sábado, 28 de agosto de 2010

96 ANOS DE PAIXÃO E MUITAS HISTÓRIAS PRA CONTAR – PARTE 8



Emoções, histórias, fatos inesquecíveis, momentos incríveis! O Palmeiras proporciona um misto de sensações, às vezes até indescritíveis, mas que todo palmeirense conhece bem. O Palmeiras voltou a ser Palmeiras, ostentando sua fibra, calando bocas infames, transformando a lealdade em padrão. E é assim que sempre deve ser.

Não há espaço suficiente para todos contarem sobre a sensação de ser palmeirense, de respirar esse ambiente que tanto amamos. Em homenagem aos 96 anos do alviverde imponente, pedimos a colaboração de vários companheiros de paixão para que pudéssemos externar um pouco desse sentimento incompreensível para os outros, mas entendido com apenas um olhar pelos palmeirenses.

O Palmeiras está em todos os lugares e, independente do lugar físico, todos sentimos a mesma coisa. Alguns têm o privilégio de sempre verem o Verdão jogar, outros sequer foram a um estádio. Alguns só podem acompanhar os jogos pelo rádio, outros pela internet e TV. Mas isso apenas significa que a paixão não é limitada a um lugar apenas. Somos todos iguais, unidos pelo mesmo ideal, sentimos a mesma coisa. E é apenas isso que importa.

