sábado, 29 de maio de 2010

VERDÃO COMEÇA “ERA NÔMADE” COM EMPATE SEM GOLS

Não foi tão ruim, mas não foi bom. O empate em Barueri abriu uma série, que deve durar pelo menos dois anos, com o Palmeiras longe do Palestra Itália. O primeiro tempo foi interessante, principalmente nos minutos iniciais, mas o nível técnico caiu drasticamente na segunda etapa. Tomamos contra-ataques, sustos e quase um gol, salvo por Danilo em cima da linha. Enquanto isso, não tínhamos opções decentes no banco de reservas. Os que entraram pioraram a forma de atuar do time e a partida seguiu firme rumo ao 0 x 0. A reforma do estádio pode ser, sim, para o bem do Palmeiras, mas se antes não tínhamos time, agora também não temos casa. Diretoria nós não temos faz tempo.

O torcedor de Barueri foi conferir o Palmeiras de “casa nova” e aproveitou para matar as saudades, se é que alguém sentiu falta do ex-time da cidade, hoje chamado de Grêmio Prudente. O público não foi grande, mas o jogo também nem merecia. Vindo de derrota para as bichas, o Palmeiras contou com volta de Pierre e Lincoln. Ausência mesmo, só de Edinho, já que Léo deve acabar perdendo a posição para Maurício Ramos quando voltar de contusão. Em campo, aliás, que belo campo, o time se mostrou bem organizado no começo da partida. Toques rápidos, tabelas e chutes de fora da área. A equipe palmeirense pressionou e chutou duas vezes ao gol com Vítor, bem mais participativo do que nas últimas exibições. Mas quem balançou as redes foi Maurício Ramos, que hoje atuou como nosso melhor “atacante”. O zagueiro aproveitou sobra em cobrança de escanteio e chutou rasteiro no canto esquerdo de Márcio. O problema é que o bandeira considerou que Ewerthon, em posição de impedimento, participou da jogada ao “confundir” o goleiro do time promíscuo. Resultado: gol anulado.

Sem se abater com a anulação do gol, o Palmeiras continuou a pressionar o “Grêmio pobre”, sem muito sucesso. As jogadas paravam na falta de capacidade de finalização do nosso ataque e meio campo. Já o adversário pouco ameaçava. No segundo tempo, Toninho “Empecilho” trocou o perigoso Flavinho por Carlos Eduardo. Sem mudanças, permanecemos melhores. Maurício Ramos quase fez um golaço ao pegar sobra na entrada da área e bater de primeira. Depois disso o time caiu de produção e o jogo ficou difícil de assistir. Foi um festival de passes errados e cada chute mais bisonho que o outro, Vinicius que o diga. O Prudente então, se aproveitou da guarda baixa palestrina e quase marcou no contra-ataque. Danilo salvou no último instante.

Parraga resolveu mexer, o difícil foi o que colocar. A primeira alteração, ainda no começo do segundo tempo, foi a saída do promissor e até agora decepcionante Gabriel Silva para a entrada de Eduardo, o lateral desnutrido. Depois Lincoln deu lugar a Paulo Traffic Henrique. A última substituição foi queimada com a troca de Vinícius por Ivo Topo Gigio. O futebol só piorou. O atacante dos sonhos, Paulo Henrique “Quem?”, perdeu pelo menos duas oportunidades claras. As outras ele enfiou no rabo antes mesmo de se tornarem chances de gol. E de tanto tentar permanecer no 0 x 0, as equipes conseguiram. Fim de jogo e mais uma vitória jogada fora pelo Palmeiras.

Mesmo com o péssimo resultado, o time não jogou mal, ou não tão mal como vinha jogando. Fez uma boa exibição no primeiro tempo e caiu de rendimento na segunda etapa porque não tem um elenco decente. Boa partida mesmo fez Márcio Araújo, marcou bem e foi consciente no ataque. Maurício Ramos e Danilo também não decepcionaram, sem esquecer de Pierre, que vem fazendo uma temporada irreconhecível, mas hoje melhorou bastante o rendimento. Quarta jogaremos contra os urubus no Pacaembu e contaremos com a volta de Edinho. Enquanto a diretoria torce para nos enganar com falsas promessas, nós continuamos torcendo por dias melhores. Torcer, amar, sofrer: nossa sina.

Créditos da foto: Uol Esportes.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PALMEIRAS VOLTA À "ROTINA" E, ENQUANTO ISSO, NOS BASTIDORES...

Colaboração de Renata Niemand

É, a derrota foi rotineira e com direito a mais nova especialidade do Palmeiras: enfiar cobrança de pênalti no rabo. Já não bastava os quatro incompetentes que chutaram a “bunda da vaca” em Goiânia, pela Copa do Brasil, o “falecido” Robert, especialista em fazer cagada na grande área, agora Ewerthon, ex-PCC, também resolveu mostrar que nem pênalti esse time treina. Enquanto vemos essa calamidade de elenco jogando, sob o comando de um técnico interino (e burrinho) no banco, a diretoria continua tentando iludir o torcedor com promessas vãs e, claro, passando vergonha.

Não adianta, sai técnico entra técnico e o problema continua. Poderia ser o Alex Fergusson, que não dava jeito num elenco tão ruim desses. A culpa não é do cara em ser ruim, mas de quem contrata essas “obras-de-arte”. Ainda assim o Palmeiras conseguiu jogar de igual pra igual contra o anti-futebol das bichas. Só que mais uma vez tomamos um gol besta, tivemos Cleiton Xavier saindo contundido num jogo importante, mexemos errado e ainda perdemos a chance de empatar, desperdiçando uma cobrança de pênalti no final da partida. O de sempre.

Não há muito que falar. Nem adianta mais. Estamos nas mãos de gente muito incompetente. Não é conformismo nem pessimismo, é a realidade. Qual será a ajuda de uma comissão técnica milionária numa administração falida com um elenco fraquíssimo? Enquanto o Palmeiras amarga um futebol ridículo, a diretoria gasta o tempo tentando iludir a torcida. Não perca também o seu tempo sendo iludido. Não vale a pena, não leva a nada, só lhe trará mais decepção. E disso nós não precisamos mais.

Desde a infância aprendi que não se promete o que não é possível cumprir, bem como que pessoas que agem contra esse princípio não merecem respeito, confiança, nem consideração. Se continuarem disfarçando falta de serviço com as tentativas de nos iludir, dizendo que o paraíso palmeirense em breve chegará, caminhamos para receber Valdívia, Kléber e Felipão, quem sabe, em Garanhuns.

