- O país sede era a Itália de Benito Mussolini, ditador fascista.
- A fim de arrecadar fundos para a realização do torneio, o Partido Fascista criou uma loteria nacional, aumentou os impostos sobre produtos, principalmente os cigarros, cujas embalagens estampavam alusões à Copa do Mundo. Além disso, a Itália foi o primeiro país a emitir selos da Copa.
- O Uruguai se recusou a participar em represália à ausência dos principais países europeus na Copa anterior, em Montevidéu.
- A Inglaterra estava afastada da Fifa desde 1928 e novamente não participou da competição, alegando que a Copa do Mundo apenas servia para apontar o campeão de um torneio, e não para eleger a melhor seleção do mundo. Aliás, os ingleses se achavam no direito de serem os detentores desse título, mesmo não participando da Copa. Escócia, Irlanda do Norte e Gales também recusaram o convite da Fifa, é claro.
- Em dezembro de 1932, Uruguai e Brasil se enfrentaram num jogo oficial, em Montevidéu, sem a participação de jogadores paulistas, devido à Revolução Constitucionalista. Isso provocou a paralisação do Campeonato Paulista. Até mesmo Arthur Friedenreich, jogador prestigiadíssimo dos primeiros trinta anos do futebol brasileiro, se alistara nas tropas paulistas. Por causa de desavenças políticas, Flamengo e Vasco se negaram a ceder jogadores para a Seleção. Mesmo assim, o Brasil venceu e ainda revelou um jovem talento, do desconhecido Bonsucesso: Leônidas da Silva, que tinha apenas 19 anos.
- Em 1933 o futebol se profissionalizou, porém, houve uma divisão. De um lado, a CBD e os clubes amadores. Do outro, os clubes profissionais e a FBF (Federação Brasileira de Futebol), liga independente formada por eles. E como ficaria a seleção nessa situação? Para não dar vexame na Copa, a CBD precisava dos atletas profissionais e tomou a decisão de contratar os melhores da FBF, por seis meses. O valor oferecido a cada um variava e parece que Leônidas recebeu trinta contos de réis, o que na época era uma fortuna, equivalente ao primeiro prêmio da Loteria Federal.
- Domingos da Guia, pai do nosso Divino, não foi para a Copa porque o Nacional do Uruguai, ao saber que a CBD estava pagando uma fortuna para contratar os atletas, exigiu 45 contos de réis para liberar o jogador. A CBD achou isso um verdadeiro absurdo e se recusou a pagar.
- A Fifa dividiu as 16 seleções classificadas em dois grupos, o dos fortes e o dos fracos. O Brasil estava no grupo dos fortes, apesar de não ter ido com sua melhor seleção, e pegou logo quem? A Espanha! Levou uma sacolejada logo de cara, perdendo por 3x1. Esse foi o primeiro jogo do Brasil transmitido por rádio em Copas, embora os brasileiros não pudessem ouvi-lo.
- O Egito foi o primeiro país africano a participar de uma Copa do Mundo. Apenas 36 anos depois, o Marrocos representou novamente o continente.
- O juiz escolhido para apitar a final entre Itália e Tchecoslováquia, o sueco Eklind, saudou Mussolini com o tradicional gesto fascista, antes do início da partida. O mesmo árbitro havia apitado de forma muito parcial o jogo entre Itália e Áustria, na semifinal. E isso se repetiu na final. Mas com tanta pressão, quem não agiria da mesma forma?
- Os jogadores da Alemanha entraram uniformizados em campo, junto com italianos e tchecos, que desfraldaram a bandeira com a suástica nazista. Isso nunca foi repetido em nenhuma outra copa.
- Ao final da partida, Mussolini entregaria pessoalmente o “Troféu Itália” ao campeão. E ai daqueles que não fizessem da Itália a campeã do mundo!
- O preço elevado dos ingressos fez com que a arrecadação dessa copa fosse 150% maior que a de 1930, mesmo tendo um jogo a menos (17 jogos). Porém, a ocupação média dos estádios mal superou os 30%.
- Foram marcados 70 gols, com uma média de 4,12 gols por partida. A Itália marcou 12 em 5 jogos. O artilheiro da Copa foi o tcheco Oldrich Nejedlý, com 5 gols.
- O Brasil não voltou imediatamente após a eliminação, tendo feito um “tour” pela Europa por 45 dias, fazendo 8 apresentações na Iugoslávia, Espanha e Portugal. Isso foi necessário para que a CBD repusesse seus cofres, já que o dispêndio foi grande devido à contratação de jogadores. O primeiro jogo foi um verdadeiro fiasco. Com o mesmo time que enfrentou a Espanha, o Brasil perdeu por 8 a 4. Esse foi o maior número de gols que a seleção já levou em um único jogo em sua história.
Fonte de pesquisa: Almanaque dos Mundiais, por Max Gehringer
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