terça-feira, 29 de junho de 2010

BRASIL E HOLANDA CONFIRMAM FAVORTISMO E SE ENFRETAM NAS QUARTAS

Mais um belíssimo clássico das Copas pela frente. Depois de Alemanha x Inglaterra, agora será a vez de Brasil e Holanda se enfrentarem. A seleção de Dunga pegou o adversário mais frágil das oitavas e não fez uma partida nem de longe brilhante, embora tenha se mantido eficiente e competitiva. Já os holandeses pegaram uma “zebra”, mas que ao contrário dos chilenos tinha uma defesa bem postada e um artilheiro, e fez bem o resultado sem muito esforço. Os dois fizeram o necessário, nem mais nem menos, e agora medirão forças na sexta-feira. O toque de bola laranja contra a efetividade amarela, quem leva?

A primeira característica da seleção de Marcelo Bielsa: coragem. E a segunda, pela ordem: burrice. Tão corajosos quanto burros, os chilenos partiram para os mesmos erros de sempre quando enfrentaram o Brasil. No começo do jogo partiram pra cima, pressionaram, dominaram e nada aconteceu. Muito toque, pouca efetividade. Mesmo problema espanhol, mas a diferença técnica entre as duas seleções é absurda. Depois da pressão inicial, deixaram o time de Dunga ficar mais com a bola e deram zilhões de escanteios. Com uma defesa daquelas e com a competência brasileira na bola parada, era pedir pra tomar gol. E tomou. Pra não dizer que Juan subiu sozinho para cabecear, vale lembrar que ele estava rodeado de camisas amarelinhas. Aí acabou qualquer chance da zebra chilena dar as caras em Johanesburgo.

Com a defesa que tem, fazer um gol contra uma equipe de sistema defensivo frágil e ataque pouco eficiente, é tudo que o Brasil pode querer. Os comandados de Dunga nem precisaram fazer força pra chegar ao segundo gol com Luis Fabiano, dessa vez sem precisar usar os braços pra ludibriar a arbitragem. Bielsa, que deixou Valdivia no banco, colocou nosso Mago já na volta do intervalo esperando por um milagre. O Chile tentou, teve brio, mas se esqueceu que continuava ruim. Não diminuiu o placar, pouco chutou e ainda levou mais um gol, dessa vez de Robinho. Méritos totais para Ramirez. O jogo continuou no mesmo ritmo até o final, com pouquíssimas chances para ambas as equipes. Ou seja: chato, muito chato. A partida mais sem emoção das oitavas de final.

No duelo anterior, das 11h, a Holanda enfrentou a Eslováquia, responsável pela eliminação precoce da Itália, campeã em 2006. Aliás, os italianos foram eliminados mais pela própria incompetência do que pela competência alheia. A novidade foi Arjen Robben, tido como grande nome da seleção holandesa, que sofreu uma contusão durante a preparação para a Copa. Diferentemente de outros jogadores que se contundiram antes da competição e não renderam, como Ribéry, Rooney e Fernando Torres, Robben voltou com tudo. Participou do gol holandês na vitória sobre Camarões e fez o seu contra os eslovacos. Depois de receber lindo lançamento de Sneijder, o carequinha cortou para o meio e bateu rasteiro no canto do ótimo goleiro Mucha.

A Holanda segurou o jogo como quis, embora as duas equipes tenham exigido muito trabalho dos goleiros, e chegou ao segundo gol com seu camisa 10. Kuyt fez ótima jogada pela esquerda e apenas rolou para Sneijder no centro da área marcar. No final da partida, a brigadora Eslováquia chegou ao seu golzinho num pênalti duvidoso em sua última jogada de ataque. Vittec, um dos artilheiros da Copa com 4 gols, marcou e se despediu da competição de forma positiva. Não dava para os eslovacos, assim como para os chilenos. Duas presas fáceis para duas favoritas. Favoritismo que agora será posto à prova. Ao contrário do que muita gente pensa, a Holanda não é só Robben. Sneijder, um belíssimo meia clássico, Van Persie e Kuyt também são destaques nessa equipe. Além de tudo, é um time certinho sem um grande ponto fraco. É verdade que a Laranja Mecânica não é a mesma de antigamente, mas nem o Brasil chega perto do que já foi. A histeria coletiva não deixa o brasileiro ver isso. Que bicho mordeu esse povo que ficou barulhento e soberbo? O Brasil sempre foi campeão com humildade e bom futebol. Pode voltar a ser campeão sim, pelo conjunto e eficiência, já que nenhuma seleção está muito acima das outras, mas vem perdendo aos poucos as duas características que me orgulhavam tanto.

Créditos das fotos: Uol.

DUELO IBÉRICO ESQUENTA ÚLTIMO DIA DAS OITAVAS


Por Carlos Albano

Portugal classificou-se em segundo lugar no Grupo G e pega o primeiro do grupo H, a Espanha. Será um jogaço, tanto pela rivalidade histórica quanto pela formação das seleções que vêm crescendo durante a competição.

E a Espanha chegou para a Copa. Ainda tímida, mas chegou. Mostrou um razoável futebol contra o Chile, com uma marcação forte no meio e um ataque rápido que, agora, parece eficiente. Terminou em primeiro no grupo H.

E que Portugal não cometa a besteira de entrar com uma disposição defensiva como fez contra o Brasil. Houve uma involução por conta da covardia. Teria ganhado o jogo contra o Brasil não fosse a postura defensiva, no primeiro tempo com dez jogadores atrás da linha da bola, no segundo ficou entre jogar para ganhar e um exagerado respeito ao Brasil. Mostrou qualidades defensivas que não havia mostrado até então com a volta de Pepe, porém, à custa do bom futebol que vinha em franca evolução, como demonstrado em partidas anteriores. Isolou Cristiano Ronaldo e segurou Danny para marcação, além de três volantes no meio acabando com qualquer possibilidade de ultrapassagens pelas pontas e infiltrações, pontos fortes do ataque luso até então.

Era a oportunidade de vencer o Brasil desfalcado, mal formado, confuso, errando passes, nervoso. Presa fácil para qualquer futebol ofensivo, já que não havia no meio brasileiro qualquer possibilidade de ligação criativa com o ataque. Acabou sendo um jogo equilibrado por baixo. Com um nível horrível. Um jogo ruim, violento, com passes errados, falhas de marcação e individuais de ambos os lados.

Para Portugal fica, a meu ver, a certeza de que ou joga pra frente, para vencer, ou vai retroceder em sua atual preparação para a Copa e passa a correr sérios riscos. A defesa de Portugal não é nenhum primor quando acuada e não tem velocidade suficiente para acelerar as saídas de bola nos contra ataques, exceto uma tomada de bola no meio de campo. Portugal tem equipe para agredir, jogar pra cima, vinha jogando dessa forma e, com a volta de Pepe, a defesa tomou mais corpo, ficou mais viril e preenche melhor os espaços, embora lentos na saída de bola, como já disse. O que vai exigir mais dos articuladores. Jogar no costumeiro 4-3-3 é a única saída. De qualquer forma, os cruzamentos na tabela daqui para frente, para Portugal, exigirão desta seleção mais força, mais chegada, mais futebol. Acabaram as possibilidades de empate. Acabou a covardia. Às Armas lusitanos, às armas!

Crédito da foto: Terra.

GALÃ TEVEZ MARCA DOIS E ARGENTINA PEGA A ALEMANHA NAS QUARTAS


O México bem que tentou, mas não foi páreo para a força ofensiva argentina. Mesmo começando melhor a partida, os conterrâneos de Chaves e Cia cometeram erros fatais, apesar de terem sido prejudicados pela arbitragem, que validou aquele gol de Tevez, visivelmente em posição de impedimento. Aliás, só não viu quem não quis. Só não superou o erro cometido pelo bandeirinha cego do jogo entre Inglaterra e Alemanha. Aquele foi uma tremenda sacanagem e comprometeu claramente a reação inglesa. No caso do jogo latino, não acredito que esse gol tenha sido o fator primordial para a derrota mexicana.