Créditos da foto: Uol Esportes.

sábado, 22 de maio de 2010

PALMEIRAS VENCE BEM O GRÊMIO EM POSSÍVEL DESPEDIDA DO PALESTRA

O que é o inferno perto do clima no Palmeiras? Um lugar pacífico. Tudo de ruim acontece ao mesmo tempo com esse time na última década. Essa semana o caos apenas aumentou. Saíram Zago e Robert, enquanto continuou pairando no ar a indefinição e a incompetência de muitos. Porém, no futebol isso até ganha ou perde um campeonato, mas não um jogo. Hoje enfrentamos uma boa equipe, que provavelmente brigará pela Libertadores (e acabará na Copa do Brasil), e mesmo com problemas gigantescos conseguimos vencer bem. Não foi um futebol bonito nem extremamente competente, chegamos a abrir 2 x 0 no placar e cedemos o empate, mas foi o suficiente porque foi conquistado com vontade. Por enquanto só nos dá um alento, nem é preciso dizer que foi só um jogo e que falta muito para dizermos que saímos da fossa, mas a verdade é que essa vitória foi muito bem-vinda.

Será que é a despedida do Palestra? Confiar em qualquer informação dessa diretoria hoje em dia é mais difícil do que gostar da sogra, mas nunca se sabe. Se foi, pelo menos veio uma vitória, coisa que o Palestra Itália tanto merece. E a “nostra casa” teve ótimo público para acompanhar o seu possível último jogo nos moldes atuais. Antes de entrar o conforto e a comodidade de uma Arena Multiuso, o torcedor teve que congelar e tomar chuva, de novo. No banco de reservas estava Jorge Parraga, interino, ocupando o cargo que antes era de Antonio Carlos. Algumas mudanças já apareceram na formação da equipe. Edinho, volante, foi volante; Cleiton Xavier, meia, foi meia; Vítor, lateral-direito, foi lateral-direito. Quando tudo complica, basta simplificar.

De forma simples, o Palmeiras suportou a pressão da equipe gremista no início da partida. E ainda mais simplesmente, com dois ataques, abriu 2 x 0, nas duas vezes com Ewerthon. O camisa 88 primeiro se aproveitou de bobeira do zagueiro ex-bambis, Rodrigo, e fuzilou Victor, que deu uma ajudinha também. No segundo gol o goleirão fez uma bela defesa em chute de Vinícius, mas no rebote Ewerthon, um pouco adiantado, empurrou a pelota para as redes. Os 2 x 0 deveriam significar tranquilidade, mas isso não existe por aqui. Ainda na primeira etapa o Grêmio diminuiu com Jonas, em bobeira do miolo de zaga.

Na volta para o segundo tempo veio aquilo que poderia significar uma tragédia: o gol de empate. Nem bem as equipes esquentaram e Hugo, outro ex-bichas, em lance de bola parada cabeceou para o fundo do gol de Marcos. Até surpreendentemente a equipe não se abalou com igualdade no placar e não muito tempo depois chegou ao terceiro gol. Em cobrança de escanteio certeira de Vítor, Maurício Ramos, que substituiu Léo contundido ainda na primeira etapa, testou firme no ângulo esquerdo, sem chances de defesa. Aos 25 o Verdão fechou a conta. Contra-ataque iniciado por Cleiton Xavier, Vinícius recebeu pela ponta-direita, demorou um pouco para definir a jogada, mas consertou ao se livrar da marcação e dar um passe açucarado para o centro da pequena área, onde o camisa 10 apareceu livre para conferir com calma.

Uma partida que tinha tudo para ser extremamente complicada, não só pelo futebol, mas principalmente pelo extra-campo, terminou com um final feliz. Que, aliás, poderia ter sido ainda mais feliz se o arbitro, que fique registrado, também errou a nosso favor, tivesse assinalado um pênalti claríssimo em Armero. Mesmo assim o resultado foi ótimo e a exibição, se não primorosa, foi pelo menos digna. Não muda nada, as coisas continuam ruins, as contrações precisam ser feitas, o elenco continua fraco e as brigas políticas ainda atrapalham demais o ambiente da equipe que já não é tão bom assim, mas pelo menos não piorou. Uma vitória para dar calma e que assim possamos encerrar essa participação antes da Copa sem desespero. Paz, o que mais precisamos nesse momento. Isso não é pedir muito. 

Créditos da foto: Uol Esportes.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM...

Quando eu era criança, minha mãe tinha um hábito que me revoltava demais. Creio que era uma forma simples de resolver os problemas corriqueiros de suas crianças: quem reclamava primeiro levava razão, e a outra levava o castigo. Simples, porém injusto. Eu não gostava, mesmo que por vezes aproveitasse disso (afinal, na vida a gente tem que ser esperto hehehe), sempre pensava que se pune um, tem que punir todos, se é pra resolver tem que fazer direito. Mas, como disse, era uma forma fácil de trazer aparente paz a casa, sem grandes questionamentos, brigas, sem muita punição.


A atual diretoria do Palmeiras parece ter adotado o antigo método de Mamãe, preciso reclamar com ela. É simples: se surge algum problema é só afastar o mais destacado, aquele que apareceu na imprensa, que aparentemente está tudo resolvido. Foi assim com Obina e Maurício, Muricy (?), Diego Souza (?), agora com Zago e Robert.


No mais recente caso é bem claro. Se os boatos se confirmarem, a zona geral do Palmeiras (jogadores desrespeitando horários, por duas vezes seguidas aprontando após os jogos) não era realizada só por Robert e Ewerthon, mas só eles foram punidos e eu duvido que vão continuar “investigando” o caso – acredito sim, em Zago, que afirmou o fato de que a diretoria já sabe quem são e o que fizeram os jogadores. Se Zago permitia as saídas, duvido e muito que fosse sem o conhecimento e consentimento da diretoria, e se o que ele fez foi apenas cobrar disciplina, o que teve de errado em sua atitude? Não querem um treinador “de pulso”? E quando ele “teve pulso” resolveram demitir? Pode ter acontecido algo que não sei, mas embora tenha defendido a saída desse péssimo aprendiz de treinador (o que me deixa chateada porque foi um jogador muito importante para minha pessoa) eu penso que, se as informações que temos se confirmam, essa foi a pior forma e talvez o pior motivo para sua saída.


