Épico, espetacular, simplesmente sensacional! Tentar descrever a emoção do momento é perda de tempo, não tem como, foi algo fora do comum. Um mérito pago com emoção. O personagem de roteiro de filme de Hollywood foi Cleiton Xavier, aquele que mesmo tão mal em campo, errando absolutamente tudo, tinha o mágico número 10 estampando em branco o manto alviverde.
Um começo daqueles de arrepiar os cabelos. Não pela pressão adversária, mas pelo azar inacreditável. Abraçado com a “zica” estava Keirrison, artilheiro, ex-promessa e atual realidade, endeusado e criticado, que teve um perigoso flerte com a trave. Duas belas jogadas, dois chutes quase certeiros. Crueldade conosco. Enquanto isso, o Colo-Colo mal chegava e, ainda aos 16, perdeu o ótimo Torres, contundido. Não nos apequenamos, lutamos. Paramos em uma barreira invisível.
Com a volta do segundo tempo Luxemburgo mudou praticamente da maneira que havia sinalizado nas entrevistas antes da partida, com Willians, voltando de lesão, no lugar de Wendel, que fez um bom primeiro tempo. O camisa 8 não se encontrou no jogo, o Palmeiras a seu exemplo se perdeu, deu espaços, se assustou e nos paralisou em frente à TV.
Interminável parecia o tamanho do nosso azar: três baixas seguidas. Primeiro, Pierre que, após levar uma pancada no tornozelo saiu de campo sem condições, para a entrada de Evandro, não sem antes salvar o Verdão mais uma vez. Escanteio e bate-rebate na área, mas o guerreiro camisa 5 estava lá, no centro do gol, para evitar o pior. Em seguida Marcão deixou o gramado, mas não contundido, e sim excluído. O zagueiro, que há poucos instantes havia levado cartão, recebeu o segundo depois de parar o jogador chileno no meio campo em contra-ataque. Ainda faltava o nosso herói dos últimos jogos: Diego Souza. O 7 tentou dar uma bicicleta e bateu a cabeça no chão, saiu zonzo de campo. Ele voltou, mas não por muito tempo. Saiu o “Demolidor” e entrou Ortigol.
Agora, o personagem principal. Não era Ademir da Guia, Julinho, Jorginho, Evair, Rivaldo, Djalminha, Edmundo, Alex, nem Valdivia, era Cleiton Xavier em noite de completa falta de sorte. Ele passava e errava, driblava e perdia o lance, chutava e... O céu era o limite. O pior em campo, que quase tropeçava na bola antes mesmo de tocar nela. Mas Deus não deixa desprovido quem veste a 10 palmeirense. Seria uma bola perdida, mais uma. Seria. Quando um brilho súbito cobriu o homem Cleiton Xavier, alastrou-se em esperança no torcedor, pois eram 42 do segundo tempo, com um a menos, com azar, com medo... E o jogador driblou, passou pela marcação, se viu na frente do goleiro e mesmo de longe acreditou. Acreditou tanto que fez o inacreditável. Uma bola, um chute, um golaço. Classificação, choro, grito, redenção.
Pulamos, berramos, deixamos sair toda a angústia que estava entalada em nossas gargantas. Eles, lá, também. Emoção inexplicável. Apenas um jogo, um gol, e valeu como um título. Ninguém tira de nós essa alegria de hoje, imensa e extasiante. Ninguém tira os méritos dos zagueiros, de Marcos, dos laterais, de Cleiton, o iluminado, dos guerreiros Pierre e Diego, do azarado Keirrison, e de Souza, o jovem “Ferrugem” que foi homem o suficiente para não sentir o peso da camisa nem do jogo, pois ele fez sentir. Que ano, esse de 2009! Tantos problemas, tantos fracassos, mas cada vitória espetacular que Deus sabe o quanto é sincera a minha frase: está valendo muito a pena!
Briga em jogo de futebol sempre é assunto que “dá pano pra manga”. Se isso acontece, não importa muito se o jogo foi decisivo e qual seu resultado, se teve goleada, pênalti, belíssimas jogadas, gols incríveis... A briga sempre aparece mais, sempre tem destaque na notícia, sempre se torna o assunto de discussão na TV, no rádio, na internet e entre nós, apaixonados por futebol.
Apesar de não ser algo tão freqüente assim, brigas em campo não são nada incomuns. E os jogadores envolvidos sempre são vistos como pessoas de “mau caráter” por uns, “impensantes” por outros. Por outro lado, dependendo da briga, alguns até tornam-se ídolos de muitos, “o cara raçudo” que ganha apelidos e não é esquecido tão cedo.
O ânimo alterado em dia de decisão ou clássico colabora, mas nem sempre é apenas isso. Ofensas, histórias antigas mal resolvidas, provocações de um lado, resposta agressiva de outro...
Há sempre quem diga que jogador que está perdendo às vezes acha que pode buscar vitória na “porrada” (o que também nem sempre é o caso. Jogadores que estão vencendo também brigam). Outros dizem que é porque “o cara não é pessoa de respeito”. Honra a camisa também é expressão que surge dependendo da briga.E, às vezes, dizem até que o jogador brigou pra ganhar respeito com a torcida... O que não podemos negar é que na hora da raiva pessoa nenhuma raciocina direito, e os jogadores acabam esquecendo-se de que a “porrada” não vai resolver nada. Alias, pode causar grandes problemas futuros.
E o torcedor? Dependendo dos motivos da briga o ele acaba gostando mesmo. Torcedor bravo que vê o time ser provocado... Bom, ele pode até ser contra a violência, pessoa da paz, e discordar do ocorrido. Mas muitos, na hora da briga, sentem o jogador fazendo aquilo que ELES gostariam de fazer. E mesmo que seja feio, temos que assumir: às vezes nos identificamos sim.
Eu procuro pensar que bate-boca é normal, acontece. Afinal, todo mundo perde a paciência às vezes. TODO ser humano (mesmo que uns mais e outros menos) já sentiu, sente, ou vai sentir vontade de praticar violência em certas situações. Porém, embora a raiva não seja “tão controlável assim”, violência pode (e deve) ser controlada. Todas as pessoas deveriam estar preparadas para, em momentos de raiva, saber controlar a tentação de bater, mas sabemos que não é o que acontece.
Hoje vamos falar sobre brigas que ocorreram em campo durante jogos do Palmeiras. É, porque, querendo ou não, elas fazem parte na história palmeirense... Afinal, não é apenas de alegrias, vitórias, coisas grandiosas e bonitas que se faz a história.
