Mais um jogo e mais uma vez os velhos problemas. Mau posicionamento tático é o principal deles. Treino que é bom parece não ter, ou pelo menos vou ficar como São Tomé, só acredito vendo que esse time treina. O melhor em campo acabou sendo Marcos, mais um indicador de que as coisas não estão no caminho certo, porque quando o goleiro é o mais exigido... Fuja pras montanhas! Se hoje o Palmeiras venceu, foi por mais "sorte" do que qualquer coisa, assim como já perdeu por "azar" anteriormente. Não acredito em sorte, mas se não é ela a causa da vitória, teria que ser a competência, coisa que eu não vejo. Preciso rever minhas crenças ou então me conformar com o inconformável.
Zago pediu e a torcida compareceu para empurrar a equipe. Cada vez mais perto da despedida do Palestra Itália, antes de virar uma moderna Arena multi-uso, o torcedor, mesmo muitos chegando atrasados como sempre, respondeu ao que lhe foi pedido. O time nem tanto. Hoje foi a estréia de Marcos Assunção na equipe. O volante "master" substituiu Pierre, suspenso. Em campo uma formação conservadora, com Edinho fazendo vezes de terceiro zagueiro, um tanto quanto desnecessário. As boas oportunidades surgiram porque Cleiton Xavier, há várias semanas contundido, voltou ao time.
Na primeira etapa as coisas até fluíam lá na frente, com Cleiton, Lincoln, Diego Souza e Robert, mas o gol que era bom não saía. Já atrás a coisa estava no mínimo bagunçada. Edinho era o mais perdido dos marcadores. Os dois laterais também estavam falhando muito na marcação, além de serem pouco produtivos no ataque. Resultado: deu pressão, mas tomou também. Jogando em casa, precisando fazer o resultado, era o Palmeiras que parecia jogar no contra-ataque. Mesmo com essa falhas ainda terminamos os primeiros 45 com leve vantagem técnica sobre os visitantes.
No segundo tempo o time voltou com a postura diferente. Voltou pior. Os quatro na frente se alternavam na anonimidade. Mas foi Robert o escolhido para a cagada de Antonio Carlos. Ele pode ser ruim, pode perder 200 gols por jogo, mas é o cara que define nessa equipe. Zago o tirou para colocar Ewerthon, que além do "mediano" tem outro adjetivo, não necessariamente de qualidade, que também termina com "iano". Não melhorou nada, só piorou, o cara perdeu o gol mais feito do jogo numa bola enfiada por Diego. O Atlético Goianiense só não marcou porque Marcos fez um bela defesa e alguns minutos depois operou um milagre. Para terminar o que havia começado, o careca futuro-técnico tirou Diego Souza, mais uma vez apagado, para colocar o excelente e famoso Paulo Henrique. O camisa 7 saiu muito vaiado, foi xingado e respondeu no mesmo nível. Por mim acabou por aí, mas com certeza muito chorão vai fazer beicinho pros palavrões de Diego Souza, enquanto deveriam se preocupar com o futebol fraco, não só dele, mas de toda a equipe.
O circo estava armado. Sem centroavante e com o torcedor-amendoim nas numeradas se preocupando mais em ofender o próprio atleta do que assistir o jogo, o gol parecia ficar cada vez mais longe. O tempo passava e as oportunidades, pouquíssimas, eram desperdiçadas. Até que no último minuto, último lance, último suspiro... Paulo Traffic Henrique, que ia perder um gol claro, foi puxado pelo braço na área e Leonardo Gaciba, o juiz sedentário, marcou pênalti. A chance da vitória caiu no nosso colo. E por falar em gol no Colo Colo, com desculpa do péssimo trocadilho, você provavelmente jamais irá se esquecer do que aconteceu há exatamente um ano atrás. E como há um ano, no último minuto, Cleiton Xavier nos deu o gol da vitória. Não acredito em sorte, não acredito em destino, mas a vida tem umas coincidências engraçadas...
E é isso aí. Mais uma vez teve gente que saiu antes de comemorar. Cleiton e todo o elenco foram abraçar Diego Souza, talvez porque todos eles saibam o que não sabemos: que não se põe só em um jogador a responsabilidade de uma merda coletiva. E agora, pessoal, vamos parar de polêmica e chororô pelo que não importa. O negócio é torcer, torcer muito, para que esses caras treinem bem durante a semana, e que se acertem em campo. É torcer para que o meio campo Cleiton-Lincoln-Diego faça pelo menos metade do que sabemos que poderiam fazer. É torcer valendo título para que zago acerte o posicionamento desses caras. Que jogo horrível, sofrido não é mais gostoso, mas por hoje estou aliviada. Para o título, faltam mais cinco jogos. E eu não sei se me pergunto "até quando esse time suporta?", ou se me permito sonhar...
Créditos da foto: lancenet.