domingo, 18 de julho de 2010

PALMEIRAS “CAI NA REAL” E PERDE NA ESTRÉIA DE FELIPÃO

Felipão chegou e Kléber também. Tudo resolvido, certo? Errado. A derrota na Ressacada, embora não tenha sido tão grave e nem pra tanto escândalo, foi um balde de água fria nos ânimos palmeirenses, pra “acordar” os excessivamente eufóricos e alguns dirigentes que vivem no mundo da lua. São dois pontos distintos sobre o jogo: primeiro, o Palmeiras perdeu por erros individuais; segundo, o Palmeiras não venceu por ter um elenco muito limitado. Não adianta achar que somente Felipão e Kléber podem resolver uma deficiência dessas. E nem somente Valdivia resolverá. Falta muita coisa. Agora não adianta desespero, afobação, vontade de resolver as coisas da maneira mais rápida e quase sempre ineficiente. O que o Palmeiras mais precisa é de trabalho e paciência. Dos jogadores, da comissão técnica (que tem capacidade demais pra isso) e principalmente da diretoria. E o torcedor, que pelo menos não atrapalhe.

Poderia ter sido diferente, como na maioria das vezes. Poucas coisas na vida são inevitáveis, até a morte pode ser evitada em certos casos. Mas é verdade que quem viu os primeiros 20 minutos de jogo na Ressacada, não apostaria em outro resultado se não uma vitória palmeirense. O clima era favorável e o futebol também. Ver Felipão finalmente comandando o time à beira do gramado animou o torcedor e a equipe. Tanto que aos 11 minutos, depois de rebote em cobrança de falta de Marcos Assunção, Gabriel Silva abriu o placar. Foi o primeiro gol do lateral de apenas 19 anos na equipe principal. E tão cedo a partida parecia nas mãos do Palmeiras, tão cedo ela escapou. Primeiro ela, a bola, escapou das mãos de Deola, que não conseguiu pegar o chute defensável de Caio. Deméritos também para a marcação de Pierre e Assunção, que deram um espaço enorme para a finalização. E sem conseguir voltar a ter vantagem no placar, o gol da virada veio aos 40 minutos, com Robinho, em mais uma bobeira da marcação. No finalzinho, Pará ainda foi expulso, deixando o Verdão em vantagem numérica.

Aproveitando-se do jogador a mais, Felipão mudou a equipe no intervalo. Tirou Márcio Araújo, em minha opinião equivocadamente, e colocou Tadeu, cujo equivoco foi a contratação. Como no primeiro tempo, o Palmeiras começou melhor do que a equipe catarinense. E logo veio o empate. Vítor lançou Kléber e o Gladiador foi puxado escandalosamente pelo zagueiro adversário. Falta dentro da área é pênalti. E pênalti ultimamente no Palmeiras é... Dessa vez não. O camisa 30 bateu simples, no meio do gol, e balançou as redes pela primeira vez nessa volta ao Verdão. Com um jogador a mais, com empate e tempo, era normal se pensar na virada. E eles tentaram. Felipão também fez o possível, colocou primeiro Tinga no lugar de Pierre e mais adiante sairia Lincoln para a entrada de Vinícius. O time ficou cheio de atacantes. Mas só Kléber, que apanhou o jogo todo com o consentimento do péssimo e sempre mal intencionado Leonardo Gaciba, tinha condições técnicas para fazer algo diferente.

Sem contar que aos 20 minutos a partida precisou ser paralisada pela nevoa no campo, graças aos sinalizadores da “nossa” torcida organizada/escola de samba. O problema não foi nem antes, mas sim depois que o jogo foi paralisado. Ao invés de apagar os sinalizadores, eles continuaram acendendo novos. E lá se foram 4 minutos. O tempo passou, as oportunidades, que nem foram tantas, foram desperdiçadas e o jogo seguia para um empate meio amargo. O Palmeiras tinha condições de vencer e empatar já seria um resultado um tanto indigesto pela situação. Nada é tão ruim que não possa ser piorado, não é verdade? Que o diga Léo, que cometeu pênalti em Roberto. Foi expulso, pois já tinha amarelo, e viu de fora do campo Deola defender a cobrança de Caio. Mas no rebote, que caiu justamente nos pés do atacante, o Avaí virou a partida. E teve mais, é claro. O Palmeiras partiu pra cima com tudo em busca de um novo empate e tomou no contra-ataque o quarto e derradeiro gol com Roberto, numa saída estapafúrdia de Deola.

O jogo terminou com uma sensação estranha. Mais uma derrota por nossos deméritos, não pelos méritos do limitado adversário. Mais uma partida que esteve em nossas mãos e que não soubemos vencer. Só quando derrotados podemos ver claramente as deficiências técnicas dessa equipe, embora ainda tenha gente achando mais fácil culpar apenas Deola, que teve sim uma atuação muito ruim. Se só o goleiro fosse culpado, nossos problemas teriam soluções tão mais fácies e rápidas. Mas não é. Nosso time não precisa apenas compor elenco, o que mais necessitamos é de titulares de qualidade. Valdivia, se vier, não resolverá nossa deficiência ofensiva, já que não é função do Mago fazer gols, nem nunca foi. E também temos sérios problemas na zaga, fazendo com que o volante Edinho se torne nosso melhor zagueiro. Se a vitória vier na quinta-feira contra o Botafogo, a “euforia” volta. Que o palmeirense é bipolar não é novidade, mas chega de tapar o sol com a peneira. Nem a vitória nem a derrota mudam o fato que o elenco é fraco e que o trabalho será longo e árduo. Qualquer resultado imediato será mentiroso. Controle as emoções palmeirense, nem tanto pra cima, nem tanto pra baixo.

Créditos da foto: Terra.

Um comentário:

  1. Eu achei que o time estava mais confiante. A atuação da equipe foi melhor se comparar com os jogos de outrora.
    Kléber foi bem, não deu tudo de si, mas também tinha uma marcação cerrada em cima dele, tadinho.
    Linconl mandou muito bem. Deola é um bom goleiro, mas aquela saída antecipada foi o cúmulo, parecia goleiro altamente inexperiente, agradeço que Marcos volta quinta-feira.
    O juíz nos roubou um pênalti e Léo deu um de graça pra eles, Deola foi bem, o resto da equipe que deveria estar no auxílio.
    No mais, o trabalho de bola eu achei melhor, o Palmeiras dominou por quase todo o jogo e a derrota infelizmente veio.
    Mas valeu a pena, achei bonito de se ver.
    Só gostaria que aquilo de paralização não acontecesse novamente, acho que deu um quebra no clima que o jogo tava. ><'

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