A primeira briga da qual encontrei notícia ocorreu no Campeonato Paulista de 1920. Segundo Orlando Duarte em “Palmeiras – O Alviverde Imponente”, o Palestra Itália, que levou a taça, perdeu apenas 2 jogos no campeonato, sendo uma das derrotas para o Corinthians (Palestra 1x2 Corinthians), no segundo turno. Nesse jogo, segundo o autor, houve confusão entre os dois times que já estavam tornando-se rivais:
“Quando o alvinegro ganhava por 2 a 0 (...), o goleiro Primo, do Palestra, trombou com o atacante corintiano Neco. Este reagiu a pontapés, e a confusão exigiu a presença da polícia em campo. O juiz não expulsou Neco. Imparato ainda descontou para o Palestra, mas não evitou a derrota. Depois do jogo, para coroar o triste episódio, houve depredação no Parque Antártica” (DUARTE, 2008).
E quem não se lembra da briga entre Palmeiras e Corinthians na final do paulista de 99? Faltando 20 minutos para o Corinthians, que estava ganhando e com vantagem do jogo anterior, levar o caneco, Edílson resolve fazer graça e olha no que deu:
Paulo Nunes não aceita, o Palmeiras parte pra briga e a coisa fica tão feia que o jogo acaba por isso mesmo. Quem se deu mal foi o goleiro gambá que levou uma voadora de São Marcos, um soco na cara, de Oséas, apanhou de Roque Junior e sabe-se lá mais de quem. Acabou se jogando nas escadas do vestiário.
Outros momentos que o torcedor não esquece são:
1- Quartas de final da libertadores de 95, Gremio 5 x 0 Palmeiras, Dinho (do Grêmio) agride Válber (do Palmeiras) e a bagunça foi armada:
2- O vergonhoso Palmeiras 2x6 Fluminense em 2001, que ainda contou com a briga começada por Fernando Diniz, do Fluminense, e o nosso Galeano:
Além disso, tem as brigas mais recentes, como a com Cerro Porteño na libertadores de 2006. Antes do início do segundo tempo houve confusão e troca de agressões entre os jogadores no gramado do Palestra:
E mais briga com o Argentino Juniors em outubro de 2008, em jogo da Copa Sulamericana. Aquele jogo que não nos esquecemos. Juiz deu pênalti, Diego Souza cobrou e juiz mandou voltar por conta de uma paradinha. Diego não fez o gol na segunda tentativa. Pra melhorar as coisas, o Argentino Juniors venceu e Escudero, autor do gol deles, subiu no trator atrás do gol de Marcos para comemorar o gol. Evandro também se meteu em confusão e foi expulso... Ai não teve jeito. Mais briga:
Quem sempre se destacou por envolvimento em brigas é nosso antigo camisa 7, Edmundo, apelidado de “Animal”. Porém, poucos sabem que essa alcunha foi dada por um motivo completamente diferente do que se imagina. O antigo narrador da TV Manchete, Osmar Santos, costumava chamar de animal o melhor jogador de cada partida. E como Edmundo sempre se destacava nos jogos, começou a chamá-lo de “Edmundo, o animal”.
Apesar de ter sido um jogador muito importante para o clube, seu temperamento agressivo e impulsivo o fez perder a cabeça em muitas ocasiões, resultando em expulsões, suspensões e conflitos com outros jogadores e com a comissão técnica. Podemos nos lembrar de muitos lances polêmicos do “Animal”, como aquele carrinho violento num jogador gambá pelo Paulista de 93 (o juiz não marcou nada), pela Copa do Brasil do mesmo ano, ele mete a mão no rosto do juiz após sua expulsão. E também há a briga contra o São Paulo, em 94, começada por ele e que acabou em uma “festa de cartões” vermelhos, 3 para cada lado.
Há uma semana tivemos mais um lamentável episódio do futebol. Sábado, 18 de abril de 2009, Palmeiras e Santos disputavam a vaga para a final do Campeonato Paulista. O Palmeiras, primeiro colocado na primeira fase do campeonato, havia perdido no primeiro jogo na vila por 1x0. Tinha vantagem e poderia classificar-se às finais com vitória de 1 gol de diferença.
O santos vencia por 2x1, e lá pelos 35 do segundo tempo, alguns minutos após o gol do Palmeiras, Mancini, o técnico do Santos, discute com o camisa 7 palmeirense na beira do campo. É quando aparece Domingos, que entra em campo e vai direto dizer algo misterioso no ouvido de Diego que se mostra assustado. Há uma breve discussão e Sálvio Spinola, o juizão do jogo, expulsa os dois. Diego Souza, que não tinha feito nada, fica desesperado (e com razão). Dá um pequeno empurrão em Domingos, que fazia sinal de ‘afirmação’ para seu técnico (conseguiram tirar Diego do jogo). Domingos se joga e jogadores de ambas as equipes tentam conter Diego Souza, que se mostra cada vez mais inconformado. Não há briga entre outros jogadores, a maior parte deles, inclusive reservas, busca segurar Diego. Este, quando está quase chegando às escadas do vestiário do Palestra, empurrado por Marcão do Palmeiras, volta até Domingos, que está de costas, e manda uma rasteira. Só então desce as escadas e o jogo continua. Bom, as imagens falam por si e está mais que óbvio que a coisa toda foi armada por Mancini, que o Sálvio “fez merda”, e que Diego não soube controlar a frustração pelas rasteiras que estes lhe passaram.
E agora segue a “novela”. Diego chama Domingos de covarde. Domingos diz que não provocou, não é covarde, mas que se Diego quiser resolver o assunto é só marcar hora e lugar. O arbitro, que já havia expulso Diego sem motivo algum em jogo contra o São Paulo no Brasileiro de 2008, elabora uma súmula que inclui “troca de cabeçadas” e mais algumas coisas que só podem ter saído de uma imaginação fértil. A partir dessa súmula, Diego Souza poderia ficar até 1260 dias longe dos gramados. Com denúncia retirada, modificada e data de julgamento adiada, o nosso camisa 7 agora pode pegar uma pena de até 540 dias. Domingos? No máximo 10 jogos... Especulações pra lá e pra cá, comparações com o gancho de Morais do Corinthians que, por briga no brasileiro do ano passado, pegou mais de 120 dias de suspensão e acabou não pagando nem metade... Tudo isso rola, bem como as críticas, reprovações, aprovações, enfim... Todo mundo querendo dar pitaco. E tem até gente dizendo que por isso Diego tornou-se ídolo. O jogador tem sido até comparado à Edmundo devido a sua atual posição de um dos jogadores que mais se destacam no elenco atual, sendo decisivo e, SIM, também por se envolver em encrencas. Segundo fontes, até os jogadores do Palmeiras gostaram do canto da torcida no jogo contra a LDU nesta quarta feira, e ontem embalaram em treino o coro “au, au, au, Diego Souza é animal”.
Se Diego tornou-se ídolo por esse evento, ou não, eu prefiro dizer que nem uma coisa e nem outra. Diego tem tornado-se ídolo nos últimos jogos, nos quais tem sido jogador decisivo. A briga de sábado só fez com que o torcedor se identificasse (lembra do que eu disse no começo?) e o destacasse ainda mais. Diego tem bom futebol, tem raça, tem personalidade, sabe chamar o time pro jogo, tem vontade e tem feito muito bem ao Palmeiras. Tornar-se-ia jogador memorável na história do clube mesmo que a briga de sábado não houvesse acontecido.
