26/06/2009: Disputando o Brasileirão, o Palmeiras vivia um momento complicado em relação ao seu camisa 9. O menino Quem?rison não mostrava serviço há um bom tempo, do nada parecia ter esquecido o bom futebol que mostrou no começo do ano conquistando a torcida. E essa, insatisfeita, percebia que algo estranho estava acontecendo e cobrava bastante o jogador. Pois bem, eis que na sexta feira, 26 de junho de 2009, o ex-K9 surpreende todo mundo, até mesmo o técnico do time, não comparecendo aos treinamentos do Palmeiras e indo embora assim, às escondidas, como alguém que foge. Não avisou, não se despediu, deixou um clima muito ruim. O técnico Vanderlei Luxemburgo, devidamente irritado com a situação, disse que caso a negociação até então incerta com o Barcelona não obtivesse sucesso, o jogador não atuaria mais em seu time. Alegando quebra de hierarquia na declaração, a diretoria do Palmeiras o demitiu. O que foi uma atitude considerada estranha por muitos, visto que o mesmo técnico andava fazendo coisas piores... Em todo caso, foi algo comemorado, poucos palmeirenses ainda suportavam aquela enganação que não sei se ainda deve ser chamado de técnico, embora um dia tenha sido bom, ele mesmo não se chama assim. Depois de sua ida, e da fuga de nosso ex-camisa 9, as coisas melhoraram, parecia um peso tirado das costas. Vale lembrar que o jogador foi comprado pelo Barcelona, que o emprestou para o Benfica, time em que não conseguiu nenhum sucesso. E o ex-treinador em atividade passou pelo Santos, como um tufão que destrói o que já não está bem, e agora fará estrago no Patético Mineiro. Vamos aguardar para ver tudo de camarote. Que jamais voltem a tocar um uniforme palmeirense.
Julho de 2009: Demorou quase um mês para que o Palmeiras contratasse o novo técnico que desejava. E mais um pouquinho para Muricy começar a atuar. Durante esse tempo, uma novela com cara de palhaçada “vem ou não vem?”, Jorginho assumiu como interino e levou o time ao topo da tabela. Fez o time jogar o que não jogava com Luxemburgo, e não continuou jogando com Muricy. Se Jorginho continuaria com sucesso, não há como saber, e é justamente isso o que faz com que muitos torcedores atribuam a derrota final a não manutenção do interino. O que sabemos é que Jorginho foi inteligente, explorou características de jogadores. Já Muricy, pegou um time montado por outro, com problemas, com desfalques que aconteceram ao longo de seu trabalho, e ainda tentou impor uma forma de jogar que não deu certo. A culpa não foi só dele, mas o técnico não convenceu até então, sua atuação foi muito inferior ao esperado quando o Palmeiras o contratou.
26/07/2009: O freguês voltou. Já nem lembro quanto tempo faz que o Palmeiras não perde para o Corinthians, mas é sempre bom lembrar dos 3 gols de Obina no clássico do primeiro turno do Brasileirão 2009. Lembro-me de que não pude ver o jogo, um amigo resolveu casar-se nesse dia e eu não pude faltar. O jogo aconteceu enquanto eu voltava para Piracicaba, vi um pouco em uma parada na estrada, mas na maior parte do tempo dependi das mensagens e ligações de amigos. Ficava com o celular na mão, esperando a todo momento, e tinha que segurar o grito quando recebia algum SMS dizendo “goooool do Obina”. Não pude ver, infelizmente, mas foi uma alegria que não vamos esquecer. Ganhar do Corinthians tem sabor especial, ainda bem que eles voltaram logo, o Brasileiro não tem tanta graça sem isso.
02/09/2009: Esse dia ficou marcado como um dos mais tristes do ano: Pierre caiu em treino na academia e sofreu uma lesão séria, rompendo os ligamentos do tornozelo esquerdo. O volante, que ficaria fora do time até o fim do ano, conseguiu recuperação mais breve que o esperado na base da raça. Porém, não deixou de fazer muita falta nos dois meses em que ficou afastado. Sem dúvidas foi um dos grandes motivos para a derrocada em que caiu o Palmeiras na reta final do Campeonato Brasileiro.
08/11/2009: Outro momento que o palmeirense jamais vai esquecer: a operação realizada por Simon, no jogo contra o Fluminense. O Palmeiras precisava da vitória para voltar a convencer e não se distanciar do título. O Fluminense precisava vencer para continuar fugindo do rebaixamento. Simon precisava, bom, talvez ele precisasse agradar alguém dos lados cariocas. O fato é que, num período em que coisas muito estranhas aconteceram nos bastidores do Campeonato Brasileiro, o dito juiz anulou um gol mais que legítimo de Obina. O time do Palmeiras, até então determinado, perdeu todo o foco, perdeu o jogo, e caiu ainda mais na perda do campeonato. Foi terrível, foi de doer a cólera que veio a seguir. Belluzzo deu suas declarações, jogou a merda no ventilador, falou até demais, mas talvez fosse necessário ter essa coragem. Foi punido, sim, mas o que significa essa punição diante dos 3 pontos perdidos? Com esses 3 pontos tudo teria sido diferente, e pensando nisso não adianta lembrar dos pontos que o Palmeiras perdeu por incapacidade...
