É engraçado como a vida é irônica. Há pouco mais de um mês eu pensava que no fim de dezembro estaria com meu curso de graduação terminado, sem pressão de monografia, com meu time campeão brasileiro, e já sonhava com várias coisas que teria tempo para escrever aqui: momentos bons, momentos tristes, momentos incríveis, gols inesquecíveis. É, sonhava. Lembro até que pensei em escrever sobre Obina, contra o Corinthians. Diego Souza, contra Flamengo no rio. Danilo, contra Atlético Mineiro. Ortigoza, contra o Vitória no comecinho do campeonato, lá no Palestra, minha primeira vez no Palestra.
Como nós sonhamos nesse ano, não? Depois que o senhor Lu$$a e (Quem?)rison sumirem daqui, tudo parecia resolvido, era o lindo mundo do Palestra Itália: Jogadores amigos, sorrindo, se abraçando, correndo atrás de resultado que geralmente vinha, vários jogos sem perder. Torcedores felizes, orgulhosos... Mas como diria o velho filósofo bêbado: o que mais dói na vida é contar com o ovo quando ele ainda nem chegou ao cu da galinha. “Poizé”.
Confesso que depois daquele dia em que o Palmeiras foi ao Rio para levar uma bala bem no meio da testa, enviada pelo Sr. Simon a mando de sabe-se quem, eu sonhava com um pé atrás. Explico: dois dias antes tinha dito a uma amiga que era impossível não torcer e tentar acreditar no Palmeiras, mas é igualmente difícil torcer para algo que você nota ser pré-estabelecido. Naqueles dias, começaram a acontecer coisas estranhas, e isso continua acontecendo... Mas não vou falar disso, não há mais fôlego. A única coisa que eu queria era ver meu Palmeiras lutando de forma digna, assim como seu presidente, para que caso perdesse não fosse por incapacidade própria. Era apenas o que eu queria.
Sobre os senhores Obina e Maurício, sei lá, as pessoas perdem a cabeça, brigas acontecem, mas não dava para esperar sair do campo? Precisava piorar o que já estava ruim, acabar totalmente com as poucas chances que ainda tínhamos? Que se matassem no vestiário e fossem substituídos, tanto faz, mas que brigassem fora dali... Se pudesse dizer algo a eles seria que não adianta achar que são o Hugo e o André Dias que vestem certa camisa aí, se é que não sabem...
O pior de tudo é ver que o time, apesar de não ter feito uma partida brilhante, apesar do gol ridículo tomado nos últimos segundos do primeiro tempo, jogava de uma forma que poderia dar resultado bom. Depois de tanto tempo, e talvez tarde demais, parecia que estavam conseguindo se acertar. Muricy-troféu-cabeça-dura-do-ano percebeu que em 2009 o Palmeiras só teve camisa 9 estragado, e que o Diego Souza (que hoje quase jogou bola direito) fica perdido quando o colocam pra ser armador ao lado de um volante pensando que é camisa 10. No fim das contas foi triste ver certos caras tentando, buscando calma e jogo, para dois joselitos enfiarem o pé na merda desse jeito. Assisti ao segundo tempo por pena e respeito aos que ficaram. Sim, eles têm responsabilidade pelo atual estado do time, claro que merecem a cobrança. Mas foram esses que fizeram o que eu, mesmo na condição de torcedora apaixonada, não sei se conseguiria fazer: não foi possível um bom resultado, mas terminaram aquela porcaria sem jogar a toalha.
Pierre e Danilo merecem palmas. O camisa 5, mesmo depois de tudo o que passou nos últimos meses, conseguiu ser nosso melhor jogador em campo. Os outros merecem respeito, fizeram o que podiam e nem sempre dá para esperar milagre. Ano passado eu nunca imaginei que defenderia esse cara, mas é bom que quem questiona o comprometimento de Diego Souza se atente para o fato dele ter sido a única pessoa que tentou conversar com o time e arrumar a bagunça depois da desgraça feita. Porém, a luta de nenhum desses nove vai justificar a incompetência de todos eles e mais alguns nos últimos jogos, muito menos nos fazer esquecer.
Assumo que eu gostava muito do Obina, mas isso fica no passado, hoje só quero que ele e o Maurício sumam. O Danilo, ao defender Obina, disse as seguintes palavras “Todo mundo erra. Ele errou porque estava querendo muito. Alguns jogadores aqui não estão nem aí”. Sim, todo mundo erra, mas tem erro que é difícil de aceitar, ainda mais de perdoar. E sobre os jogadores que não estão nem aí, espero que nossa diretoria comece a ouvir o que Marcos e Danilo estão soltando na imprensa, e que resolva logo essa palhaçada. Se falam assim, é porque ou a coisa está pior do que se pensa, ou estão vendo pelo em ovo e devem parar com isso – eu aposto na primeira opção, vindo de quem vem as acusações. Será preciso lembrar de que aqui é Palmeiras?
Eu sonhei muita coisa há alguns meses atrás. Hoje só quero que o ano acabe, quero descansar disso tudo, quero que meu time não me dê a vergonha de sequer participar da Libertadores, quero que o Palmeiras continue em mudança porque existe muita coisa errada estragando todo esse esforço. Foi triste ver tanta coisa feita e sonhada, para acabar nessa decepção. Mas a vida é assim e esse é o risco que se corre ao tentar. É triste sim, mas o Palmeiras continua. É decepcionante, mas a vida vai continuar sem querer saber de futebol. Depende de cada um de nós o quanto vamos fazer essa dor continuar. É cômico pensar que matematicamente ainda dá, mas diante do descontrole desses jogadores e da atual situação, é melhor poupar esperanças para outras situações. A vida não é decidida de forma matemática, e tem sofrimento que não vale a pena, não vale...
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