domingo, 28 de fevereiro de 2010

PRÉ-JOGO – RIO CLARO X PALMEIRAS E O ENCONTRO DE CAMPEÕES


Rio Claro é uma pequena, e antiga, cidade do interior de São Paulo. Fica perto de Campinas, perto da capital, perto de Limeira e Piracicaba, perto de Santos, mas ninguém pode ir para Rio Claro de ônibus à noite, muito menos sair de lá. Notou a revolta, não é? Isso acontece quando o Palmeiras joga na cidade ao lado da sua, mas você não tem como ir. Tem alguém aí que seja de Piracicaba, Santa Bárbara, Americana, Limeira ou alguma outra cidade da região (que tenha ônibus para Piracicaba depois das 20 hrs), disposto a me dar uma carona para o jogo?



E na cidade de Rio Claro há um, também antigo, time de futebol: o Rio Claro Futebol Clube, fundado em 1909 por um Professor, Joaquim Arnold, e empregados da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. É um dos times em atividade mais antigos do Estado, pena que o histórico de títulos seja bem inferior: 1 Campeonato Paulista A2, 2 Vice- Paulista A2, 1 vice-Paulista A3 e vice na Copa Paulista. Mesmo assim seus torcedores e diretores acreditam que o time, em crescimento, logo terá chances de alçar vôos bem mais altos no futebol paulista e brasileiro. O mascote do Rio Claro é um galo azul, o que seria engraçado em Minas. Seus apelidos são: “azulão”, por conta da cor predominante do time e “aguinha”, porque seu campo beirava as águas de um córrego. Esse é o nosso adversário de hoje. E tem mais.



Schmitão, o Dr. Augusto Schmidt Filho, é o estádio municipal de Rio Claro, no qual o Rio Claro FC manda seus jogos desde a década de 70. E parece estar em boas condições, tanto de campo quanto de arquibancadas. Até porque, para cobrar R$ 50 a arquibancada (hoje está em promoção, por R$ 40), mais caro do que muito time grande, como o Palmeiras, costuma cobrar, é preciso de confiança, principalmente tratando-se do lanterna do campeonato.



E hoje tem jogo entre Rio Claro e Palmeiras, às 19:50. Os dois times precisam ganhar. Um porque está na zona de rebaixamento, outro para se firmar como candidato à classificação. Se o Palmeiras realmente deseja esse título, o momento é agora. Há alguns dias atrás eu não saberia o que esperar, mas estou animada com os últimos resultados. É engraçado como em duas semanas pudemos ter sensações tão diferentes em relação ao Palmeiras. O que me preocupa é que o time continua quase o mesmo e uma hora poderemos sentir a dura falta de mais um atacante, ou de um atacante mais efetivo. Mas vou, como sempre quando se trata de Palmeiras, acreditar no que quero que aconteça. E o que quero é que venham vitórias e mais vitórias. Quero que hoje o aniversariante Robert nos dê os presentes. Não sou do tipo que torce para acontecer algo ruim, só porque há um jogador ou treinador que não gosto, nem para depois falar que eu estava certa, então jamais faria isso porque apoiei Muricy e reclamei da sua saída. Hoje apóio o Zago, o time que o Zago treina. E, se não der certo lá na frente, vou sofrer e jamais aproveitar para dizer o quanto eu estava certa em dizer que não adiantava contratar o Muricy e não oferecer um elenco, ao estilo do treinador, para depois tomar atitudes precipitadas. Até porque, eu também acho que é melhor um treinador que dê certo com o que temos e parece que Antonio Carlos deu certo. Bom, esse assunto já cansou, já está feito e agora é torcer e acreditar. Foram duas belas vitórias consecutivas, que hoje seja a terceira.



Mas a cereja do bolo não é nada disso que já foi dito, e sim os nomes que estarão por trás desse jogo: Antonio Carlos, César Sampaio e Cléber – os últimos dois são responsáveis pelo departamento de futebol do Rio Claro FC. Três grandes campeões no Palmeiras, três nomes que nos lembram muitas alegrias: Paulista de 93, Brasileiro de 93, Rio-SP de 93, Paulista de 94, Brasileiro de 94, Paulista de 96, Mercosul de 98, Copa do Brasil de 98, Libertadores de 99, Copa dos Campeões de 2000 e Rio-SP de 2000. Em todos esses títulos você encontra pelo menos um desses caras, todos participaram da maior parte deles. Juntos somam quase 900 jogos pelo Palmeiras e esses 11 títulos inesquecíveis. Isso sem falar no nosso camisa 12, também presente. Um jogo e tanto para o momento nostalgia de qualquer palmeirense. Que a presença desses homens nos ilumine.



Palmeiras e Rio Claro já fizeram um total de 6 jogos. O Palmeiras venceu 3, empatou 2 e perdeu 1. No total foram marcados 15 gols para o Palmeiras e 4 para o Rio Claro. 19 gols para 6 jogos é uma média alta de gols. Se as estatísticas disserem algo sobre o jogo de hoje, será bom de ver, portanto, caso você seja de Piracicaba, ainda aceito aquela carona!



O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Rio Claro x Palmeiras, neste domingo, 28/02?


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

PALMEIRAS GOLEIA SEM SACRIFÍCIO E SEGUE NA COPA DO BRASIL

Noite atípica no verão de São Paulo. Chuva fina, muito vento e frio, com a sensação térmica atingindo por volta de 15 ºC. Isso, aliado ao horário do jogo, afastou o torcedor do estádio. Cerca de 6 mil pagantes, corajosos, foram apoiar o time contra o Flamengo-PI, jogo válido pela primeira fase da Copa do Brasil. Depois de golear o time do Nordeste sem dificuldade nenhuma, o Verdão enfrentará uma equipe do Norte, o Paysandu de Belém do Pará, na próxima fase da competição.

Se quisessem, teriam feito mais, aliás, bem mais. Mas valeu pela vitória e a classificação. O Flamengo-PI veio à São Paulo à passeio. Conhecer a Av. Paulista, os shoppings, museus, até o Palestra Itália, mas jogar bola não dava. O Palmeiras, no segundo jogo de Antônio Carlos como técnico, veio com modificações. Márcio Araújo, Wendel, Lenny e Cleiton Xavier poupados. Com isso, Eduardo foi mantido na esquerda, Figueroa, um pouquinho “menos pior”, voltou à direita, Edinho fez as vezes do camisa 8, Sacconi na função de Cleiton Xavier e a surpresa, Marquinhos fazendo dupla de ataque com Robert.

Sem muita dificuldade, o Palmeiras dominou a partida desde o início. A impressão é de que o gol sairia assim que o time quisesse. Mas saiu antes disso. Pouco mais de 2 minutos de jogo e o zagueirão do Flamengo-PI fez um pênalti ridículo em Sacconi. Robert bateu no canto esquerdo e fez 1 x 0. Aliás, noite “inspirada” do camisa 26. O meia que foi, mas não foi, pra França, perdeu bolas, errou passes e deu pelo menos dois chutes em direção à Lua. O segundo gol saiu naturalmente. Cobrança de escanteio, o goleirão saiu caçando borboletas, a bola sobrou para Danilo que cabeceou fraquinho na trave, no rebote Léo cabeceou bola e zagueiro para ampliar o placar. O camisa 4 teve um corte no supercílio e acabou sendo substituído no intervalo. O jogador “cabeceado”, Tote (sério, mas não é aquele), teve um corte na nuca e também precisou de atendimento.

O terceiro gol saiu ainda no primeiro tempo. Gol de Robert, que pode fazer 30 gols em 7 jogos que continuará sendo grosso. Passe de Diego Souza para Marquinhos, que colocou com calma, rasteiro, para dentro da área e o camisa 20 bateu sem goleiro para aumentar a diferença no marcador.