De fato, o México iniciou o jogo sufocando os hermanos. Logo cedo, Salcido, bom jogador, mandou uma bomba no travessão, assustando o goleiro Romero. Guardado também tentou de fora da área e a bola passou muito perto. Enquanto isso, a Argentina tentava chegar ao ataque, sem muito sucesso. A marcação mexicana estava eficiente e praticamente não houve chances claras de gol, até o erro crasso. Messi lançou Tevez, que dividiu com o goleiro e a bola voltou para o camisa 10, que tentou encobrir o já batido arqueiro. Nesse meio tempo, o lindo camisa 11 já estava meio metro adiantado quando cabeceou a bola pro gol. Para deixar a lambança ainda pior, o telão do estádio mostrou o lance e todos viram a posição irregular do jogador argentino, inclusive o bandeira. Os jogadores mexicanos foram pra cima dos dois, que após uma conversinha, resolveram validar o gol, já que não poderiam utilizar a imagem mostrada para mudar de opinião. O estrago estava feito. Isso ocorreu aos 26 minutos.

Para afundar ainda mais o simpático time de verde, o zagueiro Osorio presenteou o artilheiro Higuaín com sua ruindade, entregando a bola sem a menor dificuldade. Resultado: drible no goleiro e mais um gol, aos 33 minutos do primeiro tempo. Essa não foi a única lambança do defensor na partida. Aliás, a defesa mexicana é bem fraquinha e o ataque pouco eficiente. Por isso reafirmo que a Argentina ganharia de qualquer jeito.

No intervalo, um prenúncio de confusão. Bate-boca, empurrões e Maradona, o ex-bad boy, tenta acalmar os ânimos. A cena foi, definitivamente, muito estranha.

No segundo tempo, o técnico Javier Aguirre colocou Barrera no lugar de Bautista. Antes tivesse começado com ele, pois o jogador substituído não fez foi nada, ao contrário do outro que participou bastante do jogo. Porém, a esperança mexicana durou pouco. Tevez acertou um belo chute de fora da área, contando também com a colaboração do goleiro de 1,74m, que não é nem sombra do inesquecível Jorge Campos. Golaço.

Depois do terceiro gol argentino, os mexicanos resolveram voltar para o jogo. Criaram muitas oportunidades, e Heinze ainda tirou uma bola em cima da linha. Mas aos 26 minutos, Hernández fez o gol de honra, num belo chute, sem chance para o fraco goleiro argentino. E foi isso.

Sem dúvida foi a pior partida de Messi, que apesar de muito apagado, quase fez o seu no final do jogo. O camisa 10 segue sem marcar na Copa, enquanto isso, Higuaín é o artilheiro da competição com 4 gols.

O próximo jogo da Argentina não será nada fácil, pois tem uma verdadeira pedreira pelo caminho, a Alemanha, que está jogando muito. Maradona já pensa até mesmo em reforçar a defesa, jogando com 2 atacantes ao invés de 3. Será que a eficiência ofensiva argentina conseguirá superar sua própria deficiência defensiva? É o que vamos ver no sábado. Se equilibrarem os dois setores, as chances de vencer serão grandes. E também resta saber como o melhor do mundo irá se comportar. É hora de brilhar de verdade, Messi!

Crédito da foto: GE.

NEM DEUS SALVA A RAINHA

Por Sergio Bellangero e Marcel Castro

Esse texto é feito a quatro mãos. Antes que o meu companheiro de escrita diga, eu mesmo faço: Quem desacreditou na Alemanha que levante a mão! Pronto, estou teclando com uma só!

Está certo, eu bem disse em meu último post que nesse confronto a Alemanha deveria passar, mas não passaria das quartas. Vi um Uruguai muito bem montado, mas se a Alemanha tiver a mesma disciplina tática de hoje e, principalmente, a atuação de Özil, sim, o melhor em campo sem ter feito um golzinho sequer, vai ficar difícil para o time sul-americano. Alias, qualquer um dos 5, ou dos 7 restantes... Mesmo o poderoso e tradicional Brasil terá dificuldade.

O primeiro gol Alemão foi ao estilo do que eu previa, e meu parceiro nem tanto: um tiro de meta que atravessou todo campo e, na força física, se jogando na bola, Klose abriu o placar. Meu parceiro que escreve o texto comigo, está espantado: Diz ele que nem na várzea se toma um gol assim... É só notar, por exemplo, no lance, a má posição dos zagueiros ingleses e o buraco em frente da área do English Team.

Mas, a partir daí, como num passe de mágica, o futebol de “apenas” força e correria virou futebol de toque de bola, um-dois, “não está mais comigo”... E logo veio o segundo gol. Um golaço. A Inglaterra, também na base da camisa, mas “jogando como sempre e perdendo como sempre”, fez o seu gol no chuveirinho. Como mais poderia ser?

Com Gerrard mal posicionado e jogando muito pouco, Wayne Rooney e o resto da seleção mostrando o que não se joga nem no XV de Jaú, todo mundo mal distribuído, jogando mal e com lentidão, apenas o criticado Lampard (com razão, aliás) jogando algo, fica difícil. E é de se perguntar qual a função do técnico Fábio Capello e qual era o clima dentro da concentração inglesa durante a copa. Antes dos ingleses se animarem marcando 1 gol, poderiam ter levado 4 ou 5. Será que, como diz o Kaiser, o problema é a falta de títulos e de camisa? Ou é o que diz este analista, que os times europeus normalmente tem cartaz demais, para o que jogam de verdade?

Aí veio o Larrionda, que é um bom juiz, e seu erro catastrófico! Será que ele acha que o Uruguai, em uma eventual final, vai se dar melhor contra a Alemanha? Bem, a bola entrou quase meio metro, mais precisamente 33 cm. Era o segundo gol da Inglaterra, o gol de empate. O gol que não entrou em 66 e foi dado, agora, mesmo tendo entrado, e muito, não aconteceu “de direito”. Irônica e tardia justiça. O cúmulo do absurdo, assim como, há alguns anos, os ingleses manipularam as imagens e ângulos do lance de 1966 para provar que o juiz não errou. Absurdo por absurdo, os ingleses ontem sentiram na pele, novamente, como é ser prejudicado pela arbitragem, coisa que os alemães e os palestrinos já conhecem faz tempo.

No segundo tempo a Alemanha mostrou a que veio, apesar de alguns sustos, como a falta batida por Lampard que explodiu no travessão, e a vontade inglesa inicial.

Mas, atenção, pretendentes ao título: ao jogar contra a Alemanha, saiam na frente. Caso contrário, a força defensiva Alemã é muito boa e o contra-ataque é um espetáculo, uma aula, um show, com dois ótimos meias e dois volantes que podem jogar como meias! E foi assim, pelos pés do jovem Özil, com seus poucos 21 anos, que a vitória tranquila da Alemanha foi construída. No terceiro gol ele não tocou na bola, mas chamou quatro defensores ingleses para a marcação, deixando livre o espaço para o gol feito por Müller, em passe de Schweinsteiger, o volante hábil, segundo melhor em campo. No quarto gol, Özil ganhou na corrida, levantou a cabeça, entrou na área e, como se estivesse treinando, esperou a passagem de Müller que, de novo, estufou as redes dos britânicos. Contra-ataques que devem ter durado uns 15 – 20 segundos da saída de bola ao gol! Impressionante! E mais eficaz e germânico impossível!

E assim, lá se vai mais um que sempre é favorito (ao menos para os ingleses) e sempre cai cedo. Será que dessa vez, com a Espanha, outro “favorito” que nunca confirma favoritismo, será diferente?

Dessa forma, fica mais um que sempre chega com desconfiança e, se deixarem, levanta a taça. Aliás, não se sabe por que, diga-se, além de jogar bem, a Alemanha sempre chega longe, sempre. Alguém aí se lembra quando foi a última vez que a Alemanha ficou fora do grupo dos 8 melhores? Em 1938. Faz tempo, muito tempo. Até o Brasil já deu sua pixotada vergonhosa em 1966, embora naquela copa fosse necessário que o Brasil caísse fora, como em 1978.

God, save the Queen! Não salvou! (Ninguém salvaria a Inglaterra). Quem se salvará dessa Alemanha de hoje? Vai que é tua, Argentina! E depois, quem sabe, o Brasil!

Crédito da foto: UOL.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O DIA "DELES"

Por Vanessa Michelin

..."Deles", os árbitros. Demorou, mas chegou. A arbitragem da Copa já dava mostras de que uma hora poderia causar um desastre. O gol absurdamente mal anulado dos americanos contra a Eslovênia, a pancadaria da Costa do Marfim e o gol de Luis Fabiano que, claramente, usou as “asas” pra ajeitar a bola; foi só o começo. O segundo dia de disputas das oitavas de final, aliás, dia de gala com um dos maiores clássicos da história do futebol mundial, acabou manchado pelos homens do apito com erros gigantescos e indiscutíveis. O único alento é que o mundo verá Alemanha x Argentina na próxima fase, duas seleções fortíssimas e candidatas ao título, que vêm mostrando muita qualidade técnica. Inglaterra e México deram adeus à Copa, e dois trios de arbitragem também. Arrivederci, vaya con dios, suas bestas!