Não sei quantos dias nosso camisa 7 ficará sem jogar por conta de um acontecimento que poderia ser evitado se não fosse um técnico e um zagueiro que ultrapassaram os limites da “malandragem”, um árbitro que não sabe trabalhar direito e um jogador indevidamente desfavorecido que devidamente se revolta, mas se altera demais...
Em todo caso, ainda me pergunto quem realmente será punido por mau comportamento: Diego que ficará sem jogar devido à sua atitude de violência física, ou o futebol que ficará sem Diego devido ao que, sabiamente, um dos nossos parmeristas chamou de “anti futebol”. Só sei que não foi apenas Domingos quem levou rasteira no sábado. Foi Diego, foi o Palmeiras, foi o futebol, fomos todos nós torcedores.
Pra terminar, sem brigas e da forma que deve ser, declaro que quero mesmo é ver Diego assim:
Créditos da imagem: uol esportes.
Agradeço a colaboração de: Mayara e Vanessa. ҉ Rαmoη Cαmillo, RΛNЇ€R€ e outros membros da comunidade do Palmeiras no orkut. Marcos Simonetti, Custódio Dias, Reinaldo Frade Jr. e Ana Maria Carpini da Pró Palmeiras.
Solte o grito preso na garganta: estamos vivos! E xô urucubaca!! Finalmente vencemos pela Libertadores em nosso glorioso Palestra. Encerramos a campanha em casa com os três resultados possíveis, mas o melhor, vitória na despedida do Parque Antártica nessa fase de grupos, se tudo der certo voltaremos a lotar nossa futura Arena. Agora vem o Colo-Colo, última rodada, último jogo, último golpe de sorte. É vencer ou vencer! Raça Palmeiras, porque tradição não lhe falta!
Se não foi um jogo brilhante tecnicamente, o Palmeiras compensou na vontade, coisa que faltou na última e fatídica partida pelo Paulistão. Jogamos Libertadores da América hoje, ponto. Começamos o jogo em cima, mas tivemos que suportar a catimba e a cera dos equatorianos que pareciam ter vindo para empatar partida. Resultado: nos enervamos. O gol não veio, embora oportunidades não faltaram, nem à LDU, que mandou uma bola na trave e se aproveitou da direita defensiva do Palmeiras, habitada por um “jogador das cavernas”, um projeto de homem, uma evolução errada da espécie, um atleta meio humano e meio burro.
Com o 0 x 0 no primeiro tempo e a imensa necessidade de vitória, Luxemburgo ousou na volta do intervalo, colocando Marquinhos no lugar de Capixaba. O camisa 11 teve cobertura de Maurício Ramos e atuou como um antigo ponta-direita, entrando bem na partida. E foi dos pés dele, mas pela esquerda, que saiu o primeiro gol. O meia-atacante bateu escanteio, Cevallos caçou borboleta e Marcão só empurrou para o fundo do gol.
Desesperados os jogadores da Liga partiram para cima do Palmeiras, apertaram, tentaram, lutaram, mas tanto, que Bolaños foi expulso e carregou junto Marquinhos. O equatoriano agrediu o camisa 11 que apenas se defendeu, mas o juiz preferiu botar os dois para fora. Desvantagem para quem precisava fazer um gol. O Verdão chegou ao segundo em uma falta cobrada de longe, uma bomba de Diego Souza. Sim, o goleiro Dominguéz (o mesmo que foi no banheiro durante o jogo), que substitui Cevallos contundido, acabou colaborando com Diego, mas... Foi um chutaço! Mais um golaço decisivo do camisa 7 que definitivamente caiu nas graças do torcedor.
O Palmeiras ainda pressionou em busca de um terceiro gol, que seria ótimo para o saldo fazendo com que tivéssemos (e ainda temos) a possibilidade, dependendo do jogo de amanhã, de jogarmos quarta por um empate no Chile. Mas não veio. Keirrison perdeu oportunidades de ouro, no entanto mostrou mais disposição hoje. Então é isso. Ufa! Respiramos na Libertadores, teremos tempo para trabalhar os defeitos e nos armar para a batalha em Santiago, além disso ainda observaremos muito interessados o jogo de amanhã, entre Sport x Colo-Colo. Vitória na hora mais do que certa. Dependemos de nós, então vamos à luta!
Conhece o Vitor Borba Ferreira? Não? E se eu disser que o primeiro nome dele é Rivaldo? Esse você conhece.
Nascido em 19 de abril do longínquo ano de 72, em Paulista, interior de Pernambuco, Rivaldo jamais poderia ter sonhado em ser ídolo do Palmeiras. Deus realmente escreve certo por linhas tortas. E os Deuses da bola imitam constantemente o feito. Franzino, magrelo, desengonçado, mas muito talentoso, o jovem meia chamou a atenção de empresários quando jogou a Copa São Paulo pelo Santa Cruz em 91 e logo foi contratado pelo Mogi Mirim onde disputou a vaga de acesso no ano seguinte. No time do interior paulista, Rivaldo foi destaque ao lado de Válber na campanha da série A2 daquele que seria conhecido como o “Carrossel Caipira”.
E cada vez mais o caminho dele ia contra o do Palmeiras. Junto de Leto e Capone, Rivaldo foi emprestado ao Corinthians em 93. Mesmo fazendo bom Brasileirão, no ano seguinte, o meia não se deu tão bem no estadual, quando o time da marginal sem número voltou a perder o título para o Palmeiras. Com isso, muito espertamente, o alvinegro não comprou o jogador em definitivo.
E eis que surge o Alviverde imponente na vida do pernambucano. Com o dinheiro da Parmalat, Luxemburgo bancou a contração do meia, que custou aos cofres da empresa italiana cerca de 2,4 milhões de reais. Rivaldo então se tornou fundamental. Vingou-se na bola do desdém corintiano, quando com o manto verde levantou o tetra brasileiro em cima do ex-time, jogando muito, diga-se de passagem. Com direito a gols nas duas partidas, Rivaldo conquistou de vez o palmeirense.
Em 95, com a saída do técnico e de várias estrelas, entre elas Evair e Edmundo, o camisa 11 se tornou peça principal do elenco. Mas foi um ano difícil, de remontagem. Rivaldo suportou. Esperou como quem imaginasse o que lhe reservava o ano de 96. Luxemburgo voltou, vieram Djalminha, Luizão, Cafu e Junior, formaram um timaço, o ataque dos 102 gols. Rivaldo foi um dos protagonistas daquele time que parecia jogar por música. Mas chegou a hora do habilidoso e talentosíssimo meia-atacante dizer adeus, seu futebol era tão grande quanto a vontade da Europa em tê-lo por lá.