Quero deixar claro que não sou do tipo que pensa que vida de jogador tem que ser só trabalho, não considero um absurdo que saiam pra se divertir desde que haja limites. Além de ser comprovado que faz bem para a pessoa, até mesmo para seu rendimento profissional, quem não tem o hábito de sair um pouco após o trabalho? O problema é o exagero, e se foi cobrada uma disciplina e extinção desses exageros, quem fez estava correto. Porém, o Palmeiras só manda embora um desses jogadores displicentes, multa outro, demite o técnico, mas o que faz com os tais outros jogadores e o Galeano que, segundo o próprio dirigente do Palmeiras, queria encobrir o fato da diretoria? Pois é, não sei se adotaram o método de minha querida mãe, “o culpado que aparecer primeiro leva a bronca por todo mundo”, ou se resolveram punir apenas aqueles que aparecem nos noticiários e causam vergonha à renomada diretoria alviverde, que agiu só para manter aparência de respeito.


Muita bagunça tem ocorrido, muitos problemas. Há muita fofoca dentro do Palmeiras, fofocas que sempre vazam para jornalistas (tem no meio até quem se diz palmeirense, mas adora usar a desgraça do Palmeiras para benefício próprio) que se encarregam de passar a notícia adiante. Esses problemas todos que vem acontecendo desde o ano passado são coisas que acontecem com qualquer equipe no futebol, mas com tanta freqüência só acontece no Palmeiras e não é possível que não haja um motivo. Tenho pra mim que problema não resolvido pela raiz sempre vai voltar a aparecer, e maior. Tentar ignorar/esconder uma situação difícil de resolver faz com que isso volte mais forte num futuro próximo.


Será que os problemas do ano passado foram resolvidos com demissão de Obina, Maurício, Muricy e alguma mudança na comissão técnica? Será que Love e Diego eram realmente os tais “cânceres” do Palmeiras, como diziam alguns? Será que Toninho Cecílio era responsável por um comando fraco? Será que tirar Zago e Robert vai resolver? O que tenho visto é um elenco mediano, com limitações, mas que tem atuado como um péssimo elenco. O que tenho visto são problemas resolvidos “nas coxas”. O que temos agora é a notícia de jogadores displicentes, sem limites, exagerados, descomprometidos, assim como um membro da comissão técnica tentando esconder isso da diretoria – e uma diretoria que, aparentemente, precisa que o assunto esteja na primeira folha dos jornais para perceber a bagunça instaurada/ tomar alguma atitude. O que vejo é que, novamente, essa diretoria tem tomado a decisão mais fácil, cortando o que está nas beiradas, sem tirar a raiz e jogar fora, extinguindo o problema.


As declarações de Zago dizem por si só. Ou se toma uma atitude radical, ou não se faz nada. Mas e a coragem, e o pulso firme, onde estão? Sair na imprensa chamando os outros de “sem vergonha” e soltando um monte de informação é fácil, só se explicar depois no site oficial. Não saber do que está acontecendo por preferir ler “de Sartre pra cima” é fácil, só depois dizer que “não queria mesmo ser presidente e estou aqui porque imploraram”. Deixar sempre que a culpa da incompetência caia sobre os outros, permanecendo-se inabalável, é muito fácil para quem tem “muita experiência no futebol”. Há quem prefira tapar as brechas que com o tempo vão aparecendo em um trabalho mal feito, do que assumir que é preciso recomeçar do zero. Difícil recomeçar do zero se dá pra “ir levando” com o trabalhinho mais ou menos, não? São raros os homens competentes e corajosos ao ponto de assumir um erro e correr atrás de consertá-lo. Isso não é atitude para a maioria, que se disfarça de muito capacitada e jamais pensaria em “tamanha humilhação”. A arrogância é tanta que as palavras de Gilberto Cipullo ilustram bem o pensamento dessa corja: “Os fatos de indisciplina até hoje foram punidos. Temos disciplina aqui, a diretoria está sempre em cima”. Isso mesmo, Sr. Competente, a diretoria está sempre em cima, fazendo lambanças e promovendo o caos sem fim. Quando corrigem, não o fazem corretamente e muito menos de forma completa.


Enquanto isso, vários jogadores continuam sem punição, as fofocas continuam rolando e os dirigentes falando besteiras sem fim – além de se contradizendo, o Palmeiras continua uma porcaria e toda decisão tem sido deixada pra depois a não ser que atinja uma situação limite. Até quando?


Zago e Robert são os únicos que saem pela porta dos fundos, a maior parte dos “infratores” fica aí, com a responsabilidade de tirar o Palmeiras dessa fossa em que se encontra. Galeano, vale lembrar que veio da Traffic, que teria agido de má fé, continua no comando do time; os incompetentes da diretoria que sempre ficam sabendo depois de todo mundo (ou só resolvem mexer o bumbum quando todos já sabem e não há como camuflar a desgraça), continuam no comando do futebol palmeirense; a omissa “parceira” que promete e não cumpre continua aí, agora dizendo que o Palmeiras está abandonado (sério que está abandonado?). Você e eu continuamos aqui, sofrendo, aflitos, envergonhados, preocupados, nos perguntando sobre o que é que fizeram com o nosso Palmeiras. E eu não preciso nem dizer quem deve estar saboreando uma bela picanha enquanto vê Belluzzo e sua trupe agirem como os melhores cabos eleitorais de todos os tempos.


É, a coisa está feia. Mas tudo bem, depois da Copa vão tentar resolver, até lá não se pode esperar nada do Palmeiras (incentivador, não? Fala se você não faria o seu melhor num lugar em que seu chefe diz isso de você). E enquanto isso tem gente que se ilude com maravilhas como Felipão, Valdívia... Vamos acordar, isso é conversa pra boi dormir, igual quando a gente é criança e nos falam que “quando casar, passa”, ou então que se for bonzinho o papai Noel trará os presentes que você pedir. Já quis a volta de Valdívia, Alex, Felipão. Já quis a contratação de um craque que nos ajude com experiência e capacidade. Hoje eu só quero um tanto de dignidade e um pouquinho de vergonha na cara. Hoje eu só quero vestir minha camisa sem ter vergonha, não dela, jamais teria, mas daqueles que a representam.