Na volta do intervalo, atenção para a cena bizarra. Todos os jogadores em campo, menos um. Tote, o craque, ficou no vestiário para terminar o curativo referente ao lance com Léo no primeiro tempo. Curativo de faixa e esparadrapo mesmo, diga-se de passagem. A segunda etapa começou com um a menos para o time piauiense, já que ele voltou já no decorrer do jogo, por volta do 4 minutos. Léo deixou o time para a entrada de Souza, recuando Edinho para a zaga. Assim o Palmeiras administrou o jogo, sem muita vontade nem necessidade de acelerar o ritmo. Hora para experimentos. Antonio Carlos tirou Robert, ruim, para a entrada de William, ainda pior. A outra mudança, uma estréia, resultou em gol. Ivo, meia de 23 anos vindo do Juventude, substituiu Diego Souza e em sua primeira jogada já agradou. Fez bom lance pela esquerda e cruzou para Edinho que, de voleio, bateu forte e fazer um lindo gol. Primeiro dele com a camisa alviverde.

E não aconteceu mais nada de interessante. Marquinhos sentiu o cansaço e se arrastou em campo até o final do jogo. Marcos fez uma ótima defesa enquanto o Palmeiras dava mostras de que queria dar pelo menos um golzinho para o time do Piauí. Mas interessante mesmo foi o banco da equipe nordestina. Jardel, vulgo Seu Boneco, protagonizou cenas pitorescas. Primeiro o atacante de “porte” avantajado filou um sanduba do gandula no intervalo. Depois conseguiu se contundir, com direito a atendimento médico, sem jogar!

Tirando a bizarrice, foi um jogo digno, nada exuberante, mas também sem necessidade de críticas. O Palmeiras volta a campo agora no domingo contra o Rio Claro, na casa do adversário. Além de Wendel, Márcio Araújo, Lenny e Cleiton Xavier que voltam ao time, Lincoln e Maurício Ramos podem ser relacionados para a partida. Mais opções para um elenco ainda pobre. Se quiser a classificação para as semifinais, é agora ou nunca. Que Antônio Carlos e Cia. aproveitem o embalo e se recuperem na tabela enquanto há tempo.

Créditos da foto: Terra. 

domingo, 21 de fevereiro de 2010

ZAGO ESTRÉIA, ROBERT DESENCANTA E PALMEIRAS VENCE CHOQUE-REI

Domingo de clássico, no primeiro dia depois do termino do irritante horário de verão. O Palestra recebeu público modesto, muito em função do clima pesado e mau futebol do time nos jogos anteriores. No banco estava a grande mudança. Antônio Carlos Zago, de volta ao Palmeiras, agora como técnico, para substituir Muricy Ramalho, considerado um dos melhores e mais vencedores técnicos do país. Não é fácil. Aliás, não será fácil. Nunca é no Palmeiras. Hoje, em seu início de trabalho, teve a competência para mexer o necessário na escalação, cooperação dos jogadores querendo mostrar serviço para o novo treinador e também contou com sorte na expulsão de Xandão, que abriu caminho para nossa vitória, já merecida tendo em vista o futebol apresentado pelos dois times. E é sorte, boa sorte, que eu lhe desejo.

Palmeirense de verdade torce na tempestade e na calmaria. O último temporal de quarta-feira fez estragos, levou gente embora, trouxe gente nova, deixou desconfiança, mas não afastou 13 mil palestrinos de sua casa. Não foi um público grande, mas o suficiente para empurrar 11 jogadores querendo mostrar serviço para o careca no banco. As meninas não têm problema de falta de elenco, mas de falta de inteligência para o fraco Ricardo Gomes, que eu já não gostava como zagueiro e gosto menos ainda como técnico. O medroso tricolor assistiu o Palmeiras jogar e só deu sustos quando permitíamos.

Durante todo o primeiro tempo foi isso. O Palmeiras com controle da partida, o São Paulo assistindo. Só que o controle, como de costume, não resultou em gol. Merecíamos sair vencendo já na primeira etapa, mas quando a bola chegava em Robert as coisas não aconteciam. Até aí nada novo. Diferença só na escalação. Antonio Carlos tirou Edinho, colocou Lenny e deu mais mobilidade à equipe. Outra modificação foi por problemas técnicos e não táticos. Figueroa e Armero, que atualmente brigam pra ver quem é/está pior, foram barrados. Chance para Wendel e Eduardo. O defeito delas estava lá atrás. Só Miranda não segura uma defesa. O excelente zagueiro teve que fazer trio de zaga com o péssimo Xandão e o fraco Renato Silva. Sem Bicharlyson, suspenso, e ainda sem poder contar com o Pirulito atrás, o poder de marcação da equipe cheia de cor esteve comprometido.

Sem gols no primeiro tempo, sem modificações para o segundo. Inclusive na maneira das equipes jogarem. Mudança ocorreu quando Xandão recebeu o segundo cartão amarelo e deu adeus ao jogo. Logo na sequência, Cleiton Xavier fez cruzamento preciso pela esquerda e Robert testou para o gol. Espera aí, para tudo! Gol de quem? ROBERT! Milagres existem. E quando você pensa que já viu mais do que olhos poderiam ver, ele marca novamente, em cobrança de escanteio de Marquinhos (e que cabelo). Robert saiu na bola, Rogério saiu no Robert (com péssimas intenções) e o zagueiro saiu... na foto. Segundo gol do atacante da partida. Parem as máquinas, exclamação!

Depois dos gols o jogo seguiu para seu término sem grandes acontecimentos. A torcida se divertiu com o coro de olé para cima das bailarinas antes que o árbitro pudesse encerar a partida. E foi isso. Estréia com pé direito de Antônio Carlos, que terá um trabalho desgastante e longo pela frente. Como zagueiro, foi um dos melhores que já vi vestindo a camisa do Palmeiras, técnico e raçudo, que perdeu a oportunidade ser ídolo em algum grande por jogar em todos eles. No final de carreira, manchou sua imagem de excelente jogador para se tornar polêmico por situações deploráveis que nada tem a ver com o futebol.

Zago encerrou a carreira no Santos e começou uma curta e atrapalhada passagem como dirigente do time da marginal sem número. Assumiu o São Caetano na metade da série B, fez um bom trabalho, tirou a equipe do rebaixamento e em 2010 fez seu azulão massacrar o Palmeiras em pleno Palestra. Agora ele retorna, recebendo desconfiança do torcedor, natural, mas terá o apoio daqueles que realmente querem o melhor para a equipe. Por mais que considere errada a saída de Muricy, agora ele é passado. Nosso presente e futuro estão nas mãos de Antônio Carlos, que jamais poderá ser colocado como principal culpado de algum possível fiasco. Que ele não precise disso, que tenha sorte e apoio nessa sua volta ao Verdão. E que o torcedor se lembre que apoiar o técnico é apoiar o Palmeiras, torcer contra ele é torcer contra o Palmeiras. E apoiar não significa compatibilizar, que fique bem claro. Cabeça no lugar, Zago, sem mais polêmicas!

Para encerrar o post, uma homenagem ao craque Evair, completando 45 anos no dia de hoje. Parabéns, Matador! Desejamos ao nosso eterno camisa 9 toda a felicidade que nos proporcionou, e ainda proporciona, pela sua passagem no Palmeiras, pelo que nos deu. Jamais será esquecido, jamais deixaremos de ser agradecidos pelo que nos fez. Tantas histórias, mas, principalmente aquele jogo, aquele gol: http://passioneverde.blogspot.com/2009/10/quando-vi-aquele-gol-i-o-garoto-que_9689.html

Créditos da foto: Gazeta Press.

PRÉ-JOGO - "Ô BICHARADA!"

