O assunto da imprensa não é o assalto em Minas ou, mais uma vez, os erros hoje na Arena Barueri, mas sim Felipão. Eles perguntaram o que queriam, ouviram o que não queriam e resolveram vestir narizes de palhaço para protestar contra o técnico. Muito bem, parabéns. Palmeirense veste camisa do Palmeiras, gay veste camisa do São Paulo, inglês fala inglês, nerd que se preze é fã de J.R.R. Tolkien e palhaço usa nariz de palhaço, nada mais justo. Na bola, que é o que importa, o Verdão, vestindo a nova e horrível terceira camisa, fez um bom primeiro tempo e quase se complicou no segundo. Tinga e Márcio Araújo fizeram belos gols, Dinei também marcou o seu primeiro. Vitória fácil? Não, estamos falando de Palmeiras. Mas com os 3 pontos conquistados a equipe se aproxima do G4. E juiz gosta de aparecer contra o Palmeiras, hein?!
Frio, chuva, má localização, véspera de eleição e feriado prolongado, resultado: mais uma vez, a Arena Barueri recebeu um público pequeno, pouco mais de 5 mil torcedores, para acompanhar o Palmeiras de Felipão, sem Valdivia, mas ainda de olho no G4. E a arquibancada esvaziada ouviu o Hino Nacional começar a ser executado sem um dos times em campo. Vaias para o Goiás. Quem estava lá ou acompanhando pela TV ou internet, também pode ver a estréia do terceiro uniforme, feito especialmente para... a bocha. É a única explicação que encontro para um tamanho mau gosto da Adidas. Com o uniforme horroroso, mas ainda ostentando o distintivo palmeirense, a equipe iniciou a partida com paciência. Enquanto Deola mal suava, meio e ataque alviverde tentavam furar o bloqueio, nem tão forte assim, da outra equipe esmeraldina. Até que aos 21, Tinga fez linda jogada, com direito a rolinho entre as pernas de Wellington Saci (sim, pasmem, pernas no plural), e bateu forte pro gol. O chute ainda contou com desvio, só para complicar de vez para Harlei. Belo gol. Na sequência da primeira etapa, o Goiás até cresceu, mas não gerou grande perigo para o nosso arqueiro.
Na volta pro segundo tempo, vimos um Palmeiras mais lento, que apenas assistiu a um esboço de reação da equipe goiana. Reação que não passou mesmo de um esboço naquela altura. O jogo seguiu feio, com poucas oportunidades e inúmeros passes errados. E ainda nos demos ao luxo de perder ótimas chances, por puro e simples preciosismo, principalmente de Lincoln. Mas quando o camisa 99 resolveu soltar a bola do pé e tocar para Márcio Araújo, a vantagem no placar se alargou. O volante/lateral, que já havia feito boa jogada minutos antes, mas concluíra mal, bateu na diagonal da entrada da área, bonito, sem chances de defesa. Parecia que o jogo estava ganho. Ledo engano. O Goiás reagiu com gol duvidoso de Jones. Ou seria de Carlos Alberto? Jones cabeceou e Deola defendeu, no rebote, impedido, Carlos Alberto concluiu. Resta saber se na defesa de Deola a bola já havia cruzado totalmente a linha do gol. Sendo assim não há nenhuma irregularidade. Mas do contrário...
Agora o Goiás reagiu. Certo? Errado. Felipão tirou Kléber após o 2 x 0 e colocou Dinei. E o atacante sem queixo aproveitou para deixar o primeiro dele com a camisa palmeirense. Luan bateu bem uma falta na lateral esquerda da área e o atacante escorou de cabeça, tirando as chances do goleiro e definindo a partida. Ou quase isso. Antes do apito final, aos 44, a equipe do centro-oeste voltou a diminuir e, de novo, em lance duvidoso. Aliás, duvidoso não, estava de fato impedido. Depois de mais um rebote de Deola, Everthon Santos, em posição irregular, empurrou a bola pras redes. Mas que fique entre nós, porque os palhaços não viram, ou senão teriam avisado o bandeira. Ou não, depende da preferência clubística do palhaço em questão. Mas apesar do susto com o 3 x 2, não passou disso.
Vitória e um pouco de tranquilidade. O Palmeiras volta a jogar agora na quinta-feira, na Arena da Baixada, contra o Atlético-PR. O rubro-negro do Paraná tem o mesmo número de pontos que o Verdão, mas permanece na frente pelo critério de desempate. Partida difícil, ainda mais sem Kléber, novamente suspenso por três cartões amarelos, além de que já não contaremos com Valdivia, se recuperando de lesão. A posição ainda é a mesma, mais o G4 já se aproxima. Como a vaga pela Sulamericana não é nada garantida, não custa um esforço extra para alcançar essa posição na tabela, mesmo que seja difícil. E pros palhaços e idiotas, diplomados ou não, já sabem onde enfiar os narizes, não é?
Créditos da foto: Fábio Braga/Folhapress
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