Qualquer um pode dizer que o Ceará não é um bicho papão, o que é verdade. Mas temos que nos render à realidade e notar que a atual equipe do “vozão” tem feito um Campeonato Brasileiro de dar inveja. O atual terceiro colocado faz boa campanha e permanece na ponta da tabela desde o começo do campeonato. No total foram 5 vitórias, 5 empates e apenas 1 derrota. Ainda não perdeu em casa. Não tem um elenco de estrelas ou repleto de grandes revelações, mas possui bons jogadores e é um time bem ajeitadinho, com defesa sólida, ataque rápido.
Palmeiras, entre os maiores do Brasil, nunca perdeu para o Ceará. E apesar do time atual ser limitado, poderia sim ir até o Castelão e vencer o time cearense. Mas também não é um absurdo ter empatado. Então, se você é um dos inúmeros que vi hoje reclamar como se empate ou derrota não tivesse acontecido com todos os times que foram até lá, aceite essa realidade assim como o fato de que nosso time está em reformulação e precisamos de paciência para ver resultados bons. Conhecemos o Felipão e sabemos que o trabalho dele é certeiro, demora, mas não costuma falhar. Conhecemos o nosso elenco e sabemos que é limitado e carente de opções.
Além disso, o Palmeiras estava desfalcado. Sem Marcos, Danilo, Edinho, Marcos Assunção e Pierre. Dessa forma, Felipão tinha apenas duas opções coerentes: 1- jogar com três zagueiros, 2- colocar um menino vindo da base para jogar no meio. Optou por Patrik, que não foi brilhante, mas fez uma boa partida. Ruim mesmo foi optar por Armero na lateral esquerda.
O jogo começou com o Vozão atacando e o Palmeiras buscando marcar bem para segurar o ataque cearense. Sem o atacante Washington, que não jogou porque pertence ao Palmeiras, e contando com uma defesa palmeirense bem acordada, o Ceará não levou grandes perigos – tanto que Deola só precisou “sujar a roupa” em duas ocasiões no primeiro tempo. Já o Palmeiras começou a gostar mais do jogo lá pelos vinte e tantos minutos, quando passou a atacar com mais afinco. Aos 29 minutos tivemos nossa melhor chance, em jogada entre Lincoln e Ewerthon que deixou Kléber na área em ótima condição, mas o Gladiador desperdiçou.
No segundo tempo o Palmeiras voltou melhor, defendendo bem e buscando jogadas ofensivas. Mas além de “faltar algo” no nosso ataque, o Ceará estava bem atento na defesa e também não contamos com a sorte. Aos seis minutos Kléber acertou bom chute, mas a bola foi parar no travessão. Tivemos algumas outras chances, mas o “gol mais perdido” do jogo aconteceu lá pelos 40 minutos, com Lincoln. O Ceará, que também dava pouco trabalho a Deola, passou a arriscar mais após a expulsão (é, outra vez) de Léo aos 32 da segunda etapa. Com um a menos, o Palmeiras até tentou, manteve a calma, mas não foi possível. No finalzinho houve pressão do Ceará, mas Deola estava em um bom dia e fez grandes defesas.
Não foi um jogo ruim. No primeiro tempo ainda houve bastantes passes errados, principalmente palmeirenses, mas na segunda etapa houve qualidade e poucos erros dos dois lados. Faltou o gol, faltou ousadia, faltou maior poder ofensivo para as duas equipes.
Apesar do resultado não agradar, temos que analisar a situação pesando todos os “apesares”. O principal está relacionado à limitação do nosso elenco... É visível a melhora do time sem as tranqueiras da Traffic e invenções de Luxa, com Kléber, com Felipão, que em pouco tempo já mostra alguns resultados. Foi bom ver que apesar dos desfalques o time conseguiu se portar bem – aliás, pelo visto Tinga foi uma contratação bem acertada. Mas ainda faltam nomes de qualidade, faltam opções, falta o tempo que Felipão precisa para deixar o time competitivo. Estamos melhorando, e se vierem os reforços necessários podemos começar a sonhar com coisas melhores. Mas quando falamos que precisamos de paciência, devemos colocar isso na prática.
O Palmeiras cometeu vários erros e agora tem um time em reformulação, espero que a diretoria continue mostrando que dessa vez não é só promessa. Mas o time não é para amanhã, é para daqui algum tempo. Esse é o preço que se paga pela forma ridícula como foi começado o ano palmeirense. Mas não adianta cair na pilha da imprensa, é evidente que o Palmeiras tem um time em reformulação e mesmo assim está melhor que certo semifinalista da Libertadores que beira a zona de rebaixamento. Engraçado que dois “grandes favoritos” têm feito campanhas ridículas, bem piores que a nossa, depois da parada para a Copa, mas parece que para muitos os problemas só estão no Palmeiras – ou talvez a intenção seja fazer que as pessoas pensem assim...
Créditos da imagem: uol
Impressionante, todo mundo só sabe falar da fase do Palmeiras.
ResponderExcluirSó pode ser inveja. Não vou dizer que o time está na pior, tem outros times decaindo mais ainda e ninguém detona.
Vão arrumar o que fazer, oras. *revolta*