Com tanto mau futebol e novos problemas surgindo numa velocidade maior do que bactérias no esgoto, nosso pré-jogo desta vez será breve. Não há quem se empolgue com essa coisa que temos que chamar de time, ainda mais com essa bagunça causada em maioria pela diretoria de futebol. Além do nosso novo “renomadíssimo” técnico racista, Antônio Carlos, que, é claro, não empolga nem velhinho depois de 8 doses de Viagra, nem faz qualquer criança de 10 anos acreditar que, mesmo que um dia seja, já é um técnico que beire o que foi como zagueiro quando jogou no Palmeiras. Mas a esperança é a última que morre. Neste domingo teremos um clássico que, com problemas ou sem, torceremos como nunca. Para afastar a zica, vamos relembrar o nosso último Choque-Rei feliz, a histórica semifinal do Paulistão de 2008, com direito a frango da goleira de hóquei e “xiu” de Valdivia para as meninas. Quem sabe nos dá boa sorte!



O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Palmeiras x São Paulo, neste sábado, 21/02?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

E AGORA, O QUE PENSAR?

O dia seguinte é sempre assim, tem que parar de remoer as coisas ruins que passaram e pensar no que há agora. Ao menos eu sou assim. Se há algo que aprendi nessa vida, é que não adianta pensar que ficar chorando vai resolver algum problema. Pois bem, queridos palmeirenses, palestrinos, palmeiristas, porcos, seja lá como gostam de ser chamados: A diretoria resolveu não assumir muitos de seus erros, bem ou mal Muricy já se foi, Toninho Descartes também. E agora temos, além de Antonio Carlos Zago,Seraphim Del Grande, um novo/velho integrante da diretoria de futebol que também fez parte da “era Parmalat”. Segundo constam os boatos, parece que vem mais gente “dessa turma” por aí, mas disso não sabemos com certeza.


E é aí que eu fico sem saber o que pensar. Cippullo, que já se mostrou uma grande decepção para (quase) todos nós, Del Grande já é conhecido, mas a vinda de Zago e os, mesmo que falsos boatos de vinda de outros ex-jogadores dos primeiros anos da parceria com a Parmalat me fazem sentir que fantasmas de uma época tão incrível estão nos rondando. E no que isso vai dar? Será que vai dar certo, ou vão manchar nomes de um passado que hoje, principalmente por estarmos em um momento sombrio, é uma das nossas maiores alegrias naqueles momentos em que resolvemos pensar no passado?


“Era Parmalat”. É o termo que usam para um momento muito bom para nós, sobretudo os primeiros anos. Alguns porque passaram tantos anos sofrendo, e tiveram tantas alegrias. Outros, como eu, porque são suas lembranças mais antigas de Palmeiras. Tive uma infância muito ruim, mas se há algo que me lembro com alegria, como outras crianças se lembram de um vídeo game ou algum outro brinquedo que eu nunca tive, é de como eu ficava feliz ao ver os primeiros anos do “Palmeiras da Parmalat”. Eu não entendia nada, não sabia do que se tratava a parceria, me lembro bem de algo que hoje é até engraçado. Eu achava que o leite da Parmalat era produto do Palmeiras, que “vendia leite e outras coisas”, além de ser o “meu time de futebol”. Então foi a única época da minha vida em que eu deixei que minha mãe incluísse leite no meu café da manhã, porque pensava que estava ajudando o Palmeiras com o dinheiro do leite da Parmalat que bebia todos os dias. E meus pais se sentiam bem, porque eu odeio leite, mas preciso beber por motivos de saúde.


E foi assim. Eu que nasci no fim dos anos 80, era palmeirense sofredora por insistência do meu pai, tive no Palmeiras dos tempos em que Zago era nosso jogador, uma das poucas grandes alegrias da minha infância. E não foi apenas para mim, pergunte a qualquer palmeirense que tenha seus 20 e alguns anos como era ser uma criança e ver tudo aquilo. Era melhor que pensar que estava conseguindo pegar brigadeiros escondidos em festa de aniversário, quando na verdade tinha alguém gravando você fazendo isso. Era melhor do que qualquer um daqueles brinquedos, melhor que os desenhos animados, os filmes, as brincadeiras das quais dizemos sentir tanta falta. Era muito melhor do que quando tinha parque de diversões na cidade - se você também tiver crescido no interior, vai me entender bem. Isso porque não tinha nada mais empolgante do que ver o Palmeiras com aqueles tantos jogadores, do que ver todos aqueles títulos, aquelas taças. Quanta saudade...


Hoje, ao ver tantas notícias, vídeos, fotos, enfim, tanta coisa sendo dita sobre Antonio Carlos Zago, vi coisas que relembravam sua passagem pelo Palmeiras, tive um misto de momento nostalgia/momento esperança/momento de medo. E agora, não sei o que pensar. Sei que o cara já passou pelos nossos rivais, que teve aquela situação ligada ao racismo – que é algo que não consigo tolerar, que me desculpem os defensores, confesso que no mínimo fico desconfiada -, mas ele realmente foi um ídolo da minha infância. Eu, que quando criança sempre gostava dos laterais, zagueiros, volantes... Claro que no tempo em que Zago estava no Palmeiras eu tinha até o camisa 9 como ídolo, porque esse cara foi o único camisa 9 a quem me rendi, mas eu nunca fui de gostar tanto dos caras do ataque, no máximo os meias. Então o Zago era especial, bom jogador, o tipo de cara que a Littlle Renata adorava e até achava bonito (que foi? Eu tinha 6, 7 anos!), ficou marcado junto com Evair, Zinho, Roberto Carlos, Cesar Sampaio, Edmundo, Rivaldo, tantos outros... Até coloquei essa foto no post porque me lembrei de que chorei para ter o mesmo visual, mas não funcionou com minha mãe, acredita que ela achou feio demais?


Eu não sou do tipo que gosta de tentar resolver problemas apelando para coisas do passado. Claro que experiências adquiridas no passado são muito válidas, mas às vezes tentar resolver as coisas com pessoas que marcaram momentos bons pode ser algo letal. Talvez dê certo, e eu clamo para que isso aconteça. Apesar da decepção com a diretoria, de decepção com alguns jogadores, de achar que essa mudança talvez tenha sido besteira, eu não sou do tipo que torce contra o Palmeiras. Se esses caras que estão aí, esses diretores, os jogadores, junto com o Antonio Carlos fizerem algo bom, é lógico que ficarei feliz. Mas, por outro lado tem o medo. O medo de não dar certo, de ver que o Palmeiras está apenas apelando para o passado de forma errada, tentando usar pessoas e formulas que um dia deram certo, mas não são as soluções para o hoje. E agora, palmeirense, o que pensar?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

TRÁGICO COMO UM TERROR GÓTICO

Quem poderia descrever o quadro de minhas emoções diante de tal catástrofe? Que pintor prodigioso poderia esboçar o retrato do ser que a duras penas e com tantos cuidados eu me esforçara por produzir?

Mary Shelley - Frankenstein


Mary Shelley conta a história de um jovem cientista chamado Victor Frankenstein. Frankenstein era um estudante obcecado. Começou com as ciências naturais, dedicou-se muito à química, depois se interessou por fisiologia e, com o tempo, estudava com afinco os processos de deterioração natural do corpo humano. Foi então que, por sua capacidade intelectual, julgou-se capaz de criar um ser vivo usando partes retiradas de cadáveres humanos como matéria prima. Ele criou, sim, esse ser. Mas, ao deparar-se com sua criação, percebeu que esta era nada menos que um monstro cuja presença ele não poderia suportar. Ele havia estudado tanto, se esforçado tanto, sofrido tanto para criar um sonho. Mas esse sonho quando realizado era um monstro, e era tão horrível que ele sentia terror ao ver o que criara.