Para terminar com chave de ouro, outra pérola de Cipullo, para nos deixar mais tranquilos: “Aqui tem organização. O Palmeiras é um dos maiores clubes do Brasil e do mundo. Quem não quiser trabalhar no Palmeiras pode ficar onde estiver”. Que organização? Os jogadores que aqui estão já perceberam que podem fazer o que bem entenderem, e os jogadores que pretendemos estão fugindo de vir pra cá, e não é apenas pela torcida, a torcida ajuda, mas por a culpa só em nós é desculpa de um comando que não pretende assumir a responsabilidade das porcarias que faz. Carlinhos (embora tenha assumido um apreço pelo Palmeiras) preferiu o Fluminense, Edinho tem preferido o Fluminense e, se a informação de Zago for correta, Deco também... Eu não os culpo, precisa ser louco para querer trabalhar num ambiente desses se houver outra opção melhor, e até o Fluminense tem sido mais atrativo. Isso sem falar que a bagunça é tanta que, assim como no caso do Diego Souza, cada diretor tem uma versão sobre Zago e, segundo as informações que temos, ele foi demitido por um enquanto o outro pedia para que ele fosse treinar o time no dia seguinte, quanta organização! É assim que nossa diretoria trabalha, com muito orgulhoso, egoísmo, arrogância e, principalmente, mediocridade! O Palmeiras é sim um dos maiores clubes do Brasil e do mundo, mas estão fazendo com que todos se “esqueçam” disso.


Créditos da imagem: Clayton de Souza, Agência Estado.

domingo, 16 de maio de 2010

JOGOS MORTAIS XII

Palmeiras e a franquia de filmes de terror, que assim como filhote de rato não para de ser produzido, deveriam fazer uma parceria. Cair numa piscina cheia de seringas contaminadas não é nada pra quem assistiu ao jogo de hoje. Isso sim foi terror, no melhor estilo Alfred Hitchcock, de dar medo até em lenhador peludo e sem dente. Eu já torci para Evair, Zinho, Alex, Djalminha, até Valdivia, mas nesta noite eu torci para o relógio. E parabéns ao Vasco, que também brilhou nesse thriller. No segundo turno tem mais, mal posso conter a ansiedade.

São Januário, que já viu grandes jogadores, títulos e glórias, e também foi palco de memoráveis partidas entre Vasco x Palmeiras, dois dos maiores e mais tradicionais clubes do país, hoje viu algo que ninguém deveria ser obrigado a ver. Dois times fraquíssimos que dificilmente brigarão por uma colocação boa na tabela, para ser otimista. O clube carioca, como jogava em casa, foi quem mais ficou com a bola no pé. Durante praticamente todo o primeiro tempo atacou o Palmeiras sem o mínimo respeito, nem pelos nossos atletas nem pela bola, coitada. Para se ter uma idéia da porcaria que foi, só finalizamos ao gol pela primeira vez aos 44 minutos, numa cobrança de falta de Marcos Assunção que, com sorte, foi parar na ambulância atrás do gol. Mensagens subliminares.

A organização tática dessa equipe é algo que merece nossa análise profunda. Edinho hoje foi três: zagueiro, lateral esquerdo e volante. Vitor, eleito por dois anos seguidos o melhor lateral direito do país, ficou preso na marcação, quase que atuando como um terceiro-zagueiro. Então, Armero, o craque, subia e largava uma avenida em sua ala. Cleiton Xavier, o único ser humano que tem a incrível habilidade de “dormir acordado”, funcionava como um volante, ruim, diga-se de passagem. Enquanto isso lá na frente Rob... Ah, deixa pra lá, não temos tanto espaço pra isso. Tudo acontecia, o Vasco chegava, o Palmeiras não cagava e não saía da moita, e o “técnico” Antonio Asno Zago, nada fazia.

O segundo tempo voltou, para nossa infelicidade, com as duas equipes na mesma merda. Tudo parecia igual à primeira etapa: os mesmos erros de passe, os mesmos chutes bisonhos, a mesma disposição tática, as mesmas cenas ridículas, mas algo mudou: o Vasco conseguiu piorar. Tem gente que achou que foi o Palmeiras que melhorou, que tristeza. Mesmo com a ruindade toda, as melhores chances foram nossas. Uma com Márcio Araújo, que ao invés de seguir e tentar marcar o gol, simulou um pênalti do goleiro vascaíno e merecia até um cartão amarelo. A outra foi com Cleiton Xavier, que ficou livre, de frente para o gol na entrada da área e isolou a bola.

O técnico bestial finalmente mexeu. Não vou nem falar os nomes daqueles que saíram e dos que entraram pra não dar azar. A verdade é que continuou o mesmo show de horrores. Enquanto eles faziam suas necessidades fisiológicas no campo de São Januário, eu olhava para o relógio e rezava. Sem resultado. O tempo não passava. E para piorar, o juiz conseguiu dar 3 minutos de acréscimos, os mais longos da minha vida. Quando ele finalmente apitou foi como se tirassem duas toneladas de excremento das minhas costas. E por falar no “produto”, jogadores e Zago deram declarações sensacionais depois da partida, comemorando o belíssimo resultado e estonteante apresentação.

Para não cometer uma injustiça, Edinho merece ser lembrado hoje com apreço. Fez ótima partida e se não fosse ele provavelmente conseguiríamos a proeza de perder para essa péssima equipe do Vasco. Ainda me pergunto até quando o Palmeiras continuará sem técnico e essa diretoria continuará metendo os pés pelas mãos, além de tentar ludibriar a torcida com promessas vazias. Quando as coisas estão feias, nomes como os de Felipão, Kléber e Valdivia aparecem a torto e a direito. Feliz daquele que ainda consegue acreditar. Eu tô fora. Faça o mesmo, Zago.

Créditos da foto: Uol Esportes.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

MAIS UMA DESPEDIDA RUIM QUE PODERIA SER DIFERENTE...

Desde criança eu tenho o hábito involuntário de me sentir estranha quando um jogador importante deixa o Palmeiras. Goste dele ou não, seja um final “amigável” ou não. Penso que é algo normal, sou do tipo que geralmente, com exceção de alguns momentos entre 2004 a 2007, torce de forma ativa, como você deve ser, chegando a perder coisas importantes para ver um jogo ou para me preocupar com ele, tudo isso que você também deve fazer. Então a gente se acostuma a torcer por um cara, acompanhá-lo, querer que ele sempre esteja muito bem mesmo quando não gostamos dele. O jogador faz parte da nossa vida e isso é inevitável. Se ele vai embora do Palmeiras, fica aquela sensação estranha até eu me acostumar, não vou mais torcer por ele, não vou mais vê-lo em campo, não vou mais xingá-lo (isso provavelmente continuarei fazendo hehehe). Diego Souza faz parte da minha vida há dois anos, amor e ódio, sempre foi assim, nesse ponto ele é a cara do Palmeiras: sempre regado por altas emoções, sejam elas boas ou ruins, nada de paz e tranqüilidade, mesmo que, às vezes, seja somente isso que todos queiram por um tempo.