Desde muito tempo se discute o uso de ajuda eletrônica nos jogos de futebol. Uso que já acontece em outros esportes, como o tênis, há algum tempo. A diferença é a dinâmica entre essas duas específicas modalidades. Independente das dificuldades, ou não, em se implantar o uso desse recurso, um “olhar eletrônico” teria ajudado demais Inglaterra e México. Mas sejamos justos com os juízes e auxiliares, é difícil. Certos lances são quase impossíveis de se ter uma opinião concreta. Só que... Para tudo! Uma mula acertaria os lances polêmicos desse domingo. É Dunga, até você!

A cagada começou logo no clássico que reeditava a final de 66. Inglaterra, que na época levou seu único mundial com um lance polêmico – um gol validado que, até hoje, acarreta discussões se a bola entrou ou não (e não entrou) –, contra a Alemanha que sempre entra forte nas Copas, geralmente com força física e incrível disciplina tática. Agora acrescente a esse time uma grande capacidade técnica e terá, em minha opinião, a melhor seleção da Copa até agora. Já os ingleses, que tem a liga mais forte do mundo, ficaram com a fama só no papel. Gerrard apareceu no primeiro jogo, Rooney não chegou à competição até agora e Lampard, esse sim, o único que não pode ser crucificado desse time. Sem contar a rivalidade histórica entre os dois países, herança da Primeira e Segunda Guerra Mundial. Isso faz com que seja um jogão, não é? E foi. Poderia, e deveria, ter sido tão simples.

A Alemanha começou voando, fez dois gols e aos 37 a Inglaterra achou o seu golzinho. Achou mesmo, simplesmente. Não fizera nada no jogo que justificasse uma reação. Mas então a partida mudou. Os ingleses ainda comemoravam o gol de Upson, que saíra com ajudinha do goleirão Neuer, quando Lampard mandou uma paulada da entrada da área. A bola explodiu no travessão e entrou... Entrou muito! Só duas pessoas não viram: Maurício Espinosa e Jorge Larrionda. O lance foi comparado a uma “vingança” germânica, já que em 1966 o English Team levou o caneco contra a Alemanha num gol em que a bola bateu na linha, mas não entrou. É, que “coincidência” desastrosa para os comandados de Capello. Um castigo que não era deles.

No outro jogo, outra favorita a levar a Copa do Mundo. A Argentina de Messi contra o México, que adora umas oitavas de final. Adora tanto que sempre fica por lá. Já são cinco Copas seguidas em que a seleção da terra do Ligeirinho fica nas oitavas. Na Copa passada foi eliminada pela mesma Argentina. Mais uma coincidência de Copas anteriores, mas dessa vez sem castigo para o vitorioso em questão. Castigado foi o pobre México. Jogavam melhor, já haviam metido uma bola na trave do horroroso goleiro argentino, quando de repente... Lance confuso na área mexicana, Messi tenta por cobertura e Tevez cabeceia entre os dois marcadores pra fazer o gol. Tudo certo, não é? Não! Carlitos, o muso argentino, estava tão impedido que até mãe dele, aquele pobre coitada, anularia o gol. Menos Roberto Rossetti e o bandeira cagão, Stefano Ayroldi. Mamma mia Itália, vai me fazer merda até na arbitragem, cáspita!

Tirando isso, os dois jogos valeram o domingo. A Argentina se aproveitou do estrago psicológico que o gol irregular causou no México e venceu a partida sem grandes dificuldades. Mas jogou um pouco melhor que os mexicanos e é uma seleção muito mais forte. Provavelmente ganharia o jogo, independente do bom momento que vivia a equipe de Javier Aguirre, mesmo se o gol não fosse incorretamente validado. O mesmo se aplica à Alemanha. Aliás, os alemães jogaram demais. Lahm, Boateng, Khedira, o artilheiro Klose, Podolski, Schweinsteiger, Özil e Müller, além de dois zagueiros seguros e um goleiro que varia bons e maus momentos, fazem da “Deutschland” uma seleção fortíssima e surpreendentemente muito agradável de se ver jogar. A Inglaterra teve brio, mesmo no mau momento técnico, e acabou muito prejudicada, é verdade. Mas nada que tire o brilho da vitória alemã, no melhor jogo das últimas duas Copas. Um jogo que vou contar para os “meninos” daqui alguns anos, assim como tão bem faz nosso brilhante companheiro de mídia palestrina, Jota Cristianini do 3VV. É, eu vi a história dar o troco nos ingleses. Vi a bola entrar mais de 30cm no gol. Vi o desespero do excelente Frank Lampard. Já o juizão... Bem, esse não viu nada. Coitada da mãe dele, aquela p...

Crédito da foto: Reuters.

domingo, 27 de junho de 2010

E DEU GANA!

Por Marcel Castro

No jogo dos dois patinhos feios destas oitavas de final, deu Gana. Não foi novamente um primor de jogo, mas foi muito interessante.

No primeiro tempo, contrariando o pequeno favoritismo dado por todos à seleção americana, quem jogou foi Gana. O técnico Sérvio, da seleção ganesa, deu o primeiro golpe e colocou seis jogadores no meio de campo, marcou a saída de bola e acabou com o 4-4-2 conservador americano. Ganhou por completo o meio de campo e o jogo nos primeiros 30 minutos. Uma qualidade de Gana que ficou muito evidente nesse jogo foi a sua forte marcação. Gana, ao contrario de varias outras seleções africanas, marca bem e recompõe-se rápida na defesa.

Outra, é que sua defesa, embora baixa, não costuma dar tantas chances a pixotadas, como é comum em seleções africanas.

O primeiro gol de Gana foi um quadro dessas qualidades, pois quando está sem a bola, defende-se com 9 jogadores em uma linha de 5 e outra de 4. O adversário que faça o que quiser com a bola e construa algo. Parece defensivo e feio, mas não é, pois Gana também sabe tocar a bola, têm jogadores técnicos que tentam a jogada como o seu ala/ meia habilidoso, Andre Ayew, do lado esquerdo, Asamoa Jean, Prince Boateng... Falta a eles uma maior capacidade de definição e uma defesa mais alta. Discordo, portanto, do que se diz em geral em relação à seleção ganesa. Ela não é só força, tem técnica e tem, sim, boa disposição tática, fato importante no futebol atual.

Pois bem... Aos 4 minutos, em um lance que o paredão Ganes tomou a bola do volante Clark, a jabulani ofereceu-se a Prince Boateng na linha de meio de campo. O meia disparou à moda de Rivaldo, com uma pequena gingada para a esquerda que tirou a marcação, e com o espaço obtido, bateu rasteiro, forte e seco, no lado esquerdo do gol defendido pelo goleiro americano.
Prince Boateng ainda daria trabalho ao goleiro Howard nos minutos que se seguiram. Asamoah Jean bateu boa falta aos 18 e obrigou o goleiro a fazer defesa.

O jogo seguia assim, com Gana tocando a bola. E nesse ritmo Gana iria fazer o segundo gol a qualquer hora. Aí a resposta do técnico americano foi rápida.

Até os 30 minutos, os EUA foram completamente engolidos por Gana e seus 6 homens no meio de campo, além dos 3 zagueiros. Então, aos 30 minutos o treinador americano tirou o volante Clark e colocou um jogador mais técnico no seu lugar, Edu. O jogo tornou-se mais equilibrado. Aos 34, Fidley invadiu a área pelo setor esquerdo e bateu rasteiro. O excelente goleiro ganes, Kingston, defendeu com os pés. Minutos adiante, Asamoah Jean invadiu a área pelo setor esquerdo depois de tiro de meta de Kingston, obrigando Howard a defender, também com os pés.

No intervalo, o técnico americano colocou em campo o brasileiro naturalizado americano, Feilhaber, no lugar do atacante Bradley. Feilhaber, meia, abriria espaço na defesa ganesa, e juntamente com o craque Donavan e o dínamo Dempsey, criariam problemas aos ganeses.