No Velho Continente ele conquistou títulos e fama. Além disso, tornou-se o melhor do mundo em 99, nos orgulhando de longe. Voltamos a sentir grande saudade em 2002, quando ao lado de Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, São Marcos e Felipão, Rivaldo ergueu o caneco da Copa do Mundo. Ainda passou pelo Cruzeiro, tentou a sorte no Milan, mas seu futebol, que nunca mais foi o mesmo, foi parar na Grécia até chegar no Uzbequistão.
Aos 37 anos o pernambucano magrelo, de pernas finas, sonha e exibe com orgulho seu sonho, em voltar e encerrar a carreira no time mais especial de sua vitoriosa carreira: a Sociedade Esportiva Palmeiras. Talvez, quem sabe. Mas nem disso ele necessita, porque Rivaldo Vitor Borba Ferreira já está entre os grandes craques de nossa rica história e habita até hoje a lembrança do torcedor como um ídolo. No dia de seu aniversário uma homenagem ao eterno camisa 11 palestrino. Não cabe aqui um parabéns a você, mas sim um muito obrigada por tudo!
Se no momento da vitória eu bato no peito e digo que o amo, no momento da derrota eu faço o mesmo. Te amo Palmeiras! Você me faz sofrer, como fez hoje, como quarta, como tantas outras inúmeras vezes, inúmeros jogos, inúmeros desprazeres da vida. Mas Palmeiras, o quão feliz você me faz com tão pouco, é enorme o suficiente para não caber em minhas palavras. Escolho sofrer de vez em quando a deixar de te amar sempre.
Hoje não foi nem de longe meu momento mais crítico com você. Nem chorei. Apenas senti a tristeza me entorpecer. Não triste por mim, mas por você. Todo amor é egoísta, menos o nosso. Eu te amo por não saber fazer outra coisa além de te amar. E sofro por não aguentar te ver no chão. E mesmo perdendo aos 47 do segundo tempo meus olhos ainda brilhavam porque era você em campo. Ingenuidade ter esperança a essa altura. Mas tive, não me arrependo, não me envergonho.
Já te aviso, continuarei acreditando em você, confiando nas suas verdades, ignorando suas mentiras. Na terça me despirei do meu ódio, minha indignação, meus sentimentos mesquinhos de mortal torcedor. Farei do nosso encontro, nosso jogo, como nosso pedido eterno de perdão. Me perdoe Palmeiras por te ver tão mal representado em cores, por homens de pouco brio, por pés tão desgraçadamente sem vontade. E eu te perdôo por me enganar tanto. Também perdoe aqueles que não te honram, que te profanam, os meninos que desafiam sua grandeza apenas pela omissão, os homens feitos que não o dignificam, pois são incapazes.
Aos seus jogadores, só desejo uma simples coisa: que sofram. Sintam a dor e a vergonha da derrota. Aprendam a odiá-la. Pois o futebol é o mais justo dos injustos. Ele se renova. O mesmo que te deixa hoje de joelhos, amanhã te erguerá nos ombros, te clamará vitorioso. Você é o Palmeiras campeão, do que e de quando não importa, sua grandeza ninguém apaga.
Não é um jogo, uma eliminação, um Santos qualquer, que vai te derrubar. E se você, por acaso, cair, minhas mãos e outras milhões lhe serão estendidas. Se apóie em quem te defende, se vingue de quem te desdenha, seja simplesmente Palmeiras, isso basta. Nossa batalha continua, é eterna, e até quando Deus permitir eu lutarei junto de ti, mesmo de longe, e compartilharei minhas lágrimas contigo. Lhe ofereço o que de melhor tenho, não me importa o que virá em troca, mas virá, isso eu sei. Estou esperando pela recompensa, seja terça, seja quarta, seja amanhã ou daqui um mês, um ano, uma década, vou esperar, de você não me canso.
Êêê dor de cabeça! Deus não foi piedoso com nós hoje, nem a bola. Empatamos e jogamos a chance fora de reagir na Libertadores. Impossível não é, mas é muito difícil. Nosso Palestra, sempre tão forte, não segurou o Colo-Colo e nem sufocou o Sport. Hoje não era nosso dia. Explicação? Não tenho, mal consigo pensar.
Pressão: da nossa torcida e pelo resultado. Tínhamos tudo pra colocar as mãos próximas de uma vaga que já parecera tão distante. E também tivemos o resultado a favor. Eram 13 minutos de jogo, Armero cruzou e o juiz marcou pênalti. Keirrison bateu e fez. Perfeito. Quem me dera. Nos seguramos, tocamos, pouco chegamos, mas não sofríamos com o ataque adversário. Eis que chegam os 45 do primeiro tempo. Falta, Paulo Baier cobra na área, zaga bate cabeça, Wilson chuta e Marcos não segura. Um balde d’água fria em cada torcedor, em cada jogador. O atacante do Sport ainda foi expulso, por levantar a camisa na comemoração do gol.
O Palmeiras volta ao segundo tempo, com cada atleta carregando toneladas nas costas. No palmeirense só angústia e apreensão. O fato de amar nos fez acreditar até o último segundo, mas nem ele, que salva tantas derrotas, tantos empates, nos salvou hoje. O Verdão não conseguiu. Tantos foram os motivos para que isso acontecesse, mas se for apontado um por um ainda não basta pra cair a ficha. Não era pra acontecer o que aconteceu.
Agora a situação voltou a ser muito difícil. Chances ainda existem,parecem claras aos otimistas, negras aos pessimistas, e ainda possíveis aos “parmeristas”. Sim, é possível. Mas o desânimo apaga qualquer chama de esperança nesse momento. Ainda teremos que digerir o empate/derrota de hoje, ainda ficaremos amargurados durante horas. Sem contar com resultados, o crucial é vencer as duas partidas.
Mesmo com todo o drama que nos toma, Pierre que fez uma grande partida e Keirrison que apesar do gol fez uma péssima, merecem ser lembrados. Poderíamos ter vencido por centímetros, não é Diego? Mas não foi assim. Não foi possível. Agora é erguer a cabeça dolorida e pensar positivamente. Já teremos outra decisão no sábado, pelo Paulistão contra o Santos, e na terça temos que continuar acreditando contra a LDU. Quem me dera poder explicar. Quem me dera poder esquecer.
Não sou palestrina de berço. Aliás, nunca tive motivos para ser. Sou de Minas, meu pai é flamenguista (apesar de não ligar pra futebol) e o resto da família é galo, maria e flamengo. Eu sei, fugi à lógica, ao andamento normal dos fatos. Também não sei explicar porque me tornei Palmeiras. Aliás, precisa mesmo de alguma explicação? Acho que não! Mas a única coisa que posso dizer é que o Palmeiras “me escolheu e me acolheu” (plagiando Mauro Beting). E não sou menos palmeirense que ninguém por morar longe, isso eu garanto!
Domingo, dia 05/04, foi mais um dia especial. Muito especial, por sinal. Grandes emoções me aguardavam e devo admitir que não estava preparada para as situações que se apresentaram. Mas acho até que não existe preparação para isso. Foi melhor assim!