Pensando racionalmente, faltou coerência para os dois lados, agora opostos como não deveriam ser. Palmeiras (instituição e torcida) de um lado e Diego do outro, ambos lutando para saber quem é mais orgulhoso e ninguém pensando no benefício comum que seria resolver a situação de forma coerente. Sobrou intolerância, incompetência, impaciência... O cara chegou para ser o craque que não é, embora provavelmente fosse esse craque se tivesse um temperamento diferente, foi cobrado para ser o craque prometido e em poucos momentos correspondeu. Mesmo sabendo de sua instabilidade (um dia bom, um dia ruim, um dia mediano, sempre foi assim), foi cobrado como detentor de uma responsabilidade que, todos sabemos, não tem capacidade para arcar. Colocaram na cabeça de muita gente o absurdo de que ele não poderia ser coadjuvante do Valdívia, que besteira, sempre tive pra mim que Diego nos daria grande parte do que cobramos se fosse apoiado por um grande camisa 10 – vide o que ele fez ao lado de Cleiton em boa fase, mesmo Cleiton não sendo necessariamente um camisa 10 de verdade, mas naquele momento fazia bem seu papel.


Diego sofreu no Palmeiras até alcançar seu lugar, confiança, respeito. E quando conseguiu, foi tanto, que até Marcos queria que o rapaz carregasse o time nas costas, o “termômetro do time”, “Diego Souza dependência”, “se ele está mal, o Palmeiras está mal”, quem não se lembra disso? Soma-se essa responsabilidade toda nas costas de uma pessoa só (errado em qualquer circunstância, quem deixa a responsabilidade toda em uma pessoa só corre o grande risco de se ferrar, ainda mais quando a responsabilidade em questão exige trabalho coletivo para dar certo), a frustração de um sonho de qualquer jogador que foi sua ida para a Seleção da CBF, contusão séria de metade dos jogadores que formavam a estrutura do time (sendo que Diego e Cleiton dependiam muito do outro, e um deles foi o Cleiton), a queda de um time que era líder que causou problemas psicológicos e emocionais até hoje não resolvidos, problemas internos, ter que assumir quase sozinho a responsabilidade de um fracasso coletivo, agüentar a pressão e a reprovação de boa parte daqueles que deveriam apoiá-lo, etc., etc., etc... Deu no absurdo da troca de ofensas entre jogador e a própria torcida, o que não acho tão errado da parte dele visto que foi provocado – uma coisa é suportar vaias e reprovação, outra coisa é agüentar calado humilhação e ofensas públicas, ninguém é de ferro e numa hora ou outra a pessoa estoura.


A meu ver, a situação em si nem era tão agravante, mas o problema mesmo foi o que isso resultou, os caminhos tomados após esse acontecimento ridículo. Torcida burra por jamais acreditar em má fase – o cara é sempre chinelinho, sem vergonha, vagabundo, dentre outras coisas, já vimos isso acontecer até com Valdívia e Alex, jogadores que a mesma torcida clama pela volta ao Palmeiras. Jogador burro que acabou se desvalorizando ao não pedir desculpas, emocionando o pessoal que provavelmente iria perdoá-lo como aconteceu com Armero – afinal tudo o que a torcida quer é uma demonstração dessas, mesmo sem a segurança de sinceridade. Diretoria mais burra ainda, principalmente pelo status de alguns caras, “grandes intelectuais”, que deram péssimas declarações (muitas divergentes), não tiveram pulso, parecem perdidos e sem sequer saber o que realmente está acontecendo. Até a Traffic foi burra, pois pelas atitudes e declarações tem desvalorizado o jogador com que pretende faturar. Tivessem conduzido a coisa direito e, depois da Copa, viriam seus milhões. Agora a torcida precisa ouvir que seu jogador pode ir parar no maior rival (e eu duvido que se ele estiver no time da marginal sem número alguém vai lembrar que o queria fora daqui); o jogador corre o risco de ser esquecido em algum time “das Arábias”, em que vai ganhar muito dinheiro, mas jamais o reconhecimento e status com que tanto sonha; Palmeiras perde um jogador que poderia recuperar e aproveitar por algum tempo, sem falar no dinheiro que perde junto à Traffic pela desvalorização do passe. Eita nóis, haja burrice, haja vergonha...


Ao olhar o número 7 de minha camisa, que vesti no domingo sabendo que iria ouvir, e ouvi, umas 30 vezes alguém perguntar se eu não tenho vergonha, ou por qual loucura eu ainda tenho coragem de vesti-la, penso no jogador que me fez escolher aquele número. Penso em momentos como o jogo contra o Flamengo no Maracanã pelo Roubadão 2009, o golaço contra o Atlético Mineiro no 29 de Novembro que deixei de ir ao Palestra Itália e depois me arrependi amargamente, o comando das tão comemoradas dancinhas na vitória contra o Santos no Vergonhão 2010 – nossa única alegria deste ano. Mas penso principalmente naquele jogo contra o Sport lá na Ilha, Libertadores de 2009, depois de muitos nos humilharem e subestimarem. Ele, Diego Souza, nos avisou dias antes e não falhou, chamou a responsabilidade e fez um gol (e uma comemoração) que, apesar do final trágico do Palmeiras no campeonato e do final trágico da carreira do jogador aqui no Palmeiras, eu jamais irei esquecer. Naquele momento, mesmo que apenas naquele momento, Diego Souza foi meu ídolo, porque era ele quem eu queria ser, porque era aquele camisa 7 que esperávamos, o jogador com quem sonhamos, que desejamos ver com nossa camisa, e é uma pena que durou tão pouco.

Infelizmente no Palmeiras de hoje é assim. Temos que nos contentar com a alegria de um gol, de uma vitória empolgante, de uma resposta bem dada às provocações. Temos que ver bons jogadores indo embora de forma deprimente e precipitada, enquanto ficam os perebas que todo mundo louva pela “raça” e “vontade”, temos que aceitar tanta asneira sendo feita.