No inicio do segundo tempo, Gana recuou e os americanos foram pra cima. Como esperado pelos americanos, a presença de 3 meias no campo (quanta diferença, né Dunga? ), iria trazer benefícios ao jogo americano... Quase um *4-2-3-1, com 3 meias ofensivos e um deles na ponta.

Com um minuto, Dempsey, o dínamo americano, toca para o lateral direito, que cruza rasteiro. Altindore, o sumido centroavante americano, faz o pivô e toca para Feilhaber que entrava pelo setor esquerdo. O goleiro Kingston salva Gana.

Os americanos pressionam. Aos 17, ótima jogada dos meias Feilhaber, Donavan e Dempsey pelo meio. Dempsey coloca a bola entre as pernas do zagueiro central de Gana, invade a área e é derrubado por Jonathan Mensat. O craque Donavan bate o pênalti e empata. Os EUA continuam a pressionar e Gana parece perder o fôlego. As chances se sucedem. Mesmo o apagado (na Copa) Altindore, criou duas chances, uma em passe de Donavan, que o goleiro Kingston dividiu no carrinho e saiu jogando como zagueiro, e outra em que recebendo lançamento longo e em disputa com o zagueiro, tocou a direita de Kingston, com perigo. E ainda criou mais uma ao encontrar o ala esquerdo americano de frente para o gol, para a defesa de Kingston.

O técnico ganes colocou então, o meia Addy no lugar do lateral/ala Sarpei. A situação de Gana melhora um pouco, o time retém um pouco mais a bola e os EUA diminuem o ritmo. O jogo vai para a prorrogação.

Aos 3 minutos, o habilidoso Andre Ayew, fez um lançamento longo para Jean, este, ganha de Bocanegra na corrida, mantém-se de pé (levou um tremendo tranco do capitão americano) e antes da chegada de Demerit, bate com força, estufando a rede. Gana 2x1...

Nos minutos finais, desespero. O time americano tenta desorganizadamente, e já sem perna, fazer o gol, mas a zaga ganesa defende a meta de Kingston com picardia.

Gana está classificada e vai pegar a Celeste Olímpica nas quartas. Segue no seu sonho, para a descrença de muitos analistas. A boa e briosa seleção americana pode voltar para casa tranquila, consciente de que fez bons jogos e que orgulhou seu país.

*4-2-3-1, tem sido o esquema de jogo preferido nesta Copa do Mundo.

Créditos da foto: Getty Images.

E A FESTA É EM MONTEVIDÉU

Por Renata Niemand

Eu sei que apostei que o Uruguai não sairia da primeira fase, mas, como iria imaginar? A Celeste, que penou para se classificar (na repescagem, contra a Costa Rica, 1x0 fora e 1x1 em casa), dava mostras de que continuaria na mesmice das últimas duas décadas. Na última vez que o Uruguai se classificou para as oitavas, e ficou por aí mesmo, Nelson Mandela ainda comemorava sua liberdade, em 1990 – a última Copa em que o Uruguai venceu um mísero joguinho, até a atual, claro. O último 4º lugar, melhor posição que conseguiram nos últimos sessenta anos (em duas ocasiões: 1954 e 1970), foi há tanto tempo que quem tem menos de 40 anos nunca viu. Além disso, depois do título de 1950, o Uruguai não participou de 6 Copas, ficou na primeira fase em 3. Além de 1990, também disputaram as oitavas em 1986. O pessoal de Montevidéu deve estar comemorando, e com razão, porque quem tem menos de quarenta anos nunca viu sua seleção de futebol ir tão longe na Copa do Mundo.

Como adversário, o Uruguai tinha uma das, se não for A, mais bem sucedida seleção asiática de futebol. Não tem o mesmo histórico que o a Celeste e suas duas estrelas, mas vale lembrar que participou de todas as Copas desde 1986, conseguindo o 4º lugar em 2002.

E o jogo foi decidido nos erros dos dois times, e no talento camisa 9 uruguaio, o fominha Suárez.

Aos 7 do primeiro tempo, após Chu-Young assustar os uruguaios com uma bela cobrança de falta que bateu na trave, foi a vez dos sul coreanos assustarem o próprio time. Forlán cobrou falta, a bola cruzou a área toda, contendo sete coreanos (mais o goleiro) que ficaram olhando a bola passar, enquanto Suárez ficava livre na segunda trave para marcar o primeiro gol. Aliás, essa zaga sul coreana parece adorar ficar olhando a curva da jabulani...
No finalzinho do primeiro tempo, o juizão com cara de quem não tem dormido muito deixou passar um pênalti claríssimo a favor do Uruguai. Em bela jogada de Pereira, que deu um chapéu e ficou na cara do goleiro dentro da área, um coreano resolveu interceptar a bola com a ajudinha de um braço, ô beleza...

E já que o Uruguai perdeu a chance de aumentar o placar, recuou no segundo tempo e não se aproveitou da vantagem para pressionar a Coréia e conseguir uma folga ainda maior, a defesa celeste resolveu dar uma emoção a mais para a partida. Foi assim que, aos 22 do segundo tempo, numa cobrança de falta coreana com “todo mundo” dentro da área, um uruguaio ainda ajeitou a bola na cabeça de Lee Chung Yong que, numa trombada com Lugano e o goleiro uruguaio, que saiu mal, acabou levando a melhor e deixou os defensores celestes procurando borboletas.

Tudo igual, então os uruguaios precisavam correr. Foi assim que, aos 35 do segundo tempo, Suárez, que já tinha feito gol e dado trabalho para o goleiro coreano, ficou novamente sem marcação na área em cobrança de escanteio. Oito coreanos na área e nenhum marcando o homem do jogo... A sobra ficou com ele, então os coreanos até tentaram correr, mas o atacante, em belo chute, encaixou a bola no outro canto do gol. Ela ainda bateu caprichosamente na trave antes de entrar. Belo gol, gol da classificação histórica. Os coreanos até assustaram novamente, após mais um apagão uruguaio já no fim do jogo, mas a vaga é da Celeste, a festa é em Montevidéu. E eu confesso que tenho uma implicância sem tamanho com um tal de Lugano aí, mas mesmo assim é bom ver os uruguaios, “pais” da Copa do Mundo e primeiros campeões, conseguindo um bom lugar. O próximo adversário é Gana, que passou pelos Estados Unidos nas oitavas. Não ouso apostar, tendo em vista meus trágicos palpites até agora, mas se a Celeste “aprender” a defender bem no mesmo jogo em que busca gol, pode vir uma semifinal que os uruguaios não vêem há exatos 60 anos. Mas antes é preciso avisar a defesa de Gana.

Créditos da foto: GE.

sábado, 26 de junho de 2010

GRUPO H – O FUTEBOL AGRADECE

Finalmente uma torcida minha nessa Copa deu resultado: xô Suíça! O anti-futebol suíço foi tão medíocre ao ponto de não conseguir fazer sequer um gol na fraquíssima seleção hondurenha. Eles só sabem destruir. Quem sabe jogar bola são os espanhóis. Mas apesar de terem um belo time no papel, em campo fizeram uma primeira fase bem mais ou menos e ainda conseguiram a proeza de perder para a seleção suíça. É passado. O importante é que mesmo no sufoco, Chile e Espanha se classificaram. Fizeram um primeiro tempo bem disputado, com direito a golaço de David Villa, um dos grandes nomes dessa primeira fase, mas a segunda etapa foi um tédio. Os resultados salvaram minhas previsões iniciais, deixaram a Fúria com a 1ª vaga e o La Roja com a 2ª. Agora é chegada a hora de decisão!

Espanha e Chile entraram em campo, com o perdão da expressão, com o cu na mão. Se a Suíça vencesse, o que era mais provável já que Honduras, bem, é Honduras, os espanhóis seriam obrigados a vencer e dependendo do placar os chilenos fariam as malas de volta para Santiago. Então, diferente do jogo do Brasil, em que ninguém queria ganhar, nesse ninguém queria sequer empatar. A seleção de Bielsa começou melhor, Valdivia estava acordado, fez belos passes, mas eis que Bravo resolveu fazer uma lambança. Saiu do gol sem necessidade, perdeu a dividida e na sobra David Villa meteu um chute de onde estava, lá de longe, sem muito ângulo, e fez um dos gols mais bonitos dessa edição da Copa. Depois disso o Chile “acabou”. Aliás, se tivesse só “acabado” seria melhor.