Dessa vez não fui pra SP de ônibus. Seriam 15h de viagem e eu não tinha tanto tempo assim disponível. Resolvi ir de avião e, óbvio, foi muito melhor. O amigo Paulo Estevão me buscou no aeroporto de Guarulhos logo cedo, junto com a esposa Fernanda e os sobrinhos. Fizemos um agradável passeio até o clube e lá encontramos os outros amigos da Pró-Palmeiras que iriam conosco até Cajamar distribuir ovos de páscoa numa instituição carente. É sempre bom encontrar pessoas tão queridas! Custódio e seu filho, Sérgio e família, Paulo D’Angelo da Rádio Palmeiras, Bruno Novais, Wilson e família, Fernando, sua mãe e o Lucas. Fomos em comboio promover esse ato tão gratificante!
Como não poderia ser diferente, nossa chegada à instituição causou muita comoção. As crianças ficaram curiosas, atentas a todos os movimentos. Estavam todos quietinhos, respeitando a diretora do local. Pessoas muito lutadoras e voluntárias! Um trabalho de doação tão bonito que causa muita emoção! E ao ver aqueles rostinhos tão carentes e marcados, senti um aperto grande no peito. Quando começamos a distribuir os ovos, percebíamos a alegria irradiando daqueles pequenos. Como não ficar feliz com isso? E ao mesmo tempo que ajudávamos, também difundíamos a imagem do nosso Palmeiras. Tenho certeza de que jamais se esquecerão que muitas pessoas de verde, palestrinos de coração e alma, adoçaram um pouco mais o seu dia! A lembrança das bandeiras, das camisas, dessa cor tão linda não será esquecida!
Terminada a tarefa, fomos de novo para o Palmeiras, dessa vez pra almoçar e esperar o jogo. Infelizmente o grupo se dividiu, pois nem todos iriam para lá. Encontrei minha amiga Josi na lanchonete, mas antes disso, já tive a primeira surpresa. Passava por uma mesa quando, de repente, vi uma pessoa. Fiquei na dúvida, pensei um pouco e perguntei pro Bruno: “-- É o Jota?”. E ele disse que sim! Abri um sorriso de orelha a orelha, coloquei a mão no ombro dele: “-- Olá, Jota! É a Mayara!”. Ele deu um pulo da cadeira, me abraçou, agradeceu – embora exageradamente – pela divulgação dos causos que faço na comunidade do Palmeiras. Mas como não divulgar textos tão lindos? Só sei que fiquei muito feliz por tê-lo encontrado! Há tempos esperava por isso! Sou fã desse grande palmeirense! Consegue contar com muita desenvoltura e emoção sobre nossa história tão gloriosa e fatos engraçados – todos verdadeiros, como todo “causo” deve ser!
Depois do agradável almoço, sentei para conversar com a Josi e seus amigos de Jundiaí, Ronaldo, Dani e Paulo D’Angelo. De repente, ouço alguém gritando meu nome euforicamente: “-- Mayaraaaa, o Jota tá te chamando pra ver o Divino!”. Grande, Lucas! Suas palavras não saem de meus pensamentos! Só sei que dei um pulo da cadeira e saí correndo. Vi o Jota gesticulando, apontando onde estava o grande craque. E quando o vi, ainda de longe, meus olhos se encheram de lágrimas. À medida que me aproximava, sentia que minhas pernas falhavam e meu coração parecia que ia parar. Não conseguia controlar meu corpo, tremia muito. Mas quando fiquei frente à frente com aquele poço de candura, até me acalmei, mas não conseguia falar nada! Ele me abraçou de uma forma que só ele poderia fazer, mansa e calmamente. Fiquei olhando para aquele rosto terno e balbuciava palavras sem sentido. Quando me acalmei, olhei pra ele de novo – e que olhos meigos ele tem – e disse: “-- Divino, é uma honra conhecê-lo! A única coisa que queria dizer é que te amo do fundo do meu coração!”. Então ele me abraçou, mas foi de um jeito tão especial que fiquei ainda mais emocionada! A foto não me deixa mentir. Foi uma verdadeira avalanche de sensações, mas todas muito boas! Nunca vi uma pessoa tão gentil, delicada, mansa! Ele passa uma luz verdadeiramente boa. Ele foi e continua a ser Divino!
Depois ainda conheci o Fábio Finelli, o assessor de imprensa do Palmeiras e o Pierre. Grande, camisa 5! Foi muito educado e atencioso com todos que lá estavam! Autografou muitas camisas e tirou várias fotos. Um cara muito bacana! Ainda falei com ele: “-- Coração na chuteira, quarta, hein Pierre! Você e o Marcos são a raça desse time!”. Obviamente eu não precisava ter dito isso pra ele! Mas ele respondeu: “-- Claro, claro, o time está concentrado pra esse jogo, vamos vencer!”. Obrigada por toda sua dedicação ao Verdão, guerreiro!
Por fim, a hora do jogo se aproximava. Esperamos os amigos Pedro e Wilson chegarem e fomos para o estádio. Era a minha primeira vez nas arquibancadas do Palestra. Ficamos na “curvinha”, perto da TUP. Devo admitir que todas as minhas expectativas foram superadas. Gostei muito de ver o jogo ali! Pulei, cantei, vibrei! E não poderia imaginar que um jogo contra o Botafogo iria ser tão bom de assistir! Nem a chuva foi capaz de atrapalhar ou esfriar os ânimos! De virada é sempre mais gostoso, mas o melhor de tudo foi ver a comemoração do Diego bem perto de onde estávamos! “-- É quarta! É quarta, p****!”. Esse é o jogador que mais tem me surpreendido. Obrigada pela garra, Diego! E nesse dia eu fiquei rouca de tanto gritar!
Depois que o jogo terminou ficamos na dúvida se íamos ou não pra entrada do vestiário, mas pela hora e pela chuva, achamos melhor deixar para a próxima. Quem eu queria ver não estava lá, São Marcos. E não íamos lá de penetras. Tínhamos autorização, mas ficará para a próxima! Só de pensar em conhecer o Marcos já fico emocionada!
Fomos para o shopping comer antes de partir. Ainda encontramos o Jota novamente. Mais uma vez, foi um prazer imenso conhecê-lo! E eu mal sabia o que ele pretendia fazer mais tarde e não há palavras suficientes para agradecê-lo! Cheguei ao aeroporto com uma certa antecedência e finalmente pude sentar e pensar em tudo o que aconteceu. Minha cabeça estava repleta de lembranças maravilhosas, momentos inesquecíveis. Ainda hoje, uma semana depois, sinto a vibração de cada sensação. E sei que continuarei a sentir por muito tempo.