Pergunto-me se Diego Souza recebeu apoio tanto quanto necessário, tolerância tanto quanto necessária (Pierre e Cleiton, para citar bons jogadores, estão em fase tão ruim e ficaram devendo tanto quanto ele, mas recebem tolerância que Diego não recebeu), se foi ouvido e orientado corretamente, se o preparo físico estava bom, se não foi esperado e cobrado de um jogador muito mais do que ele poderia oferecer. Por outro lado, me pergunto se ele se esforçou realmente em treinamentos e no preparo físico, se realmente fez o melhor que seu estado físico e psicológico permitiram - mesmo que não fosse o esperado e o que é capaz de fazer em bons momentos, se ele não exagerou na reação após o último jogo, se não seria mais coerente ter feito as pazes com o Palmeiras e sair pela porta da frente mesmo que saísse. Me pergunto até quanto vamos ser tão impacientes e incompetentes, até quando vamos maltratar bons jogadores e depois pedir para que retornem. Mas sei também que eles não são santos, nem heróis, tampouco que foram embora contra a vontade enorme de ficar (mesmo que houvesse, talvez, algum desejo de ficar mais um tempo, só vi um desses caras implorar e fazer de tudo para não ir embora), todos querem mesmo é dinheiro e bom lugar para trabalhar tendo sucesso profissional e financeiro - não considero errado, também quero isso no meu trabalho, mas será que vamos ter que nos acostumar com finais como esse?


Será mesmo que Diego já não estava mais “nem aí” para o Palmeiras? Não defendo jogador que não seja o Marcos, mas essa foto do post é provavelmente a última imagem que teremos de Diego como jogador do Palmeiras durante jogo do Palmeiras, qualquer outro jogador seria exaltado por isso já que torcedor adora ver essas demonstrações. Nesse exato momento da imagem, vendo o jogo, me parecia que enquanto ele pensava na vitória a torcida estava mais preocupada em ofender um jogador que nem tinha atuado mal naquele dia. E só me resta pensar se não era dispensável toda essa intolerância, das duas partes, todas essas verdades criadas (jogador sem vergonha x torcida que joga contra). Não deu certo, machucou, decepcionou, mas poderia apenas ir embora encontrar outro lugar para ter sua paz, e quem sabe felicidade, enquanto encontramos outro para nos trazer alegrias. Há diversos motivos para queda de rendimento no trabalho, principalmente quando a pessoa não é tudo o que se espera e se cobra dela, principalmente quando o momento e a situação não são favoráveis (Palmeiras não está bem, o time todo não está bem), nem todos esses motivos são causados por falta de respeito ou comprometimento. Por outro lado, há diversas maneiras para se agir perante um tratamento desrespeitoso, maneiras menos intolerantes que dar o troco, virar as costas e ir embora.


De tudo isso, ficou um final incomodo e constrangedor em que ninguém está certo, todos erraram, todos em algum momento ficaram chateados. Particularmente, eu gostaria que houvesse respeito recíproco, não gosto de separações movidas pela raiva. Apesar das decepções, desejo que Diego encontre seu lugar de alguma felicidade, e que o Palmeiras (isso é bem mais difícil) aprenda alguma coisa com mais essa história ruim que poderia ser bem diferente. É, poderia...



Créditos da imagem: facebook da Adidas, album da vitória de 1x0 do Palmeiras sobre o Atlético GO, no Palestra Itália, pelas quartas de finais da Copa do Brasil 2010.


sábado, 8 de maio de 2010

PALMEIRAS VENCE NA ESTRÉIA DO BRASILEIRÃO COM “SHOW” DE ROBERT

... Show de horrores, que fique bem claro. No ano passado nós falávamos do Obina, de como é possível um jogador grosso acabar com uma partida. Em 2009, o atacante do acarajé botou os “100 anos, ‘100’ Libertadores” no bolso, este ano foi a vez de Robert fazer o mesmo com o badalado Santos. Mas verdade seja dita, uma coisa não mudou e nunca mudará: jogador grosso sempre será grosso, por mais boa vontade que tenha, e geralmente tem. Hoje só não estamos mais azedos porque Lincoln, que nem jogou (ou joga) tudo isso, marcou o gol da vitória. Uma maneira estranha, digna de “Palmeiras 2010”, de começar o campeonato mais difícil do país. “Dos males o menor” e/ou “pelo menos ganhou” viraram lemas das nossas vitórias. Complicado.

A fase já é uma beleza, com frio e chuva então... Pouco mais de 6.000 malucos foram ao Palestra Itália se molhar e congelar a bunda no concreto. Uma missão nada agradável, ainda mais depois de uma eliminação como aquela de quarta-feira. Mas eles foram lá, os nossos corajosos representantes. O frio da arquibancada era o mesmo dentro de campo. Sem Danilo, suspenso por 11 jogos pela patacoada na primeira partida contra o Atlético-PR, sem Diego Souza (e sem comentários), além de um bom centroavante, isso sim, que faz falta desde muito tempo.

Ainda com todos os problemas começamos com algo de bom. Vítor, vindo do Goiás, finalmente estreou. Iniciou a partida muito acionado, mas diminuiu muito a participação ao longo do jogo, também por estar fora de ritmo e porque o time não ajuda. Com os mesmos problemas de sempre chegávamos perto do gol e não concluíamos bem (ou nem concluíamos) e ainda tomávamos contra-ataques. Zago, pelo amor de Deus, Edinho de zagueiro não dá! Ele é um volante raçudo e, às vezes, até decente, mas na zaga é uma lástima. Pelo menos Léo estava seguro na marcação e Marcos atento.

No segundo tempo começou o espetáculo. Robert, um dos únicos poupados da eliminação na Copa do Brasil, tomou os holofotes pra si e não de uma boa maneira. O cara é esforçado, ele marca gol, às vezes até nos salva de catástrofes ainda piores do que as que temos vivido, mas é fraco. É como se fala: se você é feio, tem que andar com gente mais feia que você porque daí ficará até bonitinho. Isso acontece com o camisa 20. Contrataram atacantes tão ruins que Robert até parece bom. Parece. “Nem tudo que reluz é ouro”. Eu tenho pena dele, é um jogador esforçado, mas tenho mais pena de nós.

Antes do centroavante chamar a atenção, Ewerthon deu uma cabeçada bisonha. O gol, digamos, estava num ângulo completamente diferente daquele cabeção. Veja só, o que falta no Palmeiras? GPS. Se ele soubesse a direção correta do gol talvez acertasse. Então Robert apareceu. Quando o time acerta os passes, toca de primeira, pensa rápido, alguém vai lá e estraga. Lincoln deu uma linda bola para Ewerthon que falou para Robert, “faz, meu filho”, e ele fez... Uma puta de uma cagada. Mas não acabou. O ex-PCC invadiu a área e quando ia marcar o gol sofreu pênalti, com direito a expulsão, correta, do infrator. Era a hora de Robert se redimir. Que nada, ele cobrou e a versão colombiana de Felipe defendeu. Vaias para o autor da proeza e para o “técnico”, carinhosamente tendo seu nome do meio, “burro”, lembrado dentre os gritos.

