Por Renata Ninguém
Tenho me surpreendido muito ao notar a quantidade de torcedores resistentes ao reconhecimento de títulos pré-71, bem como aqueles que não querem reconhecer que fomos (sim!) campeões do mundo em 1951. Mas o que realmente me assusta são as justificativas... Não aceitam os títulos pré-71 porque o São Paulo vai dizer que precisamos inventar história para superá-los, ou porque se reconhecermos nosso mundial vamos ter que reconhecer o do Corinthians. Como se estivéssemos “inventando títulos para superar o São Paulo”, ou como se a história do nosso mundial tivesse algo de semelhante com a questão do Corinthians.
Mesmo que fossem experiências idênticas, como é ridículo disputar essas coisas assim! Só para não aceitar o feito de um rival temos que ignorar o nosso? O que isso vai mudar? Se eu disser então que não aceito o título de determinado time porque o gol da vitória deveria ser anulado, mas o juiz não anulou, a taça, as provas, os documentos, as imagens, a história daquele título a esse time conferido vai mudar? E digo mais: o Palmeiras não precisa chegar ao cúmulo de negar título para poder negar o do rival, jamais! O Palmeiras sequer precisa negar títulos de outro time. Não há necessidade disso porque é um time suficientemente capacitado para superá-los da única forma que está à altura de seu nome: no campo, no bom e velho futebol.
E foi no campo que o Palmeiras sagrou-se campeão mundial em 1951, foi no campo que o Palmeiras tem sido campeão paulista desde 1920, brasileiro desde 1960. E eu reconheço sim, reconheço até que me provem o contrário. E quem vai provar?
Não me importa se era Liga, Associação, Federação, Confederação, União, Agremiação, ou sei-lá-o-que-mais. Se havia uma instituição oficial, organizadora do campeonato paulista, do nacional, do mundial. Se houve vitória do Palmeiras e reconhecimento de título por parte desta... Então não importa se ela não existe mais, se a instituição é outra, se as regras são outras. Não importa porque isso não muda em nada o título obtido.
Da mesma forma que o presente não é julgado pelos valores, normas e regras do passado, o passado também não deve ser regido pelas regras, pelas normas, pelas leis, valores ou costumes do presente, porque isso é anacronismo.
Não adianta julgar esses títulos do passado a partir de questões que não existiam quando eles ocorreram. Eles devem ser julgados pelas questões de seu presente. E quando ocorreram, esses títulos existiram, independente do que ainda sequer havia nascido.
Utilizando um exemplo demasiadamente bobo, eu me pergunto se meu ensino fundamental deve ou não ser reconhecido porque há bilhões de anos, quando eu tinha apenas 6 invernos, o “prézinho” não era obrigatório (e agora é). Será que eu, que estou terminando a graduação, devo ser reconhecida como alguém que não terminou o ensino fundamental, mesmo que eu tenha concluído as obrigações necessárias (no período em que o cursei) para a conclusão deste?
Se amanhã a CBF não existir mais e surgir o União Brasileira de Futebol, que organizará o “Campeonato Brasileiríssimo de Futebol”, os títulos de 72,73, 93 e 94 devem ser desconsiderados como títulos de campeão brasileiro?
Créditos da imagem: Palestrinos
perfeito! assino embaixo!
ResponderExcluirverdaços.
é isso, falou bem! Nada a acrescentar!
ResponderExcluirO pessoal mais novo não precisa só saber a história do Palmeiras, mas principalmente saber saber respeitá-la
Tem mané que é contra o "Octa" porque acha que vai ser zuado por bambi e afins. Se tem vergonha do Palmeiras ta torcendo pro time errado