Por Vanessa, Mayara e Renata
Sérvia e Gana abriram a estreia do Grupo D na Copa do Mundo. Esperava-se um grande jogo, principalmente por parte da Sérvia, que se classificou em primeiro de seu grupo das eliminatórias, mandando a França para a repescagem. Mas essa expectativa não se concretizou em campo.
A seleção européia não enfrentou um time qualquer. Gana contava com a maioria no estádio e é uma das equipes africanas mais fortes da Copa. E poderia marcar ainda mais a história sendo a primeira seleção do continente africano a vencer na Copa da África. E assim foi.
O jogo não foi bom. O futebol apresentado foi muito abaixo do esperado. A Sérvia contava com sua estrela, o jogador da Inter de Milão Stanković, mas o camisa 10 praticamente não apareceu na partida. De início, parecia que seria um jogo e tanto, com as duas equipes indo pra cima, mas depois de um tempo o ritmo se acalmou e foram escassas as chances de abrir o placar. Gana incomodava mais que a Sérvia, que se contentava em fazer lançamentos infrutíferos.
No segundo tempo o jogo melhorou um pouco, mas não a ponto de se tornar emocionante, longe disso. Porém, o goleiro de Gana trabalhou bem quando foi exigido, esteve sempre muito bem colocado. As melhores chances do time afriano esbarraram na trave. Um jogador sérvio ainda foi expulso, dificultando ainda mais a situação do time. Mas o lance que definiu a partida foi o pênalti cometido infantilmente por Kuzmanović, que provavelmente teve um lapso e se achou em um jogo de vôlei. Gyan cobrou e não desperdiçou. E bastou à Gana administrar a vantagem, pois o jogo já estava nos minutos finais.
Agora a situação da Sérvia ficou muito delicada, pois se quiser passar de fase, terá que derrorar a Austrália e a Alemanha, e ainda torcer para que Gana não faça o mesmo.
No outro jogo do grupo, enfim a estréia de mais um bicho-papão: a Alemanha. A seleção alemã chegou à África do Sul sem muito alarde da imprensa e dos torcedores. Se trata da mais jovem seleção do país a disputar uma Copa do Mundo. Sem se prender à desconfiança quanto à média de idade, os “meninos” assumiram a responsabilidade e o peso da camisa e em campo finalmente uma seleção empolgou nessa Copa. O adversário era fraco, a Austrália, um país que entende tanto de futebol quanto o Lula entende de gramática. Mas esse fato, embora relevante, não tira a bela estréia alemã.
Entra Copa e sai Copa, a Alemanha sempre chega. Seja à semifinal, como no último mundial, ou até mesmo na final, como em 2002. Chegou tanto que tem três títulos nas costas, um deles em cima de uma das maiores seleções da história, a Holanda de 74, conhecida como “Laranja Mecânica”. Mas fazia muito tempo que o futebol burocrático, forte, tático e marcador não deixava tão boa impressão. Não precisou nem de muitos minutos de jogo para os germânicos mostrarem a que vieram nesta Copa. A Austrália fez a famosa “linha burra” e Özil, meia de 21 anos do Werden Bremen, lançou Müller, que rolou na medida para Podolski. O polonês naturalizado alemão (chupa Hitler!) encheu o pé e abriu o placar. Aos 26, foi a vez de Miroslav Klose deixar o dele. Oportunista e excelente finalizador que sempre foi, o outro polonês do ataque alemão se antecipou à zaga e goleiro, cabeceando firme o cruzamento na medida de Lahm.
A Alemanha voltou a balançar as redes na segunda etapa. O terceiro gol saiu com Thomas Müller. Um dos principais destaques dessa nova geração, o meia do Bayern de Munique, que tem apenas 20 anos, passou como quis pela zaga australiana e fez um belo gol. Para fechar a conta, um golzinho “made in Brazil”. Cacau, atacante de 29 anos que atua no Stuttgart desde 2003, recebeu passe preciso de Özil e marcou o primeiro gol genuinamente brasileiro na Copa da África do Sul. Com o quarto gol, a seleção alemã apenas tocou a bola, e bem, sem grandes lances até o final da partida.
Foi o jogo mais legal da Copa até agora e finalmente uma seleção favorita mostrou bom futebol. Surpreendentemente foi a Alemanha, tão conhecida pelo futebol carrancudo de resultado. Os alemães jogaram bola e mostraram ao mundo que ainda podem contar com jogadores como o veterano Klose e o excelente Podolski, além de Schwensteiger, um volante que sabe jogar, e do capitão Lahm. Mais importante que isso, mostraram uma nova e muito promissora geração, com destaque para os meias Müller e Özil. Olho neles! A Alemanha não vem para brincar.
Crédito da foto: GE.
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