Os atacantes fizeram a parte deles. Em duas ótimas jogadas dos meias, Obina e Keirrison ajudaram o Palmeiras a abrir 2 x 0 no placar. Os defensores não. Em duas cagadas, o Barueri empatou e ainda teve a chance de virar quando Wendel foi expulso. O “Madureira” não foi o maior culpado hoje, mas os “Marcos” falharam e comprometeram aquilo que seria uma boa vitória. Resultado, até certo ponto, injusto para estragar a noite proveitosa do ataque alviverde, além de mais um tapa na cara dos torcedores. Ê fase!
A Arena Barueri recebeu um público modesto nesta noite fria e chuvosa de domingo para os paulistas. De um lado, um Palmeiras cabisbaixo pelo empate de quinta contra o Nacional, que nos complicou na Libertadores. Do outro, um Barueri sem vitórias ainda na série A. E o primeiro tempo refletiu esse desanimo. Mal foi dado um chute ao gol e as boas jogadas deram lugar a lances grotescos dos dois lados. Um joguinho bem vagabundo.
Na segunda etapa, os times voltaram melhores e Diego Souza ajudou a tirar a zica de 6 meses de Obina. Boa jogada pelo meio e lindo passe, o baiano dominou e bateu no canto de Renê. Muita comemoração dos jogadores. Nem 5 minutos depois Cleiton Xavier avança pela direita e cruza certeiro para Keirrison bater de chapa e deixar o dele. Vitória? Pergunta para o Marcão. Em lance bisonho na área, Marcão caiu e continuou sentado, vendo Pedrão, sem causar preocupação nenhuma de nossos defensores que apenas observaram, bater para o gol com a bunda ainda no gramado molhado. O mesmo camisa 9 empatou a partida em falha na saída de bola, dessa vez com Marcos. Noite infeliz do Santo, que já havia rebatido outras bolas perigosamente.
Resultado indiscutivelmente ruim. Agora, o Verdão chega à marca de 5 jogos sem vitória e 3 empates seguidos, com um aproveitamento no Brasileirão de até agora apenas 41,7%. O resultado foi péssimo, sim, mas foi injusto. Com Obina ou sem Obina, o problema do Palmeiras é na defesa e nas laterais, mas parece que ninguém da diretoria e comissão técnica vê isso. Quem não quer Pierre, Cleiton Xavier, Diego Souza e Keirrison? E quem quer Marcão, Wendel, Fabinho Capixaba e até Pablo Armero, que vem mostrando em seguidas partidas ser no máximo um jogador regular? Até o Vitória da Bahia, no Palestra, tem uma semana, que essa não seja jogada fora como as duas últimas. Trate de treinar esse time, ô “profexô”, ou a sua batata vai queimar, aliás, queimada ela já está, agora ela vai é torrar! Créditos da foto: Uol Esportes.
O Palmeiras teve uma semana cheia de novidades e personagens em foco. Porém, quando em campo as coisas não vão bem, alguns personagens ganham destaque.Podemos assim dizer que foi a semana da dupla sem vergonha. É, porque juiz que não marca pênalti legítimo, mesmo estando “em cima” da jogada, é no mínimo sem vergonha. E o que dizer, então, de treinador que erra e tenta se esquivar colocando a culpa, responsabilidade, e foco de polêmica (para tirar o seu da reta) em outros?
Saudade: O, sempre nosso, Gladiador foi ao Palestra no domingo para ver o clássico contra o São Paulo. Sobre jogar contra o Palmeiras, disse que é profissional, mas se fizer gol não comemora. Afirmou também que quer voltar. Nós também sentimos sua falta, Kleber (e como).
Boletim de Ocorrência: É o que deveríamos fazer contra o Sr. Rodrigo Braghetto, que nos passou a mão em 3 pontos. Que não me apareça mais por aqui! A revolta é tanta que, segundo a súmula do juizinho, o próprio Belluzzo foi reclamar no vestiário dos árbitros.
O Reclamão: É claro que o Luxemburgo não iria comentar a atuação do time (que poderia ser muito melhor e ganhar mesmo com pênalti não marcado), ainda mais quando existe de fato algo do que se reclamar. Falou do juiz, disse que o chefe de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, coronel Marcos Marinho, deveria tomar uma atitude, mas não valeria a pena para esse tirar a camisa do São Paulo. Resultado? Marcos Marinho quer Luxemburgo no banco dos réus da justiça desportiva. Sobre o apito vestindo camisa não menciona nada.
O Santo: São Marcos, após salvar o time de vergonha no clássico de domingo, renova o contrato com o Palmeiras por mais 5 anos. A pretensão é que continue como goleiro por mais dois anos e faça parte da comissão técnica pelos 3 anos seguintes. Em minha opinião deveria ter um contrato vitalício e não um busto, mas uma estátua, guardando o clube.
Segunda Pele I: A adidas lançou um anúncio de encher os olhos do torcedor, com direito a Pierre dizendo que a camisa do Palmeiras é a segunda pele do jogador, grito de guerra e jogadores “tatuando” o escudo no peito. Há uma promoção sendo vinculada, acreditamos que é relacionada à nova camisa.
Segunda Pele II: Falando em nova camisa, segundo Milton Neves e Mauro Beting (programa Concentração do dia 28/05), uniformes novos: o 1 é verde, claro; o 2 branco, ainda bem; e o 3 será azul e branco, com a Cruz de Savóia no lugar do escudo do Palmeiras. Que pena não ver a Cruz de Savóia numa camisa verde, mas é melhor que cor de marca texto...
Novidade da semana: Obina, vindo do Flamengo, em má fase e sem fazer gols há 17 (agora 18) partidas, é o novo reforço do Palmeiras. Teste cardíaco na torcida para o que viria na quinta, o jogador foi comemorado por Belluzzo e pelos jogadores. Mesmo fora de forma e não entrosado com o time, Obina entrou em campo nessa quinta-feira e mostrou vontade, mas ficou apenas nisso (além de mostrar que pelo menos nosso estoque de cartões ele vai reforçar). Tudo bem, diante da atuação do Palmeiras no jogo quase não temos o que falar de Obina. Alias, O BI NA LIBERTADORES é uma dúvida, mas nós vamos torcer e (tentar) acreditar.
A saga do ingresso pra burguês: O aumento no preço do ingresso foi tanto (arquibancada por R$ 40,00?) que no clássico de domingo o Palestra tinha uma grande lacuna. Assim, Belluzzo reuniu-se com membros de organizadas para discutir valores dos ingressos para o Brasileirão. A idéia é diminuir o preço e não prejudicar o verdão. Minha opinião é de que se os ingressos dobram de preço e a torcida presente divide-se pela metade, é melhor ter casa cheia. Segundo Belluzzo, as idéias giram em torno de investimento no programa sócio-torcedor, bem como em desconto para os torcedores que vão mais ao estádio.
Capixaba e pedido de apoio: Luxa escalou Fabinho capixaba no jogo de quinta (categoria) contra o Nacional. Pediu apoio da “turma do amendoim”. Disse ainda que voltar-se contra ele é voltar-se contra o time. Pois é...
