domingo, 6 de fevereiro de 2011

TOLIDERANDO 0 X 1 TOLIMINADO , CLÁSSICO É CLÁSSICO.

Não adianta fingir que não estou puta com o resultado do clássico, que é até difícil chamar de “jogo” pela importância que damos ao evento. O palmeirense que se diz indiferente é tão ilegítimo quanto o curintioso que finge não se importar. O clássico é tão importante que até torcedores de outros times, ou mesmo aqueles de time nenhum, que fingem saber algo de rivalidade, gostam de dar pitacos, escolher um lado e comentar. Alguns até tentam provocar, querendo em vão sentir o gostinho de algo que não conhecem.

Não vou falar muito do jogo. Falar que um péssimo jogador fez gol enquanto outro ótimo jogador perdeu tantos, falar que um goleiro ruim foi o nome do jogo e que Felipão deveria ter acertado a marcação no meio – já que desde o começo do jogo essa falha palmeirense estava na cara, enfim, falar de tudo isso é comentar detalhes. Assim como estarei comentando detalhes ao lembrar a péssima atuação da arbitragem. Em clássico, o que importa é o resultado.

Alguns reclamam até demais. Outros não dão o braço a torcer. Poucos se calam. Eu prefiro escutar calada a provocação dos adversários que precisaram me suportar em outros momentos, desde que seja provocação legítima e não uma reação que busca pretextos para desfazer amizades (pois intolerância ao intolerável é minha regra). Eles também têm direito a se divertir, afinal, se dizem tão sofredores que às vezes sinto pena. E é até engraçada a forma como, diante da vergonha que têm passado nos últimos dias, os rivais encontraram nesse 0x1 um motivo de euforia sem tamanho. E é de se entender, pois como disse antes, clássico é clássico. De certa forma, o campeonato não importa. Eles sabem que continuam em péssima situação enquanto nós sabemos que continuamos líderes. O resultado do clássico tem outro nível de importância. Se há como destacar um lado bom disso para nós, além de ainda sermos líderes, é que uma vitória daria a falsa ilusão de que o time está completo. E não está.

A irritação vai demorar um pouco. Ao contrário daqueles que usam frases sem sentido, eu não preciso fingir que não me importo. São coisas da rivalidade. E se a rivalidade deixasse de existir, levaria consigo parte da graça do futebol. Basta ver como os que não participam disso buscam se envolver de alguma forma, querendo sentir também um pouco dessa “graça” (me desculpem o termo bambi) que há no verdadeiro futebol. Como disse de manhã, e não tenho motivos para deixar de repetir: odeio esse curintia, odeio perder para esse curintia, mas mesmo que seja ruim admitir, o futebol não seria tão bom se houvesse apenas Palmeiras, ou apenas Corinthians (aí seria horrível). Eis uma verdade incontestável.

Amanhã um Obina da vida faz três gols e nós voltamos a comemorar e rir, como estão rindo eles do lado de lá. As estatísticas mostram que a possibilidade disso acontecer para o nosso lado é maior que a deles. Sei que pelos próximos dias vou olhar atravessado para aqueles que fazem piadas, como eles olharam atravessado ao avistar meu sorriso irônico por tantas vezes. Hoje é a primeira vez que perco para o curintia sem a velha enxaqueca. As pessoas sabem que continuo dando a mesma importância insana. Mas é que hoje alguém que, por mais que eu insistisse, nunca tinha me proporcionado nada que valesse a pena, enfim fez valer as chances que dei para sua permanência em minha vida: ensinou-me que certas coisas são boas mesmo quando ruins, apenas pelo fato de que seria um pouco chato viver sem isso.

créditos da imagem: portal terra.

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