Ontem, ao ouvir a entrevista de Belluzzo para a rádio Bandeirantes, lembrei-me de Victor Frankenstein. Tão preparado, tão obcecado, tão apaixonado. Mas criou um monstro, um monstro do qual sente pavor, ele mesmo disse, o time estava horrível. E o time é mesmo um Frankenstein, não tanto pela questão das partes que formam um todo estarem mortas, fora o Figueroa que parece em estado de putrefação, mas porque se trata de peças que não têm se encaixado direito, formando o aspecto aterrorizante de um monstro. O Palmeiras tem, sim, vários jogadores bons. O que falta são alguns outros bons, e reservas que saibam jogar pelo menos o que fazem alguns titulares. Porém, principalmente nesse último jogo, há outros problemas. Mas, se Marcos é Marcos mesmo em momento ruim, se Danilo, Léo e Edinho são bons zagueiros, se Pierre é incrível, se Márcio Araújo é um bom jogador que geralmente tem um bom passe, ajudando tanto no ataque quanto na defesa, se Cleiton Xavier e Diego Souza são meias que todo time desejaria, qual o problema com eles? Porque eles têm, sim, mostrado grandes problemas.


Os adeptos de teorias de conspirações, fofocas, bem como aqueles que gostam sempre de achar um grande culpado pra tudo, podem me condenar, mas não acredito que a vaidade de um, a briguinha de outro, boicote de jogadores em relação a alguém e etc., sejam motivos pelo que tem acontecido. Sei sim, é totalmente possível ocorrer algo do tipo em times de futebol, mas está claro que o problema do Palmeiras, se foi, ao menos agora não é de ciuminho, intrigas ou coisa do tipo. Os jogadores têm suas culpas, tem seus erros, claro que sim, nos devem muito principalmente pelo ano passado, mas não, dessa vez a coisa é maior. E realmente, toda essa desgraça não acontece toda por culpa do Diego Souza, como muitos insistem em dizer.


Ontem, depois de descontar toda minha raiva em relação à diretoria de futebol, ao técnico, jogadores, departamento médico, presidente, parte da torcida, imprensa, gramado e até o cara que fica gritando “olha o suveti” lá no estádio, resolvi pensar no futebol. E é algo simples, tão simples quanto trágico. Quem é o camisa 9 do Palmeiras? Sim, ninguém. E quem parece que estão tentando fazer com que seja? O Robert. Mas o Robert não é centroavante, ou ao menos não sabe agir e se posicionar como um. E então há o segundo atacante, que no caso tem sido o improvisado Diego Souza, que, não podemos negar, muitas vezes cumpre seu papel, faz boas jogadas, é o artilheiro do time, mas não é um segundo atacante, geralmente precisa de mais espaço, funciona muito melhor como meia. Talvez fosse o caso de ser um jogador que pode jogar nessas diferentes posições, já que durante o jogo a gente fica às vezes sem saber mesmo se ele está jogando como meia-direita ou como segundo atacante. Então temos Cleiton Xavier, é um bom jogador, embora tenha seus sumiços assim como Diego Souza. Só que no jogo de ontem, parecia que ele estava tapando o lugar do Diego, que tinha que tapar o lugar do Robert, que tinha que tapar o lugar de um camisa 9 inexistente. E quem tentava tapar o lugar do Cleiton Xavier, camisa 10 que na verdade é um volante muito bom na criação? Sim, Márcio Araújo que sabe cruzar menos que... Que o time todo! E isso significa que o cruzamento dele dói até em gambá. O cara pode ter um bom passe, pode ser bom tanto na marcação quanto um apoio na criação, mas não é a solução e, definitivamente, não é um meia de criação. Além disso, temos que louvar o Wendel porque, embora seja realmente limitado, e improvisado, tem sido melhor que nossos laterais medíocres. Armero é Armero, não importa a fase, mas Figueroa está num momento tão ruim quanto, basta ver que todos os times adversários usam e abusam de jogar explorando as incapacidades desse jogador. Pra variar, nossa zaga, composta por bons jogadores, anda atrapalhada, muitas vezes sem entrosamento, errando por bobeiras e preocupada demais com o ataque, o que faz com que a defesa fique frágil. Agora me diz se não são pedaços em desarmonia, tentando formar um todo que realmente não dá certo, lembrando o monstro aterrorizante de Frankestein?


Os caras estão jogando mal, mas por quê? Se a maioria deles são bons jogadores, porque um futebol tão ruim? Claro, o gramado atrapalha, mas mesmo assim não é tanto, do contrário os outros times também fariam tantas desgraças. Eu só consigo ver duas coisas: 1- Calendário. Com jogos sempre duas vezes por semana, não dá tempo para treinar e descansar como se deve. Todo mundo fala do problema do cansaço, uns defendem e outros criticam quem defende, achando que trabalhar em escritório causa tanto desgaste físico quanto jogar 90 minutos em campo pesado durante 2 vezes por semana, mas ninguém fala na falta de tempo pra treinar. Ainda mais quando viaja, quando é que sobra tempo para acertar todas essas porcarias erradas? Já diria minha antiga professora de piano: qualidade técnica é mistura de algum talento com treino exaustivo. 2- Está clara a falta jogadores ideais, para não ficar tanto no improviso. É clara também a falta de reservas para repor o que está bem – tanto fisicamente quanto tecnicamente. Mas também, não podemos negar, talvez desse pra tentar arrumar esse mesmo time de uma forma melhor, já aconteceu em outros jogos dessa temporada.


Isso me leva a crer que nessa história não há apenas um Victor Frankenstein. Há vários. Belluzzo, Cippullo, Toninho, Muricy, Traffic e sei lá mais quem. Houve a idealização de um time, mas saiu um monstro. Antes havia um monte de perebas, hoje não há ninguém. Onde havia um camisa 9 “pé de moça”, depois um filho da puta, há um cara que nem camisa 9 é. Antes havia um técnico desonesto e sem vergonha, hoje há um homem de pulso, porém teimoso demais. Antes havia uma diretoria nefasta, hoje há uma diretoria vergonhosa. Fizeram loucuras pensando que daria certo, não deu. Trouxeram nomes de peso, provavelmente por orgulho, mas eles não resolveram nada. Manter jogadores que poderiam ter saído também foi algo que não resolveu. As intenções podem ter sido as melhores, como as do cientista maluco que pensou poder criar beleza com pedaços de mortos, mas o que veio foi de dar medo e agora é preciso ter a coragem de mudar, resolver o problema criado, assumir os erros, sem orgulho, mas tentando limpar a vergonha da única forma possível: fazendo melhor. A desgraça não começou ontem, ela está acontecendo desde o ano passado. Não foi o suficiente para aprender? Porque eu estou vendo o mesmo orgulho, os mesmos erros se repetindo.


Confesso que ouvir o Belluzzo ontem foi de uma decepção sem tamanho. Enquanto o Muricy assumia erros de todas as partes - técnicos, jogadores e diretoria -, Cipullo só tentava fugir e mostrar o quanto é bom, visivelmente nervoso. Mas Belluzzo, parecia perdido, não sabia em quem por a culpa, criticou jogadores, coisa que nem o técnico faz, fugiu de assumir erros, colocou responsabilidades em quem não deveria, dizendo que um time não precisa de um camisa 9 e que a responsabilidade é do técnico e dos jogadores em se adequar. Mas no fim, acabou falando que a culpa é do calendário, que faz com que os times sofram, sobretudo o Palmeiras que não tem muita possibilidade de reposição. E a culpa é de quem pelo Palmeiras não ter essa possibilidade? Será que só a diretoria do Palmeiras não tinha conhecimento do calendário?


