanha que um famoso site francês avisa: Se queres divertir-se na Copa do Mundo, esqueça Les Bleus.

Embora seja uma equipe tradicional na Copa do Mundo, essa é a primeira vez que a França consegue vaga por quatro edições consecutivas. E nas últimas décadas tem se destacado com boas campanhas. Além do terceiro lugar em 58, só a partir da década de 80 a França foi destaque em quase todas as edições que participou: 4º lugar em 82, 3º em 86, Campeã em 98 e Vice-Campeã em 2006. O grande fracasso foi em 2002, quando considerada favorita mesmo sem o craque Zidane, ficou em 28º lugar, empatando apenas um jogo.

Agora, sem as antigas estrelas como Zidane, Barthez, Makelélé, dentre outros, os Bleus tem veteranos como Thierry Henry (participando de sua quarta Copa, ao que tudo indica será reserva) e Franck Ribéry – conhecido como Kaiser Franck pela torcida do Bayern de Munique, mas também inovou com jogadores menos experientes. É um time que passa por mudanças, tanto em nomes quanto no esquema tático, e não anda estável. O arrogante e detestado por muitos, ô cara chato, treinador Raymond Domenech tem sofrido para dar consistência a um time abarrotado de atacantes – podia mandar alguém pra um time brasileiro aí que anda sofrendo do contrário, viu...

Apesar de ser a atual vice-campeã da Copa, a França só conseguiu vaga para 2010 na repescagem. Depois de sofrer contra a Sérvia, Romênia, Lituânia e Áustria, só com Thierry Henry dando uma bela mãozinha para que a França conseguisse carimbar o passaporte rumo à África do Sul, depois dos 45 do segundo tempo. Na preparação para a Copa, assim como em 2006, passaram um tempo treinando nos Alpes franceses e escalaram uma montanha – passando a noite um abrigo a 3 mil metros de altura. Pelo visto essa estratégia não foi suficiente para que o futebol dos Bleus se elevasse em alguma coisa, ao menos nos amistosos a situação é perigosa: Domenech até inovou um 4-3-3, deixando para trás (junto com Henry) o habitual 4-2-3-1, mas a França que empatou por 1x1 contra a Túnisia, sofreu para vencer a Costa Rica por 2x1 e perdeu para a China por 1x0. 

Além da França, o grupo A é composto pela fraquíssima anfitriã, pelo coitado do Uruguai e pelos simpáticos mexicanos. O México é um dos países que mais participaram de Copas, não costuma apresentar um futebol ruim de se ver, classificou-se sem problemas e, provavelmente, não terá dificuldades na fase de grupos, mas não promete ir muito longe. Uruguai é bicampeão, já participou de várias Copas, mas há décadas não faz uma boa campanha e vive da sombra do passado – há 20 anos que o Uruguai venceu pela última vez em Copas do Mundo, o técnico era o mesmo que o atual. Já a África do Sul é um time fraco que, assim como o Uruguai, tem até um ou dois bons jogadores, mas sequer um craque. A anfitriã da Copa tem o famoso “pé de uva” como técnico e passou uma temporada treinando na nossa Academia de Futebol. Minha aposta é que o México passa e, se não der bobeira, a França também – vale lembrar que em 2006 a França também passou sufoco para se classificar, mas foi finalista, não deve ter a mesma sorte, mas há chances de classificação. África do Sul deve ter menos chances que o Uruguai: vai participar de sua terceira Copa e nunca saiu da fase de grupos, sem falar que o único grande trunfo é a torcida empolgada com suas vuvuzelas. Mas sabe como é, anfitrião costuma passar da fase de grupos mesmo que seja zebra, então...

Pra terminar, uma curiosidade: na Copa de 1966, França, Uruguai e México estiveram no mesmo grupo, junto com a anfitriã Inglaterra. Naquele ano, classificaram-se Inglaterra e Uruguai, a França e o México foram embora mais cedo.