Ai, meu coração: O jogo contra o Nacional, pelas quartas de finais da Libertadores, ocorrido nessa quinta-feira foi tão lamentável que a única coisa que tenho a dizer é: Nacional comemorou, precipitadamente e como vem fazendo desde quando pulou as oitavas de final de forma ridícula, como se já estivesse nas semi finais. Mas como vou reclamar, se o Palmeiras fez por merecer? Ai, meu coração...
Visitante no Palestra: Se no clássico de domingo tivemos Kleber Gladiador, na quinta-feira quem torceu (sofreu?) pelo time no Palestra foi Diego Cavalieri. Verdade seja dita, a torcida feminina deve ter adorado...
“Burro” é ofensa aos burros: Após a triste partida de quinta-feira, marcada por visivelmente péssimo trabalho do Sr. Luxemburgo, esse saiu vaiado pela torcida que o chamou de burro. O indivíduo citado, que nunca assume um erro e jamais diz que vai correr atrás do prejuízo, colocou a culpa da derrota na torcida, que não teria apoiado o time como, segundo ele, outras torcidas o fazem (comparar torcida é de f...., hein...). Não bastando, quis por a culpa na falta de jogador diferenciado, colocando defeito no elenco que ele mesmo formou e ainda dizendo que Keirrison e Diego Souza não têm talento para decidir uma partida. Lamentável, lamentável... Esse senhor pede apoio da torcida para Fabinho Capixaba, reclama do excesso de “cornetagem” da torcida, para depois ele mesmo reclamar do elenco. Ridículo da sua parte, Sr. Luxemburgo, não cabe a um técnico fazer isso, mesmo com péssimos jogadores, muito menos com dois dos mais destacados membros do time e decisivos no único gol do time na partida. Por mais que exagere às vezes, a torcida tem o direito de reclamar, assim como o técnico tem o dever de trabalhar direito e incentivar o time. Ainda tem a audácia de se vangloriar por títulos do passado, é claro, ele precisa do passado pra mostrar que é bom. Depois dessa, a única coisa que digo é: burro é ofensa, para os coitados dos burros que são comparados a um ser humano desse nível.
Mano Menezes: Com muita educação, dizendo respeitar a opinião de Luxemburgo, o técnico do Corinthians, indagado pela imprensa (que obviamente quis fazer polêmica com o assunto já polêmico) sobre as declarações de Luxemburgo, de não ter um jogador como Ronaldo e Nilmar, afirma que Diego Souza e Keirrison são sim jogadores decisivos. É o mesmo discurso dos jogadores do Palmeiras. Imagino que o próprio Luxa saiba disso, ele só queria tirar de si o foco da culpa.
Reinaldo: O suposto novo reforço não vem mais. Os turcos do Manisaspor o querem jogando lá, na primeira divisão do futebol do país.
Almoço pela Paz: É, os dirigentes de Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo almoçaram juntos nessa sexta feira no CT Rei Pelé. A justificativa era busca de relação pacífica entre os clubes, abalada durante o Campeonato Paulista, e volta de mando de jogo do Corinthians no Morumbi. O São Paulo quer o dinheiro do aluguel do Panetone, mas os gambás estão irredutíveis (eu sou a favor de alugar o estádio para balada gls, o próprio Juvenal Juvêncio disse que o estádio precisa de calor, nada mais propício). Houve também discussão sobre a formação de um G4 paulista e vários acordos.
Skank: A banda mineira visitou a academia neste sábado, jogou contra a comissão técnica e venceu por 7 a 5. Prefiro me abster de comentários, é capaz de me censurarem por sugerir certos nomes como reforço...
O amanhã: Nesse domingo tem jogo contra o Barueri. Luxa escalou Henrique, lateral direita vindo do Ituano. Esperamos o início de uma semana melhor.
A primeira edição do Sintesi Settimanale fica por aqui, com um vídeo de apoio ao Palmeiras na Libertadores, feito pelo Globo Esporte. Até semana que vem!
Fontes: Globo.com; 3vv, PTD e “fofocas” de Milton Neves e Mauro Beting.
Diga-me, palmeirense, do fundo do coração, qual o tamanho da sua decepção hoje? A minha é enorme. Eu esperava um time de brio, time de Libertadores, como nos tornamos dentro da competição. Eu vi um time assustado, desarrumado, nervoso, desequilibrado, desatento, enfim, completamente aquém do necessário. Caímos na real hoje: o brio desse time só aparece quando é provocado. Montevidéu, 17 de junho, é matar ou morrer. Então, Palmeiras, isso é uma provocação: jogue bola, vença, cale a boca de quem tiver de calar, de novo! Raça Palmeiras!
Chuva, frio, gramado escorregadio, Palestra lotado e time favorito. Promessa de vitória? Nos últimos anos, não. Nesta Libertadores não conseguimos tantos bons resultados em casa. Em 5 jogos, o aproveitamento foi de 53,3%. Conquistamos pouco mais da metade dos pontos sob nossos domínios, tomamos gols em 3 dos 5 jogos, marcamos 5 e levamos os mesmos 5. No começo até parecia que a coisa ia andar, o time chegou, tocou a bola, variou as jogadas, mas de repente uma pane colocou as equipes em equivalência. Chutão de um lado, faltas do outro e, fora de campo, um técnico irreconhecível.
Chegamos aos 20 do primeiro tempo sem fazer grandes coisas, tem solução? Para Luxemburgo, hoje, os problemas seriam resolvidos com Obina e Marquinhos. O primeiro entrou com vontade, o segundo não comprometeu. Mas, onde mesmo estava a necessidade disso? Conseguimos criar duas boas jogadas, uma com Diego que recebeu de Keirrison e se desequilibrou na área, noutra o 7 retribuiu o 9, que chutou para fora, com a bola passando muito perto do gol.
Segundo tempo diferente somente no placar, porque o show de horrores continuou. Difícil me recordar de outro jogo nesta temporada em que o time errou tantos passes. Apesar dos pesares, Keirrison rolou, Diego chutou forte e o goleirão deu uma forcinha. Abrimos o placar e, mesmo com o futebol sofrível, tínhamos a faca e o queijo na mão. Era ter paciência que o segundo sairia. Luxemburgo não teve, tirou o cara que poderia fazer esse segundo gol, para colocar um volante de qualidade para lá de questionável.
Como diriam os mais antigos, o castigo veio a cavalo. A mesma desatenção e moleza levou ao gol de empate do Nacional. Quem o Marcão estava marcando? Por que tanta liberdade? Trágico. Tentamos empatar, mas com a vontade e qualidade desta noite de quinta-feira, não conseguiríamos nem se o jogo tivesse um terceiro tempo. Ganhamos o que merecíamos por tanta displicência e distração. E mais, por sucessivos erros do nosso técnico, que foi o péssimo dos péssimos.