18/11/2009: E o período de trevas no Palmeiras só tendia a piorar. Em jogo contra o Grêmio, no sul, Maurício e Obina protagonizam uma vergonhosa cena de briga na saída para o vestiário durante o intervalo. Os dois se desentenderam, houve agressão, foram expulsos. O mesmo tinha acontecido dias antes com dois jogadores do São Paulo, que indevidamente não foram expulsos, mas o São Paulo é o São Paulo e o Palmeiras é o Palmeiras. Pois bem, fizeram por merecer a expulsão. E o Palmeiras, que já estava perdendo, necessitando de vitória, teve que se virar com 9 jogadores... Deve ter sido o momento mais triste do ano palmeirense. A dor, a vergonha, a raiva... Tudo indicava o pior. O título realmente estava perdido, embora houvesse tímidas chances.
Novembro de 2009: Às vésperas de um jogo importante contra o Atlético Mineiro. A imprensa começa a divulgar de forma sensacionalista um vídeo já velho, e já divulgado em alguns sites, de Belluzzo na festa de uma organizada, num dia em que o Palmeiras era líder, com o São Paulo no encalço, o mesmo São Paulo tinha acabado de perder do Atlético Mineiro e o presidente palmeirense gritou “vamos matar os bambi, eles já foram mortos hoje”. Isso foi o suficiente para uma palhaçada sem tamanho, devido a má interpretação carregada de más intenções feita por boa parte da imprensa. O presidente talvez não devesse se envolver tanto com certos setores da torcida, talvez não devesse dizer coisas tão polêmicas, mas as pessoas também deveriam ser mais sensatas.
29/11/2009: Essa tarde de domingo ficou marcada por um gol da vitória do Palmeiras por 3x1 contra o Atlético Mineiro. O Palmeiras, que começou abrindo o placar no primeiro minuto, tinha acabado de levar o gol de empate quando Diego Souza, ele mesmo, fez um dos gols mais inacreditáveis, inexplicáveis e lindos do futebol. Um gol para não ser esquecido, para fazer brilhar o nome do Palmeiras. De cobertura, do meio do campo, com bola alta... Só vendo novamente para relembrar a sensação incrível que foi ver essa bola voar meio campo, para cair caprichosamente dentro do gol.
06/12/2009: A derrota para o Botafogo pouco importa. Foi o fim de uma vergonha sem tamanho. Marcou a perda de um campeonato praticamente ganho. Uma dor que ainda não conseguimos apagar. Difícil entender, uma combinação de fatores, dentre os quais não devemos conhecer todos, fizeram com que o Palmeiras não fosse o campeão do Campeonato Brasileiro de 2009, como mereceu por meses. Talvez por esse motivo o palmeirense fique tão feliz em ver que começou um novo ano, com novas chances, novas oportunidades.
Muito ainda podia ser comentado. Tantos momentos, tantas histórias. Tantos sorrisos, coração batendo forte, até decepções. Vagner Love foi uma dessas grandes decepções, cujo desenrolar ainda veremos em 2010. Mas sobre isso talvez seja melhor nem falar por enquanto. Vamos aguardar...
Mais um ano que chega ao fim, mais um ciclo que se encerra. E como sempre, para o ingresso de outro, novo
Planejamento, uma das palavras preferidas de Muricy Ramalho. Quando teve isso na terra encantada das borboletas, Muricy formou times campeões. Quando chegou ao Palmeiras pegou um time praticamente montado por Luxemburgo, cheio de “Marcões”, “Obinas”, “Jumares”, etc. Em 2010 não tem desculpa. Agora o time é dele, o planejamento é dele. Hora de contratar melhor, dispensar os perebas, e trabalhar muito. “Isso aqui é trabalho”? Prova então, agora é a hora.
Impossível definir se 2010 será um bom ano ou não para o Palmeiras, mas é fácil dizer que poderia e deveria ser muito melhor. Sem Libertadores por conta do fiasco de 2009, nos resta a Copa do Brasil. Competição que agora é obrigação. Assim como o Campeonato Brasileiro e a Sulamericana. É o que temos em disputa, é o que temos que ganhar. Já a obrigação da diretoria é formar uma equipe forte, contratar o suficiente e ter rédeas firmes com os baladeiros descompromissados.
Erros do passado já não podem mais se repetir. Chega de presidente fazendo papelão em escola de samba/torcida organizada. Chega de jogador falando mais do que deve. Chega de teimosia. Chega de contratar por contratar. Chega de novas esperanças e velhos fracassos. Eu quero títulos, eu quero ídolos, quero ver gente que se importa de verdade com o Palmeiras lá dentro, ou que no mínimo tenha respeito por quem paga o seu salário. É o que todos nós queremos. É o que todos nós pedimos para 2010.
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