Foto: Ari Ferreira/Lance Press. |
Hoje colocarei a cabeça no travesseiro e, inevitavelmente, vou me lembrar da memorável atuação de Luan nesta noite. Opa, opa, mocinhas de gosto musical duvidoso, sosseguem o facho! Não estou falando de Luan Santana, aquele que gosta tanto de mulher quanto eu entendo de patinação artística. Mas, sim, do nosso pseudo-atacante, que fez uma partida medonha, perdendo diversas chances de gol e, assim sendo, quase ajudando a complicar um jogo fácil para o Palmeiras. Com ou sem Luan (!), ninguém segura um inspirado Valdivia. Logo aos 10 minutos o chileno limpou a marcação e meteu um chutaço no ângulo do goleiro Fernando Leal. E vale mencionar também o gol decisivo de Márcio Araújo, o eficiente volante palmeirense. Eficiência e talento, receita que fez o Verdão vencer mesmo com Luan (!) em campo.
O domingo de Páscoa com garoa e friozinho não afastou o torcedor do Pacaembu. Quase 18 mil foram ao estádio empurrar o Verdão contra o Mirassol, um dos invasores caipiras na segunda fase do Paulistão. Sem Cicinho e Thiago Heleno, contundidos, Felipão teve que improvisar João Vitor na lateral e confiar em Leandro Amaro na zaga. Mas a grande novidade alviverde estava no banco. Marcos, ou melhor, patrimônio do futebol e santo goleiro, vulgo São Marcos, voltou a ser relacionado para uma partida. Mesmo que entre os reservas, como é bom vê-lo de volta!
A bola rolou e o Palmeiras mostrou que o Mirassol teria poucas horas restantes de vida no Paulistão. Enquanto as equipes ainda procuravam se encaixar em campo, El Coelhinho Valdivia não perdeu tempo. De longe, o Mago se livrou da marcação e não pensou duas vezes ao ficar de frente para o gol e encher o pé. A bola estufou as redes, um golaço! Com direito a comemoração temática e tudo, que beleza! (Como diria Milton Leite).
Então começou um festival de gols perdidos. Só Luan (!) levou um monte deles pra casa. E de tanto perder oportunidades, o jogo tranquilo foi pro brejo. O time amarelão, que mal havia atacado, empatou aos 37 com Marcelinho, numa falha geral da zaga em cobrança de escanteio.
Na segunda etapa, se o Verdão quisesse ter uma vida sem sobressaltos, teria que marcar um gol logo e evitar o ferrolho do time do interior. Não foi tão cedo quanto o primeiro, mas também não tardou a sair. Tudo começou com Kléber. O Gladiador fez bela jogada e rolou para Luan (!), que obviamente fez cagada, mas na sobra Márcio Araújo chegou batendo da entrada da meia-lua e fez um bonito gol.
Sem a pressão do resultado, tudo deveria fluir mais facilmente, certo? Só faltou avisar ele... Luan (!). Se fosse na época de Cristo, o Messias, e estrela de filme do Mel Gibson, desistiria de ressuscitar para não ter que ver tamanha desgraça. Valdivia até tentou ajudar, deu um toque lindo que deixou o pseudo-jogador na cara do goleiro orelhudo do Mirassol, mas de nada adiantou. Ele perdeu. E perdeu de todas as formas possíveis e impossíveis. Perderia outros se tivesse mais tempo de jogo. Perderia até se tivesse mais dois pés. A sorte dele é que o dia de malhar o Judas já passou, pois estava até acendendo meu palito de fósforo e pegando um pedaço de pau com um prego na ponta.
Antes de acabar a partida, Felipão deu sua provocadinha básica na torcida só para mostrar quem manda. O torcedor quer Valdivia e Lincoln juntos, mas pro gaúcho os dois só se encontrarão quando um sair e outro entrar em campo. Uma pena. O Mirassol até tentou, mas não conseguiu reagir. A vitória colocou o Verdão em rota de colisão com o arqui-rival e virgem da América, Corinthians. As duas equipes farão uma das semifinais no próximo domingo em local ainda a ser definido. A outra será disputada entre São Paulo e Santos. Bora ganhar dos lazarentos, Palmeiras! Freguês bom é freguês toliminado.