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Hoje, aos 14 anos, posso me orgulhar em dizer que eu segui à risca a tradição da família. Eu nunca me opus ao meu verdadeiro amor, e muito menos pensei em abandoná-lo. Demorou um pouco pra honrar todo esse amor, mas foi o tempo necessário pra que ele se tornasse eterno. Conheci as emoções palmeirenses, de fato, no ano de 2008, mesmo que ainda me lembre quando eu tinha por volta de 8 anos meu pai ter me levado para assistir no estádio, meu primeiro jogo do Verdão. Não me recordo ao certo das emoções ali vividas. Lembro do placar que foi 3 à 2 com uma vitoria nossa, contra o Paraná Club, e também me recordo que foi o Pedrinho quem fez um dos gols. E foi naquele momento que a sementinha do amor incondicional foi plantada. Mas só 4 anos mais tarde fui ao estádio novamente. Um jogo pra ser esquecido. Fiquei na torcida do Coritiba. Confesso que mesmo não me interessando muito pelo Palmeiras, e por futebol naquele ano, as lágrimas correram pelo meu rosto quando vi minha torcida lá, do outro lado do estádio, tão distante. Quando eu vi o meu povo lá, e eu ali, na torcida adversária. Não sendo só isso a grande decepção, vi dali meu Palmeiras perder. E pensei em trocar de time? Não, pelo contrário, quis saber mais, acompanhar meu Palmeiras. E naquele mesmo ano, fomos classificados para a Libertadores.
Chegado o ano de 2009, não perdi sequer 1 jogo do Verdão. Quando não passava na tv, tava lá, eu, meu pai e meu irmão ouvindo o jogo. E foi ouvindo o jogo que nos deparamos com a desclassificação do Palmeiras na Libertadores. Confesso que me emociono facilmente, e maior é a emoção quando se trata do Palmeiras. Como não podia deixar de ser, chorei a nossa desclassificação, e o sentimento de vazio se fez presente naquele momento. Só que ainda mais o sentimento de amor, pois o Palmeiras estaria aqui em Curitba, para jogar contra o Coritiba. O amor se fez presente ali de novo, e a esperança de vê-lo ganhar em "casa" se fez ainda maior que a decepção da eliminação. Ver o Palmeiras jogar aqui? Ah, tinha como ser mais perfeito? Sim. Não só tinha, como foi. Meu pai e eu fomos até o aeroporto ver o Palmeiras chegar, ficamos algumas horas lá, na espera. Fiquei com o sorriso na cara do começo ao fim. Não tinha como esconder a ansiedade de ver, pela primeira vez ali tão perto, os caras que jogavam pelo meu time. O que parecia ser perfeito demais, se tornou um pouco frustrante quando houve protesto da torcida no aeroporto, a favor da saída de Luxemburgo. Vi todos os jogadores passando ali, pertinho, correndo, tumulto. Não consegui chegar perto deles e muito menos pedir autógrafo, tirar fotos. Não se dando por satisfeito, meu pai levou meu irmão e eu até o hotel onde eles estavam hospedados. Foi ali que a perfeição se fez presente. Não vi Marcos, Pierre, Cleiton Xavier ou Diego Souza. Vi Mozart, Luxemburgo e também vimos o Mauricio Ramos, que a propósito, só foi lá dar autógrafo e tirar foto por insistência minha. Mas naquele momento, o que importava o status dos jogadores que estavam lá? O que importava naquele momento era a única certeza que me acompanhou por todos aqueles anos, desde minha existência. Estava eu ali, amando incondicionalmente um clube. Pedindo com a maior ansiedade para que o jogo chegasse logo. E chegou. Perdemos de 1 a 0. Mas o que importava a perda, se pela primeira vez as emoções estavam sendo vividas intensamente no meio da minha torcida? Do meu povo? O placar pouco importava pra quem estava no estádio 4 horas antes do jogo começar, tremendo de felicidade, de ansiedade. Cantei, gritei, xinguei, mas eu tava vivendo aquele momento de todo o meu coração. E parece que passou tão rápido. O jogo acabou rápido demais. Poderia ficar lá, durante horas gritando cada vez mais, sem me cansar, sem reclamar. O jogo acabou, a vitória não veio e a má fase não existia. Desclassificados da Libertadores, derrotados um jogo depois, mas o Palmeiras não se deixou levar por isso. Disparamos no campeonato, assumimos a ponta, ficamos ali muitas rodadas, e foi a demissão do Luxemburgo, a venda de Keirrison e a contratação de Muricy que levaram o Palmeiras a uma ladeira sem fim. A liderança foi ficando distante e a classificação na Libertadores não se fez concreta. Chorei muito, pois estaria o Palmeiras ganhando o segundo titulo na minha frente, aos meus olhos. Vi o Palmeiras ser campeão do paulista com Mago e o Kleber, mas não estava satisfeita. Foi decepcionante, mas foi um fortalecimento. Pois quantos torcedores de "temporada" surgiram com a liderança na tabela? Muitos. E quantos continuaram no momento que o Palmeiras mais precisava? Poucos. Se é que ficou algum. Houve aqueles ainda, que mesmo torcendo a longo prazo, desistiram naquele momento. Mas e os apaixonados? Se fizeram presentes... ou melhor, continuam presentes. Mesmo com tudo isso que aconteceu no campeonato, não é um ano pra ser esquecido. Pelo contrário, é uma lição. Uma queda em que todos nós nos levantamos mais fortes. Veio ano de 2010. Campeonato Paulista, e o Palmeiras já chega goleando, estávamos certos então, que ali tinha um time novo. Com uma nova disposição, com garra. E os que ali estavam presentes, não honraram a palavra de seus torcedores. E o único jogo no qual eu gostaria que o Palmeiras tivesse ganhado, não ganhou. O último jogo que meu avô assistira. Um jogo contra os gambás. Logo meu avô, que era palmeirense fanático, e que nos levou ao bom caminho. Ensinou ao meu pai os prazeres da vida alviverde, que ensinou a mim e ao Pedro desde pequeninos que Corinthians é um time deprimente, freguês, e sem história, que nos proibia fazer menção a esse timeco de outra maneira, a não ser de "certo time". Que nos ensinou a amar o Palmeiras e, além de tudo, que ele é o nosso time. Cada jogo é uma memória do meu avô, que era um homem maravilhoso e sempre estava com seu radinho escutando o jogo. E a ele agradeceremos sempre, pela alegria que nos deixou em vida, a alegria de bater no peito e dizer: "Eu sou Palmeirense". E na tristeza por ter perdido esse homem das nossas vidas, os jogos do Verdão se tornaram ainda piores, e a tristeza de ver o Palmeiras terminar o Paulista em 10° lugar.
Queríamos muito que ele estivesse vivo, nas oitavas de final da Copa do Brasil. E contra quem era o jogo ? Atlético-PR. Estava eu diante de uma "decisão". Passei 5 horas na fila, para comprar os ingressos e presenciar aquele momento único. E o Palmeiras ? Com novo técnico, me trouxe se não o melhor, o dia mais inesquecível da minha vida. O Palmeiras empatou, aos 43 do segundo tempo, livrando-se dos pênaltis e se classificando. E lá estava eu, gritando, sorrindo sem ter o controle total sobre aquele sorriso, que aparecerá, e se fez presente enquanto cantando calamos a Arena da Baixada. Estava ali, valendo cada segundo que passamos na fila.
E aquele sorriso que se fez presente ali permaneceu até o jogo contra o Atlético-GO, outro Atlético estava presente na nossa vida, e porque não acreditar que a história se repetiria ? E o sorriso que seria certo mais uma vez em meu rosto, desapareceu e deu lugar às lagrimas. Palmeiras sem vontade nenhuma de vencer, de ganhar, de avançar. Um jogo que era pra golear deixou ser levado para os pênaltis, menos mal até aí, porque um time grande como Palmeiras iria honrar sua história. E de todos aqueles jogadores, o nosso santo foi o único que representou as emoções dos torcedores, pois cada pênalti mal batido do nosso lado, e que fazia com que o goleiro adversário defendesse, o nosso goleiro se mostrou presente e defendia também. Mas nem o São Marcos fez com que a gente seguisse adiante. E a desclassificação bateu novamente à nossa porta. Demissão do técnico, confusão entre jogadores. Chegou a Copa do Mundo, e "enrolamos" até seu inicio. Foi torturante passar um mês sem vê-lo jogar, e os jogos da seleção não supriam essa necessidade.
E então, quando acaba a Copa, o Palmeiras como sempre, surpreendeu cada um de nós, trazendo novamente Felipão, Valdivia e Kleber, trazendo jogadores, para que o Palmeiras honre sua história de maneira incondicional e nos traga títulos. E se não for esse ano? Não tem problema, porque o nosso técnico campeão mundial não vai arrumar um time com erros de anos em apenas meses não é? Pra que pressa? Eu tenho a vida inteira par sorrir ao lado do Palmeiras. Pois tudo devo a esse time, que me mostrou que é sobre futebol que eu falo, que eu me expresso, que eu me identifico. Pois enquanto as mulheres estão em suas rodinhas falando sobre roupa, filhos, marido, eu estou nas rodinhas de homens acompanhada pelo meu pai, falando sobre futebol. E é isso que eu escolhi como meu futuro, minha vida. Jornalismo esportivo, por que não? Sair falando por aí o quão maravilhoso é o Palmeiras, e como o futebol influenciou a minha vida.
E hoje, aos quase 15 anos, tenho uma camisa autografada, fotos com os jogadores do meu clube, o sonho de ser Jornalista Esportiva, e os maiores apoios que alguém gostaria de ter. Minha mãe, meu Pai e meu irmão. E claro, a certeza que é o Palmeiras que eu vou levar pro resto da minha vida. Porque quando o Palmeiras for campeão eu que vou comemorar, e quando a derrota chegar, sou eu quem vai chorar. Afinal de contas, eu sou a torcida que canta e vibra.