Um jogo para se esquecer, onde os homens foram mal. Os homens em campo, o homem no banco, e outros milhares na arquibancada, apáticos e atônitos quase 90 minutos, assim como o time. A partida de volta acontece apenas em 17 de junho. Até lá, amargaremos o gosto de derrota do empate de hoje. Depois de lá, poderemos amargar ainda mais esse gol, fruto de desatenção. Ou então, de novo, podemos nos superar, arrancar uma classificação sofrida, conseguir o improvável. Torceremos por um milagre, para que o raio caia mais uma vez no mesmo lugar. Dependemos de aventura novamente, mas até quando vamos conseguir feitos heróicos? É dar chance demais para o azar. Pelo menos que nossa sina se repita. Créditos da foto: Terra.
Os anos passam, os jogadores vão embora, os clubes contratam e a palhaçada continua. O mesmo time beneficiado. Um roubo escandaloso voltou a acontecer no Palestra Itália neste domingo. Jogamos melhor, também demos bobeiras, principalmente graças à falta do Pierre no meio, Marcos foi pela milionésima vez São Marcos, mas o roubo foi sobressalente a qualquer superioridade técnica e tática. O time do outro lado do muro tem mais elenco que o Palmeiras, ponto. Mas é um time medíocre, que joga apenas com bolas pelo alto, não tem armação, não tem jogadas, não tem padrão ofensivo, é um uma equipe retranqueira, joga como timinho e é regularmente campeã por forçar ocultas. O meu time? Esse ganha na raça, na vontade, limpo e honestamente.
Se não fosse o Marcos nós teríamos perdido? Sim, muito provavelmente. Não perdemos porque TEMOS o Marcos. Se não fosse o juiz elas teriam empatado? Não, com certeza não. Mas o São Paulo TEM a arbitragem do país nas mãos. Incrível o que aconteceu hoje. Pelo bem e pelo mal. Pelo bem uma partida primorosa do “San Marcone”, que fechou o gol nas duas etapas, fez defesas de colocação até algumas de puro reflexo. Mas indiscutivelmente todas foram de talento.
Juiz a parte, se é que é possível, fizemos um bom jogo, mas sofremos em fundamentos básicos. Por exemplo, na marcação pelo meio com Mozart e Jumar (mal escalado). Na frente pecamos nas finalizações e pelo excesso de tentativas de jogadas mais trabalhadas, criamos muito, finalizamos pouco. Faltou alguém para tabelar com Keirrison, que faz bom pivô. E também marcar mais pressão nas meninas já na saída de bola, para dificultar que a bola chegasse até Jorge Wagner e Hernanes, que são os únicos que constroem jogadas no time tricolor.
No segundo tempo o jogo ficou melhor na marcação com a entrada de Souza. Lenny também entrou, mas não fez a mínima diferença, não foi o companheiro que Keirrison precisava no ataque. Até que Diego Souza, em jogada individual, gira na área e é derrubado por Miranda. O SAFADO, de frente para o lance, não deu o pênalti. Não foi o único lance, foram vários, mas o tamanho do absurdo se destaca. Depois perdemos Maurício Ramos, expulso pelo segundo cartão, e ficamos pressionados para segurar o ataque das bichas. Voltamos a criar oportunidades, mas o gol não veio.
Eu protesto! Protesto pela arbitragem, pela ajuda leviana que este mesmo São Paulo, time de veado, tem toda temporada. Nos três jogos do Brasileirão eles foram favorecidos, mas nesse extrapolou. Palmeiras, não deixe por isso mesmo. Ponha a boca no mundo, grite, esperneie, coloque essa máfia do futebol brasileiro contra o muro! Deixamos de vencer um clássico em casa por conta de um roubo. Até quando? Até o tetra seguido das meninas? Eu quero dignidade nesse futebol, eu exijo! O torcedor que não assista passivamente, proteste, brigue, lute pelos seus direitos! Basta no apito rosa! Chega, Madonnão de novo não!
E senhor Rodrigo Braghetto, devolva meus 3 pontos!
Há quanto tempo não vivíamos entre o céu e o inferno, como em 2009? Esse clima de tempestade e calmaria já vem desde a pré-temporada, quando o time era considerado fraco e nem atacantes tínhamos. Semanas depois estreamos no Paulistão e começamos a ganhar uma atrás da outra mostrando um belo futebol. Chegamos em maio. Na Libertadores, estamos nas quartas de final e vivemos dias de grande alegria. Nem uma semana depois veio uma derrota para o Internacional, no Sul, do meu ponto vista considerada normal. E o mundo voltou a cair. Por que isso acontece com o Palmeiras? Será que não temos mesmo o time que pensamos? Ou será que nossa maior limitação fica por parte da torcida?
O jogo
Primeiro ponto e principal: jogamos mal. Poucas vezes em 2009 fizemos uma partida tão fraca, inclusive na criação, como a de ontem. Ficamos sem alternativas pelas laterais e sem inspiração pelo meio e, como nada acontecia lá na frente, atrás era um Deus nos acuda. O mau posicionamento não foi dos zagueiros, mas sim da marcação dos meias, muito frágil e atrasada. Como conseqüência do “catado” em campo na tarde de ontem, o visitante acabou sendo morto no contra-ataque, coisa que jamais pode acontecer fora de casa.
Palmeiras
Motivos são vários para termos perdido. O Verdão de 2009 é um time com coragem, já comprovada mais de uma vez, mas que oscila graças à falta de entrosamento e de experiência de alguns jogadores. Somos capazes de fazer partidas memoráveis e emocionantes e, ao mesmo tempo, de oferecer espetáculos de péssimo futebol e apatia. Alternamos boas e más partidas, inclusive taticamente, mas o momento é de crescimento, o próprio setor defensivo tem feito jogos melhores. E para ter uma equipe perfeitamente entrosada precisamos de paciência, aliás, de muita paciência. Entrosamento e elenco são coisas que não se constroem da noite para o dia, quanto mais no atual futebol brasileiro.
Internacional
O Inter tem um belo time. Sim, tem, mas nada fora do comum. Tem pontos falhos como todos os outros, mas tem uma vantagem que apenas o Cruzeiro e o São Paulo também têm: entrosamento. Mas não se engane, a paciência do “colorado” também foi grande. Com praticamente o mesmo time desde 2007, o clube gaúcho soube fazer renda com os sócios e com as revelações da base para então conseguir manter o bom nível do elenco. E diga-se de passagem, neste ponto eles estão a anos luz de nós. Isso não foi sinônimo de grande sucesso. Entra ano e sai ano o Inter vem sendo apontado como um dos melhores times, cheios de estrelas, favoritos a tudo. E não passou de Campeonato Gaúcho e o título e maior expressão foi uma Sulamericana. O momento da equipe vermelha e branca é o melhor desde a conquista da Libertadores de 2006 (chupa Ceni!).
Torcida
A falta de compreensão e de bom senso do palmeirense são marcas registradas, não é de hoje. Mais do que isso, nosso problema é a “rabugice”, isso quando não nos achamos demais. Até às 16h de domingo o Palmeiras era o melhor time do Brasil, seria campeão da Libertadores, “Dubai aí vou eu”. Depois disso caímos do cavalo. Só que cair do cavalo para o palmeirense significa “fim do mundo”. Desde então vivemos uma “revolução armada”. Quando isso acaba? Domingo, se vencermos o São Paulo no Palestra. Se não vencermos é bom fugir para as montanhas.