A volta para casa foi rápida, exceto pelo atraso do voo. Agora sentia minha cabeça pesada, mas era de sono. Cochilei feliz, como há tempos não fazia. Não sei como ainda tive forças para entrar na internet e conversar sobre o que aconteceu com minhas queridas amigas Vanessa e Renata, que infelizmente não puderam ir! Mas valeu a pena, pois ainda pude ver um e-mail do Jota, dizendo que estava preparando uma surpresa e precisava de informações e fotos. Então, na terça, dia oficial de seus “causos” no 3VV, vi o meu nome e minha foto estampando o site. Estava em um texto do Jota! Mal conseguia crer! E que texto!!! Toda vez que o leio, não consigo segurar as lágrimas! Muito obrigada novamente, meu amigo! Você foi incrível!
Esse foi o meu domingo especial! Feliz Páscoa a todos! Independente da religião professada, espero que este dia possa significar alguma mudança positiva na vida de cada um! Muita luz e paz!
E fica aqui uma mensagem: ISSO É PALMEIRAS! PAIXÃO, EMOÇÃO, VIBRAÇÃO!
Sem motivos para desespero, ação habitual do palmeirense. Não foi uma partida ruim do Palmeiras, embora boa também não tenha sido. Voltamos a cometer bobeiras que não foram vistas contra o Sport. A palavra da vez é imprecisão. Keirrison, que deve odiar o Santos, marcou, mas não fez boa partida. E eles saíram de campo achando que já estão na final. Bom sinal. Palestra Itália vai tremer no sabadão.
Erros de passe, pernas pesadas, falta de precisão e espaços excessivos foram as causas da derrota hoje. Começamos vencendo, logo no início, uma bela jogada na defesa, lindo passe de Diego Souza e bom cruzamento de Cleiton Xavier. Keirrison, que em 4 jogos fez seu 10º gol contra o Santos, perdeu na primeira, mas concluiu com êxito na segunda. Vantagem que não durou muito porque o Palmeiras aceitou passivamente a pressão santista.
Escanteio, desvio e marcação falha deixaram Kléber Pereira livre para bater firme e empatar a partida. Por um momento, se aproveitando do jogo ofensivo do Santos, o Palmeiras se lançou no contra-ataque, mas incrivelmente quem contra-atacou na seguida foi o time da Baixada. Com o fim do primeiro tempo Luxemburgo resolveu mexer na equipe. Entraram Marquinhos e Sandro Silva, saíram Ortigoza e Edmilson. Mudanças que não surtiram o efeito que o técnico esperava.
Já o Santos, que não tinha nada a ver com isso, se aproveitou de cochilos sucessivos da marcação e Neymar, em bela jogada individual, virou a partida. Demorou, mas o Palmeiras reagiu. Não o suficiente para empatar, mas pelo menos tentou. Marquinhos, quase sempre muito criticado, entrou bem no jogo. Capixaba, para variar, saiu de campo como o pior da partida. É fato que o lateral, que diga-se de passagem não tem substituto, é o ponto falho do Verdão.
Keirrison, Marquinhos, Cleiton Xavier e Lenny, que entrou no lugar de Fabinho, ainda perderam boas oportunidades. Fábio Costa, elogiado em demasia, fez uma boa partida. E fim de papo. Nada de desânimo. As chances do Palmeiras vencer no Palestra são consideráveis e, além de tudo, viemos de uma bela apresentação contra o Sport no Recife que será o próximo adversário já neste dia 15 às 19h30. Promessa de estádio lotado nas duas partidas e temos totais chances de vencê-las. E quanto ao Santos que comemorou como se já tivesse conquistado a classificação para a final, não se esqueçam viúvas do Pelé: vai ter volta!
Desde a vitória que deu o título do Paulistão contra a Ponte Preta e a histórica semifinal contra o São Paulo em 2008, o palmeirense não tinha uma alegria tão grande. Ah, como foi bom! Sangue nos olhos, a bola como um prato de comida, raça, dedicação, vontade, PALMEIRAS transbordando no suor dos jogadores! Mostramos o que a tradição não nos deixa esconder: você é imenso Palmeiras! Quem não tem medo de ti aprenderá a ter no gramado em que a luta o aguarda!
Heróica, histórica, grandiosa, exuberante vitória do Verdão em cima do time do “Cazá”. Jogamos uma Copa do Mundo e com o goleiro da copa em campo. Um Santo que é sinônimo de Libertadores. Foram 50 jogos, muitas alegrias, um título, e mais um cala-a-boca para a conta. E como nunca visto em 2009, o desempenho defensivo foi o máximo! Pareciam outros zagueiros. Se a bola passava, o nosso porco milagreiro pegava.
Aquele grito agonizante preso na garganta, grito de raiva, grito de fé, saiu logo quando Cleiton Xavier cobrou falta, Mauricio Ramos se esforçou e com a raça palestrina nas veias mandou para as redes. O juiz deu gol para Keirrison, mas foi o zagueiro que deu o primeiro “xiu” na Ilha do Retiro. E finalmente canto o hino sem peso na consciência: Defesa que ninguém passa! Ninguém mesmo Sport, ninguém! Nos guarnecemos, corremos, lutamos e eles não chegaram ao gol no primeiro tempo.
Voltamos com o mesmo time, com a mesma garra. Eles voltaram para cima do Palmeiras, que acabou com qualquer chance da torcidinha vibrar. Primeiro defende, depois ataca... e mata o jogo. Um golaço, lindo, maravilhoso, de técnica, de raça, de Diego Souza! Passou por meio mundo e tocou por cima do goleiro Magrão. Nunca um 2 x 0 valeu tanto! A sensação era de 12 x 0. E o hino continua: Linha, atacante de raça!
Enquanto o tempo passava e o sangue esfriava em nossas veias, o Sport tentou. Apenas. Tínhamos zagueiros inspirados como nunca foram. Tínhamos atacantes correndo como nunca correram. Tínhamos um goleiro como sempre tivemos. Honramos o manto alviverde que cobriu tantos craques e conquistou tantos títulos, honramos na bola, como profetizou o amor do torcedor. É assim que o Palmeiras sabe ganhar. Foi assim que vencemos.
Fim de agonia, conseguimos. Sim, nós podemos, porque somos Palmeiras, somos um time de torcida que mesmo pequena foi capaz de calar um coro de 30 mil leões famintos. Quebramos tabus, construímos um capítulo na história. Sempre acredite no Palmeiras! E para acabar o post, vamos acabar o hino: torcida que canta e vibra! Por nosso alviverde inteiro, que sabe ser brasileiro ostentado a sua fibra!
A maior vergonha da nossa história foi em 2002, quando fomos rebaixados. Já um dos melhores momentos foi quando subimos em 2003. Por menor que seja o título nada honroso de uma séria B, onde jamais deveríamos ter estado, os torcedores nunca deverão se esquecer desse ano. Um ano que provou nossa força de vontade, nossa nobreza acima de qualquer humilhação. A dificuldade só trouxe um sabor ainda mais doce para essa conquista.