Amanda Martins Spolador, 14 anos
Curitiba/PR

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Sou de Campo Grande-MS e me ‘descobri’ palmeirense em 93 (com 8 anos). Meu pai é gambá, sempre tentou influenciar meus irmãos comprando camisetas e afins pra eles, pra mim nunca nem tentou, pois nunca imaginou que a filhinha dele ia gostar de futebol. Sorte minha, porque não me imagino gambá. No final, nenhum de meus irmãos gosta de futebol, a única apaixona sou eu, hoje minha mãe é palmeirense e me acompanha quando dá.
Fui em todos os jogos e treinos quando vieram pra CG, duas vezes contra os bambis (ganhamos), uma contra o botafogo ( 0 a 0), contra o Cene-MS ( ganhamos). Fui pra SP a primeira vez em 2002, tenho parentes que moram lá. Cheguei na Barra Funda e minha tia falou: -Que que você quer conhecer em Sampa? Nem pensei duas vezes e respondi: O Palestra Italia! Ela, gambá como meu pai, me levou, mesmo à noite, estávamos pertinho, e tirei minha primeira foto naquele muro verde.
Nessa mesma viagem fui ao CT do Palmeiras, mas não consegui ver o treino, mas conversei com todos os jogadores na saída (Marcos, Arce, Luxemburgo, Pedrinho, Lopes...). E fui ao jogo contra o Flamengo, na reestréia de Luxemburgo em 2002, era um sonho! Entrei no Palestra encantada! E vencemos de 3 X 2 de virada, com gol do Itamar no final (alguém se lembra do Itamar? rs.). Nesse mesmo ano vi meu Verdão cair pra segundona, mas nunca deixei de torcer e acreditar! Assisti a todos os jogos da segundona na Record, e que felicidade aquele título! São tantas lembranças... dos times de 93-94, dos 100 gols no paulista de 96, em 97 ( no dia do meu níver 21-12) empate com o Vasco  e fomos vice. Teve a Mercosul, Copa do Brasil de 98, 99 e a tão sonhada Libertadores, que na final, quando perdemos o primeiro pênalti, quase morri do coração! Tóquio, aah, Tóquio, nunca vi um jogo tão pregada, já estava há dias sem dormir de ansiedade. Em 2000, todos só lembram que tiramos os Gambás, ok, foi maravilhoso nosso Santo, mas estão engasgados aqueles jogos contra o Boca, dois empates de novo e perdemos o bi da libertadores.
Esse ano fui pra Sampa pela segunda vez, consegui ir ao jogo contra o Flamengo de novo (só que dessa vez o do Piauí) na copa do Brasil. Estava um dia frio, o Palestra não estava cheio, mas foi maravilhoso! Ganhamos de 4 a 0,com um golaço do Edinho.
Feliz o dia em que graças ao twitter conheci  por acaso o blog ‘Passione Verde’ , amo os textos, e adorei saber que são meninas que escrevem também, e que não moram em SP. Palmeiras é isso, são homens, mulheres, crianças, apaixonadas e perdidas pelo Brasilzão a fora.  Nunca tinha comentado em nenhum texto,mas também nunca deixei de ler e agora estou aqui e espero participar dessa homenagem ao nosso Verdão!! 
Dia 26, minha cidade CG fez 111 anos e o Verdão 96 !!!  =)

Talita Andréia Fernandez, 24 anos
Campo Grande/MS

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