Brasileirão
Eu sou uma pessoa que não defende a adequação do nosso calendário ao europeu, mas alguma coisa poderia ser feita. É fácil constatar que o início do Brasileirão todo ano é de extrema falta de emoção, porque a maioria dos times, aliás, dos favoritos, estão envolvidos em competições paralelas e, obviamente, dando prioridade a elas. Até os grandes entrarem de cabeça no torneio ainda vão mais algumas rodadas. O bicho só vai pegar para valer em julho e, até lá, clubes, jogadores, torcedores e TV só terão olhos para Libertadores e Copa do Brasil. Perder um jogo fora nessa altura do campeonato não é catástrofe nenhuma, e sim uma coisa que deve acontecer muito até o desfecho da competição, devido ao nível similar das equipes, que só conseguem se diferenciar com o chamado “fator torcida”.
Diretoria
Sim, há um culpado, e ele não é o Belluzzo. Mas poderá ser o professor o responsável por uma guinada na administração do Palmeiras. Não dá para contarmos com vendas de jogadores, patrocínios e cotas de televisão para nos sustentarmos. É necessário um projeto muito bem feito para angariar sócios. Enquanto nosso adversário de ontem, o Internacional, tem mais de 70 mil sócios, o Palmeiras que figura entre as 5 maiores torcidas do Brasil, não vê seu contingente passar de muito mais do que 5 mil, enquanto nossa maior organizada tem 20 mil sócios. A importância é grande, pois assim teríamos uma renda fixa todo mês. Outro problema considerável são nossas categorias de base. Não adianta querer dar o pé na bunda da Traffic enquanto não podermos contratar com recursos próprios. Não conseguimos formar um time competitivo sem a empresa de marketing esportivo. Enquanto o mesmo Inter revela Pato, Nilmar, Renan, Tayson, Sandro, entre outros, nós revelamos quem? Nossa base é frágil e mal administrada. É preciso olhar com muito carinho para isso, talvez até mais do que com o time principal. É o nosso futuro. Se quisermos deixar de depender de parcerias, escusas ou não, para brigarmos por títulos só temos esse caminho a seguir.
Final de maio O mês chegou a sua segunda metade e teremos Libertadores e clássico regional pela frente. Que o time continue trilhando um bom caminho, que a diretoria se mexa e reforce o elenco, que consigamos deixar a torcida menos impaciente. Para o palmeirense um recado: sossega o facho, deixe de reclamar de barriga cheia, agora não é hora para chilique. Já passamos da época de grandes equipes, quando cada time tinha mais de 3 craques, e que um logo disparava por sua soberania técnica. Hoje não, o futebol está muito igual, ainda mais em terras brasileiras. E então, para que pânico? Se não temos um timaço, quem tem?
O que você faria num equivalente a 3 dias, 10 horas e meia, num total de 4950 minutos? Se você, por acaso, for Marcos Roberto Silveira Reis, com certeza, jogaria 6 Libertadores da América, chegaria a duas finais e conquistaria 1 título, sendo eleito o melhor jogador da competição no ano da conquista. Mas isso é para poucos e abençoados. Completando seus 17 anos de sua primeira partida com a camisa do Palmeiras hoje, 16 de maio, Marcos tem a cara do Verdão na Libertadores e não por acaso tem sido nosso principal destaque na competição deste ano, principalmente neste início de mata-mata quando pegou 3 penalidades contra o Sport, em Recife, na última terça-feira.
O nome dele é Marcos, mas desde 12 de maio de 99 ele passou a ser conhecido como “São Marcos” pelos palmeirenses, quando pelas quartas de final da Libertadores, o então camisa 12 defendeu 1 dos 2 pênaltis perdidos pelo Corinthians. Em 30 de junho de 2002 ele se tornou Santo dos brasileiros, sendo reconhecido milagreiro até pelos rivais. E no mesmo 12 de maio, mas em 2009, São Marcos voltou com tudo para o azar dos pernambucanos.
Campeão Mundial pela Seleção em 2002, vencedor e melhor jogador da Libertadores da América de 1999, entre outros tantos títulos honrosos, nosso São Marcos começou o caminho rumo à beatificação há exatos 3723 dias, quando estreou pela Libertadores há dez anos, ainda pela fase de grupos, contra o rival do Parque São Jorge, substituindo o titular absoluto Velloso, então contundido. Primeiro jogo e primeira derrota, 2 x 1 para eles. O dono da camisa 1 ainda não voltara para o início do mata-mata, mas o 12 deu conta do recado e não saiu mais debaixo de nossas traves.
De reserva de Velloso, como num passe de mágica, Marcos tornou-se ídolo, munido de elasticidade, colocação, reflexo, carisma, raça e muito amor à camisa. Foi o pivô da conquista das Américas e também da derrota para o Manchester United no Mundial de Clubes daquele ano. Nada que abalasse o Santo mais humano dentre os abençoados detentores dos poderes divinos, pecou e com o sofrimento pagou o pecado. Hoje quem pede perdão somos nós.
Marcos sobreviveu a tempestades, desceu ao inferno em 2003, passou pelo purgatório durante inúmeras e seguidas contusões, mas com a fé palmeirense, o Santo padroeiro dos guarda-metas recuperou seu lugar no paraíso. Com a volta de Luxemburgo ao Palmeiras em 2008, São Marcos retornou à titularidade. Já neste ano um novo reencontro: o de Marcos com os gols das Américas.
Em 2009 o Santo teve a oportunidade de caminhar em gramados latinos novamente e completou seu 50º jogo pela Copa Libertadores. Hoje já são 55 partidas, com 27 vitórias, 14 empates, 14 derrotas e alguns cafezinhos. Nesses mais de 50 jogos, Marcos teve um aproveitamento de 57,6% e média de 1,22 gols por partida, foram 67 no total. Nas cobranças de pênalti foram 10 defesas, entre elas a de Marcelinho Carioca, que eliminou o Corinthians nas semifinais de 2000. Com a 6ª Libertadores nas costas, Marcos pode dizer com orgulho que jogou em 3/7 de todas as participações do Palmeiras no torneio continental.
Ainda havia quem duvidasse da santidade do goleiro? Se havia, não há mais. Voltamos ao mata-mata da Libertadores, reencontramos o Sport. Fizemos nosso papel em casa, vencemos por 1 x 0, e lá eles fizeram o deles. Resultado: pênaltis. Sinônimo de São Marcos. Foram apenas 4 cobranças dos pernambucanos, e somente Igor passou pelo camisa 12. Graças aos milagres de Marcos estamos nas quartas de finais, no caminho do Nacional do Uruguai, e decidiremos em Montevidéu a vaga. Os uruguaios estão se gabando, cantando favoritismo, podem até não temer o Palmeiras, mas certamente aprenderão na pele a temer São Marcos. Agora é esperar pacientemente, torcer, vibrar e, obviamente, rezar pela proteção do nosso Santo.