Coloque os erros dos outros, Professor, mas não se esqueça dos seus erros, dos erros daqueles que estão do seu lado. Puxe a orelha do teimoso Muricy, dos jogadores se fibra, mas lembre-se de puxar as suas também, da sua diretoria, porque de todos provavelmente vocês são os mais culpados. Nós apoiamos tanto, confiamos tanto... E quando é assim, a decepção é tão grande, a dor é tão profunda. Frankenstein fugiu e não teve coragem de lidar com o monstro que criou, não soube resolver o problema que ele fez existir. Isso acarretou na morte dos seus queridos, seu monstro matou aqueles que ele deveria ter aprendido a amar. Não deixem que o monstro de vocês nos mate, ou que matemos o monstro. Ele é horrível, mas representa o que amamos. Esses homens deveriam, e poderiam, ser o nosso orgulho. Eles poderiam representar a nossa alegria numa quinta-feira chata de trabalho, após os dias de descanso no carnaval. Mas não, eles têm sido nossa ressaca. E até mesmo nós, que realmente gostaríamos de ofendê-los, e de querer que sumissem, porque é muito mais fácil se decepcionar com jogadores, sabemos o quanto é difícil atacá-los quando há tantos erros piores sendo cometidos por vocês, aqueles em quem tanto gostaríamos de poder confiar.


Em tempo, esse texto foi escrito no começo da tarde e, no momento em que seria “postado” aqui no blog, saiu a notícia da demissão de Muricy. Parece que haverá mais informações em breve, mas por enquanto é isso. Pelo visto os boatos eram certos, havia mesmo essa divisão entre Muricy e Cippullo, um querendo o time de um jeito e o outro querendo de outro. Leia-se: o Muricy querendo criar um elenco, como fez no São Paulo, o Cippullo querendo continuar o que acontecia com o “profexô”. Não sei se isso é verdade, mas começo a acreditar, até porque dinheiro pra bancar multa contratual e (possivelmente) perder aquele patrocínio da camisa horrível que o Muricy usava, o Palmeiras tem. É, pelo visto a falta de jogadores passava por outros problemas, ou não, ou talvez eles estejam querendo mostrar serviço, e continuem fazendo desgraça. Eu preferia que o Muricy ficasse, precisava mudar em muita coisa, mas... E eu tenho muito medo do que virá... Só que saindo um dos errados não faz diferença se os outros não saírem, ou mudarem. É Belluzzo, espero queimar a língua, mas infelizmente duvido que isso ocorra: que decepção...

SEM VERGONHA? QUEM?

Eu vou bater na mesma tecla, goste quem quiser. Sem vergonha não é o time, que é ruim, fraco, limitado, etc. Sem vergonha não é o técnico, que erra e teima como qualquer outro. Essas pessoas, esses jogadores e comissão técnica, têm um mal que eu e você também temos: limitação. Seja ela física, técnica ou intelectual. São falhas respeitáveis. O que não se respeita é um outro desvio, o de caráter. Falta mais caráter em dirigentes do Palmeiras do que jogadores ao time. Isso sim é ser “sem vergonha”.

Esqueça esta noite de quarta-feira, apague da sua memória. O que você viu não resultará em nada de bom no futuro. Essa história de “aprender com erros” é conversa pra boi dormir. Não aprendemos com erro nenhum, e foram muitos. Estamos repetindo o passado, não o glorioso e vencedor, mas o obscuro e vergonhoso. O mesmo que aconteceu nos anos 80 e no início dos anos 2000. Trilhamos um caminho em que o arrependimento será em forma de humilhação. E isso está acontecendo, tão cedo ainda neste ano, por culpa do mesmo mal que nos assolou nos anos negros de nossa história: a falta de honestidade, de decência.

Em campo vimos um time mal treinado, alguns jogadores sem disposição e outros sem técnica nenhuma mesmo. Olhamos para o banco e enxergamos além, o que os olhos não vêem ou não querem ver. Não era um time ruim, era um elenco ruim. Chegava a dar angústia. Era pesaroso. Um, dois, três ou quatro jogadores, não importa, mas o suficiente para fazer os “bons” parecerem tão “ruins” quanto. Se o que estava em campo era medíocre, o que estava fora dele era ainda mais. E era uma vez um conto de fadas as avessas. Sem final feliz, sem luz no fim do túnel. Cheio de vilões e sem nenhum herói. Enquanto a patacoada se instaurava, o São Caetano, que não era o bobo, fazia a festa.

E quem era o bobo, se não era o São Caetano? Nós. Não Danilo, não precisamos contratar palhaços, já que o repórter de inteligência abismal perguntou à você se faltava alegria ao time. Não precisamos porque já temos. Nós somos os palhaços. Nós, aqui, torcedores. Nós que acreditamos numa meia dúzia de engravatados diplomados que faziam juras de amor eterno ao Palmeiras, mas repetiram e repetem o que outros, os execráveis execrados, fizeram anteriormente. Aliás, fazem mais, eles mentem sem discriminação, eles tentam e às vezes conseguem nos ludibriar. “Uma mentira contada mil vezes torna-se verdade” *. Não mais, chega.

Não adianta pedir “fora” para jogadores e técnico. Neste caso, o buraco é mais em cima. Deixo o meu “fora” para um senhor chamado Gilberto Cipullo, que hoje declarou que o Palmeiras fará uma pausa nas contrações. Uma pausa? Por que, já começamos e eu não estava sabendo? Depois de dezenas de milhares de declarações estapafúrdias deste senhor, essa foi a cereja do bolo. E este senhor, do qual eu me recuso a repetir o nome, é só um deles, o mais visado. O outro, aquele “salvador”, é o cúmplice. Vai morrer abraçado com os “comparsas”. O problema é que o Palmeiras morre junto abraçado com eles. “Muda Palmeiras”, mas muda pra melhor! Não quero nem pensar em domingo...

*E a frase citada à cima não era de Gandhi, Madre Tereza ou Nelson Mandela, ou até de Buda ou Cristo. Era de Adolf Hitler. Mais uma prova de que não aprendemos com os erros. Apenas os repetimos.

Créditos da foto: Uol Esportes.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

PRÉ-JOGO – OLHA O AZULÃO AÍ GENTE!

Sei que os jogadores do Flamengo (quem diria) só faltaram fazer protesto contra isso, não que eles tenham deixado de aproveitar algo, Love que o diga, mas... Futebol durante o Carnaval? Eu nem sou de carnaval, também não penso que seria necessária uma “folga” durante todos os dias da festa, mas ter jogos no sábado e na quarta-feira é demais. Com perdão do péssimo trocadilho, mas nessa quarta-feira de cinzas só vai ter o pó de alguns times mesmo... Mas vamos falar do que importa, porque hoje é dia de enfrentar o Azulão Paulista, ele mesmo, o São Caetano.


São Caetano do Sul é um município brasileiro que faz parte da região metropolitana de São Paulo. A cidade, que possui pouco mais de 150 mil habitantes é marcada por ter o melhor Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil. E as cores de sua bandeira são reconhecidas graças ao time de futebol local, que passa longe de ser tão antigo quanto sua cidade.


Enquanto eu ainda aprendia a andar por conta própria, e o Muro de Berlim era a grande notícia mundial, surgia em São Caetano do Sul um clube que tinha como objetivo colocar o futebol local novamente na elite do futebol paulista, um time que não ficasse na sombra dos antigos ilustres São Caetano Esporte Clube, Associação Atlética São Bento e Saad Esporte Clube. Hoje, no ano em que completa seus 21 anos de idade, o São Caetano pode não alçar vôos muito altos por aí, mas não é preciso ter uma memória mais ou menos para lembrar que, em pouco tempo de vida, o time já foi longe. Tem gente aí comemorando centenário sem ter chego tão longe em Libertadores, por exemplo.


