Por Carlos Albano
Aquele futebol de correria, força e pouca obediência tática entre seleções da África, definitivamente acabou. Nenhuma das seleções desse continente, nesta copa, mostrou a histórica irresponsabilidade defensiva a que estávamos acostumados. Em especial a Costa do Marfim. Sem Drogba, que ficou no banco por conta de uma lesão no cotovelo, a seleção dos marfineses cumpriu surpreendentemente a estratégia traçada por Eriksson: fechar-se com todos os jogadores atrás da linha da bola, para contra-atacar pelos espaços deixados no campo de defesa português. Quando os portugueses saíam jogando com seus zagueiros, todos os marfinenses voltavam até seu gramado, compactando as linhas de seus setores e não dando brechas aos lusitanos.
Portugal não conseguiu furar o obediente e eficiente bloqueio africano, nem conseguiu encaixar um contra-ataque sequer. Ansiedade, nervosismo, falta de entrosamento e inexplicáveis improvisações fizeram o bom time português, apesar da maior posse de bola, sem qualidade e poucas oportunidades de gol. A rigor, nos primeiros 45 minutos, aos 10 do primeiro tempo, quando Cristiano Ronaldo tirou Yaya Touré da marcação e soltou uma bomba do meio da rua que explodiu na trave, foi o lance mais bonito do jogo.
Portugal saiu no 4-3-3 esperado. Com um frágil lado direito defensivo, o atacante marfinês Gervinho fez uma verdadeira festa nas raras decidas em direção ao gol português. O meio de campo luso, as improvisações (ou tentativas de confundir a marcação) não surtiram qualquer efeito. Pior, tirou a criatividade e qualquer possibilidade de impor um jogo consistente. No ataque, fora algumas jogadas do “Lenny com sotaque”, Cristiano Ronaldo, viu-se um Liédson totalmente isolado pelo setor, enfiado no meio de dois gigantes da defesa da Costa do Marfim e, por isso, não teve qualquer chance real de gol.
Ficou para Portugal a certeza de que muito há de se fazer caso queiram manter-se na disputa para a próxima fase. Agora é partir para cima da Coréia do Norte com todas as armas, pois a disputa será por saldo de gols, supondo que tanto Costa do Marfim e Portugal percam seus jogos contra o Brasil.
Sobre o Grupo G
O Brasil cumpriu a escrita: Sempre tem estréias complicadas. Mostrou falhas que, contra times mais dispostos, podem ser fatais.
Córeia do Norte mostrou a que veio. Boa formação tática, disposição e pouquíssimo futebol. Será o “fiel da balança” neste grupo, considerando que pelo menos uma das vagas possa ser definida pelo saldo de gols, ou que tire pontos de Portugal ou Costa do Marfim.
Portugal, minha favorita no grupo, mostrou fragilidades no geral. Ataca muito mal, cria pouco e defende precariamente. Prefiro acreditar no nervosismo da estréia, pois se jogar dessa forma contra o Brasil é derrota certa. Apesar do jogo ruim do Brasil em sua estréia.
Por conta da reação, no final do jogo contra Portugal, quando a Costa do Marfim saiu para o jogo, a seleção africana tomou o favoritismo ao segundo posto neste grupo. Com a entrada de Drogba e a marcação adiantada, a Costa do Marfim mostrou o quanto pode ser perigosa. É um time muito forte, organizado e obediente taticamente.
O Brasil é que se cuide.
Créditos da imagem: terra
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