Era uma quarta-feira, uma noite fria, aquecida com o calor de um clássico. O mesmo 12 de maio, o mesmo outono, o mesmo manto. O mesmo Santo. Um homem diferente, um predestinado. O abençoado viu em suas retinas a imagem do maior rival, de um Corinthians, tirando nossa vantagem, empatando os confrontos. Ele rezou. Pediu aos céus que a benção divina cobrisse seu corpo. O predestinado se cercou das traves. Uma delas parou Dinei. Suas mãos se incumbiram do resto. O inédito, o único. Vampeta foi o primeiro a provar da então recém-santidade. Aquele dia, aquele outono, aquele manto foram abençoados por um Santo campeão.
O meio
Novamente 12 de maio. Passaram-se 10 anos. A data que se repetiu viu o antes menino agora um homem feito. Em 99, o predestinado. Em 2009, o santificado. Desde então o nomeado Santo passou por um martírio. Sofreu como um mortal. Já a redenção veio através de um santo milagre. Os sinais vieram cedo.
O time pagão atacou. Parou. Uma barreira sobrenatural protegia o Palmeiras. Pelo alto, por baixo, pela direita, pela esquerda, no centro, nada a ultrapassou. A primeira etapa acabou com um placar intacto. A segunda seria assim também. Não foi. Caímos de joelhos, petrificados, apenas observando o tempo se esgotando e uma bola balançando nossas redes. Nosso Santo não fez milagre desta vez. O abençoado rogou por uma provação. Nossos nervos esgotaram-se, assim como o cronômetro.
O apocalipse
Um filme passou pela cabeça dos reles mortais torcedores. Lembramos da Ilha do Retiro, lotada, nos ver sucumbir um ano antes. Nos encontramos em 2009. Os desafiamos. Abrimos um duelo, esperamos ansiosamente pela noite de 12 de maio. Wendel pagou pelo pecado da falta sendo excluído de campo.
O dono das abençoadas mãos sentiu a gélida brisa da batalha final. Os passos dos cavaleiros do apocalipse poderiam ser ouvidos. Apenas um Santo homem impediria o Juízo Final. Mas antes o sofrimento. O sangue parou de correr nas veias quando Mozart bateu e o goleiro Magrão pegou. A dor consumia a carne do pecador palmeirense, quando um sopro de paz pairou sobre nossos ombros. O predestinado devolveu na mesma moeda. Tudo igual novamente. Os iluminados Marcão, Danilo e Armero fizeram.
O fim? Não, o recomeço
Voltemos no tempo e consigamos a absolvição. Rogamos a São Marcos e ele nos concedeu seu tenro milagre. Luciano Henrique e Dutra sentiram o quanto é duro desafiar não apenas um goleiro, mas o Santo Goleiro. Os anos passaram, jogadores mudaram e o adversário também, mas o dia e a benção foram as mesmas. Santificado seja o vosso nome, homem, goleiro, guerreiro, Santo que carrega consigo o amor do alviverde inteiro.
O fim chega. E com ele o recomeço. Somos Palmeiras, de azarões a favoritos, somos fortes, lutamos. Somos abençoados. Eu lhe conclamo Santo protetor de uma nação. Estenda sobre nós, mortais dos corações aflitos, das unhas roídas, dos gritos de desespero, das preces de agonia, o seu manto sagrado. Abençoe a quem o ama. Santo homem do Jardim Suspenso, eu lhe agradeço, lhe venero, lhe ofereço todo o meu amor. És o São Marcos de Palestra Itália, eterno e milagroso como o escudo em seu peito. Deus lhe proteja meu amado camisa 12, pois nós, contigo, já estamos sob proteção divina! Créditos da foto: Uol.
Sábado, chuva, reservas. Nem isso afastou o torcedor do Palestra. Nem isso afastou a vitória do Palmeiras. Com ingresso pela metade do preço, o palmeirense tratou de comparecer e apoiar o time na estréia do Brasileirão. Em campo uma equipe mais do que mista contra um Coritiba completo e com um adicional, o 12º jogador. Derrota? Não em 2009. O que não vem faltando para esse time é brio. Não estamos entre os favoritos? Vai vendo imprensinha, apenas observe.
O mistão verde começou bem o jogo, marcando a saída de bola, encurralando o Coxa, que quase não teve chances de gol durante toda a partida. Vieram as nossas chances e com elas os desperdícios, os pés tortos, a falta de tranquilidade. Mas quem não faz... Toma. Toma roubado, mas toma. Lance bizarro, em bola cruzada na área, Jefferson fura e se enrosca com o jogador do Coritiba em jogada praticamente morta. Só que o juiz viu pênalti. Marcelinho bate sem paradinha, como deve ser, e Bruno acerta o canto, mas a bola entra mesmo assim. Resultado injusto e mudanças a vista.
O primeiro tempo termina com o Palmeiras em cima e o segundo começa da mesma forma, mas com uma diferença bastante grande por assim dizer. Keirrison e Diego foram para campo e saíram Mozart, bem na marcação, e Marquinhos. E aí o antagonista volta à cena. Bola cruzada para a área pela direita, Ortigoza é “abraçado” pelo zagueiro, pênalti escandaloso. Mas esse o juiz não viu. Novamente o paraguaio, mas agora é encoxado pelo marcador, que logo após meteu a mão na bola na maior cara-de-pau. Pênalti? Não para o juizinho.
Chances, pênaltis garfados e gol que é bom, nada. Cleiton Xavier entra e Jumar sai. Substituição para mudar o jogo. O camisa 10, voltando à grande fase, fez um belo lançamento para Jefferson que cruzou rasteiro, Keirrison fez o corta-luz e Willians só empurrou para as redes. O placar muda e o número de jogadores para cada lado torna-se mais desigual. Coritiba com 12 e Palmeiras com 10. O autor do gol se contundiu e virou um peso morto em campo, sem poder mais ser substituído. Contra tudo e contra todos. Diego Souza disputou o lance, fez uma bela jogada, Marcão recebeu e tocou para Keirrison tirar a zica. Virada na marra.
Vencemos de forma importantíssima, com arbitragem obscura e de virada. Agora vamos com força total para terça. A torcida colaborou e a diretoria também ao reduzir o valor dos ingressos. Já o time, mesmo reserva em parte do jogo, foi brigador e aguerrido, sem perder a qualidade, da maneira como o palmeirense quer ver. No final das contas valeu muito a vitória de hoje. Próxima parada: Ilha do Retiro. Decisão à vista, que vejamos também muita alegria e superação. A cabeça alviverde já está na terça. Ah, só para constar, guardem esse nome: Arilson Bispo da Anunciação.
Ah, Palmeiras! Como explicar a emoção sentida na histórica quarta-feira, dia 29/04/2009? Como mensurar a minha alegria ao receber essa vitória como presente de aniversário? Não tenho palavras suficientes para descrever a emoção daquele momento mágico, mas sei que 15 milhões de palmeirenses sabem exatamente do que estou falando!
