sábado, 3 de julho de 2010

DEUTSCHLAND ÜBER ALLES


Por Sergio Bellangero

Alemanha acima de tudo! Será?

Foi assim que terminei um dos meus textos neste blog sobre a seleção Alemã. Sinceramente, não acreditava. O time renovado, problemas pessoais no elenco e contusões colocavam uma ponta, para não dizer uma dúvida inteira, sobre essa seleção de 2010. Para quem viu esse time nas eliminatórias que, apesar de ter feito boa campanha, não empolgou em nenhum jogo, ficava difícil dizer em 11 de Junho: “A Alemanha é favorita ao título!” Muito bem, para quem o fez e assim previu, só tenho a parabenizar. Mas ainda assim acredito que quem apostou na Alemanha antes de a bola rolar agiu pela tradição e pela camisa dessa seleção. E que bela camisa essa preta da Alemanha. Mas a beleza não ficou só no figurino. A Alemanha estraçalhou a Argentina e chega com força à semifinal. Agora segura!

Falando do jogo, com o que as duas seleções haviam feito ao longo da Copa, já se podia prever uma Alemanha muito mais equilibrada em todos os setores do campo, jogando no conjunto e muito bem treinada, enquanto do lado Argentino, via-se bons nomes individualmente, mas uma seleção desequilibrada entre a defesa, o meio e o ataque. E, mais uma vez, este esporte mostrou que conjunto é a palavra chave! A melhor disposição tática Alemã extirpou qualquer possibilidade de se ver alguma arte sobressalente sair dos pés de Messi. E não se iluda quem, lendo este artigo, pense que a Alemanha é só um ótimo conjunto e um time bem treinado. Ótimos nomes em todos os setores do campo, também, dão ao time Alemão a técnica necessária, seja pela esquerda com Lahm, pelo meio com Schweinsteiger e Özil e na frente com Podolski e Müller. O que dizer então de Klose, um centro-avante nato, que não engrena nos clubes, mas que na seleção faz gol atrás de gol.

E assim, aos 2 minutos de jogo, em bola parada pela lateral de campo e uma falha grotesca da zaga Argentina, mas, principalmente, de posicionamento do goleiro, Romero, a Alemanha abriu o placar prematuramente, quebrando toda a estratégia tática da Argentina – se é que Maradona sabe o que é isso. Mas ainda que saiba, teve que colocar o seu time para frente para empatar o jogo no primeiro tempo e a Alemanha, marcando com todos os seus jogadores atrás da linha da bola até o meio de campo e depois fazendo duas linhas de quatro, praticamente não correu riscos durante todo o primeiro tempo. Poderia até ter matado o jogo ali, mas respeitou a Argentina demais e ficou assim, 1 x 0, nos primeiros 45 minutos.

Na volta do intervalo, viu-se, ainda mais, a diferença não só de equipe para equipe, mas das instruções e visão de jogo do comandante alemão no vestiário. Joachim Löw, percebendo que poderia ter matado o jogo no primeiro tempo, reposicionou a equipe Alemã de forma um pouco diferente, deixando Özil com Klose na frente da linha da bola na marcação e as duas linhas de quatro para marcar, fazendo marcação por zona e não individual em Messi que, mais uma vez, esteve em tarde (na África do Sul) não muito inspirada.

Deixando de respeitar tanto a Argentina, explorando quase todas as jogadas pela lateral esquerda dos Hermanos e com um futebol soberbo de Schweinsteiger, a Alemanha chegou ao segundo gol, ao terceiro e ao quarto com facilidade, e com um bonito e solto toque de bola. Frise-se a grata e jovem surpresa alemã chamada Thomas Müller, que foi um dos pivôs – literalmente – a ajudar a sepultar a Argentina ao som do mais melancólico tango. Mas não foi “por una cabeza” que a Argentina ficou de fora da Copa, e sim, a quatro longos e doloridos corpos de distância.

Deutschland über alles! Agora está fácil de acreditar!

Crédito da foto: UOL

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