Sábado, 22 de novembro de 2003, sob a luz da lua de Pernambuco, o Alviverde imponente mais uma vez sentiu e fez sentir o prazer de um título. Nunca o palmeirense sofreu tanto. Nunca o palmeirense amou tanto o Palmeiras. Time e torcida pareciam corpo e alma. O corpo foi à Garanhuns, cidade no interior pernambucano, batalhar pelo acesso, enquanto a alma, espalhada por todo o Brasil, se angustiou e se iluminou com a vitória.
Palmeiras, Botafogo, Sport e Marília disputaram o quadrangular final da série B em 2003. Foi então que os pernambucanos cruzaram nosso caminho. Para o Verdão bastava um empate para subir e uma vitória garantiria o título. E o jogo, duríssimo, teve início bem antes, fora das quatro linhas. Com a Ilha do Retiro interditada a partida decisiva foi mandada para Garanhuns, no estádio Gigante do Agreste. Gramado horrível e iluminação precária. Seria uma batalha.
Munidos de raça e coragem os representantes das nossas cores pareciam ter uma missão quase impossível. O Sport saiu na frente em cobrança de falta de Gaúcho aos 12 da segunda etapa. Para piorar, Adãozinho foi expulso deixando o Palmeiras com 1 a menos. Parecia o fim. E foi. Foi o fim de uma angústia de 370 dias. Magrão, de cabeça, empatou o jogo aos 20 e Edmilson sacramentou nossa volta à primeira divisão aos 32.
Uma verdadeira nação alviverde foi tomada por uma alegria imensurável. Felicidade pintada em verde, branco e vermelho. As lágrimas caíram naquela noite por nossa honra, por nossa integridade. Como foi difícil! Como foi bom! A leveza do dever cumprido nos tomou naquele sábado e nos toma até hoje. As lágrimas do passado ainda caem no presente. O sorriso sofrido de satisfação continua estampando nossas faces.
Passamos por tudo isso, por que agora não podemos vencer outra batalha? Mais uma vez o Sport, mais uma vez a angústia. Que seja também mais uma vez a vitória. Que seja na vontade, no campo, que seja difícil, mas que venha o triunfo. Que possamos chorar novamente de alegria, que o orgulho de ser palmeirense infle nosso peito. Que o Palmeiras seja Palmeiras. Eternamente vencedor.
INSPIRE-SE
Estadão:“Nenhum torcedor está indiferente ao Palmeiras hoje. Se você é palmeirense, vibre, se emocione e comemore. Se não é, limite-se a admirar. Afinal, neste sábado, o Palmeiras entrou para a história, não como campeão, pois já o fez há tempos e inúmeras vezes, mas como exemplo de dignidade e superação. E eis que surge, ou melhor, ressurge, o Alviverde imponente!”
Joemir Beting (Revista Placar Ed. 1266):“Carrego a palestrice a meu jeito e modo. Rebaixado? Retornado. E definitivamente recompensado.” Narração de Dirceu Maravilha, gols de Magrão e Edmilson:Download
Ficha Técnica: Jogo: Sport do Recife/PE 1 x 2 Palmeiras. Data/Hora: 22/11/03 - 21h40. Local: Estádio Marco Antônio Maciel - Gigante do Agreste, em Garanhuns/PE.
Árbitro: Héber Roberto Lopes/PR. Gols: Gaúcho aos 12, Magrão aos 20 e Edmílson aos 32 minutos do segundo tempo. Equipes Sport do Recife/PE - Maizena; Carlinhos, Gaúcho, Marcão e Magal (Clêisson Rato); Ataliba (Weldon), Vágner Mancini, Cléber e Nildo; Ricardinho e Valdir Papel. Técnico: Hélio dos Anjos. Palmeiras - Marcos; Baiano, Leonardo, Gláuber e Lúcio; Adãozinho, Magrão, Élson (Correa) e Diego Souza; Edmílson e Vágner Love (Dênis). Técnico: Jair Picerni. Cartões Amarelos: Vágner Mancini (Sport); Magrão, Vágner Love, Baiano e Lúcio (Palmeiras). Cartão Vermelho: Adãozinho (Palmeiras).
Agradecimentos: Custódio Dias, Rosendo Brígido Junior, Márcio Trevisan, Valdemagno Torres, minhas companheiras de blog, Mayara e Renata, e a todos que se dispuseram a ajudar!
Emoção. Palavra que faltou no vocabulário do torcedor nos últimos jogos. Hoje, partida onde os prognósticos caíram por terra, o Palmeiras devolveu a adrenalina ao sangue do palmeirense. Há quem acreditasse que o time entraria com reservas. Errado. Poucos poupados. E outros também tinham certeza que seria uma vitória fácil. Mais um erro.
Vitória com o dedo de Luxemburgo. Reação com os pés de Ortigoza. Virada na raça de Diego Souza. Hoje o que faltou no começo foi recompensado no fim. Justamente o sentimento que o torcedor precisava: esse time quando tem vontade reverte qualquer situação.
Inverno
O palmeirense tremeu nos primeiros 45 minutos. Nem pela apatia do time, mas sim pela situação que se encaminhava o campeonato. Depois de uma bela campanha, na última rodada, depois de dar algumas bobeiras, o Palmeiras ia perdendo a liderança para o São Paulo. Desanimador. Não bastasse o empate sem brilho, o Botafogo chegou ao gol no final do primeiro tempo, em cobrança de falta de longe de Betão, que não é aquele, e Bruno, adiantado, acabou falhando. E por falar em calafrios, era o que Jumar estava provocando na arquibancada. Luxemburgo percebeu a péssima partida do volante e colocou Evandro em seu lugar, ainda aos 31 da primeira etapa.
Primavera
Volta do segundo tempo com uma modificação: saiu Lenny, que vinha fazendo uma partida regular, e entra o paraguaio Ortigoza. Mudou também o time. Era possível perceber que o Palmeiras não entregaria tão facilmente a posição ao São Paulo. Mas as coisas não aconteciam como o esperado. Uma dezena de gols perdidos provocou angústia tanto na torcida quanto na equipe.
Verão
Finalmente esquentou o clima no Palestra. Cleiton Xavier lançou e Ortigol não desistiu da jogada, correu, se jogou e tocou por cima do goleiro, empatando a partida. Festa que só iria aumentar. Nem deu tempo para o torcedor respirar direito e Diego Souza driblou na grande área e chutou no canto esquerdo. Gol, virada e uma profecia do camisa 7: “é quarta!”. Que seja mesmo Diego.
Um olho no “peixe”, outro no “gato”
Enquanto segurava a bola para o tempo passar, o time teve a oportunidade de acompanhar de longe a aflição santista em Campinas. No Canindé, vaga quase dada como certa. Mas o Santos conseguiu se classificar, vencendo a Ponte de virada no finalzinho. Primeiro jogo na Vila Belmiro e segundo no Palestra com vantagem de resultados iguais para o líder Alviverde.