Foi um jogo para marcar nossa memória – e também o coração – tamanha angústia e sofrimento ao longo da partida! Mas tudo isso valeu a pena! Mais um jogo épico que causou sentimentos variados na nação palestrina. E para mexer ainda mais com nossas fibras alviverdes, proponho que rememoremos alguns momentos inesquecíveis do Verdão. Poderia citar muitos jogos, mas escolhi apenas 8. Aproveite e comente sobre seu jogo memorável, caso ele não esteja na lista.
Arrancada heróica de 1942 – Palmeiras 3 x 1 São Paulo
Tenho certeza de que todo palmeirense que se preze conhece essa história, e mais, sempre se emociona ao escutá-la, seja uma, duas ou dez vezes. Fomos obrigados a trocar de nome ou poderíamos até mesmo perder nosso patrimônio, obtido de forma honesta e com muito trabalho. A guerra nos colocou ainda mais em evidência, pois sempre nos depreciaram por sermos de origem italiana. Mas nada disso adiantou. Quando o alviverde imponente surgiu no gramado em que a luta o aguardava, naquele 20 de setembro de 1942, as vaias tornaram-se aplausos no Pacaembu, pois ali demonstramos que, apesar da origem, éramos brasileiros sim. Ostentamos com muito orgulho a bandeira nacional, seguindo os passos do Capitão Adalberto Mendes. Esse dia histórico jamais pode ser esquecido. Ganhamos dentro das quatro linhas, pois toda pressão sofrida durante a semana serviu de incentivo à equipe. O nome, o escudo e a camisa poderiam ser outros, mas o espírito palestrino era o mesmo. As lágrimas de tristeza derramadas devido à mudança de nome foram substituídas pelo choro de alegria por mais uma vitória, mais uma conquista. O São Paulo fugiu de campo covardemente após a marcação de um pênalti para o Palmeiras, aos 19 minutos do segundo tempo, quando já estava 3x1. A partida foi encerrada. O Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão.
Ficha Técnica
Palmeiras 3 x 1 São Paulo
Data: 20/09/1942
Local: Pacaembu
Árbitro: Jaime Janeiro Rodrigues
Público: 45.913 pessoas
Expulsão: Virgilio pelo S.Paulo
Gols: Cláudio (29min), Valdemar de Brito (24min)
e Del Nero (42min) no 1º tempo. Echevarrieta (14min) no 2º.
Palmeiras: Oberdan; Junqueira e Begliomini; Zezé Procópio, Og e Del Nero;
Cláudio, Valdemar, Villadoniga, Lima e Etchevarrieta.
Téc.: Del Debbio
São Paulo: Doutor; Piolim e Virgilio; Lola, Noronha e Silva;
Luizinho, Valdemar de Brito, Leônidas, Remo e Pardal.
Supercampeonato de 1959 – Palmeiras 2 x 1 Santos
Fazia 9 anos que o Palmeiras não conquistava o estadual. Na última rodada do campeonato, estava empatado em pontos com o Santos de Pelé. O título seria decidido por uma melhor-de-três, o que ficou conhecido como supercampeonato. Só por essa necessidade via-se que o Palmeiras não era qualquer time. Tínhamos um verdadeiro esquadrão capaz de jogar de igual para igual contra o time que era considerado um dos melhores do futebol brasileiro na época e que terminou o campeonato com a incrível marca de 151 gols.
Os dois primeiros jogos da super decisão terminaram empatados: 1x1 e 2x2. Como esperado, o campeão seria definido apenas na última partida. E logo de início, gol de Pelé! Mas os palestrinos não esmoreceram e Julinho empatou ainda no primeiro tempo. E a virada aconteceu no início da segunda etapa com Romeiro, de falta, um verdadeiro torpedo. E ainda chutamos uma bola na trave! Seria o fim do jejum? SIM! Palmeiras Campeão! Aliás, Supercampeão!
Ficha Técnica
Palmeiras 2 x 1 Santos
Data: 11/01/1960
Local: Pacaembu
Árbitro: Anacleto Pietrobom
Público: 37.023 pagantes
Gols: Pelé (13min) e Julinho (41min) no 1º tempo. Romeiro (2min) no 2º tempo.
Palmeiras: Valdir, Djalma Santos, Waldemar Carabina e Geraldo Scotto;
Zequinha e Aldemar; Julinho, Nardo, Américo, Chinesinho e Romeiro.
Téc.: Osvaldo Brandão.
Santos: Laércio, Urubatão, Getúlio e Dalmo; Zito e Formiga; Dorval,
Jair da Rosa, Pagão, Pelé e Pepe.
Campeonato Paulista de 1974 – Corinthians 0 x 1 Palmeiras
Conhece o “zum, zum, zum, é 21”? Essa é uma das minhas histórias favoritas. Nada melhor do que ganhar dos gambás e ainda deixá-los na fila por mais um ano. Já estavam há 20 sem um título expressivo. Venceram o primeiro turno do campeonato e, de acordo com as regras, seriam campeões se vencessem o returno também. Mas havia o campeão brasileiro no caminho: o Verdão cresceu na competição e evitou a vitória do time da marginal sem número.
O Campeão sairia em uma disputa de uma melhor de três jogos entre os dois times. O primeiro deles terminou empatado: 1x1, com um gol de Edu antes mesmo do primeiro minuto de jogo, para o Palmeiras. Portanto, quem vencesse o segundo jogo seria declarado o vencedor do campeonato.
A emocionante partida ocorreu no Morumbi e mais de 120 mil pessoas presenciaram esse grande prélio, sendo 100 mil corinthianos. A torcida palmeirense, mesmo em menor número, estava tranqüila. Sabia que o time não iria decepcioná-la.
Um fato que ficou marcado na memória dos palestrinos aconteceu após uma cobrança de falta de Rivelino, o “patada atômica”. O tiro acertou em cheio o rosto de Dudu, que ficou desacordado por 2 minutos. E mesmo tonto e aturdido pela pancada, voltou a campo para formar a barreira em nova falta que seria batida pelo Riva. Dudu era o exemplo de raça e todos sabiam disso. Mas o juiz da partida não permitiu que ele ficasse na barreira e mandou outro jogador em seu lugar. Felizmente, a bola foi pra muito longe.
Pouco tempo depois, sairia o gol do título! Jair Gonçalves, substituto de Eurico, cruzou, Leivinha subiu mais que Brito e a bola sobrou para Ronaldo que, sem deixá-la cair, chutou forte. Silêncio da torcida corintiana. O grito que ecoou no estádio foi apenas um: “zum, zum, zum, é 21!”.
Ficha Técnica
Palmeiras 1 x 0 Corinthians
Data: 22/12/1974
Local: Morumbi
Árbitro: Wanderlei Boschila
Público: 120.522 pagantes
Gol: Ronaldo (24min) no segundo tempo
Palmeiras: Leão, Jair Gonçalves, Luis Pereira, Alfredo e Zeca;
Dudu e Ademir da Guia; Edu, Ronaldo, Leivinha e Nei.
Téc.: Osvaldo Brandão.
Corinthians: Buttice, Zé Maria, Brito, Ademir e Wladimir; Tião e Rivelino;Vaguinho, Zé Roberto (Ivan), Lance e Adãozinho (Pita).