Os comandados de El Loco perderam a cabeça e começaram a descer a porrada nos espanhóis. Ponce ficou no lucro, primeiro por levar só amarelo no “coice” que desferiu em Fernando Torres quando a jogada já estava parada na linha lateral, depois por uma falta dura no meio de campo, em que não foi punido com o segundo amarelo. Outro que não recebeu a devida punição foi Estrada. Fez duas faltas muito duras, na primeira levou cartão, mas na segunda ficou barato. Já na terceira, que nem falta foi, o juizão compensou e o expulsou. Expulsão que surgiu durante a conclusão do segundo gol espanhol. Iniesta, meu jogador favorito desse time, recebeu bonito passe de Villa e bateu colocado no canto direito do goleiro Bravo.

Na volta do intervalo, Bielsa fez duas alterações. Uma delas foi a saída do Mago para a entrada de Paredes, aquele mesmo cagão do jogo anterior. Outro que saiu foi Mark Gonzáles, que marcou o gol da vitória sobre a Suíça. Seu substituto, Millar, deu uma furada bisonha no primeiro lance e pouco depois contou com desvio em Piqué para diminuir a vantagem da Fúria. E como entre Suíça e Honduras não passava de um sofrível 0 x 0, Espanha e Chile ficaram satisfeitos com o placar. Bom para os dois, mas terrível para nós coitados que só queríamos assistir um joguinho de futebol. Não teve mais nada, só toque de lado, retranca chilena, inércia espanhola e muito, muito mesmo, sono. Quando o juiz encerrou o jogo, quase chorei de alegria. Quem realmente deve ter chorado, foram os infelizes que assistiram a outra partida do grupo no estádio, um dos piores jogos dessa Copa. E olha que a concorrência é pesada.

E fica assim: na segunda o Chile repete o jogo das oitavas de final de 98, contra o Brasil, às 15h30. Na terça, também às 15h30, jogam Espanha x Portugal. Clássico europeu de um lado e “quase-clássico” sulamericano do outro. Palpites? Chile será eliminado pelo Brasil, já que não terá a zaga titular, suspensa por dois cartões amarelos, e ainda contará com El Loco Bielsa, que sempre inventa de atacar a desorganizada seleção da CBF e consecutivamente toma no rabo. Já a Espanha terá vida muito dura contra Portugal, mas creio numa vitória suada da Fúria. Acabou a primeira fase, de muitos jogos fracos, alguns bons, além de zebra que não acaba mais. Mata-mata sem França e Itália é um tanto quanto estranho, e confesso que até mesmo triste, mas a vida continua. Que venham muitas emoções, golaços e bom futebol! E só pra constar: chupa Suíça!

Créditos da foto: Uol.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

GRUPO F - QUE VERGONHA, ITALIA!


Por Ricardo Chagas

O que se viu hoje em Johanesburgo foi um vexame que dificilmente os fanáticos torcedores italianos se esquecerão. Itália eliminada na 1.o fase. E a Eslováquia, que eu reclamava que não estava jogando nada, cismou de jogar justo hoje. Terrível castigo para a Azurra.

Ao contrário da maioria das partidas desta Copa, hoje vimos um bom jogo, super disputado e com lances bonitos. A Eslováquia mandou no jogo no 1.o tempo e mereceu o primeiro gol. Novamente a Itália sofreu um tento após uma falha na defesa. E não sofreu mais na primeira etapa, pois, se Deus é brasileiro, é bom lembrar que o Vaticano, apesar de cidade estado independente, fica em Roma.

E veio a segunda etapa. Que jogão. Emoção a todo o momento. Os italianos dispostos a empatar a qualquer custo para conseguir a vaga. Logo pensei: Poxa, o que é um empatezinho para a Itália? Super fácil. São mestres nisso.

Lippi colocou Pirlo em campo na esperança de aumentar a qualidade do meio campo, mas a Eslováquia estava impossível e abriu 2 x 0 . O respiro italiano veio em um gol de Di Natale aos 37. Emoção a vista, pois a Itália marca em seguida, mas o gol foi corretamente anulado por impedimento. Tudo indicava que haveria um sufoco sobre a defesa adversária e a qualquer momento a Itália chegaria ao empate.

Mas novamente em uma desatenção da defesa Kopunek saiu cara a cara com Marchetti e fechou a tampa do caixão italiano.

Quagliarella com um bonito gol diminuiu a vantagem aos 47, mas era tarde para qualquer esperança italiana. O desejo de igualar o número de títulos do Brasil fica para 2014. Uma geração vencedora fica para trás, mas se despede de forma melancólica.

Se a Itália contasse com Buffon e Pirlo em forma, creio que a eliminação não se daria de forma tão antecipada, mas dificilmente o time chegaria as quartas de final. Essa equipe envelhecida não foi sombra da equipe guerreira da Copa anterior.

No outro jogo do grupo, Paraguai e Nova Zelândia fizeram um casados x solteiros e nossos irmãos sulamericanos ratificaram a 1.o posição do grupo. Enfrentarão o Japão e certamente farão história. Eslováquia, se repetir o futebol de hoje, pode sonhar com uma vitória sobre a Holanda. 

Esta Copa do Mundo já surpreendeu. Os gigantes Itália e França já compraram a passagem de volta. Quem será a próxima?

Créditos da imagem: Placar.

GRUPO E - DE OLHOS BEM ABERTOS

Por Vanessa Michelin

Desde muito tempo se ouve que a “próxima Copa” será a “Copa dos africanos”. Não havia melhor oportunidade de isso acontecer do que justamente no primeiro mundial do continente. Mas ficou só na conversa... De novo. Camarões foi mais uma das decepções. Nem Eto’o faz milagre num time tão frágil. A Holanda se aproveitou da fragilidade camaronesa, ainda abalada pela eliminação antes da última rodada, jogou o necessário para vencê-los e ainda terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento; campanha que só a Argentina repetiu neste mundial. A seleção holandesa não é exuberante, mas é competente e qualificada. No outro jogo do grupo, Japão garantiu a vaga batendo a Dinamarca, que desde sempre teve muito mais grife do que bola. Aliás, os japoneses parecem que aprenderam a jogar isso direitinho, que dirá esse Honda, meia do CSKA. Bons taticamente, acertadinhos na defesa, muito competentes na bola parada e ainda com momentos de futebol bonito, essa seleção vai encher o saco do Paraguai. Já o tom laranja da camisa da Holanda assusta, mas não tanto quanto deveria. Um dia eles levarão a taça, será que vai demorar tanto assim?

A Holanda sabe jogar bola, disso ninguém dúvida. Contra Camarões encerrou a primeira fase de forma impecável. Não fez nada espetacular, nenhum jogo maravilhoso, nem mostrou um futebol que assustou os adversários, mas foi muito competente. Em campo sempre teve domínio das ações ofensivas, controlou os jogos com precisão cirúrgica e fez o necessário sem levar sustos. Contra os companheiros de Eto’o, que já não é mais aquele atacante espetacular do Barcelona campeão europeu em 2006, não foi diferente. Van Persie, excelente atacante do Arsenal, abriu o placar num bonito chute cruzado. A seleção camaronesa ensaiou uma reação e empatou antes dos 20 minutos do segundo tempo com Eto’o, de pênalti. E então o grande nome holandês estreou na Copa.

Arjen Robben, diferentemente dos africanos, não fica só na conversa. Já era um belo jogador no Chelsea, mas acabou tendo uma queda na carreira quando se transferiu para o Real Madrid. Curioso, não é? Mas é verdade. Tanto ele quanto o ótimo Sneijer, hoje na Inter de Milão, e Rafael van der Vaart, ainda em solo merengue. Robben então se transferiu para o Bayern de Munique e reencontrou o bom futebol ao lado de Frank Ribéry. Machucou-se num lance ridículo nos amistosos de preparação para a Copa e desfalcou a Holanda nas duas primeiras partidas. Contra Camarões, o craque holandês não começou jogando, mas entrou na segunda etapa. Não só entrou como participou diretamente do gol da vitória. Com um pouquinho de sorte, teria feito um golaço. Construiu uma linda jogada e acertou uma bomba na trave, no rebote Huntelaar conferiu.