Após passar por séries C e B de Campeonatos Paulistas e Brasileiros, o Azulão se destacou no futebol brasileiro a partir do ano 2000, quando foi vice na Copa João Havelange – campeonato em que eliminou o Palmeiras. E foi por meio desse vice-campeonato que o time conseguiu disputar o Brasileiro de 2001, campeonato em que também foi o segundo colocado, bem como a Libertadores da América do mesmo ano, quando foi eliminado na segunda fase, pelo Palmeiras. Em 2002, ê 2002, o Azulão do ABC Paulista foi finalista da Libertadores, ficando com o vice. Se por um lado, o fato de ser um time jovem fazia com que esses resultados fossem comemorados, já havia certo incômodo, e piadinhas dos adversários, o São Caetano não conseguia sair do segundo lugar. Foi diferente em 2004, quando enfim o Azulão conquistou seu primeiro grande título. É, o time liderado por Muricy Ramalho foi o Campeão Paulista de 2004.


Depois de alguns anos assustando, o São Caetano voltou à Série B do Campeonato Brasileiro em 2007. E de lá ainda não saiu. No Paulista, o último grande resultado foi o, novamente, vice-campeonato em 2007. Nesse ano parece que não será diferente, o time está em 9º lugar no campeonato, com 11 pontos. É certo que está atrás do Palmeiras por apenas 2 pontos, com diferença de 4 pontos para a 4º colocado. Mas, certos resultados colocam o Azulão em alerta. O time precisa vencer. E o Palmeiras também precisa vencer.


No total, as duas equipes somam 23 confrontos. O Palmeiras venceu 13, empatou 3 e perdeu 7 vezes para o São Caetano, sendo que o Verdão marcou 43 gols e levou 28. No último jogo, pelo Campeonato Paulista de 2009, o Palmeiras venceu por 4x3. Para o jogo de hoje, tudo indica que o Palmeiras irá jogar com 3 volantes e Wendel na lateral esquerda. A estratégia do São Caetano? Segundo o Diário do Grande ABC, o zagueiro Anderson Marques já disse tudo: "Se conseguirmos segurá-los nos 15, 20 minutos iniciais, a torcida se irrita e vaia o time. Aí podemos tirar proveito". Poxa vida, olha a imagem que temos por aí...


E é isso. Se o Palmeiras realmente deseja algo no Campeonato Paulista de 2010, é bom que vença o São Caetano hoje. Nosso time, que empolgou na primeira partida, passou a ter uma série de jogos que vão do péssimo ao razoável, com resultados geralmente medíocres. Ainda não convenceu, e agora precisa correr, mas dá tempo. O São Caetano, também precisando da vitória, não parece um adversário assim tão complicado. É um time que há tempos não vence o Palmeiras, não está bem no Campeonato e tem levado vários gols. Mas nos últimos tempos todo cuidado tem sido pouco.


O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Palmeiras x São Caetano, nesta quarta, 17/02?

sábado, 13 de fevereiro de 2010

PALMEIRAS FICA NO EMPATE EM RIBEIRÃO PRETO

Sábado de carnaval, primeiro dia de ressaca da festa pagã. Se não tivesse jogo hoje ninguém ia perceber. Praticamente todas as partidas foram disputadas neste dia chato, menos a do “eleito” Santos que joga amanhã, no Pacaembu. O Palmeiras, cansado pelo jogo de quarta, não pode se dar ao luxo de poupar jogadores porque não tem elenco. Time completo, com a volta de Léo na zaga e Edinho atuando como um líbero. Dois jogadores, apenas dois, fariam o time mais competitivo: um centroavante e um lateral-esquerdo. Não temos, então resta nos contentarmos com um empate conta o Botafogo-SP. É para ficar feliz com isso?

Com os ingressos caros o torcedor compareceu em pouco número, pelo menos se contarmos com a capacidade do estádio Santa Cruz, que hoje, por conta de veto da Federação, é de 30 mil espectadores. A maioria parecia ser do time da casa, ou então a rapaziada palmeirense estava com problemas vocais ou com falta de ânimo. Se for a segunda opção é até justificável. Depois de jogar e conquistar uma vitória magra contra o Flamengo-PI em Teresina, na quarta, o Verdão voltou cansado para São Paulo. Sem poder poupar, pela falta de peças no elenco e pela condição desfavorável na tabela, Muricy botou o time titular em campo com o retorno do zagueiro Léo, apenas sem Figueroa que passou mal no último jogo e foi poupado.

A partida começou com o Palmeiras melhor e assim continuou durante toda a primeira etapa. O Botafogo chegava com perigo pelas laterais, principalmente com o chatíssimo Malaquias, aquele mesmo do incidente com o Marcos no Paulistão de 2008. Agora volto a reclamar: time que quer brigar por título não pode ter Robert e Armero jogando. Um destrói as jogadas ofensivas, o outro, quando não caga na frente, caga atrás, com faltas e lances bizarros. Ainda assim, com essas duas amebas em campo, os lances de mais perigo foram nossos. Primeiro Danilo, que perdeu um gol incrível depois de rebote do goleiro. No final no primeiro tempo outra jogada perigosa, o zagueiro do Botafogo cabeceou contra o próprio travessão.

Na volta do intervalo, ambas as equipes com a mesma formação. Mas a partida mudou. O que estava mais para o Palmeiras, ficou totalmente para o Botafogo. Depois de tanto insistir, ainda no começo da etapa final, o tricolor caipira marcou com William. Lance todo errado, com falhas de Marcos, Armero (!) e Léo. Então esse time voltou a sua verdadeira vocação: abafa e chuveirinho. Logo quando tomamos o gol, Muricy mexeu, colocando Lenny no lugar de Márcio Araújo, que vem fazendo uma partida pior do que a outra. De novo o camisa 19 entrou bem na partida, por incrível que pareça.

De tanto tentar o Palmeiras achou o gol de empate. Depois de seguidos escanteios, a bola sobrou para Cleiton Xavier pela direita, o camisa 10 cruzou e Léo cabeceou para as redes. Um zagueiro precisa fazer o que o centroavante não consegue, porque nem cabecear o infeliz sabe. Com isso, o jogo mudou de cara mais uma vez. Bombardeio dos dois lados. Quando não era o Palmeiras passando sufoco, era Cleiton Xavier e Lenny perdendo ótimas chances. Mas a maior delas foi com Diego Souza. Após falta em Lenny perto da meia-lua, Diego cobrou com precisão e a bola explodiu no travessão.

Com as duas equipes entre a vitória e a derrota, o jogo terminou mesmo é no empate. Não foi uma partida ruim, apesar dos pesares. Já vimos coisa bem pior em se tratando de Palmeiras neste início nada promissor de temporada. Mas o futuro é um tanto quanto assustador. Corremos atrás de um atacante enquanto precisamos de pelo menos dois na posição, e dos bons, o mais rápido possível. Temos deficiências claras nas laterais, principalmente com Armero, que está em má fase desde que nasceu, além de falta de opção para a zaga. É repetitivo, é enjoativo, mas nem por isso deixa de ser verdade. Daqui a três meses começa o Brasileirão e lá não tem Botafogo-SP, Ituano, Mirassol, Sertãozinho, Monte Azul...

PRÉ-JOGO – PANTERA MOGIANA NO SÁBADO DE CARNAVAL


Você conhece o sentido da vida? Eu não, mas sei que deve passar por Ribeirão Preto. Uma cidade grande no imenso interior de São Paulo, com quase 600 mil habitantes e uma invejável capacidade para fazer de tudo. Mas invejável mesmo é a localização de Ribeirão. Fica perto de quase tudo, tem um dos melhores acessos do país, atraindo assim o desenvolvimento para sua região como açúcar atrai formiga. Resumindo: Ribeirão Preto é o umbigo do Brasil. E como se não bastasse, é famosa até no futebol.