Quartas-de-final da Libertadores 1995 – Palmeiras 5 x 1 Grêmio
Porto Alegre, 26/07/95, estádio Olímpico: Grêmio 5 x 0 Palmeiras.
O jogo de volta foi dia 02/08/95 no Palestra Itália. O Verdão precisava vencer por uma diferença de 5 gols para levar a decisão para os pênaltis. Mas aos 8 minutos do 1º tempo, um balde de água gelada: gol do Grêmio! Se antes a imprensa já havia retirado o Palmeiras da disputa, nesse momento não faltaram vozes conclamando a todos que o Grêmio passaria para a semifinal.
Quem imaginou o Palestra Itália em silêncio a partir desse momento, enganou-se! Somos a torcida que canta e vibra e ela fez a sua parte: gritou mais alto, clamou pela força dos céus e foi atendida! A reação começou aos 30 minutos da primeira etapa. Aos 39, viramos o jogo! E aos 13 do segundo tempo, ampliamos o marcador. O quarto gol foi de pênalti, aos 24 minutos. E o 5º gol saiu de uma jogada linda, terminando nas redes em um chute de Cafu. Nem os mais otimistas acreditavam! Era preciso, pelo menos, mais um gol! A torcida gritava uníssona: “E dá-lhe dá-lhe porco! E dá-lhe dá-lhe porco!”. Um espetáculo de emocionar o torcedor mais durão! 40 minutos, a torcida continua gritando. 45 minutos, a esperança não esmoreceu. 2 minutos de acréscimo...e fim de partida. O gol não saiu. Mas o time saiu de campo de cabeça erguida. Os jogadores aplaudidos e ovacionados. O tricolor gaúcho não comemora a classificação. Naquela noite, os jogadores do Palmeiras mostraram o que é honrar a camisa.
Renda: R$ 84.509,00
Cartão Amarelo: Antônio Carlos, Cléber, Wágner, Mancuso, Alex Alves, Adílson e Carlos Miguel.
Gols: Jardel aos 8, Cafu aos 29 e Amaral aos 39 minutos do 1°tempo; Paulo Isidoro aos 13, Mancuso (Penalti) aos 24 e Cafu aos 39 minutos do 2°tempo.
Palmeiras: Sérgio; Índio, Antônio Carlos, Cléber e Wagner; Amaral (Magrão), Mancuso, Cafu e Paulo Isidoro; Alex Alves (Maurílio) e Müller.
Técnico: Carlos Alberto Silva
Grêmio: Murilo; Arce, Rivarola, Scheidt e Roger; Adílson, Goiano, Arílson (André Vieira) e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Vágner Mancini) e Jardel (Nildo)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Final da Copa do Brasil 1998 – Palmeiras 2 x 0 Cruzeiro
O Verdão havia perdido o primeiro jogo da decisão por 1 a 0, no Mineirão. Resultado que poderia ser revertido, como tantas vezes fizemos. Porém, esse jogo teria um gostinho de vingança, pois em 1996 perdemos o título em casa para eles. Nada mais justo do que devolver a derrota.
Logo aos 12 minutos, Paulo Nunes marca o primeiro gol da partida, amenizando um pouco o sofrimento e a angústia palestrina. Se permanecesse esse resultado, haveria pênaltis e isso todos queriam evitar.
O jogo ficou tenso, nervoso, o gol não saía. Só mais um e seríamos campeões!
Apenas aos 44 minutos do segundo tempo pudemos comemorar! Zinho cobrou falta e o goleiro Paulo César não conseguiu segurar a bola molhada, que sobrou para Oséas, completamente sem ângulo, chutar para o gol. Festa no Morumbi! O título tão almejado finalmente foi conquistado e com um gol mágico!
Ficha Técnica
Palmeiras 2 x 0 Cruzeiro
Data: 30/05/1998
Local: Morumbi
Público: 45.237
Palmeiras: Velloso; Neném, Cléber, Roque Junior e Junior. Galeano, Rogério, Alex (Arilson) e Zinho. Oséas (Pedrinho) e Paulo Nunes (Almir)
Técnico: Luís Felipe Scolari
Cruzeiro: Paulo Cèsar; Gustavo, Marcelo Djean, Wilson Gottardo e Gilberto; Valdir, Ricardinho, Marcos Paulo e Elivélton (Geovanni); Bentinho (Caio) e Marcelo Ramos
Técnico: Levir Culpi
Quartas-de-final da Copa do Brasil 1999 – Palmeiras 4 x 2 Flamengo
Palmeiras e Flamengo protagonizaram um dos jogos mais emocionantes de todos os tempos. O primeiro jogo, no Maracanã, terminou 2x1 para os cariocas. Bendito gol fora de casa! Uma vitória simples levaria o Verdão para a semifinal. Mas quem achou que fosse ser fácil, se enganou.
O Flamengo abriu o marcador aos 50 segundos do primeiro tempo, para desespero da torcida. Era preciso mais dois gols para, pelo menos, levar a decisão para os pênaltis. Tarefa possível para o alviverde imponente que empatou com Oséias. Mas o torcedor ainda teria que sofrer um pouco mais...
Cobrança de falta para o Flamengo aos 32 do segundo tempo e a bola estufou as redes. Um duro golpe para a nação palestrina. Mas a esperança ainda não havia morrido. Enquanto houvesse tempo, o time lutaria! O Palmeiras precisava de mais 3 gols. E sabemos que nada, absolutamente nada, é impossível para o Palestra. Galvão Bueno dissera que nada mais tirava a final do Flamengo. O respeitado José Silvério foi mais fundo: “Somente um verdadeiro milagre para salvar o ferido Palmeiras”. E foi isso que aconteceu. Não ficamos desamparados. Empatamos aos 35 minutos com Junior, após chute de longa distância. Era a primeira resposta. Não estamos mortos!
Mas o tempo estava passando, precisávamos ainda de mais 2 gols. E um deles aconteceu aos 44 minutos com Euller, o filho do vento, de cabeça, após cobrança de escanteio.
Só faltava mais um. Um misto de angústia e esperança invadia os torcedores. 48 minutos, último lance da partida, novo escanteio. A torcida gritava mais forte do que nunca. Era tudo ou nada. Escanteio batido, a bola não sabia para onde ir, havia muita gente na área, mas ela encontrou a cabeça do predestinado. Era o dia dele, de fazer história. Euller, mais uma vez, deu uma cabeçada na raça e a bola encontrou as redes. Jamais duvidem da fibra palestrina!
Palmeiras: Marcos, Arce (Euller), Roque Júnior, Agnaldo e Júnior; César Sampaio (Evair), Rogério, Alex e Zinho; Paulo Nunes e Oséas (Galeano).
Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Flamengo: Clemer, Pimentel, Fabão, Luiz Alberto e Athirson; Jorginho, Maurinho, Beto e Caio (Bruno Quadros); Rodrigo Mendes e Romário (Vágner).
Técnico: Carlinhos.
Semifinal da Libertadores 2000 – Palmeiras 3 x 2 Corinthians
O Derby paulista ganhou o status de jogo do século entre os rivais e com razão. Nesse confronto histórico, a raça e a superação foram os ingredientes principais que garantiram a vitória alviverde.