Foi uma vitória simples, assim como o futebol apresentado, mas fez o resultado. A Holanda tem qualidade na frente e no meio, além de ter segurança na defesa. Um time acertadinho que pode sim aprontar nessa Copa. Agora terá pela frente a seleção eslovaca, que eliminou a Itália no jogo, até agora, mais emocionante e dramático deste mundial. Ao contrário dos italianos, que vivem crise técnica e necessitam de uma grande reformulação no futebol nacional, os holandeses não devem passar a mesma dificuldade. Se o Brasil de Dunga passar pelo Chile, o que deve acontecer, muito provavelmente terá a Laranja Mecânica nas quartas-de-final. Um dos maiores clássicos da história das Copas, que foi semifinal em 94 e 98. Um jogão! Laranjas e amarelos se encontrarão? Bom pro futebol, ruim pra quem perder.

No outro jogo do grupo, o que realmente valia alguma coisa, Japão e Dinamarca disputaram a última vaga. Os japoneses precisavam apenas do empate, então começaram fazendo cera. Não aprenderam a fazer isso direito, mas algo Zico deixou de bom em sua passagem por lá. O japonês loiro, Honda, abriu o placar em bela cobrança de falta aos 17 minutos. E mais uma vez de falta, ao 29, o Japão ampliou o placar, dessa vez com Endo. Os dinamarqueses, que conseguiram boa vitória contra Camarões na segunda rodada, mal conseguiram jogar. O time nipônico se fechou e não deu chances para moles nórdicos.

Na segunda etapa, chuveirinho dinamarquês. Mas o que choveu mesmo foram faltas estúpidas de seus atacantes desengonçados. Ainda assim, eles diminuíram aos 35. Hasebe derrubou Agger na área, pênalti besta bem assinalado. Tomasson parou na defesa de Kawashima, mas marcou no rebote. Reação dinamarquesa? Que nada. O Japão aplicou um ippou na seleção européia, com o perdão da piada ruim. Depois de bonita jogada, Honda recebeu na área e deu um lindíssimo drible, deixando o zagueirão tonto, e só rolou para Okazaki concluir. Agora os asiáticos pegam a arrumada seleção paraguaia, levarão ânimo e minha torcida para o duelo. Vale comentar a boa Copa que vem fazendo o brasileiro Túlio Tanaka na zaga japonesa. Boa sorte para japoneses e holandeses, que continuem com o bom futebol!

Créditos da imagem: GE.

GRUPO D – Classificações

Por Sergio Bellangero


E eu disse que a Sérvia era a favorita para ficar em primeiro lugar nesse grupo! Chega! Escola por escola, entre a Iugoslava e a da ruindade, deu a segunda! Nunca mais aposto na Sérvia! Eles vão bem nas eliminatórias, prometem mundos e fundos e conseguem ser eliminados pela Austrália? Brincalhões!


Com esta eliminação da Sérvia pela Austrália (bem, pelo menos eu havia dito que a Austrália havia aprendido a jogar futebol), os classificados do Grupo foram Alemanha e Gana. Barbaridade! Gana é muito ruim!
Mas vamos lá: analisando a seleção Alemã, continuo achando que não irá longe. É um time que dá sono, não se encoraja, não demonstra a habilidade dos velhos tempos, não tem conjunto, é um time pragmático, que não empolga! Se for longe é pela camisa, mas até que ponto a camisa pesa tanto assim?


Já para Gana, ter perdido por 1 x 0 para a Alemanha foi ótimo. Em razão da imensa ajuda da Sérvia, foi a primeira (e talvez única) seleção africana a se classificar e a me derrubar em todos os bolões! Na verdade, não foi Gana que se classificou, foi a Sérvia que lhe concedeu a vaga, muito gentilmente... Ainda quero cobrar dos Sérvios os pontos perdidos em todos os bolões que participei e neles apostei.


Fico feliz que Gana pegará os EUA, time em que apostei em primeiro da chave e que não me decepcionou. Ok, o “Grupo C” não é de minha competência neste blog, mas ouso a já passar os EUA para as quartas-de-final. O time de Gana só tem força e muito pouca inspiração técnica. Passou, passou! Mas essa seleção só jogará mais um jogo nesta Copa para o bem do futebol! E que sigam os “yankees”, por mais que tenham muito a aprender ainda.


A Alemanha enfrentará a Inglaterra nas oitavas. Que fria! Bem, só se o jogo for às 20:30 hrs, isso porque na África do Sul a temperatura deverá estar em uns 5 graus Celsius, pois a Inglaterra – lá vou eu me meter no Grupo C de novo – também não disse até agora a que veio. A impressão que tenho é que não disse, e não terá tempo de dizer.


Prevejo que este jogo entre Alemanha e Inglaterra será o pior jogo, tecnicamente falando, que essas duas seleções já fizeram entre si. Entendo que, mesmo sem grande brilhantismo, deve dar Alemanha, mas depois, sucumbirá nas quartas.


Pelo menos os últimos jogos que decidiram os Grupos tiveram alguma emoção. É isso que espero de Alemanha x Inglaterra. Dedicação, força física, correria e... pouco futebol, mas deve sobrar emoção!
Se vale chutar, do que temos aí até então, cravo para as quartas: Uruguai; Argentina; EUA e Alemanha. Todos vencendo os seus adversários nos 90 minutos. Vamos esperar para ver! E que todos comecem a tratar melhor a pobre Jabulani. 


Créditos da imagem: Terra

GRUPO C – Classificações

Por Marcel Castro

Como previsto, Estados unidos e Inglaterra classificaram-se no grupo C. Como previsto, Landon Donavan foi o craque dos EUA na primeira fase. Não que isso signifique algo, pois eu também disse que a Inglaterra seria uma das favoritas ao titulo, e ela tem jogado muito pouco. Apenas no último jogo atuou aceitavelmente, colocando dois meias nas laterais, o que complicou a Eslovênia que, convenhamos, dependia muito de seu meia esquerda mascarado,  o camisa 10... Apesar do inicio da crise, Capelo fez alterações importantes, entre as quais: Colocou, o esperto Dafoe no ataque, e usou dois meias como wingers... Além do que, Rooney começou a melhorar , e graças ao sir Gerrard, a Inglaterra joga um pouco no meio de campo. Daffoe perdeu uma chance, Gerrard outra, Ronney bateu uma na trave, e em outra das chances inglesas aos 23 minutos de jogo, Daffoe aproveitou de canela. A Eslovênia apequenou-se e passou a jogar para perder de um a zero e classificar-se perdendo... Tomou o castigo. No outro jogo, os EUA fizeram no último minuto o gol que precisavam e que tanto buscaram, pelos pés do craque Donavan.

O jogo foi eletrizante, com os EUA buscando o gol a todo o momento, perdendo chances, tendo gol anulado novamente, bola batendo na trave, e também se expuseram à Argélia, que contra atacava.
Quisera o destino ser caprichoso e premiar o time que mais buscou o gol no seu grupo, agraciar o bom time americano, com o gol no ultimo momento, fazendo justiça a quem buscou incessantemente o gol nos últimos 2 jogos.

Agora é esperar o desfecho de Inglaterra X Alemanha e Gana X EUA... Acho, e isso é só um tolo palpite, que passam Alemanha e EUA. E acho que Uruguai e EUA vão fazer uma ótima quarta de final... Celeste, ou a Águia americana na Semifinal? Ou nenhum dos dois?

E os americanos aprenderam o que é o futebol:






Créditos da imagem: Terra.

ARGENTINA PASSA PELA GRÉCIA E SE CLASSIFICA COM 100% DE APROVEITAMENTO


Por Vanessa Michelin

A Argentina terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento, como já era de se esperar. Contra a limitada seleção grega, os Hermanos nem fizeram força para levar os 3 pontos. Foram pacientes o suficiente e esperaram o momento certo de atacar a inoperante Grécia. Para deixar os argentinos completamente felizes com a primeira fase de sua seleção só faltou mesmo o gol de Messi, que não veio por puro azar. É, eles são fortes, muito fortes.

O que sobra de qualidade na defesa brasileira, falta na argentina. Mas o ataque da seleção de Maradona compensa a deficiência técnica do sistema defensivo. Com diversas boas opções do meio para frente, El Pibe de Oro pode levar um mistão a campo. E não encontrou grandes problemas. A sortuda Grécia, campeã da Euro 2004, um dos maiores mistérios da história do futebol, não teve força nem vontade de atacar o time de Messi. Portaram-se defensivamente quase o jogo todo, enquanto os argentinos tocavam a bola esperando por uma oportunidade. Quem também ficou esperando foi o herói da Inter de Milão, o ótimo Diego Milito, mas a bola não chegou. Sérgio Agüero, outro beneficiado com as mudanças de Maradona, não se acomodou e foi quem mais deu trabalho à defesa grega no primeiro tempo.