Grupo B – Argentina, Nigéria, Coréia do Sul e Grécia
Por Mayara Cardoso

A Argentina tem o melhor jogador do mundo, mas será que dessa vez ele vai desencantar na seleção? Essa é a maior expectativa em relação aos hermanos. Messi já ganhou tudo no Barça, mas deixa a desejar quando veste a camisa de seu país. Alguns dizem que ele “amarela”, outros, que o esquema da Argentina não o favorece. Mas dessa vez, Maradona procurou o técnico do Barcelona para tentar desvendar o mistério que cerca o garoto, e montou um time em função da estrela. Curiosamente, em 1986, o técnico da Argentina fez o mesmo por Maradona e conquistou a taça tão almejada. Será que vai dar certo?

O time argentino fez uma péssima campanha nas eliminatórias. Foram 8 vitórias, 4 empates e 6 derrotas, incluindo o vexame diante da Bolívia, aqueles inesquecíveis 6x1. Maradona sequer havia definido um time base após a sofrida classificação. Seu trabalho era e continua sendo contestado pelos argentinos. Apenas o tricampeonato selará a paz.

O trunfo desse time é sua capacidade ofensiva, já que o técnico deve optar por jogar com 3 atacantes: Messi, Higuaín e Tevez, o galã. No banco, ainda contará com Milito, Agüero e Palermo. O meio deverá ser composto por Mascherano, Di María e o experiente Verón. O ponto fraco, no entanto, é a defesa. Por isso, é bom que o ataque faça muitos, muitos gols, ou a situação vai ficar complicada. Nas eliminatórias, foram 20 gols sofridos e 23 marcados. Mesmo assim, não há dúvida quanto à classificação da Argentina em primeiro no grupo.

Os outros integrantes do grupo B não inspiram muitas palavras.

A Nigéria figura como o time africano mais fraco da Copa, ainda mais após o corte de Obi Mikel, volante do Chelsea que atuava como um camisa 10 na seleção. A esperança nigeriana está nos pés do veterano Kanu e do atacante Martins. Porém, esse último terá que superar o desempenho irrisório na Copa das Nações Africanas quando marcou apenas 1 gol.

A Coréia do Sul talvez tenha o “melhor” segundo time do grupo. O técnico atual é pupilo de Hiddink, que revolucionou a história do futebol sul coreano, levando a seleção ao quarto lugar na Copa de 2002. Ninguém espera o mesmo desempenho de outrora, porém aposta-se na classificação para as oitavas. Para isso, o time conta com o meia Park Ji-Sung, jogador do Manchester, estrela do time asiático. Os adversários também devem ficar de olho no atacante Park Chu-Young, melhor jogador do semestre do Monaco.

Por fim, chegamos à Grécia, seleção previsível e limitada, que apostará na retranca para passar adiante. A seleção grega participou apenas uma vez de uma Copa, em 1994, e não marcou nenhum gol. O ano de glórias foi 2004, quando venceu a Eurocopa, mas terminou por aí. O destaque da equipe é o artilheiro Gekas, que terá a responsabilidade de marcar pelo menos um golzinho antes da eliminação precoce.
Com isso, meus palpites são: 1º. Argentina, 2º. Coréia do Sul, 3º. Grécia, 4º. Nigéria. E querendo ou não, a Argentina é uma das favoritas para levar a taça.

Grupo C – Inglaterra, Estados Unidos, Argélia e Eslovênia
Por Marcel Castro

Olhando o grupo C, conclui-se que dificilmente haverá surpresas.

A Inglaterra está forte na defesa, tem Gerrard e Lampard no meio e o craque Wayne Rooney no ataque. Além de tudo, tem Fabio Capello no Banco de reservas e um ótimo técnico que faz o English Team jogar à italiana. Nas eliminatórias, marcou 34 gols e sofreu 6, perdendo somente uma partida.

Resta saber quando, e se algum dia, Lampard vai jogar de modo compatível com a popularidade que recebe em sua seleção, e o quanto a perda do beque de 43 milhões de dólares, Ferdinand, por contusão, vai afetar a defesa. Desta vez, é uma das favoritas de verdade, e não somente no papel, principalmente se parar de temer uma tragédia em copas, tal qual a Espanha.

Os EUA devem ser a segunda seleção do grupo, com folga. Não foi por acaso que ganharam da Espanha e chegaram à final na Copas das Confederações, no ano passado. O time marca bem e joga velozmente no contra-ataque. Fiquemos de olho no meia Landon Donavan, um jogador muito bom, diferenciado e de bastante qualidade. A seleção americana pode ir mais longe, inclusive.