Daí a motivação, que já era enorme, caiu por terra. O time baiano, com um jogador a menos, parecia mais inteiro na partida. Até que Antonio Carlos “Burro” Zago resolveu tirar o algoz santista, finalmente. Dizem, veja bem, apenas dizem, que entrou um tal de Paulo Traffic Henrique. Eu, sinceramente, só vi o Robert sair. E melhorou, viu. Com muito esforço e nenhuma organização, como de praxe, chegamos ao tão esperado e desprezado (ê Robert) gol. Lincoln recebeu na entrada da área e bateu rasteiro, no contra-pé de Viáfara. O meia foi comemorar com a torcida e mostrou “raça” ao bater no braço. A verdade é que o camisa 99 (não, isso não é Futebol Americano) não fez um grande jogo e nem vem tendo grandes atuações, mas diferentemente de um certo camisa 10, ele não se esconde. Estabanado, fominha e seja lá mais o que for, ele chama a responsabilidade.

E foi assim que o Palmeiras venceu o primeiro jogo do Brasileirão 2010. Era pra ter vencido fácil, muito fácil, mesmo jogando um futebol no máximo regular, mas é o Palmeiras, vencer fácil é algo que não se vê há muito tempo. Para encerrar o post mando os meus parabéns para a diretoria, em especial ao líder da máfia, digo, o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, também conhecido como a “véia Quaker”, que já não bastasse contratar tão bem e empurrar a sujeira pra debaixo do tapete, ainda incentiva a equipe de uma forma, digamos, estranha. Continuem assim, diretores, que logo você chegam lá, e vai se saber aonde fica esse “lá”. Vivemos, palmeirense, numa constante e interminável TPM. Nem quando ganha tá bom.

Créditos da foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

quarta-feira, 5 de maio de 2010

SEM TIME, PALMEIRAS VAI DE SÃO MARCOS. MAS HÁ DIAS EM QUE NEM MILAGRE SALVA...

Os narradores diziam que o Palmeiras foi pra conseguir um 0x0, diziam que a estratégia caso esse objetivo não desse certo era levar para os pênaltis, diziam que isso é uma vergonha para uma camisa como a do Palmeiras. Um amigo dizia que é uma piada um time que não segura Diego Souza e aposta em Ivo quando a coisa aperta.

E eu, bom, eu tenho tanto a dizer que fico na dúvida se o melhor não é apenas me calar. O que vi hoje não merece meu tempo, minha dor, minhas lágrimas que hoje nem rolam. Está tudo errado. Tudo. Desde a diretoria até as pessoas da limpeza. Há quanto tempo esse blog não dizia que é inútil culpar apenas os jogadores, sobretudo um único jogador?

Prefiro gastar meu tempo com ele. Ele que mesmo em momentos vergonhosos como este consegue me dar alguma alegria, alguma felicidade, algum orgulho, alguma fé. Ele que, tenho certeza, carrega um pedaço do coração de cada um de nós em suas mãos. Ele que é cada um de nós em suas mãos, em seu coração. Mas, às vezes, a merda é tão grande que nem mesmo Ele, em dia tão inspirado, pode nos salvar. E quando nem Marcos salva, queridos palmeirenses, não vejo em que mais acreditar. Nunca deixarei de ser grata a esse homem, mas às vezes concordo que ele deveria se aposentar e descansar, é o único que não merece, realmente não merece passar por isso.

Quando o Palmeiras chega a momentos como este, meu pai sempre me diz para não chorar, não ficar brava, não ficar nervosa porque time que joga pra perder tem que perder, não importa que seja o Palmeiras. “Quem joga assim tem que perder, Renata”, é o que ele sempre diz, palmeirense fanático já calejado pelos anos 1980. Hoje eu quase chorei ao perceber que, depois de vinte anos, entendo o que ele quer dizer.

Um time que joga pra perder, merece perder. Um time que não segura Diego Souza e aposta em principiantes mal preparados para resolver, merece perder. Um técnico que tira Marcos Assunção e Lincoln pra deixar Danilo, Figueroa, Ivo e um meia sem ritmo de jogo pra bater pênaltis e decidir algo tão importante, merece perder. Hoje eu não vou chorar, não vou me descabelar, não vou brigar com ninguém – nem mesmo se algum rival vir provocar. Hoje eu vou apenas me envergonhar desse amontoado de seres que se dizem homens, jogadores, diretores, comissão técnica, até torcedores, que do alto de sua arrogância e orgulho causaram essa vergonha sem tamanho.

E só para terminar, eu aposto que Diego, Lincoln e Marcos Assunção poderiam bater pênaltis com o pé, e não com a bunda, como alguns fizeram. Porque o que esses desgraçados fizeram só pode ter saído de orifícios anais bem largos. Desculpem-me a irreverência, mas há dias em que não dá para adotar o luxo de um linguajar polido. Chamem o Diego, já sei em que lugar ele pode enfiar aquele dedo como forma de se desculpar pela merda que fez.


terça-feira, 4 de maio de 2010

ALÔ, TORCIDA!!!


Por Renata e Mayara

Quantos jogadores serão escorraçados do Palmeiras antes que todos se deem conta de quem é a real responsabilidade? Se isso adiantasse para melhorar um time, já não deveríamos ter nos levantado com a saída do Luxa, Keirrison, Vagner Love, Muricy e tantos outros? Ué, não era culpa deles? E por que o time continua na mesma? Ah! Porque o problema não é tão simples de resolver. Não é só mandar algumas peças embora não...

Lembro-me bem quando começaram a criticar o Valdívia, no Brasileiro de 2008. Chamaram-no de chinelinho, corpo mole e tantos outros adjetivos que conhecemos. Depois que ele foi vendido, a preço de banana, não faltaram lágrimas pedindo seu retorno. Diziam o mesmo do Alex, esse gênio que vestiu nossa camisa 10, chamando-o de Alex Sono. Não faltam vozes para pedir sua volta ao Palestra. Há muitos outros exemplos, mas pararei por aqui.

Também sou torcedora e gosto de ver um time aguerrido, jogando com técnica, mas com garra e vontade. Gosto de assistir a uma bela partida, com lances de tirar o fôlego (confesso que de vez em quando é bom sofrer também, comemorando um gol salvador no último minuto do jogo). Mas será justo sempre condenar os jogadores pelos fracassos? Claro, são eles que jogam, com ou sem vontade, mas não sei se alguém já percebeu como algumas coisas extra-campo influenciam dentro das quatro linhas.

