Há coisas no futebol que não têm explicação. Já outras são facilmente explicáveis, como as de hoje. A postura covarde do Palmeiras, principalmente no segundo tempo, explica melhor o empate do que qualquer análise. Indiretamente pedimos para que o fraco Goiás igualasse o placar. Felipão, que é incontestavelmente “o cara”, hoje errou muito nas substituições. Sim, falta jogador, mas não foi por isso que o Palmeiras jogou no lixo a vitória no Serra Dourada. Neste domingo o que faltou foi coragem. Mais dois pontos jogados no ralo. Mais uma semana de tranquilidade que se esvaiu.
O Serra Dourada recebeu um público bem mais ou menos para o duelo entre Goiás e Palmeiras. Não por acaso. A equipe esmeraldina vem enfrentando má fase, grande parte de culpa para o Sr. Emerson Leão, e o Palmeiras pode até não estar em crise, mas bem também não está. Entramos em campo sem um armador, já que Lincoln se contundiu e foi vetado durante a semana. O meia fez muita falta. Em seu lugar, entrou o jovem Patrik. A partida começou com a equipe da casa atacando, mas com o Verdão consciente e atento nos contra-ataques. E antes que o Goiás ameaçasse de verdade, fomos nós que balançamos a rede. Bobeira da zaga e Kléber, que vem jogando muito, roubou a bola. O Gladiador deixou com Ewerthon, que contou com marcação frouxa e mau posicionamento de Harlei para bater no canto direito e abrir o placar. Vantagem que poderia ter aumentado se quiséssemos. Com as investidas da equipe goiana, os espaços ficavam à nossa disposição, mas não soubemos aproveitar. Enquanto isso, o adversário chegava com perigo e, se não fosse Deola, teríamos o jogo empatado ainda no primeiro tempo. Foram duas belas defesas: uma em cobrança de falta e outra, ainda mais difícil, no canto inferior direito.
Na segunda etapa o Palmeiras voltou diferente. Não nas alterações, mas na postura. E pra pior. Voltamos omissos e em poucos minutos já era possível prever que até o final do jogo iríamos ceder o empate, se não a virada. Vendo isso, Felipão mexeu. E mal. Saiu Vítor e entrou Marcos Assunção. O volante de 48 anos mal pegou na bola o jogo todo. Márcio Araújo, com sono, fez às vezes do ala direito. E foi ali que Felipe cortou o “inocente” Maurício Ramos e bateu forte para mais uma bela defesa de Deola.
Mais alterações. A saída de Ewerthon, que não fez nada além do gol, para a entrada do estreante Luan, foi correta. Com o novo atacante em campo, o Palmeiras até reagiu e voltou a encostar no gol de Harlei. Não por muito tempo. Kléber, que poucos minutos antes havia levado cartão num lance e bobo e desfalcará a equipe no próximo sábado, foi equivocadamente substituído por Tinga. Mais uma vez o menino ex-Ponte Preta tinha que entrar, em minha opinião deveria ter começado jogando, mas jamais no lugar do Gladiador. Nessa altura não merecíamos nada além de um empate. E ele aconteceu, no finalzinho. Falta boba (e duvidosa) de Armero, que graças a Deus está suspenso, na lateral e Deola, que vinha fazendo um jogo impecável, falhou numa péssima saída de gol, além da marcação ridícula da zaga palmeirense.
Depois de levar o merecidíssimo empate, resolvemos tentar reagir nos últimos três minutos. Reação muito tardia. Pierre quase fez um golaço, mandado um chute forte em direção ao ângulo direito de Harlei. Passou muito perto. Mas se existe um pouco de justiça, não merecíamos sorte melhor. Felipão tem todos os créditos e terá todo o tempo do mundo para acertar a equipe, mas isso não o exime de erros. Errou e muito. Desde que começou a treinar o Palmeiras, foi seu pior jogo. O Goiás só empatou porque “pedimos” para que isso acontecesse. A equipe de Emerson Leão tem como destaques jogadores como o recém-chegado Junior, a Leci Brandão, Rafael Tolói, que em minha opinião não passa de um Marcão com 20 e poucos anos, Jonílson Lango-Lango e Everton, aquele que saiu do Bragantino e não deu certo em nenhum outro time. É um adversário fraco e era um jogo pra vencer. Mas agora não adianta reclamar. Hora de corrigir os erros possíveis porque na quarta, contra o Vitória pela Copa Sulamericana, teremos a chance de vencer e afastar essa seqüência de empates que já vem enchendo o saco. No Brasileirão voltaremos a campo contra o Atlético-PR, às 18h30 no Pacaembu. Chega de empatar e dar gosto para a imprensa. Chega de covardia, Palmeiras.
Créditos da foto: Uol.
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