Houve um intervalo tão grande na Copa Sul-Americana (o que, se não me engano, é comum) que, não fossem as emoções que vivemos no último jogo do Palmeiras, há meses, emoções que só os palmeirenses conseguem compreender, muitos teriam se esquecido dessa disputa. Isso sem falar na vaga para a Libertadores, que devido aos acontecimentos do último ano tornou-se questão de honra, o que faz da Sul-Americana muito importante.
Pela honra os antigos lutavam valendo vida ou morte. Devido ao futebol apresentado, não podemos dizer que hoje o Palmeiras lutou por vida ou morte, mas é fato que teve vários adversários. O gramado era tão ruim que senti saudades do Engenhão; teve a famigerada altitude que atrapalha muito os jogadores; o árbitro anulou um gol legal de Lincoln e deixou de marcar um pênalti, além de não conter as cavaladas bolivianas; tivemos também como adversários todos aqueles cavalos vestidos de vermelho e, como se não bastasse, uma bandinha insuportável tirando a paciência de todo mundo. Hells, o que foi aquilo?
Notou que não comentei o futebol dos Universitários de Sucre? É, porque dos males foi o menor. Ô time ruim, compensa a falta de qualidade técnica nos coices.
Não vi boa parte do primeiro tempo, portanto, me abstenho de comentar. Mesmo com meu esforço e da família, não consegui chegar a tempo. O primeiro som que ouvi do jogo foi um grito de gol, a primeira imagem foi de Deola comemorando. Comecei bem. E por falar no gol, vi muita gente reclamar na ocasião da contratação de Assunção, que chamavam de velho e lerdo, mas tem sido “o cara” para esse Palmeiras que sofre com a falta de um matador.
Não sei se já estava assim antes, mas depois do gol tivemos um jogo chato, piorado devido a banda boliviana que, nada tira da minha cabeça, foi contratada para tentar atrapalhar o Palmeiras. Se atrapalhou eu não sei, mas foi difícil assistir enquanto não optei pelo mudo.
Ainda no primeiro tempo, Valdívia saiu lesionado, sentiu a coxa. Como o jogo não estava tão preocupante, e como o Derby é o Derby, não houve quem não se preocupasse: esperamos que o Mago esteja bem para jogar contra nossos amigos gambás – que, aliás, passam por ótima fase nesse roubadão 2010/ edição centenada. No lugar de Valdívia, entrou Lincoln. E o jogo permaneceu chato, com poucas chances para os dois times e Deola anunciando que faria ótima partida.
No segundo tempo o Palmeiras estava cansado. Nosso time, em boa parte do tempo, deixou o Sucre atacar, ou teve tentativas frustradas de ampliar o placar. O meio, ineficiente, Kléber precisando de companhia. Além disso, o Palmeiras sofria com a delicadeza dos adversários pouco violentos. E apesar da falta de técnica, favorecidos pela altitude e pela postura palmeirense, os adversários fizeram Deola trabalhar. Nosso goleiro mostrou belo serviço. É claro que Assunção fez o gol que decidiu a partida, claro que o juizão quis aparecer com suas pixotadas, mas o nome do jogo foi Deola. Seguro, e com qualidade, fechou o gol com ótimas defesas, e nem ele se livrou de apanhar.
Quando parecia que ficaríamos por isso mesmo, aos 35 minutos, depois de chute de Kléber defendido pelo goleiro deles, Lincoln aproveitou o rebote e finalizou, gol do Palmeiras. Não para o senhor Victor Carrillo, que invalidou o gol legal. Está certo que o Sucre tem um time ruim, que o próximo jogo é em casa, mas esse gol pode significar muito na decisão dessas oitavas de final. Minutos depois ainda teve um lance duvidoso em Rivaldo, que a meu ver (e da grande maioria) foi pênalti claro, mas o árbitro deixou a bola rolar.
Poderia ser um resultado de 2 ou 3x0, praticamente fechando a classificação, o Palmeiras foi impedido por erros de arbitragem e isso nos frustra. Mas também poderia ser um empate ou derrota, o que foi impedido pela ótima atuação de Deola. 1x0 é vitória “magra”, mas é vitória, estamos em vantagem. Na semana que vem tem mais, em Barueri. Espero que seja um jogo melhor, espero que a arbitragem não cometa tantos absurdos e, principalmente, espero classificação. É a chance de conseguir a vaga na Libertadores e, além disso, não me importa se a Sul-Americana é pouco considerada, quero o Palmeiras campeão em qualquer coisa que disputar.
Foto: Reuters/Terra.
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