Mas antes uma parada na Ilha do Retiro. Finalmente o dia 8 está próximo. Eu não esqueci. Você não esqueceu. Eles também não. Em campo Diego Souza e Cia. terão a missão nada fácil de derrotar o Sport e manter vivas as chances do Palmeiras em se classificar. Difícil? Nada nunca foi fácil para o Palmeiras, e a dificuldade alimenta a vontade de vencer. Que o Verdão entre mais ligado em campo do que hoje e que nossos principais jogadores brilhem em solo pernambucano. Não peço sorte, peço competência.
Conta a bíblia que em Israel, nos tempos antigos, no reino de Saul, havia um jovem, pequeno e frágil, pastor de ovelhas que passava seu tempo livre compondo e tocando músicas, fazendo versos... Tratava-se do mesmo garoto que, sob o comando de deus, o profeta Samuel teria ungido para um dia ser rei de Israel (seria, então, rei ungido, que esperava o momento de reinar). Disso poucos sabiam, e Davi seguia sua vida simples, seu ofício de jovem pastor.
Eram tempos de guerra e os israelitas estavam em apuros contra os filisteus, estes últimos contavam com um gigante, Golias, invencível que espalhava temor. O jovem Davi, visitando o acampamento de guerra israelita, onde encontravam-se seus grandes e fortes irmãos mais velhos, ao ver a forma como o gigante ameaçava e zombava do povo de Israel, propõe lutar contra este. É claro, ninguém acreditou, Davi era moço e pequeno, sequer tinha experiência como guerreiro. Porém, este afirmou que já havia matado um leão e um urso, o gigante filisteu seria como um deles. Na falta de um grande soldado que tivesse coragem de enfrentar aquele que os desafiava (chamava um homem para lutar com ele, o povo ao qual o perdedor pertencesse seria servo do povo ao qual pertencesse o vencedor), foi Davi mesmo, sozinho, pequeno, com suas vestes de pastor (o rei até tentou oferecer sua armadura, mas o rapaz era pequeno demais e alegou não estar acostumado com armaduras e espadas), carregado de muita coragem e munido de um cajado e cinco pedras recolhidas no ribeirão. Era sua melhor armadura, a que lhe era conveniente.
É claro que o gigante riu, é claro que duvidou da pequenez do pastorzinho ruivo que sequer imaginava que um dia seria o maior rei de seu povo. Enquanto acreditava que esmagaria o pequeno rapaz, uma pedra ainda menor atingiu sua testa, o feriu de morte e deu a vitória a Davi, ao povo de Israel que tornou-se senhor dos filisteus.
Apesar de cética a respeito de qualquer poder divino/superior e religiões, sempre vejo as histórias bíblicas como parábolas que muito nos ensinam.
É feio, muito feio e baixo, quando a guerra do futebol ultrapassa os limites do jogo, do futebol limpo e bonito... Seria bom que sempre nos lembrássemos disso. Seria bom que os times (e a torcida também!) soubessem sempre ofender (e responder certas ofensas) com o melhor futebol (e a melhor manifestação de ‘torcida que canta e vibra’) possível.
Ousando sugerir algo ao que Vanessa, amiga que não sem motivo há anos costumo chamar de ‘Idola’, escreveu sobre o jogo do dia 08/04 contra o Sport, diria que queremos batalha também, mas uma batalha respeitosa, corpo a corpo (como faziam os cavaleiros de outrora), cuja única arma de ofensa e “morte” seja algo que envolve um bom jogo de corpo, muita técnica, raça, coragem, determinação e persistência, a bola, o gramado, dois times dignos e duas torcidas vibrantes: o futebol (me perdoem se me fugiu algo de essencial).
Não desmerecendo todos os nossos grandes momentos de glórias, de vitórias, de alegrias, muito menos os maus momentos que (espero!) muito nos ensinaram (derrota também é História), também não menosprezando o Sport e sua própria História e experiência, como historiadora em formação ouso afirmar que a História, como diria o velho filósofo (Nietzsche) é musa, a história engana, a história trapaceia. Sim amigos, a história muitas e muitas vezes dá um nó, quebra supostos destinos, estraga planos, derruba os grandes e acostumados com a vitória, eleva os esquecidos, enfim, nos trapaceia. A história, arrisco-me a dizer, está menos para provar linearidades ou permanências de grandes feitos ou mostrar inesperadas rupturas, quanto para nos lembrar que nada, jamais, pode ser totalmente previsto e esperado tendo como base somente aquilo que já se foi.
Independente de picuinhas, estaremos todos (se a história não nos der um grande golpe de surpresa), Palmeiras e Sport disputando no gramado, nos dias 8 e 15. A história, infelizmente, hoje não pode dizer desta batalha quem sairá morto e quem sairá vencedor. Porém, desde hoje podemos começar definir quem vai agir como o gigante que gasta o tempo que poderia lutar determinado a zombar e assustar o adversário, a menosprezar seu poder... Podemos diferenciar o gigante que ri do rapazinho ignorando que este é rei e toma uma pedrada certeira na testa de seu orgulho, de quem agir como o pequeno rei corajoso, determinado, que ao invés de ficar louvando seu status responde àqueles que zombaram de sua ousadia afirmando que já matou um leão, que já matou um urso, que pode lutar e vencer. Aquele rapazinho que, àqueles que ignoravam e aos que não respeitavam (sua família) sua posição de rei, soube responder vestido com sua melhor armadura, armado com sua melhor munição, impulsionado por sua coragem, por sua experiência peculiar, atirando uma pedra inesperada (que, com um pouco mais de atenção poderia ser evitada) no meio da testa erguida do orgulhoso que se dizia gigante e superior.
Espero eu que o Palmeiras se prepare, que nesse momento não pense que sua grandeza é suficiente (única necessária) para definir futuras vitórias, que não se distraia rindo da pequenez do adversário diante de sua grandeza e que saia com sua melhor forma, vestido com sua melhor armadura, munido de seu melhor futebol, auxiliado por sua torcida vibrante e apaixonada, e, ao Sport que ameaça uma guerrinha infantil, à todos aqueles que menosprezam nosso lugar, que menosprezam nossas belas histórias do passado, à imprensa que ignora nossa posição, enfim... Que à todos estes o Palmeiras diga que já matou um leão, que já matou um urso com as próprias mãos, que não treme diante de nenhum gigante, que não teme nenhuma ameaça, que não oscilará diante da vitória por mais que o inimigo seja assustador. Que o Palmeiras mostre por atitudes porque é Rei, campeão do mundial, o campeão do século XX (pelo qual o século XXI não perde por esperar).
Hoje a história, queridos palestrinos, talvez não sirva muito pra definir quem cairá e quem sairá erguido dessa “batalha”... Mas, sem duvidas, serve para nos ensinar experiências do passado. Que no futuro sejamos lembrados pela musa como aqueles que souberam responder aos adversários à altura de quem somos e não à altura da pequenez de suas idéias sobre nós.
créditos das imagens: palestrinos; globo.com, Custódio Dias.