Localizada a 313 km da capital, a quente Ribeirão Preto tem um dos melhores estádios do interior paulista, o Santa Cruz, e times tradicionais para usufruir dele. Tão tradicionais que até formam um clássico, o Come-Fogo. É, eu sei que é horrível, mas deve-se ao nome das duas equipes, o Comercial e o Botafogo. As duas já tiveram épocas áureas no futebol paulista. Hoje as vacas já não se encontram tão gordas. O Comercial disputa a série A3, tornando o choque entre as equipes da cidade algo impossível em partidas oficiais. Já o Botafogo, que foi finalista do Paulistão de 2001, volta a almejar coisas melhores.

O tricolor caipira, conhecido como “Pantera Mogiana”, encontra-se na vice-liderança do estadual mais disputado do país. Mas antes disso tudo acontecer, o Botafogo, fundado em 1918, já fazia maravilhas para o futebol nacional. É um time conhecido por revelar grandes jogadores, como, por exemplo, os irmãos Sócrates e Raí (a musa bambi). E provavelmente você ainda se pergunta “por que raios Pantera Mogiana?”. A explicação para o “pantera” é vaga, trata-se de um mascote, algo meio sem explicação como o fato de um time que não tem estádio ter um mosqueteiro como mascote oficial mesmo o distintivo tendo formato de despertador. Já o “Mogiana” refere-se à região do estado onde localiza-se Ribeirão Preto, a “Região da Mogiana”.

A Pantera, por sua vez, adora levar uma surra do Verdão. A que mais me recordo é a de 96. Aquela máquina de fazer gols meteu 8 x 0 no time do interior. O placar foi tão alto que nem tinham o 8 para mudar o marcador, que ficou no 7 x 0 mesmo. Mas, pra mostrar que são fregueses desde “sempre”, o site da Ponto Verde nos conta que na primeira vez que o Palestra enfrentou a Pantera Mogiana foi em 1928 no Parque Antártica. O Palestra venceu por 5x0, levando a Taça Competência - é, é isso mesmo, vou tentar até me abster de qualquer piadinha sem graça sobre o nome da taça. Ao todo, foram 94 jogos, 58 vitórias, 24 empates e 12 derrotas. O saldo de gols é bonito: 102, já que o Palestra/Palmeiras fez 186 e levou 84. “Eita nóis”, vê se não é hora do Palmeiras resolver dar uma arrancada... Pra cima desses caras, Verdão! Aproveita que o Botafogo/SP não é o Corinthians, mas mesmo assim a freguesia costuma ser fiel.

Para o jogo de hoje o torcedor palmeirense está com um pé atrás, infelizmente. Ao contrário do que gostam de dizer, nossa paciência é enorme, suportamos muita coisa, mas está difícil: quando não é o calor, tem o campo esburacado, a chuva, cansaço, limitação dos jogadores, falta de banco, marcação adversária, Armero, Robert, enfim, tanta coisa contra... E, pra variar, parece que Pierre será poupado, para desespero de muitos, assim como Márcio Araújo. Os dois realmente se movimentaram demais nos últimos jogos, Muricy diz que estão estourando, e nós agradecemos porque certos jogadores já estão bem longe e não podem mais aparecer por aí, não é Jumar?

É isso aí. Nem vou fazer grandes previsões, há tempos que meus palpites não erravam tanto. Mas vou torcer, e esperar, por vitória. Como sempre foi, como sempre será. Vamos lá, meu Palmeiras, na cidade do chope e em pleno Carnaval, eles podem estar bem à frente na classificação, mas porque não podemos fazer a festa?

O Passione Verde está realizando uma promoção para o Campeonato Paulista de 2010, valendo um livro e um conjunto de botons do Palmeiras. Para participar, você precisa fazer um comentário com seu palpite de resultado para o próximo jogo, incluindo seu nome. Os palpites serão aceitos neste post, até 5 minutos antes do início da partida. Quem acertar mais resultados do Palmeiras durante o campeonato levará o prêmio. E então, qual será o resultado de Botafogo/SP x Palmeiras, neste sábado, 13/02?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

PALMEIRAS VENCE, MAS NÃO EVITA JOGO DE VOLTA

Eu sei, caro amigo palmeirense, foi horrível. Mas, assim como eu, você também permanece vivo e o Palmeiras pelo menos ganhou do poderoso Flamengo... do Piauí. Se você não dormiu e nem tentou suicídio, parabéns. Deus me proteja para escrever esse post, porque já estou preparando uma corda amarrada no teto. Corda que eu poderia usar no pescoço do Robert, ê Robert, mas deixemos isso de lado. Vamos direto à hora do pesadelo, digo, direto ao assunto.

Coitados daqueles infelizes que nunca vêem o Palmeiras, e quando tem a oportunidade são obrigados a pagar para assistir essa porcaria de jogo. O estádio tava lotadinho, até uma festa bonita, para um futebol mais feio que o Franck Ribéry. No banco de reservas, digo, nas cadeiras de plástico de reservas, Jardel, aquele mesmo, com o visual “Seu Boneco”. Em campo, a verdadeira palhaçada. Um Palmeiras jogando mal, jogadores errando passes, outros tentando enfiar a bola naquele lugar que você pensou, e quase nenhuma jogada de perigo.

Para piorar, ou melhorar, depende do ponto de vista, Figueroa sentiu uma indisposição e pediu para cagar ser substituído. Armero (Pai nosso que estás no céu...) entrou e Wendel foi para a direita. O jogo continuou no mesmo ritmo, ou seja, a mesma merda de antes. Pierre fazendo mil faltas, Márcio Araújo tirando um ronco, Diego Souza prendendo a bola em troca de nada, Cleiton Xavier... Quem? Sacconi tropeçando na redonda e Robert, ê Robert, acabando com qualquer esperança de que a humanidade ainda tenha salvação.

No segundo tempo foi um pouco diferente, o que seria “menos pior”, com o perdão da expressão. Diferente porque, novamente, Lenny entrou e melhorou a partida. Saiu Sacconi, que cada vez mais prova não ser um titular ideal para o Palmeiras – Dizem que não está jogando como Nantes. Lenny deu mais velocidade, sofreu faltas, chamou o jogo e tabelou com Edinho, que teve que sair lá de trás para tentar alguma coisa. A bonita jogada acabou nos pés de Diego Souza, que de tanto insistir em frescuras, acabou marcando o gol. A bola chorou para entrar, mas entrou.

Daí para frente, pressão do Palmeiras. Como a partida de volta não nos interessava, o negócio era tentar marcar o segundo gol. Muricy ainda tirou Robert, ê Robert, para colocar Souza. O “vermelho” não entrou tão mal, mas conseguiu protagonizar (ou antagonizar) um lance bizarro. Uma dividida na entrada da grande área adversária, Pierre acabou perdendo a chuteira. Quando o camisa 5 saía de campo para recolocá-la, Souza tocou para ele. Seria cômico se não fosse trágico. O lance não deu em nada, mas vale ressaltar a falta de tutano de alguns atletas.

O Palmeiras tentou, o goleiro deles apareceu um pouco no final, e como era de se esperar ficamos com 1 x 0 e teremos o jogo de volta. Para esculachar de vez a partida, Jardel resolveu entrar nos últimos 3 minutos. Não pegou na bola e ainda desfilou seu visual esbelto de “Seu Boneco Cover” em campo. Fim de pelada em Teresina. Agora teremos o segundo jogo no dia 24, no Palestra. Antes teremos compromissos no Paulistão. O primeiro deles já neste sábado de carnaval, na quente Ribeirão Preto contra o time da casa, o Botafogo, atual vice-líder. Que falta faz um time bom!