Já na segunda a etapa, a Argentina cansou de esperar a Grécia tentar a vitória e resolveu matar de vez as esperanças dos gregos. O primeiro gol saiu dos pés do cabeludo Demichelis, assustador na defesa, mas útil nas bolas paradas do ataque, um dos pontos fortes dessa equipe. A Grécia, que precisava vencer para se classificar, mal conseguia reagir quando Messi acordou. O craque, que é muito craque, tentou marcar seu golzinho. O camisa 10 não conseguiu, mesmo tentando com muita competência. Faltou sorte e mais nada. Coisa que Palermo, aquele mesmo, tem de sobra. Entrou no final da partida e assistiu o craque do Barcelona construir mais uma ótima jogada e parar na defesa de Tzorvas. Mas o bom goleiro grego rebateu, embora corretamente, e Palermo estava no lugar certo e na hora certa para concluir. Gol muito comemorado pelos comandados de Maradona.

Agora um duelo em espanhol. A Argentina de Messi pegará o México, segundo colocado no grupo A. Rafa Marques e Cia. ajudaram a despachar a França, do bestial Raymond Domenech, pra casa e agora terão um desafio pra lá de indigesto. Os Hermanos não carregam o favoritismo sozinhos, mas com toda a certeza é a seleção mais temida desse mundial ao lado da equipe de Dunga, o anão acéfalo que vive em constante TPM. Maradona, que já passou seu período de “Chico” com a imprensa argentina, pode encontrar Inglaterra ou Alemanha nas quartas-de-final. Só falta uma coisinha: avisar o México. Já foi o tempo em que camisa e bom futebol ganhavam jogo. Se nossos vizinhos encrenqueiros quiserem seguir na Copa terão que provar em campo. Bola eles têm pra isso, não há como negar.  


quarta-feira, 23 de junho de 2010

PASSIONE VERDE IGNORA O GOSTO DE DUNGA E CONSEGUE ENTREVISTA COM ESTRELAS DA COPA

Por Marcel Castro


Eu deveria escrever sobre o jogo Inglaterra x Argélia, do dia 18/06. No entanto, como foi uma partida pavorosa que não teria nem o que escrever sobre o glorioso prélio, preferi entrevistar os dois astros do jogo. Ao fim da partida, este membro da equipe Passione Verde conseguiu, com dificuldade, agendar uma exclusiva para dias depois com o pombo selvagem que assistiu ao jogo empoleirado no gol, bem como a maltratada e polêmica bola Jabulani.

Abaixo, os detalhes da entrevista.


Pv - O que acharam da partida Inglaterra x Argélia?

Jabulani- Pavorosa. Nunca fui tão maltratada em minha vida. 90 minutos da pior partida que já participei. Uma única chance de gol e muita correria e grosseria. Depois ainda reclamam de mim.

Pombo Selvagem - Assustadora. Se eu fosse um ser humano e tivesse que pagar 300 euros pra ver um jogo desse e passar frio, eu começaria uma revolta de proporções bíblicas. Como eu sou um pássaro selvagem e entrei de graça, estando adaptado ao clima daqui, valeu a pena o conforto das belas traves brancas.


Pv – Jabulani, a reclamação a seu respeito Incomoda?

Jabulani - É claro. Não tenho nenhuma culpa se a elite do futebol mundial chuta mal, e mal me domina. Agora talvez melhore um pouco...


Pombo Selvagem - Por falar nisso, cabe aqui uma reclamação. Todos os animais da reserva natural onde moro, estão desapontados com o desempenho dos times europeus, embora quase todos apóiem em uníssono Brasil e Argentina. E há alguns suricatos que gostam mesmo é do México e da Espanha.



Pv – Na opinião dos entrevistados, quais são os favoritos?

Jabulani - Eu ficaria muito contente se Brasil ou Argentina ganhasse a Copa, porque brasileiros e argentinos me tratam muito bem, mesmo com o jogo feio, o toque é suave e preciso é uma delicia. Os espanhóis também... Será lamentável se Brasil e Espanha encontrarem - se nas oitavas.

Pombo Selvagem - Brasil, Argentina e Espanha. Embora não possamos descartar Holanda, Alemanha e a misteriosa Itália.



Pv - No caso de um encontro entre Brasil e Espanha nas oitavas, quem é o favorito na opinião de vocês? E pombo, porque misteriosa Itália?

Jabulani - Difícil, mas Brasil porque camisa pesa.

Pombo selvagem - Brasil... Misteriosa Itália porque, mesmo às vezes jogando mal no inicio a Itália ganha copas, embora dessa vez não pareça ser isso que vai acontecer...




Pv - E as Arbitragens?

Jabulani - Estão boas. Exceto pelo juiz de Mali, no jogo dos EUA. E pelo juiz Francês que apitou Brasil e Costa do Marfim...

Pombo - que foi ridículo, aliás. Os leopardos de verde amarelo, lá da reserva, ficaram revoltados em ver o Brasil apanhando da costa do Marfim. Os hipopótamos, apesar de simpáticos ao Brasil, não se conformam com o gol irregular do Luis Fabiano e menos ainda com o juiz rindo junto ao atacante do Brasil.



PV- Quais os destaques da copa até agora?

Jabulani - São poucos. Argentina, o jogo solido do Brasil e o jogo volumoso da Espanha. Negativos são o desempenho de Inglaterra e frança.

Pombo Selvagem - O jogo sólido do Brasil, o Elano e o jogo da Espanha. Negativo, a França e seu papelão, a Itália, e o comportamento do Dunga sempre as turras com os jornalistas.



Pv - Obrigado pela entrevista.

Jabulani - Disponha. Poderíamos marcar mais uma entrevista.

Pombo Selvagem - É... Poderíamos mesmo. Nas últimas semanas está faltando um pouco de emoção por aqui...

Adieu, Les Bleus!

Por Renata Niemand

Tudo ou nada. Era o significado do jogo entre França e África do Sul, pela terceira rodada da fase de grupos. E depois de ambas as seleções mostrarem que foram para a Copa pretendendo o nada, foi o nada que conseguiram. Aliás, dizer que os franceses não queriam nada é uma maldade, pelo visto eles estavam muito interessados em altas emoções e numa grande revolução interna. E se de revolução eles ainda entendem, parece que esqueceram como se vence futebol. Já a África do Sul poderia até querer, mas como diz o velho sábio...

Durante os dias de preparação para o jogo, a turma do pé de uva treinou quietinha, com medo de ser a primeira anfitriã a não passar da fase de grupos. Já os bleus estavam precisando de emoção e resolveram brigar, fazer greve, redigir cartas de protestos, expulsar jogador, teve até gente se demitindo na federação de futebol... Se você acha que nos últimos meses o Palmeiras exagerou, a França mostrou em duas semanas que não fica muito atrás...

Nas imagens da preparação para a entrada em campo, dava para notar a tensão dos jogadores de ambas as seleções. Os africanos, que sempre cantam antes de pisar no gramado, estavam quietos em sua maioria, já os franceses (até mesmo os mais experientes, como Henry e Ribéry) tinham no rosto uma expressão que dizia “se eu não ganhar essa, é melhor nem voltar pra casa”. E pelo que conheço das duas seleções, não esperava muita pancadaria apesar do jogo ser importante (o que é comum por essas bandas de cá), mas um jogo que seria decidido no desespero - principalmente pelo lado francês que tinha a maioria dos jogadores mais experientes no banco. Do lado africano a inexperiência já parece geral de qualquer forma.

Os dois técnicos colocaram seus times em campo com várias alterações. Domenech resolveu cortar alguns rebeldes, inclusive o ex-capitão Evra (prometeu fofocar tudo dos “bastidores” da putaria francesa na Copa), que deu a braçadeira à Diarra, que por sua vez entregou-a a Henry assim que o atacante entrou em campo no segundo tempo – ou seja, estava difícil alguém querer a responsabilidade.