O que acontece quando a diretoria, comissão técnica ou coisa que o valha não conseguem extrair o máximo de seus jogadores? Ou pior, quando conseguem extrair o pior deles? A quem devemos culpar? Será que sempre cairemos na conversinha desses indivíduos que comandam o nosso Palmeiras?

O Diego tem levado a culpa, por muito tempo, pelos nossos tropeços, como se apenas ele entrasse em campo. Mas a maioria tem jogado tão mal como ele, ou até atrapalhado. Revejam alguns jogos e tirem suas conclusões. Às vezes me pergunto por que o Palmeiras não consegue recuperar o bom futebol de suas potencialidades. Mas essa eu respondo, é fácil! Porque é mais fácil mandá-los embora! Dessa forma, não há muito trabalho e ainda ganham um pouco de credibilidade com parte da torcida bitolada que só sabe reclamar, protestar e pedir a cabeça dos jogadores. Depois é só fazer promessas que irão trazer o Valdívia ou Kléber de volta que tudo ficará bem. O que foi? Estou mentindo? Depois, quando se dão conta de que isso foi uma tremenda burrice, vão lá reclamar ainda mais nos jogos, xingar os jogadores e promover mais balbúrdia. A nossa torcida é assim, infelizmente.

Meu objetivo não é proteger o Diego, ou qualquer outro jogador (ele nem está merecendo). Mas não adianta sempre mandarmos embora aqueles crucificados pela torcida e acharmos que vai ficar tudo bem! Amanhã o Palmeiras pode golear sem o Diego, mas isso não significará que a culpa era dele. Como poderá perder, e a culpa também não será dele. E ainda temos que torcer para nosso técnico não fazer nenhuma lambança, porque ele parece estar completamente perdido e sem vontade dirigindo o time. Fica com a mão no queixo, torcendo pra alguém fazer alguma coisa que preste e resultar numa jogada de gol. E o tempo passando sem ele fazer nada que ajude ou trocando seis por meia dúzia, isso quando não faz pior.

O Palmeiras está mal faz tempo. Tem um elenco mais ou menos e limitado, mesmo que com alguns bons jogadores, na teoria poderia vencer bem no Brasil, já que poucos times brasileiros estão jogando bola de verdade. Mas não é isso que acontece, temos passado vergonha até frente a times de segunda divisão, pior, é com esses que passamos as piores vergonhas. Entretanto, é evidente a qualquer um que olhe de forma lúcida, que o problema não está apenas nos jogadores, muito menos em apenas um deles. A maioria ou está jogando mal, ou oscilando muito, até mesmo Marcos. O Santo, Danilo, Pierre, Cleiton, Diego, Robert, quantas vezes não nos deixaram na mão esse ano? Nem vou comentar os laterais ou outros novos, tanto na idade quanto em tempo de Palmeiras. Ouso pensar que, com uma comissão técnica trabalhando de forma efetiva, departamento médico funcionando bem, e diretoria agindo no mínimo de forma “mais ou menos”, estariam rendendo mais. Isso sem falar na torcida, que muitas vezes tem mais atrapalhado que qualquer outra coisa, pressionando (cobrar é uma coisa, pressionar é outra) mais o Palmeiras que o adversário. Assim ficaria difícil qualquer Messi jogar, e não temos nenhum Messi no time. As pessoas precisam de calma e paciência para trabalhar, principalmente quando estão em dificuldades e precisam recuperar seu desempenho/superar as deficiências.

Alô, torcida, acorda! Diego Souza está devendo muito, sim, da mesma forma que a maioria dos nossos jogadores, não deve nada a mais que quase todos eles. Mas há formas mais decentes e eficazes de cobrar um desempenho melhor, já vimos que mandar ir embora não vai resolver, quando resolveu? Se ele for embora, e provavelmente irá, quem será a bola da vez, o próximo cristo? Vamos agir assim até quando não sobrar mais ninguém? Cobrar, exigir, protestar, reclamar é uma coisa. Massacrar, pressionar, desprezar e tirar qualquer tranqüilidade para trabalhar está em outro nível, não ajuda em nada, pelo contrário, causa o nervosismo que resultou a atitude deprimente de Diego na última quinta-feira.

Vamos acordar e perceber que no Palmeiras o problema é mais em cima, só não vê quem quer se iludir. É fácil os caras deixarem Muricy, agora Diego, pagarem o pato pela irresponsabilidade deles. Claro que esses tiveram seus erros, assim como Luxa, Love e Keirrison, embora eu pense que os últimos dois nos deram motivos para acreditar numa falta de respeito com o Palmeiras. Mas, como já disse, o cerne do problema está acima. Pode vir quem vier, serão todos Diegos, Valdívias, Alex, só vamos dar valor quando percebermos que não eram os causadores de problemas, que não tivemos paciência, “olha lá como agora ele arrebenta lá fora, olha lá como os outros times querem, olha lá o que perdemos, porque a diretoria não trás ele de volta?”

Parecemos aqueles apaixonados dominadores, que só de verem a pessoa amada fazendo algo de forma estranha agem como se tivessem flagrado uma grande traição. Brigam, batem, humilham, pressionam, até que a pessoa se cansa, vai embora, arruma outro rumo, deixando aquele pensamento de que alguém se precipitou e fez merda, só pra bancar o, muitas vezes arrogante, “aqui não”. Claro que não devemos aceitar qualquer coisa, mas precisamos entender que nem tudo é falta de respeito e vontade. Os representantes do Palmeiras, bem como a torcida Palmeirense, têm sido tão orgulhosos a ponto de botar a perder todos os motivos que tem para isso. Estamos numa situação ruim por culpa nossa, de todos nós, merecemos isso, mas até quando vamos ter que torcer por algo que não merecemos? Quando o Palmeiras vai voltar a ter atitude de merecedor da vitória? A vida não é justa, e quando penso nisso relacionado ao Palmeiras fico feliz porque, só assim, tenho chances de sonhar com algo de bom ainda nesse ano. Só assim. Mas é esse mesmo orgulho besta que nos trouxe a essa situação horrível, que nos faz amargar a possibilidade de uma felicidade injusta, de uma vitória não mereceríamos. Ser campeão, muitas vezes, não é levantar a taça ou subir no degrau mais alto ao findar-se um campeonato, mas sim vencer as próprias limitações e ser um verdadeiro campeão mesmo antes de superar o adversário. O Palmeiras não tem sido campeão há muito tempo, e eu já não aguento mais ver as pessoas erradas levarem a culpa por isso.