Créditos da foto: Lance Press.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

NÚMEROS E FATOS DE JANEIRO


A estréia do Palmeiras na temporada animou muita gente. Goleamos um time medíocre, mas mostramos entrosamento e vontade. Mas os demais jogos mostraram o óbvio: não temos elenco. Aliás, mal temos um time titular.

Foram 5 jogos em janeiro: 2 vitórias, 2 empates e 1 derrota. De 15 pontos disputados, conseguimos 8, ou seja, 53,33% de aproveitamento.

Alguns jogos foram diretamente afetados pela arbitragem. Mas isso está longe de ser nosso maior problema. O Palmeiras tropeçou em suas próprias limitações. Não temos banco. Faltam atacantes, até mesmo titulares, faltam meias que consigam substituir Cleiton e Diego à altura, faltam zagueiros. Jogar no improviso não é o sonho de ninguém. Muito menos para nós, torcedores. E também não adianta achar que os garotos da base resolverão todos os nossos problemas.

Mas vamos falar dos jogos do último mês, mesmo que não haja tantos pontos positivos para análise. Porém, tentemos fazer um exercício mental. Isso poderá nos aliviar um pouco. Ou não. As estatísticas foram retiradas dos Indicadores Footstats do 3VV.

Posse de bola e passes

Em todos os 5 jogos, o Palmeiras teve supremacia com relação à posse de bola. A média ficou em 66,54%. A maior índice ocorreu contra o Mogi, 72,9%, seguido pelo clássico, com 68,1%. Mas se mantemos a bola por tanto tempo, por que não conseguimos obter êxito?

Se olharmos em qual setor do campo a posse de bola se concentra, talvez consigamos explicar, mesmo que não seja a única causa. Vejamos jogo a jogo:

Palmeiras x Mogi: tivemos predominância de posse no meio (quando digo meio, estou incluindo as laterais também) e no ataque, mas com equilíbrio, com destaque para as jogadas pelos lados do campo. Os principais “passistas” do time foram Cleiton e Márcio Araújo, seguidos por Armero, Pierre e Figueroa.

Barueri x Palmeiras: mais uma vez tivemos supremacia no meio, porém o equilíbrio não foi mantido. As jogadas pela direita prevaleceram e a bola não ficou com aqueles que deveriam. Os maiores passadores foram Márcio Araújo, Sacconni e Figueroa. Cleiton e Diego tiveram uma participação apenas discreta.

Palmeiras x Ituano: posse de bola maior na faixa direita do campo, seguida de perto pelo lado oposto. A prevalência no ataque foi mais tímida, apesar das infinitas chances de Robert na partida. Os maiores passadores do jogo foram Figueroa e Armero, seguidos um pouco de longe por Cleiton, Márcio Araújo e Pierre.

Monte Azul x Palmeiras: jogadas pela direita representaram mais de 40% e Figueroa figurou como o maior passador da partida. No entanto, nenhum cruzamento certo saiu de seus pés. Aliás, esse número geral foi irrisório. Os demais passistas da partida foram Márcio Araújo (que novidade!), Sacconi e Armero. Diego não jogou e Cleiton teve uma participação bastante apagada.

Corinthians x Palmeiras: houve um equilíbrio maior na divisão de jogadas pelas laterais do campo, mas o maior passador foi quem? Márcio Araújo, que bateu o recorde dessa vez, seguido de perto por Edinho e Pierre, e de longe por Figueroa e Cleiton (mais longe ainda).

Já deu para perceber que a bola fica “cozinhando” demais com os jogadores errados, o que pra mim significa que muitos não estão chamando a responsabilidade. Mas também pode indicar falhas de posicionamento.

Quais outros quesitos interessantes podemos analisar?


Perda de Posse

Precisamos melhorar, e muito, nesse aspecto. São aqueles erros que nos fazem arrancar os cabelos, como quando o jogador ‘dorme’ e perde a bola pro adversário. É claro que erros são normais, mas é preciso atenção, pois alguns deles custam caro, resultando, até mesmo, em gol para a outra equipe. Vejam o gráfico.
 











Finalizações

Quando um time arrisca muito, a tendência natural é uma divisão (nem sempre equilibrada) de finalizações certas e erradas. O problema é quando o time é tímido nesse aspecto. O Palmeiras tem estatísticas medianas quanto a finalizações. Maior que a dos adversários sim, porém, sabemos que é preciso melhorar.

Pelo gráfico, percebe-se que o número de finalizações certas foi maior quando Diego esteve em campo. Nosso pior desempenho, de forma geral, ocorreu contra Barueri e Gambás – 15 finalizações –, seguido de perto pelo jogo contra o Monte Azul – 16.

E quais foram os maiores finalizadores, por rodada?

Finalizações certas – 44,44%
R1: Diego (4) e Cleiton (3)
R2: Diego (3)
R3: Robert (7)
R4: Cleiton, Robert e Eduardo (1)
R5: Danilo (2)

Finalizações erradas 55,56%
R1: Cleiton, Robert e Deyvid (4)
R2: Diego (2)
R3: Diego (5)
R4: Cleiton e João Arthur (3)
R5: Pierre e Cleiton (2)

Estranho um zagueiro aparecer como maior finalizador, não é? E só para ilustrar a situação do jogo contra os gambás, os outros que acertaram nas finalizações foram: Figueroa, Pierre, Edinho, Cleiton e William, com 1 cada. Pena que finalização certa não significa gol. Robert nem apareceu na partida.

Olhando de maneira mais atenciosa, percebemos como Diego faz falta. Ele é aquele em que todos confiam e que, na maioria das vezes, chama a responsabilidade. O número de finalizações diminui em torno de 42% quando ele não joga – ou quando não está bem. E quando a dupla dinâmica está inspirada, podemos ter a certeza de um bom jogo, pelo menos da intermediária para frente.












Cruzamentos

Sabemos que Muricy adora um cruzamento, ou melhor, chuveirinho na área. Gosto quando o time sabe o que está fazendo e não fica simplesmente alçando bola na área. Infelizmente, parece que o Palmeiras está meio mecânico nesse aspecto, como podemos observar no gráfico. Temos uma média de 26 cruzamentos por partida, porém a média de acerto é de 29%, apenas.

E dentro da margem de acerto, quem são nossas principais peças?

R1: Cleiton (4)
R2: Deyvid e Cleiton (2)
R3: Figueroa e Cleiton (3)
R4: Gabriel Silva e Cleiton (1)
R5: Figueroa (2)

E quanto aos cruzamentos errados?

R1: Figueroa (8), Cleiton (5)
R2: Armero (6), Cleiton (5)
R3: Figueroa e Armero (4)
R4: Deyvid (6), Figueroa (4)
R5: Figueroa (8), Wendel (7)












Desarmes

Finalmente, um quesito em que a linha azul fica bem acima da linha vermelha (gráfico). Não é de hoje que Pierre, nosso cão de guarda, é o principal destaque nos desarmes.

Em 5 jogos, foram 109 desarmes certos, sendo Pierre responsável por, aproximadamente, 18% deles, e Márcio Araújo por quase 15%. Quando o posicionamento no meio de campo ficar “perfeito”, acredito que esses números aumentarão.












Enfim, esse foi um extrato simplificado do mês de janeiro. É preciso melhorar exponencialmente se quisermos esse título. Erros de posicionamento, marcação e “falta de libido” no ataque não poderão persistir, ou ficaremos sempre torcendo para que o time apenas não perca. Precisamos de reforços, sim! Precisamos ter elenco, pois em breve começará a Copa do Brasil, o desgaste será maior e a cobrança também. Diretoria, mexa-se!

Crédito da foto: AE