Os outros dois times do Grupo devem ficar pelo caminho. A Argélia volta a um mundial depois de 24 anos. Apesar de correr muito, é um time ruim. Classificou-se na base da vontade e da catimba, eliminando a seleção egípcia, tricampeã africana (o último título obtido em cima da própria Argélia, com facilidade extrema) e disparada a melhor do continente africano, faria uma ótima Copa, e poderia ir muito longe no mundial caso estivesse classificada. O destaque da Argélia é o lateral esquerdo Nadir, que tem experiência internacional, joga no Portsmouth.

A Eslovênia é uma seleção ainda desconhecida do grande público. Seu ponto forte é a defesa e, principalmente, seu goleiro Handanovic, da Udinese, Itália. A defesa do time tomou apenas 5 gols em 12 jogos nas eliminatórias.

Dificilmente haverá surpresas. Mas temos certeza de que a Argélia e a Eslovênia vão tentar aprontar. A conferir.

Grupo D – Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana
Por Sergio Bellangero


Como sempre ocorre antes do início de Copa do Mundo muito se fala em “zebras” e seleções de ponta que terão dificuldades para passar da fase inicial. Previsões pessimistas para as candidatas ao título não faltam. Neste grupo, é a Alemanha que está na berlinda. E com razão! A famosa seleção Alemã, tricampeã mundial, um celeiro de goleiros, não possui arqueiros de nível elevado com os quais sempre contou e vai para a disputa com o inexperiente Neuer, cuja titularidade lhe caiu no colo. Há um mês antes do início da Copa do Mundo, perdeu por contusão, em jogo final disputado pela Copa da Inglaterra, um dos seus principais jogadores, Michael Ballack, o cérebro do time, responsável por armar as jogadas no meio de campo e finalizar a gol. Como se não bastasse, é uma seleção renovada, que joga no 4-4-2 sem ter muito como alterar esse esquema em razão da característica dos seus jogadores. Tem como referência de ataque o fazedor de gols, porém um tanto desengonçado, Miroslav Klose. A maior esperança de criatividade do time na ausência do bom Ballack é o polonês naturalizado alemão, Lukas Podolski que, na verdade, não é nenhum craque.

A pedra no sapato da Alemanha deve vir do Leste Europeu. A Seleção da Sérvia teve um ótimo desempenho na fase eliminatória com 7 vitórias em 10 jogos. Foi uma das responsáveis por ter mandado a França para a repescagem, apresentando um futebol objetivo e clássico. Alguns ótimos jogadores como Vidic, Ivanovic e Stankovic formam a espinha dorsal do time que, com jogadas aéreas mortais e bom toque de bola, tem grandes chances de ficar em primeiro nessa chave, deixando a “bomba” na mão da Alemanha. Sim, “bomba”, pois se de um lado a Sérvia é um inimigo à altura, as seleções de Gana e Austrália não merecem ser desrespeitadas.

Gana, que foi eliminada pelo Brasil em 2006 nas oitavas-de-final, classificou-se pela segunda vez para uma Copa do Mundo com duas rodadas de antecedência na fase eliminatória, é uma das potências do futebol africano e, considerando-se a má fase alemã, tem tudo para surpreender novamente pelo conjunto que dispõe, apesar do seu frágil sistema defensivo.

A seleção australiana parece ter aprendido a jogar futebol e classificou-se em primeiro lugar, na frente da seleção japonesa na fase eliminatória. Longe de ser uma grande seleção, não seria demais dizer que poderá fazer frente às seleções da Alemanha e de Gana, disputando com essas a segunda colocação do grupo. Portanto, pouco se fala do equilíbrio desta “chave”, mas a seleção Alemã não terá vida fácil.
Cravo: 1º. Sérvia, 2º. Alemanha (com dificuldades e pela tradição), 3º. Gana e 4º. Austrália. Vamos ver o que acontece dentro das quatro linhas.

Fontes: lemonde.fr, pt.fifa.com, globoesporte.globo.com, Revista Placar.




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