Finalmente Felipão se apresentou para a torcida palmeirense, nesta gelada e chuvosa quinta-feira paulistana. Depois de 10 anos de sua saída do Verdão, o técnico volta, se é possível, com ainda mais prestígio do que tinha há uma década. Luiz Felipe Scolari é um dos poucos, até raríssimos, casos em que um técnico pode ser considerado ídolo. Ele é tão ídolo da nossa torcida como de 99,9% dos brasileiros. Por esse motivo e pela sua ligação com a seleção brasileira, Felipão foi bombardeado, como já vem sendo desde a demissão de Dunga, com perguntas sobre uma possível volta ao comando da equipe de Ricardo Teixeira, mas despistou mostrando sempre muito respeito ao Palmeiras. Nosso “novo-velho” comandante ainda falou sobre reforços e pediu paciência à torcida. Só nos resta apoiá-lo e não lhe causar ainda mais problemas do que ele já terá tentando ajeitar essa equipe.
Paciência, trabalho e gratidão deram o tom do discurso de Felipão em sua apresentação. Para o treinador, o trabalho será longo e árduo para se conseguir resultados. A verdade é que a situação de sua chegada em 97 era totalmente diferente dos dias atuais. O Palmeiras não tem dinheiro nem a Parmalat para bancar grandes contratações, sem esquecer que tem uma “parceira” que mais atrapalha do que ajuda. A falta de qualidade e quantidade do elenco deve ser a maior preocupação de Scolari em sua volta ao Verdão. Como bem sabemos, o plantel é fraco e será necessária a chegada de novos e bons reforços. O técnico quer inclusive que a Traffic reponha a saída de Diego Souza e Cleiton Xavier – negociado ontem para a Ucrânia, e sinceramente, já vai tarde – e fala em aproveitar a base palmeirense. “Big Phil” também deixou bem claro que espera a chegada de Valdivia.
Sobre a seleção, Felipão não disse nem que sim nem que não, mas reafirmou que voltou ao Brasil exclusivamente para treinar o Palmeiras e deve respeitar o acordo firmado. O técnico ainda disse que pretende conversar com Marcos para que ele adie a aposentadoria, que estava programada pelo santo goleiro para o final deste ano. Hoje, Felipão não irá ao banco comandar o time na partida contra o Santos. Murtosa assumirá esse posto provisoriamente. O técnico alega que ainda nem teve contato com os jogadores, enquanto Murtosa já vem trabalhando com esse grupo há quase duas semanas, portanto sua presença no banco não seria interessante no clássico.
O trabalho de Felipão será duro. Isso não é novidade. Para que ele possa fazer o que tão bem sabe, precisará muito da ajuda da torcida. O palmeirense, sob hipótese alguma, pode esquecer o que Scolari significa para o Palmeiras, não só pelo passado vitorioso, mas também pelo futuro incerto. A volta de Felipão à Academia de Futebol traz esperança para esses jogadores que lá estão e para outros que possivelmente virão. Mas ajuda mesmo terá que vir da diretoria. Não adianta contratar um técnico top no cenário mundial, sonho da torcida, se não reforçar e bem o elenco. Felipão é um grande técnico, vencedor e trabalhador, além de ser muito identificado com o Verdão, mas não faz milagres. Já temos o melhor técnico que poderíamos ter, agora “só” falta um time.
Créditos da foto: Uol.
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