O primeiro jogo terminou 3x4 para o Corinthians. Todos sabiam que o jogo de volta não seria nada fácil, mas nós somos Palmeiras e Felipão sabia muito bem disso quando disse: “Se precisar chutar, chutem. Se precisar cuspir na cara, cuspam.” Libertadores é raça! E foi isso que o time demonstrou em campo.
Euller abriu o placar para o Palmeiras, mas Luizão empatou ainda no primeiro tempo. E a dureza do prélio não tardou a chegar com a virada corinthiana. Mas o time da marginal sem número enfrenta uma sina. Jamais chegou a uma final de Libertadores e não seria em cima do Palmeiras que isso aconteceria. E o Verdão buscou o resultado e arrancou o empate com Alex, que chutou sem chances para o goleiro Dida, após jogada de Euller pela linha de fundo. Gol de craque! Gol para incendiar os corações dos jogadores esmeraldinos e da torcida!
E o terceiro gol saiu dos pés do gênio Alex, que cobrou falta com perfeição encontrando Galeano na pequena área, escorando de cabeça para o fundo das redes. Muita vibração! Mas com esse resultado, a decisão iria para os pênaltis e foi isso que aconteceu. E que decisão!!! Angustiante, emocionante, inesquecível!!!
Os 5 palmeirenses não desperdiçaram suas cobranças, mas os corinthianos também não haviam errado as suas, até chegar a 5ª e decisiva, com Marcelinho Carioca, o xodó da torcida adversária. Tomou grande distância, chutou, mas debaixo das traves havia um Santo, como só ele sabe ser. São Marcos garantiu nossa ida às finais defendendo a última e derradeira penalidade. Festa verde no Morumbi! E a imagem da comemoração de Marcos ficou gravada em todos nós!
Ficha Técnica Palmeiras 3 (5) x (4) 2 Corinthians
Data: 06/06/2000
Local: Morumbi
Árbitro: Edílson Pereira de Carvalho
Cartões Amarelos: Argel, César Sampaio e Galeano (Palmeiras); Luizão, Kléber, Edu e Adílson (Corinthians)
Gols: Euller 34’/1T, Alex 15’/2T e Galeano 27’/2T (cabeça) (Palmeiras); Luizão 38’/1T (cabeça) e Luizão 4’/2T (Corinthians)
Pênaltis: Marcelo Ramos, Roque Júnior, Alex, Asprilla e Júnior (Palmeiras); Ricardinho, Fábio Luciano, Dinei e Índio (Corinthians)
Palmeiras Marcos; Rogério, Argel, Roque Júnior e Júnior; César Sampaio (Tiago), Galeano e Alex; Pena (Luiz Cláudio), Marcelo Ramos e Euller (Asprilla).
Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Corinthians Dida; Daniel (Índio), Fábio Luciano, Adílson e Kléber; Vampeta, Edu, Ricardinho e Marcelinho; Edílson e Luizão (Dinei).
Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Libertadores 2009 - Colo-Colo x Palmeiras
Essa é a nossa mais recente epopéia. O Palmeiras precisava da vitória a qualquer custo. Ou vencia, ou se despediria amargamente da competição, ainda na primeira fase, feito que não acontecia há 30 anos. Estávamos em franca desvantagem numérica no estádio Monumental, mas 15 milhões de corações pulsavam esperançosos junto de cada jogador. Depositamos toda fé no time que, mesmo tão criticado, foi a campo disposto a lutar até o último minuto. Mas não seria nada fácil...
Tivemos boas chances ainda no primeiro tempo, mas restou-nos amaldiçoar as traves. Nosso artilheiro carimbou os postes duas vezes. Que fase, K9! Será que nenhuma bola estufaria as redes do adversário? Cada vez mais a angústia invadia os torcedores. Porém, a esperança ainda estava viva!
Mudanças para o segundo tempo. Mais velocidade e poder ofensivo. Pelo menos era o que se esperava com a entrada de Willians. Mas o jogador, ainda fora de ritmo, não entrou bem. E perto dos 8 minutos o primeiro choque: Pierre é atingido e reclama muito de dor. É retirado de maca, causando preocupação a todos. Evandro se prepara para entrar, mas Pierre sinaliza que pode continuar. Nosso guerreiro ainda tinha uma missão a cumprir. Após cobrança de escanteio para o Colo-Colo, um chute a queima-roupa explode no peito do Pierre, salvando o que seria o primeiro gol da partida. Depois disso, faz sinal de que precisa ser substituído. Mas seu dever foi cumprido.
Para aumentar o desespero da torcida, Marcão é expulso pouco depois de tomar o primeiro cartão amarelo. Se com o time completo já estava difícil, sem Pierre e com um a menos a tarefa tornou-se quase impossível. Eu disse quase. Para nós não existe barreiras intransponíveis! Mas para quem achou que os problemas terminaram, mais uma baixa: Diego Souza, após tentar uma bicicleta, caiu de mau jeito e não teve condições de continuar a partida. Ortigoza entrou em seu lugar. Mais um guerreiro fora de combate.
Ainda faltavam 20 minutos para o final da partida. Mas com o time tão desconfigurado seria possível vencer? A imprensinha não acreditava, nossos rivais desdenhavam, mas nós estávamos firmes, torcendo como nunca! Ainda havia esperança. Estávamos todos apreensivos, mas acreditávamos em um “milagre”. Maurício Ramos quase conseguiu o intento após cabeçada. Faltou pouco! Mas quis o destino que o gol saísse dos pés de quem vestia uma camisa consagrada, Divina. Cleiton Xavier recebeu as vibrações de todos os craques que já vestiram a camisa 10 e, aos 42 minutos, fez ecoar por todos os lugares o grito abafado e contido de GOL! Aliás, GOLAÇO! Soou como música. O ritmo fica a cargo de cada um. Vibração, emoção, classificação!!! Obrigada pelo presente de aniversário! Jamais subestimem o Palmeiras!
Ficha técnica
Colo Colo 0 x 1 Palmeiras
Data: 29/04/2009
Local: Estádio Monumental, em Santiago, no Chile
Horário: 22 horas (Brasília)
Árbitro: Carlos Torres (Paraguai)
Auxiliares: Nicolás Yegros e Milcíades Saldívar (ambos paraguaios)
Cartões amarelos: Millar, Caroca e Figueroa (Colo Colo); Willians e Maurício Ramos (Palmeiras);
Cartões vermelhos: Marcão (Palmeiras)
Gol: Cleiton Xavier, aos 42 minutos do segundo tempo.
Colo Colo: Muñoz; Figueroa, Mena, Riffo e Salcedo; Meléndez (Jara), Millar, Sanhueza e Torres (Caroca); Barrios e Carranza (González)
Técnico: Gualberto Jara
Palmeiras: Marcos; Maurício Ramos, Danilo e Marcão; Wendel (Willians), Pierre (Evandro), Souza, Cleiton Xavier, Diego Souza (Ortigoza) e Armero; Keirrison.
Técnico: Wanderley Luxemburgo.