A correria não foi muita, mas o nervosismo... Aquela defesa sólida da França contra o Uruguai deve ter ido embora para Paris antes de Anelka. Falharam feio em um gol de ombro de Khumalo, aos 21 do primeiro tempo. Até então, os franceses estavam buscando jogo (sem grande perigo, é verdade) enquanto os bafana bafana observavam, mas depois do gol africano a coisa desandou. O meia Gourcuff foi expulso e a defesa francesa se perdeu ainda mais, o que acarretou em mais um gol aos 37 - em uma jogada bagunçada que terminou com Mphela entrando no gol com a Jabulani junto. A equipe africana, que é boba, mas nem tanto, aproveitou-se do desespero e falta de um jogador do outro lado, só que aquilo que tinha cara de goleada parou por aí.

No segundo tempo a França voltou mais calma, mais acordada, se movimentando melhor, mas não o suficiente para merecer a vitória ou até o empate. Domenech fez o que deveria ter realizado desde o primeiro jogo, colocou Malouda e Henry para jogar. Malouda não é nem um craque, Henry não é mais o mesmo, mas são superiores a Anelka, Cisse e Gignac. Porém, deixar os dois de lado e colocá-los só no segundo tempo do ultimo jogo, como quem diz “fiz merda, agora resolvam”, não iria adiantar. Até saiu um bom gol de Malouda aos 24 minutos, algumas boas chances foram criadas, mas os bleus não fizeram o suficiente para voltar à França ao menos com uma vitória. O grupo era fácil, o time não é ruim, com organização correta e bom comando, preocupando-se apenas com a Copa do Mundo e deixando a briga para depois, não seria tão difícil para a França ir adiante. Já a África do Sul, que no segundo tempo nem fez tanto esforço quanto podia para ampliar o placar, é só isso mesmo. Não há vuvuzela que resolva.

Tristeza dos dois lados num jogo, alegria dos dois lados no outro. Não vou comentar o que não assisti, mas com a vitória uruguaia por 1x0 sobre o México, os celestes conseguiram a primeira colocação e jogaram os simpáticos mexicanos para a indigesta Argentina. Não costumo torcer contra os hermanos, sei também que eles são favoritíssimos, mas desejo boa sorte aos mexicanos, principalmente porque depois do ano passado, quando sofreram humilhação e segregação na Libertadores por conta de uma doença que era mundial, eles merecem um pouco mais de alegria vinda do futebol.

Créditos da imagem: lemonde.fr

terça-feira, 22 de junho de 2010

GRUPO H - ¿Y ahora, qué pasa?

A Copa do Mundo já proporcionou ao futebol diversas revoluções táticas, lindos gols, grandes jogos e sempre, sempre, nos prova algo. Provou novamente na segunda rodada do grupo H. A prova foi que um atacante ruim pode custar caro e que um bom pode valer o preço. Paredes, que saiu do banco de reservas e lá estava não por acaso, enfiou pelo menos duas chances claríssimas de gol no “culo”; gols que deixariam o Chile com a vaga praticamente assegurada. David Villa, que perdeu pênalti, fez dois lindos gols contra Honduras, que deram a vitória à Fúria, adversária do Chile na próxima e derradeira rodada. Se a seleção chilena tivesse um Villa, e se a Espanha tivesse a objetividade dos comandados de Bielsa, as duas seleções não entrariam em campo na sexta-feira com a corda do pescoço. Mas “se” é utopia e não só no futebol.

Confesso que costumo não torcer contra em Copas do Mundo, nem para a Argentina, mas dessa vez não dá. Estou, sim, torcendo muito contra a horrorosa Suíça. Suíços são bons nos queijos, chocolates, relógios e têm um dos países mais bonitos do mundo, assim como são ótimos, aliás, especialistas em relação ao anti-futebol. A retranca suíça chegou ao recorde, que antes era da Azzurra, de 559 minutos sem levar um gol sequer em Copas do Mundo. E foi o Chile, com ajuda especial do Mago, que conseguiu furar essa retranca incrível e irritante.

El Mago iniciou o jogo no banco graças à volta do orelhudo Suazo, que se recuperou de contusão, e o Chile não começou jogando tão bem. Mas não mal o suficiente para forçar a Suíça a jogar bola. O ferrolho fechou ainda mais quando Behrami foi expulso por suposta cotovelada em dois jogadores chilenos. Nenhuma das duas pegou em cheio, mas a intenção do meia suíço valeu a expulsão. E quando Valdivia voltou ao time chileno no segundo tempo, a retranca sucumbiu. Mark González, que também entrou muito bem, marcou o gol em jogada iniciada pelo Maguito, que acabou com a série de jogos sem tomar gols da defesa suíça. E Paredes, ah, o Paredes! Quando a Suíça já não conseguia mais segurar a retranca, pois precisava atacar, coisa que não sabe, o Chile teve chances atrás de chances para ampliar o placar e ganhar uma folga no duelo contra a forte Espanha. Mas Paredes não marcou e o 1 x 0 ficou muito barato.

No último jogo da segunda rodada estava o adversário chileno na sexta, a badalada seleção espanhola. Mais uma vez, os espanhóis enfeitaram demais e deixaram de fazer um placar largo. Sejamos honestos, 2 x 0 foi enganoso. Pelo o tanto que criou, a Espanha merecia sair de campo com pelo menos uns 5 ou 6 gols de vantagem, sem exagero. Mas se por um lado o excelente Fernando Torres estava errando tudo e Jesus Navas, o Elano de olhos azuis, não conseguia acertar um bendito cruzamento, Villa estava inspirado. Fez um golaço (sem usar o braço) no primeiro tempo e mais um outro bonito gol no segundo, dessa vez com desvio do zagueiro hondurenho. Poderia ter feito o terceiro dele e da Fúria, mas chutou um pênalti pra fora.

Agora virá a rodada mais emocionante de todas. Finalmente teremos a prova se a seleção suíça consegue atacar. Os suíços jogam contra Honduras, um dos sacos de pancada da Copa. Jogo em que precisarão sair da retranca e vencer para não contar com derrota espanhola. Já o jogão ficará por conta de Espanha x Chile. A Fúria, com 3 pontos, ou vence ou vence para seguir na competição. Del Bosque deve contar com a volta de Iniesta ao time, um reforço que qualquer equipe do mundo iria querer. Já “La Roja” não terá Carmona nem o ótimo Matiaz Fernández, suspensos por dois cartões amarelos. As duas seleções têm a possibilidade de matar uma a outra, mas minha torcida fica para uma vitória magra da Espanha e qualquer resultado que deixe a Suíça fora do Mundial. Seria muito legal se espanhóis e chilenos avançassem. Portanto, força Honduras! Que o anti-futebol vá pra casa do c...

Créditos da foto: Uol.

GRUPO H - ANÁLISE DE TABELA E PREVISÕES PARA AS CLASSIFICAÇÕES


Por Manuel Gomes

E ontem foi finalizada a segunda rodada da primeira fase da Copa, com dois jogos do Grupo H, que terá seu encerramento no dia  25/Jun:

1º Chile         06 pontos e saldo de 2 gols
2º Espanha    03 pontos e saldo de 1 gol
3º Suiça        03 pontos sem saldo de gols
4º Honduras  00 ponto e saldo de -3 gols

Próximos jogos: Chile x Espanha, Suiça x Honduras

Eis as chances de cada um:

1 - Chile - classifica-se com um empate. O problema é o adversário, a Espanha, que precisa ganhar para não depender de ninguém. Se o Chile perder, vai torcer muito para Honduras.

2 - Espanha - se ganhar, está na próxima fase. Se empatar, torce para Suiça não vencer. Terá ainda alguma chance se perder e Honduras ganhar.

3 - Suiça - Se ganhar de Honduras por 2 gols de diferença, estará classificada. Tem chances de até obter a classificação empatando, mas neste caso Chile precisa vencer a partida.

4 - Honduras - outra equipe que precisa de um milagre. Precisa vencer Suica por 4 gols de diferença e torcer para Chile vencer Espanha.

O que eu acho? Espanha e Chile (no sufoco) se classificam, nesta ordem. É o grupo mais difícil de todos. Não será surpresa se o time de Valdívia voltar mais cedo para casa (ótimo para nós, que chega a tempo para o jogo de 4 de Julho, rs).

Momento Histórico: A única vez que os espanhóis chegaram entre os quatro primeiros foi a única vez que enfrentou o Chile (e venceu) em 1950, no Brasil. Parecido com a curiosidade espanhola, na única campanha que deixou a seleção chilena entre os semifinalistas, os chilenos venceram sua única partida contra os suíços, na primeira fase.