quinta-feira, 2 de setembro de 2010

PALMEIRAS, COM “VERGONHA NA CARA”, LUTA E ARRANCA EMPATE NO PASTO DO MARACANÃ

Mesmo que a data não signifique lá grandes coisas, esta quarta-feira foi importante pelo jogo do Palmeiras no Maracanã, estádio tão famoso e grandioso, com perdão do pleonasmo, quanto está ruim o seu gramado. “Não sei de onde” choveu para que houvesse aquelas poças de água no início do jogo, sem falar nos buracos e na areia. Mas parece que o interesse de se ter um gramado aceitável no Brasil é só para 2014, “poizé”...

Pois bem, o Fluminense é líder do Campeonato, com ótima campanha até agora, não perde desde quando a Espanha ainda era virgem de títulos na Copa do Mundo, tem um técnico que ajeitou bem o time, possui grandes nomes no setor ofensivo. Para um time em formação, e instável, como o Palmeiras, poderia significar tanto medo quanto um desafio. Uma derrota abalaria ainda mais os ânimos, uma vitória poderia dar, além de melhor posição na tabela, “moral” para um time desacreditado. Não aconteceu nem uma coisa, nem outra, mas o resultado não foi de todo ruim, principalmente tendo em vista a forma como as coisas aconteceram.

Depois de abraços pra lá e pra cá, a bola rolou e o jogo começou bem equilibrado, afinal, se a situação dos times é diferente, o objetivo é o mesmo: vitória. Apesar da escalação defensiva, o Palmeiras foi para o jogo, assim como os donos da casa, que provavelmente se despediram do Maracanã como temos hoje. Marcação forte para os dois lados, tentativas ofensivas também. E quando parecia que o Palmeiras, mesmo sofrendo com Kléber muito isolado e falta de laterais efetivos na criação, iria abrir logo o placar, o Fluminense mostrou sua eficiência. Sempre dizemos que Kléber e Valdívia são ótimos, mesmo que o chileno ainda não tenha alcançado sua forma ideal, mas é complicado ter apenas dois homens de referência. Além de facilitar a marcação adversária, Kléber fica isolado demais e sempre falta alguém de qualidade pra chutar a gol, até porque o nosso K30 não é um K9... Já o Fluminense, aos 15 do primeiro tempo, criou jogada com “Uóshito”, que foi desarmado na área, mas tinha o Conca para tentar um chute que, sem querer, parou nos pés de Emerson livre para dominar e marcar. Os três zagueiros se posicionaram mal, não abafaram, permitiram a jogada ficando muito próximos do Santo, que não impediu o gol.

Depois disso, quem esperava um Palmeiras recuado se enganou. Podemos reclamar da falta de opções nas laterais, meio ofensivo e ataque, mas ultimamente não podemos falar “um a” da determinação em campo. Ainda no primeiro tempo, com Marcos trabalhando pouco, o Palmeiras criou suas chances e concluiu, com Kléber, em um gol mal anulado pelo juizão. O K30 recebeu a bola dentro da área, parecia que era passe de Edinho, mas na verdade houve toque do zagueiro tricolor, sendo assim o gol anulado era legal. Apesar de custar caro, além das péssimas lembranças de outro jogo no mesmo local e contra o mesmo adversário, o lance era bem difícil. Mas aí complica, né juizão? Até porque, houve outros lances com falta de seriedade/qualidade por parte da arbitragem.

Mas sabe aquela eficiência Fluminense no gol deles? Então, pouco, ou até mesmo nada disso, foi visto durante o restante do jogo. Além de uma forte marcação palmeirense, a impressão é de que 1x0 parecia ótimo para os caras. Tiveram suas chances, mas a busca do Palmeiras em reverter o resultado era maior que a vontade fluminense de aumentar o placar. Apesar de Valdívia fora de forma, e além da necessidade de alguns jogadores (como Rifalso e Márcio Araújo) mostrarem algo mais, o time jogou com consistência. E Kléber, já se torna redundante dizer, não desiste nunca. O Gladiador teve que lutar contra a zaga fluminense, recebeu umas 30 faltas, até que Leandro Euzébio foi expulso, já depois dos 40 minutos de segundo tempo. Além disso, houve algumas chances de ambos os lados, com o goleiro tricolor, Fernando Henrique, fazendo suas boas defesas, e Marcos realizando duas grandes defesas seguidas.

Depois da falta cobrada por ocasião da expulsão de Leandro Euzébio, já no finalzinho do jogo, o Fluminense desperdiçou um contra ataque e viu Marcos, “abusadinho”, fintando “Uóshito” e mandando a bola para continuar logo o jogo. Foi aí que Tinga fez bom lançamento, encontrando Edinho, que cabeceou (para trás, dando condição legal) para Ewerthon. O camisa 88, personagem atual numa página de fofoca de um site humorístico sobre futebol, dominou e bateu, mandando a bola para o fundo do gol. Gol do Palmeiras, aos 48 do segundo tempo, empate com misto sabor de “vitória” / “podia ser vitória de verdade”.

Falta muita coisa, é claro, o time ainda está em formação, mesmo já sendo setembro, mas dá gosto ver a vontade e determinação em campo. É esse o Palmeiras que queremos ver. É esse o Palmeiras que vamos apoiar até o fim. É esse o Palmeiras que, se não conseguir reverter resultado ruim pela qualidade, vai conseguir pela raça e pela força da camisa. É isso o que nos dá alguma esperança.

Créditos da foto: Terra.

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